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SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA – SPA CLÍNICA CURSO DE PSICOLOGIA CAMPUS SANTA CRUZ RIO DE JANEIRO-RJ ESTÁGIO ACADÊMICO SUPERVISIONADO 2021.1 VINICIUS SILVA DE MENDONÇA 20170340309-6 RELATORIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA: TERAPIA COMPORTAMENTAL COGNITIVA CRP-RJ 05/36445 Rio de Janeiro Fevereiro à Junho de 2021 VINICIUS SILVA DE MENDONÇA RELATORIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA: TERAPIA COMPORTAMENTAL COGNITIVA Relatório de Estágio supervisionado em Psicologia Clínica, realizado no serviço de psicologia aplicada (SPA), apresentado ao Curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio do rio de janeiro, como requisito final da disciplina de Estágio Específico em Terapia Comportamental Cognitiva em Psicologia Clínica. Professor/Supervisor Alexandre Villaba CRP 36445 Rio de Janeiro Fevereiro à Junho de 2021 3 SUMÁRIO Introdução 4 1.Atividades desenvolvidas 4 1.2Atividades de Atendimento pelo SPA 4 2.Resumo das Aulas- Conteúdo Ministrado e Supervisão...........................11 3.Produção Textual............................................................................................16 4.Avaliação e Autoavaliação 24 5.Referências Bibliográficas 25 6.Parecer do Supervisor 26 4 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho se refere a um relatório parcial, do conteúdo que foi lecionado pelo professor e orientador Alexandre Villalba na disciplina de Estágio em TCC 1. Visando todo o material aprendido tanto em sala de aula como conteúdos teóricos; deveres de casa: resumos de livros e filmes relacionados a psicoterapia comportamental cognitiva e atividades práticas com atendimento a um paciente, sendo supervisionado constantemente pelo professor. 1.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 1.2 ATIVIDADES DE ATENDIMENTO PELO SPA No primeiro momento relacionado as atividades que seriam desenvolvidas no atendimento pelo SPA, o professor nos orientou que fossemos até o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) e solicitássemos fichas de candidatos, para entrarmos em contato e iniciarmos o desenvolvimento do atendimento psicológico supervisionado. Seguindo tais instruções, o paciente que neste relatório será chamado de M por virtude de sigilo, aceitou dar inicio aos atendimentos na modalidade remota e por ser menor de idade também teve autorização de seus responsável legal. SESSÃO DE AVALIAÇÃO – 17/03/2021 Inicialmente me apresentei ao paciente, e expliquei que precisava confirmar alguns dados que já existiam na ficha e preencher outros que ainda não estavam descritos. Após este momento comecei a questioná-lo para saber os motivos que o fez procurar a ajuda de um atendimento psicológico e neste caso a permanência. M disse que desejava melhorar o seu relacionamento com a sua mãe, que desejava parar de respondê-la e que se sentia triste constantemente após esses momentos de discussão. relatou que não se lembrava de como se comportava ao responder a sua mãe e não se lembrava de seus pensamentos no momento. Relatou que teve uma infância "normal" e uma adolescência da mesma maneira, "normal". Relatou que o que mais gostava de fazer era mexer no celular que também já foi motivo de discussões com sua mãe. O Paciente sempre relatava que "não sabia" ou "não se lembrava", comentou que não serecordava de nenhum acontecimento que tenha sido marcante durante a sua infância ou adolescência. Também relatou que não se recordava da última vez que respondeu sua mãe. Mencionou que mora 5 com sua mãe e com seu irmão e que seu relacionamento é "normal" com ambos, mas que desejava melhorar o relacionamento apenas com a mãe. Após este momento, expliquei brevemente sobre a terapia cognitiva e o seu modelo cognitivo, sobre horários, sobre a importância da pontualidade e das consequências da falta da mesma. Do espaço "ser dele" plenamente durante aquele momento e o mesmo disse que tinha e desejo em continuar o tratamento para melhorar seu relacionamento com sua mãe. Após confirmar o próximo encontro, nos despedimos. 2º Encontro - 24/03/21 O paciente chegou brevemente atrasado, apenas 5 minutos, e não comentou sobre o motivo. Então apenas demos continuidade. Realizei a verificação de humor de M e o mesmo relatou que numa escala entre zero e dez, se encontrava em um nível 10 relacionado a cansaço. E este cansaço era devido a rotina de ida e volta da escola e que se sentia aliviado pela possibilidade dos feriados adiantados pela prefeitura. Não relatou uma nova queixa, contudo mencionou que durante aquela semana ocorreram 3 discussões com sua mãe e apenas se recordava de uma. Relatou que no sábado M, deveria estar na igreja às 16 horas da tarde para a reunião e avisou sua mãe sobre isso. Contudo, por causa dela ele se atrasou. Mi ficou com raiva e discutiu com a sua mãe sobre esse atraso/ que ia chegar atrasado por causa dela e seu comportamento foi ficar estressado/resmungar. Ao chegar à igreja se sentiu aliviado por estar lá e direcionou sua atenção à reunião em si e ao chegar em casa e até o encontro, não teve mais discussões com a sua mãe. Para a construção da pauta, também relatei que iremos desenvolver o diagrama de conceituação cognitiva e expliquei como funcionava e a importância do mesmo. No início só mencionou ocorrido com a sua mãe e o atraso na igreja, mas após indagar se ele recordava de algum outro acontecimento relevante para adicionarmos ao diagrama, M, relatou + 2 ocorridos. A separação dos pais ocorreu quando ele tinha 10 anos de idade e a morte de seu avô (que não era de sangue) quando ele tinha 8 anos de idade. M relatou no que se diz respeito ao avô, que ele sentia muitas saudades e se sentiu muito triste durante todo esse período da morte do seu avô, que o seu avô o visitava diariamente pelas manhãs para tomar café com ele e levar o irmão mais velho para a escola. E ao receber a notícia ficou muito triste e se isolou dos outros familiares. No discurso relacionado a separação dos pais, foi relatado que ocorreu quando ele 6 tinha 10 anos de idade e que não se lembrava muito do como ocorreu. Que não se lembrava dos pensamentos, mas se recordava de que se sentiu triste e se comportou “bem” (pois para ele, ele reagiu melhor que as demais crianças reagiriam, geralmente nessas situações) e que teve suas notas altas (quando geralmente são medianas). Mencionou que existia a possibilidade de não conseguir se encontrar na semana seguinte, devido ao fato do decreto da prefeitura e existir a possibilidade de ir para casa de algum parente com a mãe e o irmão e não ter disponibilidade no local para a chamada. Devido ao tempo, não conseguimos concluir o diagrama, nos despedimos e reforcei sobre a importância da pontualidade nos atendimentos. 