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– Humanidades Médicas III ➢ INTEGRIDADE: Substantivo feminino com origem no latim integritate que significa a qualidade ou estado do que é íntegro ou completo. É sinônimo de honestidade, retidão , imparcialidade. Perspectiva do profissional: IDEAL X REAL Como a sociedade vê o médico? • “Em 5 minutos me atendeu.” • “Eita, que tem médico com o rei na barriga” • “Se não passou exame, não sabe de nada” • “Os médicos acham que as outras profissões são inferiores” • “ Médico ignorante, nem olhou na minha cara” Manejo de expectativas do paciente: ➢ AS MODIFICAÇÕES DO “OLHAR MÉDICO”: • Até alguns anos atrás, a SOCIEDADE estabelecia diversas atribuições aos médicos, muitas vezes, transformando-os em verdadeiros deuses. • “Eles vão resolver e dar conta de tudo” • Nos últimos anos, o embate entre o papel místico do médico e a realidade fizeram dissolver laços e alterar a formação e a percepção dos médicos levando a graus diferentes de estresse físico- emocional. Se configura uma nova perspectiva do paciente: Entre os principais princípios éticos discorridos nos últimos tempos, citam-se: BENEFICÊNCIA, NÃO-MALEFICÊNCIA, SIGILO, AUTONOMIA E JUSTIÇA. Sendo assim, espera-se que o médico faça e pretenda o bem (beneficência), sem acarretar o mal, mesmo sem intenção (não-maleficência), de forma a respeitar o sigilo e autonomia do paciente tudo isso em um contexto buscando justiça. ➢ VISÃO DA SOCIEDADE DE UM “BOM” ATENDIMENTO MÉDICO: Com os problemas enfrentados pelo sistema público de saúde brasileiro, fica a possível pergunta: diante do papel do médico na visão da sociedade, o que realmente importa ao paciente? A formação do ideal médico ( SE ENCONTRA NA FORMAÇÃO?) “Oi amiga, estou te ligando para você me indicar um “BOM” neurologista para minha filha” ( BUSCA DA TÉCNICA)? ➢ A DESMISTIFICAÇÃO E O DESGASTE DA PROFISSÃO: A formação exclusivamente técnica e a hierarquia da relação médico-paciente ficaram para trás. A crescente disseminação do conhecimento e a importância do respeito à autonomia do paciente passaram a surgir como fatores principais na estruturação da prática de saúde. O acesso à informação transforma o paciente em um desafio para o médico. Perdeu-se a relação de subversão e o figural paterno, – necessitando de novos meios para criação de uma relação médico-paciente eficaz.(BRASIL, 2009). ➢ O DESGASTE DA PROFISSÃO: A carga horária média de trabalho dos médicos segundo o CRM-SP é de 52 horas semanais, e que estes atuam em média em três diferentes empregos. Fatores agravantes, falta de: reconhecimento, remuneração adequada, autonomia, estabilidade, infra-estrutura ou segurança. ➢ A SAÚDE DO MÉDICO A pressão para aprender uma grande quantidade de informações, falta de tempo para lazer e atividades sociais, o contato quase diário com o sofrimento e com a morte no cuidado de pacientes graves são fatores que, além de prejudicarem a qualidade de vida do estudante de Medicina, podem precipitar o desenvolvimento de alguns transtornos mentais, como depressão, transtornos de ansiedade, dependência de substâncias psicoativas e suicídio, já demonstrado como tendo maior prevalência nesse grupo do que na população em geral. Tenório et al. (2016) Estudo com egressos da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) no período de 1968 a 2005. • A avaliação favorável de Qualidade de Vida: ter boa Saúde Física e Saúde Mental, frequentar congressos regulamente, ter tempo suficiente de lazer e estar satisfeito com a profissão. • Saúde Física boa ou muito boa associou-se independentemente com Qualidade de Vida e Saúde Mental positivas, faixa de renda mais alta, prática regular de atividades físicas e nunca ter fumado. • Saúde Mental favorável permaneceu associada com satisfação profissional, tempo para lazer, e boa avaliação da Qualidade de Vida e da Saúde Física. ➢ E OS ACADÊMICOS: • Distúrbios alimentares e do sono, estresse, ansiedade, depressão e Transtorno Mental Comum, ou, até mesmo, o suicídio! • Prevalências que variam de 26 – 44%. • Apontam se sentirem satisfeitos com a qualidade de vida, mas evidenciam baixos escores nas dimensões psicológicas Irritabilidade, insônia, fadiga, esquecimentos, dificuldades de tomar decisão e de se concentrar, além de queixas somáticas como má digestão, alteração de apetite, tremores, dores de cabeça, piora nas questões afetivas, redução da participação em atividades sociais, sentimento de culpa, de desvalia e de impotência, medo excessivo de errar, vontade de abandonar o curso e pensamentos