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Renda_nacional_e_produto_macro

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Determinação da Renda e do Produto Nacional: O Mercado de Bens e Serviços
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Introdução
A partir da crise de 29, a economia sofreu mudanças com as teorias de Keynes, cuja base se assenta no pressuposto de que é necessária a intervenção do governo para regular a atividade econômica. O grande paradigma da teoria macroeconômica tem sido a questão do grau de intervenção do Estado na atividade econômica.
Teoria de determinação do equilíbrio da renda nacional: se divide em lado real e lado monetário.
Hipóteses do modelo básico
Economia com desemprego de recursos: a economia deve estar em equilíbrio abaixo do pleno emprego, produzindo abaixo de seu potencial.
Nível geral de preços constante: as empresas, estimuladas por um aumento da demanda, procuram elevar a produção e não os preços, porque têm capacidade ociosa; há desemprego e, portanto não há razões para as empresas elevarem os preços dos produtos, inclusive a mão-de-obra está disponível a custos baixos.
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Desemprego keynesiano = se refere à insuficiência de demanda agregada em relação à produção (oferta) de pleno emprego.
Desemprego estrutural ou tecnológico = o desenvolvimento tecnológico do capitalismo leva ao desemprego de trabalhadores, pois é capital intensivo e marginaliza a mão-de-obra. 
Desemprego friccional = ocorre devido à mobilidade transitória da mão-de-obra. Taxa natural de desemprego.
Desemprego disfarçado = quando a produtividade marginal da mão-de-obra é zero. Por exemplo: numa agricultura de subsistência, a transferência de trabalhadores do campo para as cidades praticamente não diminui a produção agrícola.
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Curto prazo: análise da teoria de determinação da renda no curto prazo. O estoque de fatores de produção como mão-de-obra, capital e tecnologia não se altera no curto prazo: o que muda é o grau de utilização.
Oferta agregada potencial fixada a curto prazo: valor total da produção de bens/serviços finais à disposição da coletividade num dado período. Ela varia em função da disponibilidade de fatores de produção.
 Oferta agregada potencial: produção máxima da economia;
 Oferta agregada efetiva: produção que está sendo efetivamente colocada no mercado, o que pode ocorrer sem que os fatores de produção estejam sendo plenamente empregados. Pode alterar em função da demanda de mercado.
Princípio da demanda efetiva (DA): soma dos gastos planejados dos quatro agentes macroeconômicos: despesas das famílias com bens de consumo (C), gastos das empresas com investimentos (I), gastos do governo e despesas líquidas do setor externo (X – M).
DA = C+I+G+(X – M)
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Princípio da demanda efetiva: as alterações do nível de equilíbrio da renda e do produto nacional devem-se exclusivamente às variações da demanda agregada de bens e serviços, considerando curto prazo. Aqui prioriza-se o papel da demanda agregada na condução de políticas macroeconômicas; invertendo a crença da lei de Say.
Diante de uma situação de desemprego de recursos, o papel da política econômica centra-se em elevar a demanda agregada, o que permite às empresas recuperar sua produção potencial e restabelecer os níveis de renda e emprego. Embora a elevação da demanda agregada possa se dar por meio de políticas que estimulem o consumo, o investimento privado e as exportações, Keynes enfatizava o papel dos gastos do governo para que a economia saísse mais rapidamente da crise de desemprego.
A demanda agregada é realmente mais sensível e responde mais rapidamente aos instrumentos de política econômica. Já a oferta agregada é mais lenta, pois depende da disponibilidade de recursos, da infra-estrutura, ambiente de negócios.
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O equilíbrio macroeconômico
A renda de equilíbrio ou renda efetiva é determinada quando a oferta agregada iguala a demanda agregada. Isso pode ocorrer abaixo do pleno emprego, significando que a produção agregada, apesar de abaixo de sua capacidade potencial, atende às necessidades da demanda. O objetivo da política macroeconômica é fazer o equilíbrio entre oferta e demanda agregadas coincidir com a renda ou produto de pleno emprego.
Análise gráfica: o diagrama pode ilustrar a situação de equilíbrio utilizando o nível geral de preços e produto real.
Nível geral de preços
Renda(produto) nacional real
Oferta agregada de bens e serviços
Demanda agregada de bens e serviços
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A curva de demanda agregada revela uma relação inversa entre produto real e nível geral de preços.
Produto real = produto nominal/ nível geral de preços
A curva de oferta agregada depende da hipótese sobre o nível de produto corrente da economia:
 economia com desemprego de recurso;
 economia com pleno emprego de recurso;
 economia com alguns setores em desemprego e outros em pleno desemprego.
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Economia com desemprego dos recursos – as empresas estão operando com capacidade ociosa
Economia com pleno emprego dos recursos – as empresas operam com capacidade máxima, qualquer aumento de demanda provocará um aumento de preços.
DAo
DA1
OA
Nível geral de preços
Renda nacional real
Po
RNo
RN1
Nível geral de preços
Renda nacional real
OA
DA3
DA4
P3
P4
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Equilíbrio macroeconômico: em uma economia com alguns setores em desemprego e outros em pleno emprego, aumentos na demanda irão gerar tanto aumentos no produto quanto no nível de preços. O objetivo da política econômica é elevar a demanda agregada até o ponto 1, onde a oferta agregada efetiva é a própria oferta agregada potencial de pleno emprego.
OA
DA1
1
0
DA0
Nível geral de preços
Renda nacional real
Renda de equilíbrio
Renda de pleno emprego
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Comportamento dos agregados macroeconômicos no mercado de bens e serviços
As variáveis componentes da demanda agregada (consumo, investimento e poupança agregada). É importante destacar que as relações entre as variáveis devem ser relativamente estáveis e regulares permitindo certa previsibilidade por parte do Governo.