3º Encontro – 09/04/2021 Devido ao “lockdown” da prefeitura entre os dias 26/03 até o dia 05/04, M comunicou que não poderia se encontrar na sessão seguinte do dia 31/03, devido estar na casa de sua tia e não ter um espaço adequado para reunião, então marcamos para a quarta feira seguinte (07/03), contudo um dia antes 06/03 M comunicou que existam familiares em sua casa no dia 07/03 e também não haveria silêncio para o encontro e pediu para remanejar para o dia 09/04/2021 e assim fizemos.No dia 09/04/2021, ocorreu o encontro. Inicialmente, perguntei sobre a checagem de humor de M e o mesmo falou que entre 0 e 8 se encontrava em um nível 8 referentes estar descansado após os dias do feriado e isso lhe trouxe conforto. Relatou que esquecerá de realizar a tarefa de casa a qual passei na semana anterior sobre o mapeamento dos pensamentos, para descobrirmos os pensamentos automáticos, após isso passei um período ressaltandoa importância e a necessidade do dever de casa e reforçando esta ideia para ajuda mútua no desenvolvimento da terapia. Falamos sobre o diagrama, mas, M, não se recordava muito e então partimos para o autorrelato. M relatou que: “Eu acho o M muito imaturo, mais engraçado e carinhoso, mais isolado um garoto muito normal mais tbm que guarda muito sentimentos e acaba sendo muito explosivo”. Após atenciosamente ler o autorrelato dele, começamos a pontuar questão por questão e a desenvolver os pontos relevantes. Após este momento tivemos uma breve conversa sobre assertividade e o que ele achava deste tema e ele se interessou bastante, comentou que precisa ser mais assertivo e explanou seu desejo em conversar mais sobre isso na próxima sessão. 4º Encontro - 16/04/21 7 Como combinado na semana anterior optamos por deixar os encontros nos dias fixos de sexta-feira, ao invés das quartas. Como de costume indaguei M sobre a escala emocional, neste dia ele comentou que estava numa escala média, 5, o que seria “normal”, nem feliz e nem triste. Perguntei se houve algum ocorrido entre o nosso último encontro e este que ele achou relevante e o mesmo disse que não, que o seu relacionamento com sua mãe (que era sua queixa principal e objetivo da terapia) estava melhor e não havia ocorrido discussões. Dando continuidade, perguntei se ele se recordava sobre o que havia, de maneira sucinta, comentado sobre assertividade e o mesmo respondeu que se lembrava “um pouco”. Tendo ciência desse comentário, dei início a psicoeducação sobre o termo “assertividade” seguindo orientações do professor Alexandre Villalba segui o breve material que consegui juntar do livro de habilidades sociais da autora Del Prette, consegui falar das diferenças de ser assertivo, passivo e agressivo e perguntei a M se ele havia entendido o mesmo disse que sim e após isto marcamos de desenvolver técnicas para o desenvolvimento de habilidades sociais e ser mais assertivo para o próximo encontro. 5º Encontro - 23/04/21 Comentou sobre o dia de São Jorge e que estava feliz por ter ganhado feijoada de graça de sua vizinha e que ela dava para qualquer pessoa que pedisse e que até eu poderia ir lá e pedir uma feijoada no dia de São Jorge no ano seguinte. M demonstrava-se bastante confortável e aberto a conversar durante a sessão inteira. Perguntei se havia ocorrido algo que ele achava relevante entre o último encontro e este é o mesmo disse que não teve “relevante” no sentido de discussão e que o seu relacionamento com sua mãe estava melhorando e até contou de um episódio que na quarta-feira (21/03 também feriado), ele e sua mãe passaram a tarde vendo uma série (Lupin, disponível no streaming Netflix) e foi um momento extremamente confortante e feliz. Tentando “linkar” o que havia lhe psicoeducando sobre assertividade, perguntei a M se ele conseguia identificar na série que ele havia assistido momentos de assertividade, passividade e ou agressividade (perguntei isto, pois eu mesmo já havia assistido a série e me recordava de momentos que foram transmitidos) e M conseguiu sim, comentar diversos momentos onde os personagens, principalmente o protagonista Lupin foi assertivo e também agressivo e a forma como ele foi desenvolvido na série e depois desenvolvemos, como o orientador me instruiu a técnica de “roleplay”, e “teatramos” o momento de discussão que ele havia tido com a mãe em um episódio de ir a igreja que ocorreu semanas atrás e consegui lhe explicar, como poderia ter reagido da maneira mais assertiva naquela situação. Contudo, devido ao fato de a 3 encontros seguidos M não relatar mais nenhuma queixa com o seu relacionamento com sua mãe e 8 sucessivamente dizer que vêm melhorando gradativamente o indaguei se essa ainda era a sua queixa e qual seria o seu objetivo geral com a terapia. Após refletir, M, disse que essa não era mais a sua queixa e que “talvez o seu objeto atualmente seja tratar os episódios de ansiedade que ele havia tendo”. Pelo fato de nunca ter comentado isto, fui pego de surpresa, mas tentei relembrar do que foi desenvolvido em sala de aula sobre a temática conjuntamente a relatos de outros estagiários com pacientes que apresentavam quadros de ansiedade. Como se fosse um “primeiro atendimento” questionei M sobre essa nova queixa. O mesmo disse que ocorria “varias vezes”, por exemplo nessa semana ele disse que havia ficado deitado a noite inteira, olhando pro “nada” em posição fetal, “meio depre”, e o motivo disso eram assuntos que eram relacionados a escola, ao futuro, e que