relacionados à morte. ➢ FATORES DE RISCO: Competição em processo seletivo, ambiente competitivo, relações conflitantes com membros da turma ou equipe, sobrecarga de aulas e de conhecimento, a exigência pela excelência, dificuldade na administração do tempo, pouco tempo para outras atividades pessoais, sociais e de lazer, o contato com a morte e o sofrimento, a falta de “incentivo” dos professores a respeito da saúde mental dos estudantes, baixa auto avaliação de desempenho acadêmico, questões financeiras e viver longe da família; Mecanismos de enfrentamento impróprios, como a privação do sono ou uso de drogas e medicações, a fim de aumentar o tempo de estudo. ➢ ESTRATÉGIAS DO ENFRENTAMENTO: Valorização dos relacionamentos interpessoais e de fenômenos do cotidiano, organização do tempo, cuidados com alimentação e sono, interesses religiosos; procura pela assistência psicológica; O acolhimento e oferecimento de espaços para reflexão sobre seus sentimentos e emoções; Estabelecimento de uma rotina personalizada de estudos. Melhoras na qualidade das relação com colegas e professores. – ➢ SUBJETIVIDADE: A psicologia tem como objeto de estudo a subjetividade- É essa sua forma de contribuição particular e específica para compreensão da totalidade da vida humana Nossa matéria prima portanto, é o ser humano em todas as suas expressões: • As visíveis (comportamento) • As invisíveis ( sentimentos) • As singulares ( porque somos o que somos) • As genéticas ( porque somos todos assim) – É o ser humano corpo, ser humano pensamento, ser humano afeto, ser humano ação, isso tudo e muito mais é subjetividade. ➢ CONCEPÇÃO DO HOMEM: - O Homem como unidade biopsicossocial - O Homem agora como biopsicossocial e espiritual - O homem como protagonista da sua própria história. ➢ PERSONALIDADE: Personalidade é aquilo que é mostrado através dos papéis sociais que as pessoas desempenham. EX: "Mostre que tem personalidade"!; "Ele não tem personalidade"; "Que personalidade fraca"!; Constituição física => que se alicerçam nas disposições herdadas. Interação entre as pessoas e o mundo => seus hábitos, valores e capacidades; suas aspirações; seus modos de experimentar os afetos; suas maneiras habituais de se comportar no cenário social. Hoje, a Psicologia tem a convicção de que a personalidade é uma totalidade sincrética (percepção global), resultante da ação dos fatores genéticos e dos paratípicos ou ambientais. ➢ INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS: Uma das principais contribuições ao estudo das influências do meio para a formação da personalidade veio da Teoria Psicanalítica, de Sigmund Freud. Para Freud as primeiras experiências infantis são decisivas para as interações pessoais que vão acontecer na vida adulta. A sensibilidade dos pais em atender os desejos e as necessidades da criança; assim também, a firmeza que precisam ter ao colocar normas e regras sociais para serem obedecidas, vão constituir o alicerce para a estrutura do superego. ➢ CONTRIBUIÇÕES DO FREUD: Método de investigação => interpretativo – busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associaçõeslivres, os atos falhos. CONTRIBUIÇÕES DE FREUD: A primeira teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico Primeira concepção sobre estrutura e o funcionamento da personalidade – três instâncias psíquicas: 1ª Tópica do aparelho psíquico de Freud (1900) - Consciência: Recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior (percepção, atenção e raciocínio) e as do interior. - Pré-Consciente: Conteúdos acessíveis à consciência. - Inconsciente: Conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência – reprimidos pela ação de censuras internas. A segunda teoria do aparelho psíquico. Em 1920, Freud propôs um aperfeiçoamento de sua primeira teoria, incluindo processos dinâmicos da mente: o id, o ego e o superego. – Introduz os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade. - ID => É regido pelo princípio do prazer - Ego => É regido pelo princípio da realidade. Estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, da realidade e as “ordens” do suprego. - Superego => Origina-se a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. É um depositário das normas e princípios morais do grupo social a que o indivíduo se vincula A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL Fase oral - nascimento a 18 meses Energia libidinal está focada na boca. Atividades como comer, beber, e chupar são importantes. Fase anal -18 meses a 3 anos Energia libidinal está focada no