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QUÍMICA ORGÂNICA ARA1113 Professora: Carolina Mauad Lopes 2 RELEMBRANDO: Hibridização sp3 3 RELEMBRANDO: Hibridização sp2 4 RELEMBRANDO: Hibridização sp 5 TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR (OM) Uma outra abordagem para a formação de ligações covalentes é a teoria do orbital molecular (OM). Essa teoria assume que os orbitais atômicos são substituídos por um novo conjunto de níveis energéticos na molécula chamados de orbitais moleculares. A teoria OM utiliza a ordem da ligação para estabelecer a probabilidade de existência de uma molécula. De acordo com essa teoria, os elétrons de dois átomos são distribuídos em orbitais moleculares ligantes e antiligantes. 6 Orbitais ligantes, com níveis energéticos menores, são favoráveis para estabelecer uma ligação. Orbitais antiligantes, com níveis energéticos mais altos, são desfavoráveis para estabelecer uma ligação. 7 Os orbitais ligantes possuem menos energia do que os orbitais atômicos, isto é, os orbitais originais dos átomos participantes. Por isso, os elétrons da ligação covalente se localizam preferencialmente nestes orbitais moleculares ligantes. Há uma diferença conceitual importante entre a teoria OM e a teoria LV: Teoria Orbital Molecular Na teoria OM, são formados orbitais novos, chamados de orbitais moleculares, com um comportamento diferente dos orbitais atômicos e com seus próprios níveis de energia. Teoria Ligação de Valência Pela teoria LV, os orbitais atômicos são sobrepostos e a ligação covalente ocorre na sobreposição desses orbitais. 8 De acordo com a teoria OM, a ordem de uma ligação é uma contabilização entre o número de elétrons localizados nos orbitais ligantes e o número de elétrons nos orbitais antiligantes. 𝑂𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎çã𝑜 = 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 𝑛𝑜𝑠 𝑜𝑟𝑏𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑙𝑖𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 − 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 𝑛𝑜𝑠 𝑜𝑟𝑏𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑖𝑙𝑖𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 2 Para que uma reação química covalente se estabeleça, é necessário que a ordem da ligação seja diferente de zero, isto é, o total de elétrons ligantes deve ser maior que o total de elétrons antiligantes. 9 • A ordem da ligação estabelece o número de pares de elétrons presentes numa ligação covalente. As moléculas de Cl2, O2 e N2 são formadas por ligações simples, dupla e tripla, respectivamente. 10 • O diagrama de energia para o orbital molecular, em uma ligação simples, mostra os orbitais ligantes σ e antiligantes σ*. • Para uma molécula de H2, cada átomo de H possui um orbital atômico 1s, cada um com apenas 1 elétron. • O par de elétrons da ligação covalente se localiza preferencialmente no orbital molecular σ (ligante). Não há nenhum elétron em σ*. A ordem da ligação para essa molécula será 1. 11 • Para uma molécula de O2, o diagrama de energia do orbital molecular mostra a formação de pares de ligação entre os orbitais ligantes e antiligantes. Nesse caso, em virtude do número de elétrons na camada de valência, há orbitais sigma ligante (σ) e antiligante (σ*), além de orbitais “pi” ligante (π) e antiligante (π*). • Observe que cada átomo de oxigênio, antes da ligação, tem a seguinte configuração eletrônica, com os orbitais atômicos p nos eixos x, y e z (px, py e pz): 12 • A análise de energia do orbital molecular para a ligação entre dois átomos de oxigênio mostra os orbitais ligantes e antiligantes. 