isso fazia ficar “baforado”, coração acelerava, ficava agitado e não conseguia dormir e após isso via um momento depressivo. Na infância relatou, que quando tinha alguma coisa pro dia seguinte, ficava ansioso ao ponto de sair pela casa gritando a noite, sem sono. E também teve um dia que todos estavam dormindo, e ele passou toda a madrugada acordado pensando no pai que ia acordar pra trabalhar às 5 horas no dia seguinte (enquanto os pais ainda moravam juntos, logo foi um ocorrido na infância). Relatou que sempre tenta se acalmar ficando quieto e fazendo silêncio Ele acredita que a sua demanda tenha sido alterada, em relação a um novo ensino médio técnico Que a mãe dele cobrava que ele fizesse desde o 9° ano pra entrar no Pedro II e depois fizesse o ensino médio lá mesmo. A mãe falava pra ele procurar, você dar o melhor, pra ele procurar saber, qual profissão escolher. Ele sentia um peso nas costas, um fardo, ele repetia as frases na mente e perpetuando e voltou a falar no início do ano, fevereiro, sobre essa cobrança de escolas. O que você M pensa sobre isso? - Eu penso que é uma coisa boa, mas ao mesmo tempo não é boa. Por que as provas podem prejudicar o pensamento dos alunos, Se as pessoas só estudassem seria ótimo para conhecimento e não provas e punições. Emoções: tristeza, angústia. Comportamento: de ir pra escola, fazer tudo que pedirem mesmo sabendo que é errado. Devido a problemas de saúde, não consegui realizar o encontro da semana do dia 30/04 e avisei ao paciente com antecedência e prontamente topou adiarmos o encontro. 9 6º Encontr 07/05/2021 No dia 07/05/2021, como de costume realizei a verificação humoral de Miguel e o mesmo disse que estava contente em um nível 6, mas no geral estava “normal”. Perguntei se havia acontecido alguma discussão com sua mãe ou algum episódio de ansiedade (como ele havia mencionado na sessão anterior) e o mesmo disse que nada disso ocorreu, que foi uma semana tranquila e cansativa nos aspectos escolares. Seguindo as instruções do professor, continuei a psicoeduca-lo sobre habilidades sociais, contudo dessa vez focamos em planos/projetos de vida, em aspectos saudáveis e também quando expectativas em algo relacionado a aprovações ou metas podem ser prejudiciais e danosos quando são irreais. Conversamos sobre o tema, expondo pontos e exemplificando no contexto dele e solicitei a Miguel que fizesse um planejamento de como ele esperava se encontrar daqui a um ano (tendo em vista expectativas reais) e que me trouxesse no nosso próximo encontro para conversarmos sobre. 7º Encontro 14/05 No dia 14/05, que seria o encontro seguinte, Miguel comunicou que estaria em semanas de avaliações que inviabilizaria o encontro da semana e pediu para remanejar para a semana seguinte. Prontamente atendi o pedido e remarcamos. 8º Encontro 28/05 No dia 28/05 realizamos uma leitura do primeiro capitulo do livro “Competência social e habilidades sociais: Manual teórico-prático” em conjunto e depois fizemos pontuações, M conseguiu relembrar aspectos que havia exposto para ele no inicio da psicoeducação sobre habilidades sociais e ainda acrescentou certos comentários ao capitulo. O informei que os nós dois próximos encontros seriam os últimos, após a informação perguntei se o mesmo tinha a algo à acrescentar,M relatou que não e que havia gostado do livro. Após isto, finalizei o encontro. 9º Encontro 04/06 No dia 04/06 nos encontramos e como de habito realizei a verificação humoral e M se encontrava no nível 8 em satisfação. Ciente que já se aproximava do termino dos encontros, perguntei se havia alguma queixa que ele queria tratar e o mesmo comentou que não havia ocorrido nada de relevante no decorrer da semana. Então, começamos a relembrar aspectos da terapia cognitiva (níveis de crenças, reestruturação cognitiva, pensamentos automáticos) mas sempre indagando a M sobre o que ele recordava e o mesmo foi pontuando (de maneira positiva, onde se recordava bastante dos aspectos da terapia e da abordagem) como aplicar. Devido à instabilidade na internet de M, ficava caindo e voltando toda hora, nosso encontro teve apenas 35 minutos. 10 10º Encontro 11/06 No dia 11/06, realizei o encontro com o M, seu nível humoral era 7 em satisfação. Perguntei se havia ocorrido algo que fez com que ele faltasse no encontro anterior o mesmo disse que havia esquecido. Dei continuidade com o encontro e realizamos a sessão de finalização e feedback. Pelo fato de ter anotado todos os encontros, foi pontuando desde a primeira sessão (junto com a anamnese) até os últimos encontros, fomos comentando a pontual melhora no relacionamento com a mãe de M, que era sua queixa inicial e o motivo pelo qual dele procurar atendimento psicológico no SPA e fui indagando-o para o mesmo comentar os momentos de melhora e onde melhorou e confirmar se realmente a queixa foi solucionada. E sim, o próprio M conseguiu confirmar que em relação a queixa que ele trouxe ao SPA havia sim sido solucionada e que se encontrava feliz com o resultado. Também reforçou que precisaria e iria contionuar desenvolvendo as habilidades sociais pois percebeu que era de extrama importãncia, prontamente passei recomendações feitas pelo professor como leitura para maior desenvolvimento de suas habilidades e o informei da alta, nos despedimos e finalizei a sessão. . 