ânus. Aprendizado no uso do toalete é um evento central nesta fase. Fase fálica- 3 anos a 5 anos Zona Erógena: Genitais. A masturbação torna-se frequente e normal. Maior interesse e preocupação com a diferença sexual entre meninos e meninas. Latência 6- 11 anos Um período de relativa calma, quando energias libidinais ficam menos ativos. O ego e superego emergem. EX: É quando os jogos, as brincadeiras, os esportes e as atividades escolares passam a desempenhar papel mais relevante na vida infantil. Fase genital: Adolescencia a idade adulta Se fases anteriores foram bem-sucedidas, as energias libidinais devem manter o foco sobre os órgãos genitais. Mutuamente relacionamentos satisfatórios são centrais para esta fase. ➢ FAMÍLIA: A família representa a união entre pessoas que possuem laços sanguíneos, de convivência e baseados no afeto. Segundo a Constituição brasileira, o conceito de família abrange diversas formas de organização fundamentadas na relação afetiva entre seus membros. A família será configurada a partir de laços de vínculos e afetos e não necessariamente de laços consanguíneos. Então, quem faz parte da FAMÍLIA? Toda pessoa que se configura importante para o estabelecimento do vínculo, afeto. ➢ CONFIGURAÇÃO FAMILIAR: O conceito de configuração familiar diz respeito ao conjunto de indivíduos que compõem o núcleo familiar (Wagner, 2011). Pode-se pensar a configuração familiar em termos dos arranjos e disposições dos membros que compõem uma família ➢ ESTRUTURA FAMILIAR: A família assume uma estrutura característica, é uma forma de organização ou disposições de um número de componentes que se inter-relacionam de maneira específica e recorrente. ➢ FORMAS DE APRESENTAÇÃO FAMILIAR: Família nuclear - modelo padrão, formada por pai, mãe e filho (s); Família extensa- compreendida pelas relações de consanguinidade; Família abrangente- inclui os não parentes que coabitam a casa; Família Homoafetiva- união de pessoas do mesmo sexo Família Monoparental- somente um dos pais e os filhos – Família Parental ou Anaparenta- é aquela formada entre irmãos, primos ou pessoas que têm uma relação de parentesco entre si. A ideia da família nuclear, é uma possibilidade sim, mas não é a única. A família pode sim se estender para outros laços comunitários desde que representem figuras importantes para o sujeito. ➢ CICLO VITAL FAMILIAR COMO FERRAMENTA PARA MFC Saindo de casa – jovens- jovens adultos O novo casal Famílias com filhos pequenos Famílias com adolescentes Famílias com várias entradas e saídas no sistema familiar Famílias no estágio tardio da vida ➢ UMA MEDICINA ALÉM DO SUJEITO Pensar no sujeito, além dele mesmo ( RELAÇÕES); Uma visão somente nas concepções intrapsíquicas podem não ser suficientes nas intervenções, médicas sociais e jurídicas; A teoria sistêmica vem para dá conta desse fenômeno, especialmente no cenário da pós segunda guerra mundial nos EUA; Observações realizadas no contexto natural → compreensão do homem e da criatura como inseparáveis do seu contexto + início da observação direta das família + desconhecendo o trabalho de intervenção terapêutica individual Começaram então a surgir várias pesquisas pós guerra afirmando a melhora gradativa de pessoas que se incluíam para além do individuo Daí muitas teorias foram surgindo para estudar esse fenômeno das relações familiares Uma delas a abordagem familiar sistêmica A compreensão da abordagem familiar sistêmica contribuirá no plano da prevenção, da investigação clínica e do tratamento de casos simples e complicados. MAS O QUE É SISTEMA? É um conjunto de pessoas ligadas em interação continua a partir de um funcionamento relacionável onde mecanismos de feedback são estabelecidos dentro do sistema. ➢ ABORDAGEM FAMILIAR: Entender como a família influencia a saúde dá à equipe de saúde oportunidade de antecipar e reduzir os efeitos adversos do estress familiar e usar a família como recurso para cuidar das pessoas. A prática do MFC envolve parceria entre o médico e equipe, a pessoa e a família Nem sempre a família pode estar presente à consulta e isso não impede que os recursos da abordagem familiar sejam utilizados Ex : “então, alguém da sua família de origem tb sofreu com esse problema ?”; “O que seu marido diria se estivesse presente ?" A presença da família possibilita que uma mesma situação seja percebida de outra forma. Ter uma visão sistêmica implica fazer conexões, buscar relações dentro de um contexto e saber que todo sistema se caracteriza por um determinado padrão de organização e repetição. ➢ ABORDAGEM