Consumo agregado: é influenciado por fatores como renda nacional, estoque de riqueza, taxa de juros de mercado, disponibilidade de crédito, expectativa de renda futura e rentabilidade de aplicações financeiras. As decisões de consumo são influenciadas basicamente pela disponibilidade de renda real
						C = f (RND)
C= consumo agregado;
RND= renda nacional disponível.
Propensão marginal a consumir: (Keynes)
Propensão marginal a consumir = variação no consumo agregado/ variação na renda nacional disponível
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Poupança agregada: parte residual da renda nacional disponível, que não foi gasta em consumo.
S= f(RND)
S= poupança agregada;
RND= renda nacional disponível.
Propensão marginal a poupar: relação entre variação da poupança e variação da renda disponível. Existe uma relação diretamente proporcional com a renda disponível. Estudos econômicos mostram que em países mais pobres a propensão ao consumo e maior que a propensão marginal a poupar.
10.4.3 Investimento agregado: acréscimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da capacidade produtiva, podendo ser interpretado sob dois ângulos. É a principal variável para explicar o crescimento da renda nacional de um país. Apresenta grande instabilidade pois não depende apenas de fatores econômicos, mas de expectativas quanto ao futuro.
 no curto prazo: investimento é visto pelo lado dos gastos necessários a ampliação da capacidade produtiva; afeta apenas a demanda agregada.
 no longo prazo: afeta produção e oferta agregada.
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O investimento agregado é determinado por dois fatores básicos: a taxa de rentabilidade esperada e a taxa de juros do mercado.
Taxa de rentabilidade esperada: é calculada a partir da estimativa do retorno líquido esperado pela aquisição do bem de capital. (Eficiência marginal do capital)
 O investimento tem uma relação inversamente proporcional com as taxas de juros de mercado.
Para tomar decisões sobre as despesas de investimento, o empresário compara, então, as duas taxas:
 se a taxa de retorno supera a taxa de juros de mercado, ele investirá na compra de bens de capital;
 se a taxa de retorno for inferior à taxa de juros de mercado,
ele não investirá, preferindo direcionar seus recursos em aplicações financeiras.
Disponibilidade de fundos de longo prazo também podem afetar a demanda de investimentos, assim o investimento depende do desenvolvimento do mercado financeiro e do mercado de capitais.
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Vazamentos e Injeções de Renda Nacional
 fluxo básico de renda: o que se estabelece entre famílias (proprietários dos fatores de produção) e empresas (unidades produtoras), o nível de renda nacional que dependerá de vazamentos e injeções nesse fluxo.
 vazamento de rendas: ocorre quando parcela da renda recebida(salários, juros, aluguéis, lucros) pelas famílias não é gasta com as empresas nacionais.
vazamentos = poupança agregada + total de impostos + importações
 injeções de renda: recursos injetados no fluxo básico, que não é originado da venda de bens de consumo às famílias no período.
	
injeções = investimento agregado + gastos públicos + exportações
Injeções> vazamentos = a renda nacional está crescendo
Injeções < vazamentos = a renda nacional está em queda
Injeções = vazamentos = a renda nacional está em equilíbrio 
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O multiplicador keynesiano de gastos: mostra que se a economia estiver com recursos desempregados, um aumento na demanda agregada provocará o aumento da renda nacional mais que proporcional ao aumento da demanda. 
Ele é expresso genericamente por:
k = variação da renda nacional/ variação da demanda agregada
Mais conhecidos:
kI = variação da renda nacional/ variação dos gastos de investimentos
kG = variação da renda nacional/ variação dos gastos do governo
O efeito multiplicador dependerá das propensões marginais a consumir e a poupar: quanto maior a propensão a consumir da coletividade, maiores os gastos com bens e serviços, em cada etapa, e maior o efeito multiplicador; maior a propensão a poupar, menor o multiplicador. O multiplicador também tem o efeito perverso: se os gastos caírem a renda cairá mais que proporcional. 
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Política fiscal, inflação e desemprego
Economia com desemprego de recursos: insuficiência da demanda agregada em relação à produção de pleno emprego(hiato deflacionário). Instrumentos de política fiscal:
 aumento dos gastos públicos;
 diminuição da carga tributária; estimulando as despesas de consumo e de investimento;
 subsídios e estímulos às exportações;que elevam a demanda do setor externo pela produção interna;
 tarifas e barreiras às importações; que protegem a produção nacional da concorrência externa.
Teorema do orçamento equilibrado: em uma situação de desemprego, se os gastos públicos forem elevados no mesmo montante da arrecadação fiscal (orçamento público equilibrado), a renda nacional aumentará nesse mesmo montante.
Aumento dos gastos públicos = aumento da tributação = aumento da renda nacional
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Economia com inflação: quando a demanda agregada de bens e serviços supera a capacidade produtiva da economia.(hiato inflacionário).Ou seja, a demanda está muito aquecida, e a oferta não tem condições de acompanhá-la, o que leva a um aumento de preços, tendo um diagnóstico de inflação de demanda.
 Instrumentos de política fiscal:
 diminuição dos gastos públicos;
 elevação da carga tributária sobre bens de consumo, desestimulando gastos em consumo;que deve preservar os investimentos e as exportações
 elevação das importações, pela redução de tarifas e barreiras, o que aumentaria o grau de abertura da economia para produtos estrangeiros, acirrando a competitividade, inibindo elevações dos preços internos.
Inflação de custos: produção abaixo do pleno emprego, deve-se ao aumento dos custos de produção, que retrai a produção agregada. Nesse caso, políticas de contenção de demanda agregada apenas rebaixarão o nível de produção, criando mais desemprego.
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