11 2.1 RESUMO DAS AULAS- CONTEÚDO MINISTRADO E SUPERVISÃO. No primeiro dia de aula do estágio clínico em Terapia Cognitiva Comportamental, no dia 25/02/2021, ministrada e supervisionada pelo professor Alexandre Villalba, o professor dedicou ao pequeno grupo de alunos uma breve apresentação e elucidação de como seria a o estágio, aspectos do Serviço de Psicologia Aplicado (SPA) e dicas de materiais que seriam utilizados em sala de aula e trabalhos. O professor começou a fazer um breve resumo da terapia cognitiva comportamental, que havíamos aprendido em TSP4 e alguns alunos que fizeram a disciplina ênfase em TCC e também indicou a leitura do livro Terapia Cognitivo- comportamental – Judith S. Beck e solicitado o resumo do capítulo 1 ao capítulo. Alexandre, citou os aspectos mais essências sobre a TCC, o modelo cognitivo, as crenças e seus níveis (nucleares, intermediárias e pensamentos automáticos), os grupos de Crenças Nucleares e os princípios da TCC em si. No segundo encontro, dia 04 março, o supervisor iniciou a aula com a temática da estrutura da primeira sessão, tendo ciência que em breve os alunos ja iriam buscar pacientes no SPA, que seria a sessão de avaliação, nos instruiu em como estrutura-la e organiza-la em 50 minutos. psicoeducação e sua grande importância no desenvolvimento da terapia e do enquadramento para sessões futuras. Foi específico ao ressaltar que devemos deixar claro e ter sempre em mente a queixa e a demanda principal do paciente e sobre como devemos ler e compreender a anamnese. Citou como exemplo o questionário de história de vida o Lazarus e uma versão que ele fez resumida se baseando nesse questionário. Utilizando também de uma técnica de TCC e para ajudar a tirar as duvidas e receios dos alunos quanto ao primeiro atendimento, o professor desenvolveu uma encenação com dois alunos onde simulavam o primeiro atendimento (de maneira presencial) e ia pontuando conforme ia se desenvolvendo. No terceiro encontro, realizado no dia 18 de março, o professor e supervisor nos instruiu sobre o desenvolvimento que seria necessário para o relatório parcial e alguns pontos que deveriam conter nele e iniciou a aula em si, com o foco na estrutura das sessões e nos mostrou o diagrama de conceituação cognitiva, nos instruiu como preenche-lo e falou que deveríamos utiliza-lo já na segunda sessão. Nos instruiu que 12 no inicio de cada sessão deveríamos fazer uma checagem em relação ao grau e ao humor do paciente, construir a pauta junto ao paciente, nos apresentou diversos formulários que poderíamos utilizar como tarefas de casa (1.1, 1.2, 1.3,...) e também nos disponibilizou via PDF. No quarto encontro, realizado no dia 25 de março, a aula foi focalizada na elucidação da relevância dos pensamentos automáticos na dinâmica terapêutica utilizando a TCC como abordagem referencial e como os alunos podem evocar esses pensamentos durante os atendimentos. Também passou um novo resumo de livro, agora foi o capitulo 9 do livro "Psicoterapias Cognitivo Comportamentais- um diálogo com a psiquiatria, por Bernard Rangé e nos relatou que devido a evolução do quadro de COVID-19 no estado do RJ as aulas e consequentemente as supervisões estariam suspensas e nos realocaríamos via online, na plataforma TEAMS. Conjuntamente a essa explicação sobre os pensamentos automáticos, informei como foi o meu primeiro encontro, sobre as dificuldades que passei para conseguir encontrar um paciente mas informei sobre a queixa dele, de ter problemas em se relacionar com a mãe e que constantemente tinha brigas e que seu objetivo era melhorar esse relacionamento. Informei o professor sobre a dificuldade de conseguir algumas respostas com meu paciente, por ele sempre falar "normal" e o professor me instruiu, por exemplo a perguntar "o que é normal?" " o que é normal para você?", e isso me auxiliou em muito para as sessões futuras. Fui orientado a realizar o diagrama de conceituação cognitiva, sempre explicando o que é o diagrama e cada ponto dele conjuntamente ao paciente, de maneira clara que ele possa entender No quinto encontro, realizado no dia 01 de abril, a aula foi através de ensino remoto na plataforma TEAM das Microsoft devido a um decreto da Prefeitura do Rio de Janeiro em virtude da COVID-19 em antecipar feriados. O orientador falou sobre como ocorria a identificação dos pensamentos automáticos e em seguida iniciou as orientações. Comentei que devido ao feriado antecipado meu paciente tinha me avisado previamente que não poderíamos nos encontrar naquela semana, informei ao professor e o mesmo me pediu para que apenas tomasse cuidado para que isto não se tornasse uma rotina. 13 No sexto encontro, realizado no dia 08 de abril, ainda na plataforma online, o orientador nos instruiu sobre as técnicas utilizadas na Terapia Cognitiva Comportamental para relaxamento que podem ser ensinadas também aos pacientes ou realizadas conjuntamente a eles se eles tiverem algum episódio de agitação durante a terapia. Durante essa exposição de técnicas, Villalba nos instruiu ferramentas como controle da respiração e relaxamento muscular, podendo ser muito utilizado em episódios de ansiedade. O professor também fez uma atividade prática com os alunos utilizando essa técnica de relaxamento e depois os alunos deram seus feedback's dessa dinâmica. Em nosso sétimo encontro, realizado no dia 15 de abril, as atividades voltaram a serem ensinadas presencialmente. A aula começou com os relatos dos alunos sobre os seus atendimentos e suas devidas orientações. Em seguida o foco principal da aula foi sobre a ansiedade e os seus transtornos, foi mencionado por exemplo como a ansiedade pode influenciar o organismo de um indivíduo. Também relatou sobre o TAG, Transtorno de Ansiedade Generalizada, e outras fobias,debatemos sobre suas implicações e quais prejuízos e consequências ele pode trazer na vida de um indivíduo além de nos apresentar, também, o inventário de depressão do Beck. Como havia alterado meu encontro para o dia 16 de abril, não houve relatos relacionados ao paciente da minha parte, mas ocorreu a orientação normal para os demais alunos. No oitavo encontro, no dia 22 de abril, todo o período da aula foi direcionado a supervisão do estágio, devido ao fato de a supervisão estar entre feriados e o professor saber da possibilidade de vir poucos alunos. Comecei falando sobre a assertividade e sobrecomo havia exposto ao M, e o professor continuou me orientado que deveria permanecer pelo menos por um tempo focado nesse aspecto, indicando leituras, falando que eu poderia fazer slides ou pedir para ele ler algum capitulo ou até mesmo resumir, deu dicas de técnicas e atividades para ser desenvolvidas no encontro e após isso os demais alunos relataram suas sessões. Em nosso nono encontro, aula do dia 29 de abril, o professor via WhatsApp informou que estaria disposto a retirar apenas duvidas em relação aos encontros mas que devido a semana de provas da instituição não