FAMILIAR E MFC: QUAL MOMENTO? Toda vez que um problema passe a fazer parte ou a influenciar o contexto familiar Doenças crônicas Situações de não aderência ao tratamento Puericultura e pré-natal Situações que envolvam problemas mentais e interpessoais ABORDAGEM: Deve ser feita perguntando se algum membro da família viria à consulta em algum momento , enfatizando a importância da família como recurso de tratamento. O formato do convite varia conforme a característica da família e criatividade do MFC – O único caso de contra-indicação da família participar da consulta em conjunto é quando existir risco de agressão a alguém : ao paciente, ao familiar, ao médico e ou à equipe de saúde. ➢ NÍVEIS DE ENVOLVIMENTO FAMILIAR PELO MFC: Nível 1-Mínimo nível de envolvimento : casos de patologias individuais que exigem contato familiar se necessário. Nível 2-Troca de informações com a família sobre o paciente e aconselhamento . Escuta de preocupações: Tabagismo, sobrepeso, cuidados em saúde. Nível 3- Contenção emocional , apoio, suporte e resoluçāo de conflitos. Uso de drogas, ansiedade, depressão, comportamento de risco. Nível 4 – Aconselhamentos, manejo sistêmico de famílias e relações , com avaliações continuadas. Família com diversos problemas. Situações de doença terminal, álcool e drogas. Nível 5- Terapia de família- Situações de problemas relacionais Não confundir abordagem familiar com terapia familiar! Cuidados gerais para conduzir a abordagem familiar: - Manter relacionamento empático e não crítico com cada pessoa - Buscar interesses comuns e o melhor entrosamento - Nāo oferecer conselhos ou interpretações precoces - Organizar a entrevista- plano terapêutico - Encorajar uma pessoa de cada veza falar - Enfatizar os próprios recursos da família - Bloquear as interrupções - Nāo fornecer brechas a revelações de confidencialidade - Organizar a entrevista- plano terapêutico ➢ GENOGRAMA Instrumento para mapear, ampliar o conhecimento sobre a família e realizar intervenções pelos profissionais nos cuidados de saúde. ➢ ECOMAPA Instrumento de avaliação familiar, uma representação gráfica que identifica todos os sistemas envolvidos relacionados com a pessoa e família- registro social. FAMILÍA → “Laboratório de afetos, marca a todos ao longo da vida. Apresenta características peculiares, analisadas pela abordagem sistêmica. (GUSSO LOPES-2012) O desenvolvimento humano: Esferas: física, emocional, social e cognitiva ➢ O QUE É TRAUMA EMOCIONAL: É um evento estressor com uma carga emocional potencializada e que marca aquele momento (situação). ➢ MEMÓRIA TRAUMÁTICA: A partir da vivência de uma experiência dolorosa, forma-se no indivíduo o que podemos chamar de memória traumática. Essa lembrança se caracteriza pela soma de emoções, imagens, sons e todos os sentimentos vivenciados a partir da ocorrência do trauma. A Psiquiatria tem alertado que traumas emocionais na 1º infância são fatores de risco na saúde mental da pessoa quando adulto; – Uma pesquisa realizada na faculdade de medicina de Ribeirão Preto confirmou a relação de tipos de traumas na infância com o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos na idade adulta. Estima-se que 90% da população mundial já sofreu um evento potencialmente traumático ao longo da vida. Acidentes, sequestros, assaltos, uma perda, uma separação, abuso sexual, estupro, brigas, violências. ➢ SITUAÇÃO ESTRESSORA E O TRAUMA: Situações estressoras que se repetem podem estar se tornando um trauma. Não existe tamanhos de traumas, existe a representação do episódio estressor. Um determinado indivíduo que passa por uma situação traumática pode sentir medo e ficar impressionado, enquanto outra pessoa pode sentir-se chocado e agradecido por estar vivo. ➢ ESTRESSE PRECOCE: Estresse Precoce (EP) constitui um fenômeno multifacetado do estresse, que ocorre precocemente, ou seja, durante a formação da personalidade e identidade do sujeito, relacionado às vivências traumáticas, abusos e negligências ocorridas durante a infância (AFIFI et al., 2012; BERNSTEIN et al., 2003). Na infância, ações e frases mal colocadas podem trazer uma sensação de humilhação que perdura por muito tempo. Repreensão excessiva e mal explicada por parte dos pais, castigos, relação hierárquica muito acentuada são alguns exemplos de situações humilhantes. O bullying pode ser uma situação típica de humilhação sofrida na infância e adolescência. • VIOLÊNCIA FÍSICA: Vivências de agressões físicas cometidas por indivíduos mais velhos, sob o risco de causar lesões corporais. • VIOLÊNCIA