13 • No diagrama para a molécula do O2, temos um total de 8 elétrons em orbitais ligantes (σs, σz, πx e πz) e 4 elétrons nos orbitais antiligantes. Assim, a ordem de ligação para o O2 será dada por: 𝑂𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎çã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑂2 = 8 −4 2 𝑂𝑟𝑑𝑒𝑚 𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎çã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑂2 = 2 14 • Pela teoria OM, as ligações covalentes presentes nos compostos orgânicos se dariam nos orbitais moleculares formados entre os orbitais atômicos do carbono e os orbitais atômicos dos átomos que se ligam ao carbono. • A determinação da ordem de ligação entre os participantes origina as ligações simples, dupla e tripla, conforme já mencionado. É importante ressaltar que tanto a teoria OM quanto a teoria LV chegam aos mesmos resultados para as estruturas das moléculas orgânicas. POLARIDADE DAS LIGAÇÕES QUÍMICAS As ligações químicas iônicas e covalentes apresentam dois extremos de modelos de ligação. 15 Ligação covalente Na ligação covalente há o compartilhamento de elétrons sem a formação efetiva de íons. Ligação iônica Na ligação iônica, os átomos participantes conseguem se ionizar com um dos átomos transferindo elétrons para o outro átomo. Para as moléculas orgânicas, o modelo mais importante é o da ligação covalente, tendo em vista que suas moléculas são estruturadas pelo compartilhamento de pares de elétrons, formando as ligações σ e as ligações π. Cabe ressaltar, entretanto, que os elétrons compartilhados, na maioria das vezes, não se encontram na distância média exata entre os átomos participantes. Quando são elementos diferentes, esses pares de elétrons ficam deslocados e mais próximos do átomo cujo núcleo tem maior capacidade de atraí-los para si. 16 LIGAÇÃO COVALENTE POLAR E APOLAR Devemos ficar atentos à eletronegatividade dos átomos envolvidos na ligação covalente. 17 De forma geral, elementos com menos camadas eletrônicas e com maior número atômico tendem a atrair mais os elétrons, em virtude da proximidade entre o núcleo (carregado positivamente) e a camada de valência (carregada negativamente). Esses fatores justificam o maior valor de eletronegatividade dos elementos situados na parte superior e à direita da tabela periódica. 18 LIGAÇÕES COVALENTES POLAR APOLAR DIFERENÇA DE ELETRONEGATIVIDADE ENTRE OS ÁTOMOS PARTICIPANTES 19 20 21 As estruturas de Lewis de uma molécula mostram os elétrons presentes, tanto na forma de pares ligados quanto na forma de pares de elétrons não ligantes. Esse conjunto de elétrons é responsável pela estabilidade eletrônica da molécula. Ao organizarmos todos os elétrons envolvidos, podemos observar em algumas moléculas a possibilidade de mais de um arranjo eletrônico, ou seja, a possibilidade de mais de uma estrutura eletrônica numa mesma molécula. Esse fenômeno é chamado de ressonância. 22 RESSONÂNCIA E AS ESTRUTURAS DE RESSONÂNCIA Ao compartilhar elétrons para formar as ligações covalentes, são possíveis diferentes arranjos desses pares eletrônicos para estruturar uma determinada espécie química. Entre as possibilidades, entretanto, existem as estruturas mais estáveis eletronicamente. Um dos critérios para avaliar qual a estrutura eletrônica mais estável — e, portanto, com maior possibilidade de representar adequadamente o composto — é a análise da carga formal de seus átomos presentes. 23 CARGAS FORMAIS E AS POSSÍVEIS ESTRUTURAS DE UMA ESPÉCIE QUÍMICA 24 O critério é bastante simples: a estrutura mais adequada é aquela que tiver o maior conjunto de cargas formais iguais a zero ou próximas de zero. Mas, afinal, como se calcula a carga formal (CF)? Primeiramente, devemos analisar as estruturas de Lewis possíveis para uma determinada espécie química. 25 EXEMPLO: • Molécula de ácido clorídrico, HCl, formada por apenas uma ligação covalente. Carga formal (CF) = número de elétrons de valência – número de elétrons isolados – número de ligações compartilhadas 26 A molécula de HCl somente apresenta uma estrutura provável. 27 Íon sulfato: SO4 2- Pode apresentar mais de uma estrutura de Lewis possível! Enxofre com quatro ligações simples, ligado a 4 oxigênios com 3 pares não ligantes. Enxofre com três ligações simples e uma ligação dupla, ligado a 3 oxigênios com 3 pares não ligantes e a 1 oxigênio com 2 pares não ligantes. Enxofre com duas ligações duplas e duas ligações simples, ligado a 2 oxigênios com 3 pares não ligantes e a 2 oxigênios com 2 pares não ligantes. 