iria exigir a obrigatoriedade de presença em sala de aula. No dia 06 de maio o encontro foi realizado entre o intervalo da semana retrasada a esta data, pois no dia 29/04 ocorria a semana de avaliações na instituição e o professor dispensou os alunos para poderem se dedicar aos estudos para outras disciplinas e concluíssem os relatórios em casa, mas esteve presente 14 presencialmente na sala de aula para sanar qualquer dúvida caso algum estagiário tivesse. No dia 06/05 retomamos comas atividades da disciplina normalmente, o professor abriu a aula mostrando um esquema/panorama da retenção dos pacientes do Serviço de Psicologia Aplicado, em sua grande maioria esses pacientes passam por todas as abordagens ofertadas pelo serviço da instituição e até mesmo retornando a alguma delas da qual já foram expostos, sendo isso um possível arrecadador de prejuízo pois não era um trabalho focalizado na melhora do paciente e eficiente e acabava descredibilizando a instituição, os alunos e a abordagem. Em uma tentativa resolver esse impasse, o professor orientou os alunos para que trabalhem com perspectiva de alta para seus pacientes, solicitou um planejamento de todas as sessões que fariam até o final do semestre (que poderia ser mudada sem nenhum problema de acordo com o curso da terapia) e chegando a essa última sessão seria feita uma devolutiva que consistiria na avaliação do problema do paciente para que o mesmo pudesse obter alta ou se manter com o mesmo estagiário no próximo semestre. Após este momento, ocorreu a orientação aos alunos sobre seus atendimentos e posterior foram dispensados. No dia 13/05/2021, foi realizado o nosso décimo primeiro encontro, neste dia fique impossibilitado de comparecer a aula presencialmente devido uma fiscalização de viaturas pelo governo, impossibilitando que chegasse à aula. Contudo, através de colegas presentes em aula consegui absorver partes do conteúdo e assistir os vídeos. Foi relatado que em seu primeiro momento de aluna, o professor focou na demonstração de vídeos que demonstraram algumas situações específicas, que ocorrem com certa frequência nas sessões de Terapia Cognitivo- Comportamental. Foram exibidos 3 vídeos, os dois primeiros focaram no esforço realizado pelo terapeuta para demonstrar a efetividade do tratamento para à própria paciente e na sua adesão, a paciente tem dificuldade em manter a regularidade de seus remédios, por exemplo, então o médico solicita que inclua o medicamento em uma atividade que ela faça todos os dias, no caso dela foi escovar os dentes. No terceiro e último vídeo, foi apresentado o processo de transformação dos pensamentos automáticos desadaptativos da paciente, no caso exposto a paciente cita alguns de seus pensamentos é de que será demitida de novo, seu chefe não vai gostar dela e que cometerá erros. A terapeuta nesse caso se utiliza de algumas técnicas como uma análise do seu último emprego e o Continuum Cognitivo para trabalhar esses 15 pensamentos. Após este momento o professor pontuou sobre os vídeos e fez as orientações. No dia 20/05 a a aula teve seu início a uma apresentação de um vídeo do psiquiatra Paulo Knapp, o vídeo em questão é uma encenação em palco da sessão de avaliação de um homem que chega até Paulo com uma queixa de problemas relacionados a suas interações sociais, ele se declara como um homem de cultura e de posses, mas ultimamente sofre com difamações de outras pessoas, ele menciona que pessoas param a conversa quando ele se aproxima e outros problemas relacionados a isso. É explicitamente exposto a forma como o terapeuta conseguir articular com o paciente para que o mesmo possa reconhecer seus erros internos e as possíveis mudanças, que outrora nem o mesmo conseguia perceber que tinha/fazia. No Ao fim do vídeo, o professor pediu aos alunos que fizessem suas pontuações sobre o que foi exposto lá e todos fizeram suas contribuições, o professor ainda acrescentou que a abordagem usada por Paulo Knapp no vídeo poderia ser uma boa orientação para explorar as queixas dos pacientes que eventualmente chegaram aos estagiários, mas isso deveria ser mesclado com o estilo pessoal de cada um de exercer a Teoria Cognitivo-Comportamental. Após esse momento veio as orientações sobre os atendimentos e posteriormente fomos dispensados. Em 27 de maio a aula que teve seu tempo inteiramente dedicado as orientações sobre os casos clínicos dos alunos em seus atendimentos no Serviço de Psicologia Aplicado e retirar dúvidas sobre cada atendimento. Aula do dia 10/06/2021 O encontro em questão teve um intervalo de duas semanas desde o último, pois no dia 03/06/2021 foi feriado e a aula não pode ser realizada. A aula se iniciou já com o aconselhamento e escuta sobre os atendimentos, devido a intervalo de tempo e consequentemente tendo 2 encontros para serem relatados O professor então seguiu para as orientações em relação ao final do semestre, os atendimentos da semana seguinte seriam os últimos do período e caberia aos estagiários explicar isso aos seus pacientes, e também recomendou que os estagiários preparassem atividades de TCC para os pacientes desenvolverem nesse intervalo, tendo a indicação do livro “A Mente Vencendo o Humor”. Também orientou sobre o relatório final, sua estrutura e questões especificas e dispensou a turma. Em 17 de junho, devido a situações criticas ocorrendo no bairro de Santa Cruz foi realizado de maneira remota via Teams. 