EMOCIONAL: Vivências de agressões verbais cometidas por indivíduos mais velhos, sob o risco de causar humilhações, risco ao bem-estar, vergonha ou ameaça a moral da criança. • VIOLÊNCIA SEXUAL: Vivências de contato ou comportamento sexual cometidos por indivíduos mais velhos, que tem por objetivo estimular a criança ou adolescente sexualmente e/ou utiliza-la para obter estimulação sexual. • NEGLIGÊNCIA EMOCIONAL: Vivências de falhas no fornecimento de necessidades básicas emocionais e psicológicas como atenção, suporte, amor e motivação, por parte dos pais ou responsáveis. • NEGLIGÊNCIA FÍSICA: Vivências de falha no fornecimento de aspectos como alimentação, vestuário adequado e outras necessidades básicas como segurança, moradia e supervisão de saúde, por parte dos pais ou responsáveis. Pessoas que sofreram um trauma de infância também podem vir a desenvolver transtorno de estresse pós-traumático, um problema caracterizado por dificuldades na regulação emocional, percepções distorcidas de abuso, dificuldades nas relações interpessoais. ➢ TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS- TRAUMÁTICO: O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade que se manifesta em decorrência de o portador ter sofridos experiências de atos violentos ou de situações traumáticas. Os sintomas do transtorno incluem memórias e pesadelos, irritabilidade, hipervigilância, caracterizada por um estado de sensibilidade aumentada, dificuldade de sono, baixa concentração nas atividades e isolamento emocional. ➢ CONDUTA MÉDICA: ➢ Observar o comportamento da criança e dos responsáveis entre si e com os demais presentes na sala, AJUDA em: ➢ Avaliar melhor os casos cujas queixas já são de violência – ➢ Identificar casos, cujas queixas não têm relação direta com a violência (exemplo: criança é atendida por diarreia, cujo exame físico detecta hematomas em áreas que não são de atrito) ➢ Investigar se o sintoma relatado tem ligação com alguma violência (exemplo: crise de asma com violência psicológica; sangramento ou fissura anal que pode decorrer de violência sexual; traumatismo crânio encefálico, sem história de acidente, que pode ser consequência de violência física). ➢ Existem modalidades psicoterápicas breves como a terapia cognitiva comportamental focada no trauma que são muito eficazes nos casos de transtorno de estresse pós-traumático ➢ Agir em Conjunto com Equipe Multidisciplinar; ➢ Orientar a Família; ➢ Realizar Encaminhamentos; ➢ Acionar a Rede de Proteção; ➢ IST’S Sāo causadas por mais de 30 agentes etiológicos- virus, bactérias, fungos, protozoários Transmissāo: principalmente por contato sexual e eventualmente por via sanguínea, via vertical – gestaçāo, parto, amamentaçāo Podem se apresentar na forma de síndromes: úlceras genitais, corrimento uretral ou vaginal, DIP. ➢ ASPECTOS CHAVE Apenas após o advento da AIDS as ISTs tiveram sua importância reconhecida 340 milhões de casos novos no mundo anualmente – 15 e 49 anos, sem contar as infecções virais –OMS O Ministério da Saúde –MS recomenda a abordagem sindrômica das IST s, que implica o acolhimento e atendimento imediato da pessoa a fim de quebrar o ciclo da transmissāo Tratamento inadequado pode levar à infecçāo subclínica e o portador permanecer transmitindo a doença Nas mulheres as IST s costumam ser silenciosas e têm o risco de transmissāo vertical Entre os homens, podem causar infertilidade, carcinoma de pênis e de ânus, entre outras complicações. As IST' s geralmente são assintomáticas o que pode perpetuar a transmissão. Apesar de inconsistências em notificações têm aumentado o número de casos tanto entre os jovens quanto na população em geral. Fatores como vergonha, medo, dificuldade ao acesso a serviços de saúde ampliam o risco de complicações e dificultam a prevençāo. Medidas de educação em saúde e a ampliação ao acesso a preservativos são de eficácia comprovada em todo o mundo. ➢ O QUE FAZER? A abordagem médica nos casos de ISTs deve ser colocada em prática quando pessoas que têm relação sexual sem o uso de preservativo se apresentam aos serviços de saúde com alguns dos seguintes sinais e sintomas : -lesões genitais -corrimento vaginal e ou uretral -verrugas e ou vesículas genitais -edema e ou dor Escrotal ➢ ABORDAGEM SINDRÔMICA: O tratamento se realiza de acordo com os agentes etiológicos mais frequentes de uma síndrome diagnóstica Baseia-se em fluxogramas específicos de conduta É adequada para prática na aps – ÚLCERA GENITAL – AG ETIOLÓGICOS: • SÍFILS – Treponema pallidum • HERPES GENITAL – Herpes