28 • Neste caso, a carga formal dos participantes determinaráa estrutura mais adequada para esse íon. • Cabe ressaltar que o enxofre (S) é um elemento que aceita a estabilização com 10 elétrons em sua camada de valência, em virtude do fenômeno da expansão da camada de valência para elementos do terceiro período da Tabela Periódica. • Para estabelecer o arranjo eletrônico mais adequado para o íon sulfato, temos que analisar as cargas formais de todos os átomos presentes em cada uma das três estruturas. 29 A tabela a seguir apresenta as CF dos átomos presentes nas três estruturas do íon sulfato (SO4 2-). ✓ Como se vê na tabela, a estrutura que apresenta o maior número de átomos com CF igual a zero é a estrutura “C”. ✓ Nessa estrutura, temos o enxofre (S) com CF igual a zero e temos 2 oxigênios, que possuem a dupla ligação também com CF igual a zero. ✓ Todas as outras estruturas apresentam um número maior de átomos com CF diferente de zero. ✓ Assim, a estrutura “C” para o íon sulfato é a mais adequada e favorável. 30 Embora o íon sulfato não seja um composto orgânico, o exemplo de análise de cargas formais demonstrado para identificar uma estrutura eletrônica mais estável é válido para qualquer composto, seja orgânico ou inorgânico. OBSERVAÇÃO: RESSONÂNCIA E HÍBRIDOS DE RESSONÂNCIA 31 • A análise das cargas formais de possíveis estruturas eletrônicas permite identificar o arranjo das ligações mais provável para uma espécie química. • Em algumas moléculas e íons que possuem ligações covalentes, teremos duas ou mais estruturas que apresentam o mesmo resultado na análise das cargas formais. • Essas estruturas serão totalmente equivalentes do ponto de vista de arranjo eletrônico. 32 33 34 35 • É importante destacar dois aspectos das estruturas de ressonância. Primeiramente, cada um dos átomos cumpre com a regra do octeto, apresentando configuração de gás nobre. O outro aspecto refere-se à capacidade de cada uma delas se transformar em qualquer outra mudando a posição dos elétrons não ligados e daqueles envolvidos nas ligações do tipo π. • Essa movimentação pode ser indicada por setas curvas, como mostra o exemplo a seguir que apresenta as estruturas de ressonância do íon carbonato (CO3 2-): 36 ✓ O deslocamento de elétrons demonstrado ao lado faz com que a estrutura 1 se transforme na 2. ✓ De maneira semelhante, a movimentação dos elétrons na estrutura 2 leva à formação da estrutura 3 como representado a lado. 37 • Apesar de a ligação simples entre o átomo de carbono e o oxigênio ser maior que a ligação dupla entre esses dois átomos, no íon carbonato todas as ligações apresentam o mesmo tamanho, indicando que nenhuma dessas estruturas estão exatamente corretas. • A teoria da ressonância explica esse fenômeno, pois declara que, quando um composto pode ser representado por mais de uma estrutura de Lewis que são distintas apenas pela posição de elétrons, nenhuma delas será a representação correta da espécie química. • Esta molécula será, então, mais bem representada por uma média de cada uma das estruturas equivalentes, chamada de híbrido de ressonância. 38 39 ➢ Fenômeno de ressonância aplicado a algumas moléculas orgânicas: A molécula orgânica de benzeno, C6H6, é um exemplo clássico de um hidrocarboneto cíclico que apresenta dois possíveis arranjos eletrônicos de suas ligações, ou seja, duas estruturas de ressonância. 40 • A posição intercalada dessas ligações simples e duplas possibilita a existência de duas estruturas diferentes, porém eletronicamente equivalentes. • Observe que a molécula apresenta ligações duplas e simples intercaladas em torno do anel benzênico. • O híbrido de ressonância, bem como uma das mais conhecidas representações da molécula do benzeno são representados a seguir. 41 42 • Um outro exemplo é o íon orgânico acetato, CH3COO -, que também apresenta ressonância, tendo em vista a possibilidade de duas estruturas eletronicamente equivalentes.
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