16 3.PRODUÇÃO TEXTUAL Resumo dos capítulos 1, 2, 3, 4 e 5 do livro “Terapia Cognitivo-Comportamental, Teoria e Prática” de Judith S. Beck O primeiro capítulo do Livro abrange aspectos do que é em si a TCC, o que é a terapia cognitiva comportamental, como ela se desenvolveu, quais são seus princípios, quais seus objetivos, relata dados científicos que comprovam sua efectividade e também começa a instrução de como se tornar um terapeuta cognitivo- comportamental de maneira eficaz. Já o capítulo dois, descreve de maneira sucinta como o tratamento utilizando a TCC como referencial teórico funciona e apresenta os seus elementos que perpassam em cada uma das sessões, sendo resultado o planejamento do tratamento e a estrutura de cada uma das sessões, a importância e a necessidade de um bom desenvolvimento de relação e aliança terapêutica, a identificação e a resposta às cognições disfuncionais que foram apresentadas, ter um foco sempre em perspectivas positivas e todo o suporte que o paciente deve ter entre uma sessão e outra, para auxiliar na facilitação da mudança cognitiva, os exercícios de casa. Ademais, no capítulo três menciona sobre a conceituação cognitiva, sobre o fato dela dar o enquadramento para acompreensão do paciente e a sua essencialidade para o inicio da formulação de um caso, também são indicadas as perguntas possíveis para conseguir extrair do paciente respostas que auxiliem na formulação dessa conceituação. Outrossim, no capítulo quatro é tratado sobre a sessão de avaliação em si, sobre o aprendizado nos objetivos e estruturas da sessão, direções de como conduzir a avaliação, sobre relatar o diagnóstico provisório, desenvolver objetivos inicias e moldar as expectativas do paciente para o resultado do tratamento, sempre sendo realísticas e aprendizagem sobre o que fazer após a sessão de avaliação, incluindo também uma construção de conceituação provisória do paciente que pode ser alterada no decorrer da terapia. E por fim, no capítulo cinco é tratado sobre a estrutura da primeira sessão, são discutidos aspectos para desenvolver o entendimento no como discutir com o paciente o diagnóstico dele, sobre como realizar a verificação do humor, definir objetivos, começar os trabalhos focados em um problema, selecionar quais os melhores exercícios de casa e sobre a solicitação de feedback. 17 Resumo dos capítulos 9, 10, 11, 12, 13 e 14 do livro “Terapia Cognitivo- Comportamental, Teoria e Prática” de Judith S. Beck O capítulo nove, começa relatando sobre a identificação dos pensamentos automáticos. Fala sobre o modelo cognitivo e afirma que a interpretação de uma situação frequentemente é o que expressa quais são os pensamentos automáticos, influenciando também a emoção, o comportamento e a resposta fisiológica. O capitulo descreve as características dos pensamentos automáticos e instrui o terapeuta a como explicar os pensamentos automáticos para o paciente, como evocar e detalhar estes pensamentos e como ensinar o paciente a identificar os seus pensamentos automáticos utilizando exemplos dele mesmo. Após, no capítulo dez fala sobre a identificação das emoções, fala sobre a relevância das emoções para a terapia cognitiva-comportamental. E instrui o terapeuta a como diferenciar pensamentos automáticos de emoções (que ocorre frequentemente), distinguir as emoções, a nomea-las e a classificar a intensidade de cada uma das emoções. Ademais, no capítulo onze é retratado sobre a avaliação dos pensamentos automáticos, é mencionado sobre o grande numero de pensamentos que o paciente pode ter durante um único dia, sobre serem funcionais ou não. O capítulo em si, percorre aspectos como: selecionar os pensamentos automáticos essenciais, usar o questionamento socrático para avaliar a validade dos pensamentos automáticos do paciente, conceituar quando a avaliação é ineficaz, sobre a capacidade e a individualidade do terapeuta em usar métodos alternativos para questionamentos e para adquirir a resposta aos pensamentos automáticos, saber responder quando o pensamento automático é verídico e a ensinar o paciente a avaliar os seus próprios pensamentos( se eles são disfuncionais ou não). Em seguida, no capítulo doze é exposto sobre as respostas aos pensamentos automáticos, ele parte do pressuposto do capitulo anterior ter demonstrado como ajudar o paciente a avaliar os seus próprios pensamentos automáticos e determinar a eficácia da avaliação da sessão, tendo isto em vista o capitulo doze descreve como facilitar a avaliação do paciente e a resposta aos pensamentos automático entre uma sessão e outra, principalmente através das tarefas de casa. Outrossim, no capítulo treze é trabalhado sobre a identificação e a modificação das crenças intermediárias. Este capítulo focaliza-se em descrever os entendimentos 18 mais profundos geralmente não articulados que os pacientes tem a respeito de si mesmo, sobre as pessoas ao seu redor e o seu futuro. Inicialmente o capitulo descreve a conceituação cognitiva (que outrora foi apresentada no capítulo 3) e ilustra o processo de desenvolvimento de um diagrama de conceituação cognitiva. E por fim, o capítulo quatorze é semelhante em certos aspectos com o capitulo treze, contudo neste seu foco é na identificação e modificação das crenças nucleares. Resumo do capítulo 9 do livro “Psicoterapias Cognitivos-Comportamentais: Um Diálogo com a Psiquiatria” de Bernard P. Rangé Este capítulo fala sobre o fato de a Terapia Cognitivo Comportamental se caracteriza como uma abordagem a qual é planejada previamente e possui uma estrutura e por este motivo, o sucesso do desenvolvimento da terapia é obtido e relacionado através da utilização de protocolos de tratamentos e aos seus sistemáticos processos de avaliação e conceituação cognitiva dos casos de seus pacientes. A conceitualização cognitiva é a habilidade mais importante a ser desenvolvida por um terapeuta que utiliza como base a TCC, pois esta constitui uma etapa primordial para promover uma abordagem adequada na TCC, ela configura a etapa entre o processo de recepção do paciente e sua escuta inicial e a aplicação do plano de tratamento. Sua importância se deve ao fato de que, além dela funcionar como uma espécie de bússola para o terapeuta, também é utilizada como recurso de psicoeducação do paciente sobre o processo psicoterapêutico da TCC e sobre as suas dificuldades pessoais e/ou psicopatologia. Cada indivíduo é portador de uma história diferente e de crenças diferentes e por isto , se faz necessária a elaboração de uma investigação profunda e meticulosa a fim de que as conexões entre os tipos de conhecimentos (declarativo e procedural) e entre diferentes níveis de cognições; pensamentos automáticos (interpretações dos estímulos vividos, com base nas crenças dos esquemas); crenças intermediárias (ligação entre o que as premissas absolutas do paciente e o nível da ação) e as crenças nucleares (que constituem o nível mais profundo da cognição). 19 Os componentes da formulação cognitiva são: 1 Dados de Identificação do Paciente (como nome, idade, profissão etc); 2 Uso de Medicações (medicamentos como entorpecentes, ou remédios controlados); 3 Motivo da Busca do Atendimento; 4 Forma de Encaminhamento; 5 Informações Históricas Relevantes infância e da adolescência) 6 Lista de Problemas; 7 Diagnóstico Ateórico (Multiaxial); 8 Diagnóstico Teórico. A Conceitualização Cognitiva em casos adultos mostra-se como essencial para o desenvolvimento de uma psicoterapia cognitivo- -comportamental com sólida fundamentação teórica. Uma boa conceituação cognitiva, uma boa conceitualização é a ferramenta que permite a adaptação ideal das premissas dos protocolos de atendimento empiricamente validados à realidade de cada paciente e às suas especificidades socioculturais no determinado momento o qual ele procurou a ajuda psicoterápica. Constituindo-se num mapeamento do universo esquemático do paciente, expressa toda a gama de mecanismos dos quais estes esquemas lançam mão no seu natural processo de perpetuação esquemática. Sendo assim, fornecem ao terapeuta e ao paciente rico material para que ambos elaborem hipóteses de trabalho de como modificar crenças disfuncionais e distorções cognitivas enraizadas nas crenças centrais a anos, buscando uma vida mais saudável e mais feliz. Analisando-se todos os componentes necessários para a realização da formulação de caso, percebe-se a importância da sistemática e meticulosa anamnese por parte do terapeuta. Apesar da existência de especulações de que a TCC estaria focada somente no presente, isso não procede, é somente conhecendo muito bem a história de vida do indivíduo que se obtém as relações de causalidade dos sintomas e/ou sofrimentos humanos. 20 Análise do filme “Mãos Talentosas: a História de Ben Carson” pela ótica da Teoria Cognitivo Comportamental O objetivo dessa resenha sobre o filme é relacionar a sua história com a abordagem da Terapia Cognitivo Comportamental, para isto é de extrema importância ressaltar que na TCC entende-se quea atividade cognitiva influencia e é influenciada pelo comportamento e as emoções. Segundo o Modelo Cognitivo desenvolvido por Beck há três níveis de cognição, sendo os pensamentos automáticos (que são pensamentos que surgem em um determinado momento ou ambiente e não são controlados, eles apenas surgem), as crenças intermediarias que ficam no intermédio entre os pensamentos automáticos e as crenças centrais, as crenças intermediárias são regras e pressupostos que o indivíduo tem pra si geralmente com a finalidade se validar suas crenças centrais, e por fim as crenças centrais em si (que são um núcleo mais rígido das crenças do indivíduo, são crenças que foram desenvolvidas na infância no contexto familiar ou escolar, portanto são muito mais rígidas e difíceis de serem alcançadas). O filme, relata todo o trabalho desenvolvido por Benjamin Solomon Carson, para que a cirurgia de separação entre dois gêmeos siameses pudesse ocorrer e ter um resultado positivo, bem como é relatado sua biografia. No contexto paralelo a cirurgia, o filme relata a sua história de vida, e podemos observar um jovem negro, pobre, filho de uma mãe negra e divorciada, a qual não concluiu seus estudos, é observado que existia uma falta de interesse nos estudos por parte de Carson e que o jovem tinha tudo para dar "errado" e ser um "ninguém" como o colégio, em sua maioria brancos, dizia relacionado a ele. Contudo, mesmo sem ter concluído os estudos, sua mãe sempre incentivou Carson a estudar, assim ele percebeu que não era incapaz e através de esforços diários e estudos, começou a obter um aumento exponencial no seu rendimento escolar e futuramente uma personalidade icônica na área medicinal. Contudo, o filme é consegue nos fazer entender e observar como o desenvolvimento de crenças podem ser limitantes para pessoas mesmo que elas sejam consideradas “gênios”, no futuro. Na escola, Carson, sempre tirou notas baixas devido a problemas de visão, mas por sofrer bullying de crianças, todas brancas, por sempre tirar notas inferiores e 21 nunca conseguir responder as questões como eles, o jovem sempre ficou deslocado em sala de aula. Carson, enquanto criança , nesses momentos, sempre demonstrava cabisbaixo e ressaltava sobre si ideia como “Eu não tenho imaginação”, “Meu cérebro não funciona direito”, “Eu sou burro” e ainda que sua mãe tentasse reverter a situação dizendo o oposto que ele e seu irmão eram “inteligentes” e reforçando essa ideia quando eles obtinham um bom desempenho em prova. Posteriormente, na universidade, mesmo após ser um dos poucos que conseguiram uma bolsa para estudar em Yale, Carson em um dialogo com sua namorada revela que sentia que Yale era muito para ele e que enquanto ela fazia 3 horários ele tinha problemas com 1, que outras pessoas se formam em muitos anos antes dele, que ele não iria conseguir realizar o exame final e perder sua bolsa e consequentemente não se tornar médico. Ainda na escola no menino parece não se adaptar, começa a tirar notas baixas até que a mãe descobre que isso é decorrente do fato dele precisar usar óculos, mas como sofria com as brincadeiras de mau gosto dos alunos de sua classe por sempre tirar notas inferiores que as deles, Ben sempre se colocava para baixo e descrevia-se como “Eu sou burro”, “Eu não tenho imaginação”, “Meu cérebro não funciona” mesmo que sua mãe dissesse o contrário a você e seu irmão, “Vocês são inteligentes” e quando ele tirou uma boa nota em uma prova “Eu sabia que você ia conseguir”. Até que após uma recomendação de sua namorada, começou a utilizar algo que ele se considerava “bom” para ser sua técnica de estudo e utilizou a leitura e assim conseguiu passar e se formar na faculdade. Neste filme, fica evidente que todo o contexto e desenvolvimento de vida de Carson promoveu a ele desenvolver crenças de desvalor e desamparo. Em diversos momentos, Carson descreve a si mesmo como uma pessoa que não possui alguma espécie de valor. Ele se descrevia como “burro” ou em um ocorrido durante o ensino médio que em uma discussão com um colega, Carson o esfaqueia e imediatamente corre em desespero para o banheiro e em preces roga a Deus que “tire essa raiva dele” repetidas vezes, que revela que ele se sentia uma pessoa ruim. Sendo a crença de Desvalor uma crença onde a pessoa ter a ideia absoluta de não ter valor, fica evidente o fato de Carson a possui-la. Carson em um dialogo com sua namorada na universidade, revela que não sabia o que estava fazendo ali e mesmo tendo a consciência de que conseguiu um ótimo lugar para ter sua bolsa, ainda assim se sentia assim. O que também o caracteriza com uma pessoa que possui uma crença de 22 desamparo, pois o mesmo pensa ser frágil, incapaz, incompetente. O filme nos permite analisar como as crenças disfuncionais podem nos limitar e até mesmo nos fazer parar, mas algo que bom para o rapaz foi o incentivo de sua mãe que sempre mostrava acreditar nele e dizia-o que ele até poderia fazer tudo que os outros faziam, mas de uma maneira melhor. 23 Análise do filme “Toc Toc” pela ótica da Teoria Cognitivo Comportamental O filme "Toc Toc" é uma comédia que foi baseada em um texto desenvolvido para o teatro, é um filme com aspectos simples, de poucos cenários, sem grandes edições, permitindo assim que o filme se desenvolva pelo seu roteiro e os atores. Inicialmente, o filme acompanha momentos da vida de seis pessoas, sendo todas elas portadoras do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOTC), daí o nome do filme, sendo cada um com suas peculiaridades, um com compulsão por contagem e números, outra por limpeza, repetição, rezar diversas vezes, não pisar entre linhas e até a Síndrome de Tourette. Após demonstrar cada toc individualmente dos personagens, eles se encontraram no consultório do Dr. Palomero que diziam ser um incrível profissional nessa área de TOC, contudo aparentemente todos chegam no local menos o doutor. Devido a longa espera, os próprios pacientes, em grupo, tentam resolver e solucionar as questões de cada um ali presente. De maneira descontraída, é desenvolvido ao decorre do filme, que um dos 6 "pacientes" é o Dr. Palomero, e é o mesmo que começa a mediar os diálogos e aplicar algumas técnicas que também são utilizadas na TCC. Num momento de tensão entre todos os personagens e inconsoláveis, Federico os incentiva a racionalizar e observar validade dos momentos em que os toc ocorrem, e fazer com que eles mesmos percebam que em certos momentos que eles estavam presentes, todos esqueceram do seu TOC e se comportaram de maneira "normal". Auxilio cada um a tentar repensar momentos onde cada um não apresentou o toc, e aos poucos cada um foi se ajudando a perceber momentos em que estavam tão ocupados ajudando uns aos outros que se esqueciam dos seus sintomas. Com este filme, podemos perceber a funcionalidade de alguns fundamentos da TCC e principalmente uma grande habilidade do terapeuta, a de se adaptar ao seu paciente ou aos seus, com a estratégia do próprio terapeuta ser um dos pacientes e os ajudar de maneira indireta. 24 4. AVALIAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO O estágio em si, sempre foi meu interesse desde muito cedo durante a graduação, o fato de conseguir ver na prática e em exemplificações todo o conteúdo que aprendemos ao decorrer da graduação foi de extrema relevância. Conteúdos que aprendemos em TSPI e TSPIV além da ênfase em TCC ficaram muito mais claros e com a excelente didática do supervisor Alexandre Villalba não foi difícil absorver o conteúdo lecionado. Acredito que consegui absorver e ainda posso absorver bastante conteúdo do Alexandre, devido a sua grande experiência na área ele possui diversos ensinos e técnicas que são simples mas de alta eficácia, que posso muito bem reproduzir futuramentee agora no estágio supervisionado. Acredito que por ser uma turma com poucos alunos e todos estando próximos da graduação e também pelo simples fato de a maioria estar tendo seu “primeiro estágio”, fica um ambiente confortável onde podemos, e eu consigo, tirar nossas duvidas tanto sobre o conteúdo teórico de TCC quanto as partes práticas, acredito também que o carisma do professor consegue transformar um ambiente de sala de aula, um espaço mais agradável e que conseguimos bater um papo sobre diversos assuntos mas sempre mantendo o foco da supervisão. Acredito que também precise me desempenhar mais no quesito em levar impresso ou anotado os relatórios, e que vou focar nisso futuramente. E as expectativas é que o desempenho e a aprendizagem mutua entre aluno-supervisor melhore e avance constantemente e até futuramente ao repetir o estágio. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Rangé, Bernard. Psicoterapias cognitivo-comportamental: um diálogo com a psiquiatria. – 2 Edição – Porto Alegre: Artmed, 2011. Beck, Judith S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. – 2 Edição – Porto Alegre: Artmed, 2014. Knapp, Paulo. Terapia Cognitivo-comportamental na Prática Psiquiátrica. – Porto Alegre: Artmed, 2007. Clark, David A., Beck, Aaron T. Vencendo a ansiedade e a preocupação com a terapia cognitivo comportamental: manual do paciente. – Porto Alegre: Artmed, 2014. Del Prette, A.; Del Prette, Z. & Barreto, M. C. M. Psicologia das habilidades sociais na infância: Teoria e prática- Vozes, 2013 6 PARECER DO SUPERVISOR SOBRE O RELATÓRIO RELATORIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA: TERAPIA COMPORTAMENTAL COGNITIVA CRP-RJ 05/36445 RELATORIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA: TERAPIA COMPORTAMENTAL COGNITIVA (1) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS SESSÃO DE AVALIAÇÃO – 17/03/2021 2º Encontro - 24/03/21 3º Encontro – 09/04/2021 4º Encontro - 16/04/21 5º Encontro - 23/04/21 Resumo dos capítulos 9, 10, 11, 12, 13 e 14 do livro “Terapia Cognitivo- Comportamental, Teoria e Prática” de Judith S. Beck Análise do filme “Mãos Talentosas: a História de Ben Carson” pela ótica da Teoria Cognitivo Comportamental 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 6 PARECER DO SUPERVISOR SOBRE O RELATÓRIO
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