simplex vírus • LINFOGRANULOMA VENÉREO –Chlamydia trachomatis • CANCRO MOLE –Haemophilus ducreyi • DONOVANOSE – Klebisiela granulomatis AG ETIOLÓGICOS FREQUENTES - CORRIMENTO VAGINAL: • GONORRÉIA – Neisseria gonorrhoeae • CLAMÍDIA –Chlamydia trachomatis • TRICOMONÍASE- Trichomonas vaginalis • VAGINOSE BACTERIANA- Gardenerella vaginalis, Bacterioide sp, Mobiluncus sp • CANDIDÍASE-Candida albicans AG ETIOLÓGICOS FREQUENTES CORRIMENTO URETRAL: • GONORRÉIA – Neisseria gonorrhoaea • CLAMÍDIA – Chlamydia trachomatis • TRICOMONÍASE-Trichomonas vaginalis GRUPOS DE MAIOR VULNERABILIDADE: • Adolescentes e jovens • Mulheres parceiras de usuários de drogas • Usuárias de drogas • Profissionais do sexo • Caminhoneiros ➢ ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO: INDIVÍDUO: Crença, valor, preconceito. Avaliar a percepção de risco pelo indivíduo. Muitas pessoas têm relações sexuais sem preservativo por “conhecerem “os parceiros e se acham fora de risco- comum em relacionamentos mais longos. FAMÍLIA: Questões familiares importantes , como fidelidade conjugal, uso ou não do preservativo, negociação, submissão frequente das mulheres, violência doméstica, possibilidade de transmissão vertical no caso das gestantes. Atendimento integral favorecendo toda a rede de apoio e acolhimento. ➢ ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA COM SUSPEITA ISTs Reconhecer a sindrome Tempo de evolução, história prévia de outras infecções , fatores de vulnerabilidade (gênero, uso de drogas psicoativas, práticas sexuais inseguras) Realizar o exame físico, incluindo o exame ginecológico ➢ ADESÃO AO TRATAMENTO Trata-se de uma infecção transmitida geralmente pela relação sexual, fundamental para facilitar a adesão ao tratamento e à adoção de medidas de prevenção e captação do(s) parceiro (s) Possui um quadro clínico inespecífico, na maioria das vezes , assintomáticos, o que pode ampliar risco de contágio. O médico de família suspeita ao deparar-se com relato de situação de risco vivida recentemente ➢ EVITANDO CONFLITOS O profissional deve se colocar à disposição para o atendimento do parceiro (s)e acordar a melhor forma de abordagem para minimizar possíveis conflitos, evitando culpabilizações Deve garantir o sigilo e a confidencialidade do atendimento. ➢ ACONSELHAMENTO PRÉ TESTE Deve fazer parte de qualquer atendimento à pessoa com suspeita de IST, pois há indicação de solicitação de exame anti-HIV. IST aumenta em até 18 vezes possibilidade de contaminação pelo vírus HIV. Lembrar que o teste anti HIV só pode ser realizado mediante o consentimento da pessoa. Ouvir as preocupações das pessoas Prover informações e apoio emocional Auxiliar na tomada de decisão – Revisar todas as questões no aconselhamento pós teste ➢ RELAÇÃO MÉDICO PACIENTE A questão da prevenção deve ser colocada de forma não impositiva É fundamental que a pessoa se sinta à vontade para falar de suas dificuldades Aos adolescentes é importante reforçar seu direito ao sigilo e à confidencialidade As IST devem ser consideradas um problema prioritário no atendimento , que precisa de acolhimento sempre que as pessoas procuram os serviços de saúde, com o objetivo de não perder a oportunidade do tratamento adequado ➢ FUNDAMENTAL PENSAR EM HIV NAS SEGUINTES SITUAÇÕES Pessoas que querem saber sua sorologia Pessoas com IST Pessoas com tuberculose Gestantes Variação importante de parceiros sexuais Profissionais do sexo Relato de uso de drogas injetáveis História de abuso e ou violência sexual Pessoas com sinais e sintomas de imunodeficiência Profissionais de saúde com história de acidente punctório O quadro epidemiológico brasileiro, com predominância de transmissão heterossexual, aumento de incidência em mulheres heterossexuais, aumento da incidência entre jovens e na terceira idade, obriga o médico de família a ampliar a oferta do teste anti-HIV para toda a pessoa com vida sexual ativa. ➢ HIV NO APS O médico de família pode se deparar também com situações que sugiram a AIDS – CORTEJO CLÍNICO Empatia Isenção na abordagem Vínculo Estímulo ao autocuidado Planejamento individualizado A ansiedade é a resposta emocional da apreensão. A capacidade de ficar ansioso é necessária para a sobrevida, mas os níveis graves de ansiedade são incompatíveis com a vida. Medo é a resposta emocional a ameaça real ou percebida. associado a períodos de excitabilidade autonômica aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga Ansiedade é a antecipação de ameaça futura associada a tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos de cautela ou esquiva. Importante: Não é homogênea; Não existe tratamento único. – ➢ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Corpo (somatizações) Pensamento (agilidade, conteúdo, lógica) Aprendizado (concentração e atenção, associações) Percepção (distorções) ➢ IMPACTO: Alta prevalência Uso de serviços de saúde Licenças médicas Limitação do desempenho Relação com outros agravos (comorbidades) ➢ ETIOLOGIA: Genética e hereditariedade: Gene relacionado à produção de um carreador de serotonina Parentes de 1 grau adoecem mais Base emocional: Tensões e adaptação; Conflitos intrapsíquicos e interpessoais ➢ FATORES PRECIPITANTES As ameaças à integridade física incluem a incapacidade fisiológica iminente ou a capacidade diminuída de realizar as atividades cotidianas. As ameaças à auto-estima sugerem o perigo para a identidade da pessoa, para sua auto-estima e funcionamento social integrado. ➢ TIPOS DE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE AGORAFOBIA Agora = mercado phobus = medo (grego) Estar em algum lugar perdido, ou com muitas pessoas, medo de passar mal e não conseguir evadir-se do local/ ser atendido “Medo marcado e manifestado consistentemente ou evitação” Multidões, lugares públicos, ao viajar sozinho/ para longe de casa SÍNDROME DO PÂNICO Ansiedade grave sem restrição a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em particular e que são, portanto, imprevisíveis. Os sintomas dominantes incluem início súbito de palpitações, dor no peito, sensações de choque, tontura e sentimentos de irrealidade. Frequentemente há também um medo secundário de morrer, perder o controle ou enlouquecer. Paciente passa pelos serviços sem diagnóstico correto: não diagnóstico = não tratamento - subnotificação Chega na emergência (PS) Diminuição do desempenho social e queda da produtividade/ limitação crônica (não sai mais de casa) FOBIAS SOCIAIS Medo de ser observado por outras pessoas, levando à evitação de situações sociais. Fobias sociais mais invasivas estão usualmente associadas a baixa auto-estima e medo de críticas. TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS- TRAUMÁTICO Estressor traumático extremo e externo (afetaria qualquer um) Acidentes automobilísticos, assaltos, violência sexual/ violência, torturas, guerras, catástrofes naturais, incêndios, seqüestros. Reação de medo/ impotência – TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO Obsessão: pensamento/ sentimento intrusivo – recorrente (evento mental) Medos/ pensamentos relacionados a perder o controle, assassinar ou agredir alguém, se contaminar e morrer, cometer violência sexual. Pensamentos sexuais ou religiosos intrusivos. Compulsão: comportamento consciente para aliviar a ansiedade gerada pela obsessão (evento comportamental) Repetir verificações (acreditando que subestimou o perigo, p.ex. fechar o gás, as torneiras....) ou ações (lavar-se, orar, tocar ou organizar objetos), colecionismo RITUALIZAÇÕES - Nem sempre aliviam, mas aumentam a ansiedade ➢ TRATAMENTO Farmacológico Antidepressivos (ISRS = de escolha, tricíclicos) e Benzodiaepínicos Psicoterapia: correção dos comportamentos fóbicos Conscientização sobre a irracionalidade Prejuízo na produtividade e relacionamentos Manejo de medicações, efeitos colaterais e expectativas do indivíduo/família. Sentimentos de sobrecarga; Convívio familiar; Avaliação integral e humana do indivíduo. Transtornos de Humor são distúrbios intensos que alteram de forma persistente o estado de humor, sem que o indivíduo consiga compreender nemcontrolar. Humor - Refere-se a um estado emocional que influencia toda a personalidade e a atuação na vida de um indivíduo. Deve variar de acordo com os estímulos externos e internos. Os transtornos do humor são transtornos de saúde mental nos quais as alterações emocionais consistem em períodos prolongados de tristeza excessiva (depressão), de exaltação excessiva ou de euforia (mania), ou ambos. Envolve contexto laboral, socio-familiar. Não existe tratamento único. Diminuição qualidade de vida. Causa intenso sofrimento psíquico. ➢ CLASSIFIAÇÃO DO T.H.: ➢ DEPRESSÃO: É um transtorno de humor Caracterizado por tristeza suficientemente grave ou persistente para interferir no funcionamento e, muitas vezes, para diminuir o interesse ou o prazer nas atividades. Humor depressivo Desânimo/ apatia Idéias de ruína e autoculpabilização (menosvalia) Crises de choro/ perda ou aumento apetite – Desesperança (expectativas diminuídas) Prejuízo da atenção e concentração Lentificação dos processos psíquicos Descuido da higiene Isolamento Idéias suicidas Inquietação/ agressividade Queixas físicas (cefaléia, lombalgias, dispnéia) ➢ TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR: A característica essencial de um Episódio Depressivo Maior é um período mínimo de 2 semanas, durante as quais há um humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades. Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável ao invés de triste GRAU DOS SINTOMAS= MAIOR PREJUÍZO ➢ DISTIMIA OU TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE A distimia é definida como uma tristeza que ocorre durante pelo menos dois anos, juntamente com pelo menos dois outros sintomas da depressão. Alguns exemplos de sintomas incluem perda de interesse em atividades normais, falta de esperança, baixa auto-estima, falta de apetite, baixa energia, alterações no sono e falta de concentração. GRAU DOS SINTOMAS= MENOR PREJUÍZO ➢ TRANSTORNO BIPOLAR: A causa exata do distúrbio bipolar não é conhecida, mas acredita-se que seja influenciado por uma combinação de fatores como genética, ambiente, estrutura e química do cérebro. TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I A pessoa com transtorno bipolar vive alternâncias de humor entre crises de mania ou hipomania e depressão. Geralmente, quando alterna entre episódios de mania e depressão, a doença é classificada com transtorno Bipolar tipo 1 ➢ TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR-TAB Fase de MANIA: • Humor expansivo/ eufórico, irritável • Agressividade • Hiperatividade a agitação psicomotora • Menor necessidade de sono, insônia • Aceleração psíquica: fuga de idéias • Exacerbação da sexualidade • Idéias/ delírios de grandeza • Prejuízo da crítica • Perda do controle financeiro/ doações • Delírios paranóides e místicos • Alucinações • Humor expansivo/ eufórico, irritável • Agressividade • Hiperatividade a agitação psicomotora • Menor necessidade de sono, insônia • Aceleração psíquica: fuga de idéias • Exacerbação da sexualidade • Idéias/ delírios de grandeza • Prejuízo da crítica • Perda do controle financeiro/ doações • Delírios paranóides e místicos • Alucinações • Sensação de profundo bem-estar • Auto-estima acentuada • Energia e produtividade • Nutrição de expectativas = abandono do tratamento • Sensação de poder e segurança: Ideação suicida, promiscuidade. • Alta produtividade/ agitação: Desidratação e desnutrição/ colapso psíquico Fase de DEPRESSÃO: • Humor depressivo • Desânimo/ apatia • Idéias de ruína e autoculpabilização (menosvalia) • Crises de choro/ perda ou aumento apetite • Desesperança (expectativas diminuídas) • Prejuízo da atenção e concentração • Lentificação dos processos psíquicos • Descuido da higiene • Isolamento – • Idéias suicidas • Inquietação/ agressividade • Queixas físicas (cefaléia, lombalgias, dispnéia) ➢ TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Definido por um padrão de episódios depressivos e episódios hipomaníacos, mas não os episódios maníacos desenvolvidos acima. Fase de HIPOMANIA: Menor intensidade dos sintomas maníacos • Ausência de sintomas psicóticos • Prevalece IRRITAÇÃO, IMPULSIVIDADE • Não consegue avaliar a situação real e pensar estratégias de enfrentamento • Não vislumbra soluções • Passa por clínicos antes de chegar Psiquiatria. • Risco potencial de suicídio ➢ TRATAMENTO TAB: • Neurolépticos típicos • Benzodiaepínicos • ESTABILIZADORES DO HUMOR • NL atípicos • Psicoterapia e intervenção sócio-familiar Depressão: • Antidepressivos (Tricíclicos, ISRS...) • Lamotrigina • Psicoterapia individual • Terapia de grupo • Psicoeducação ➢ HISTÓRICO Na Antiga Grécia, aconselhava-se o ópio como remédio desde o sec. X a.C; Os egipcios usavam para esquecer os problemas, enganar o cansaço e a fome; Os assírios usavam em rituais sagrados e como anestésico. Estabelecer contato com as divindades; Ligação entre a vida real, as divindades e os mortos; Fins festivos, terapêuticos e sacramentais; Objeto de interesse científico. ➢ EPIDEMIOLOGIA 74,6% dos brasileiros consumiram álcool e 12,3% preenchiam critérios diagnósticos de dependência. Tabaco: 44% uso na vida e 10% dependentes; Segundo maior consumidor de cocaína do mundo, 6 milhões de brasileiros, 2 milhões consumiram na vida. Heterogeneidade nos grupos usuários de substâncias psicoativas. Complicações sociais e de saúde que atingem essa população. – ➢ DEFINIÇÃO DE DROGAS Saúde: qualquer substância que previne ou cura doenças ou aumenta o bem-estar Farmacológica: qualquer agente químico que altere processos bioquímicos e fisiológicos Geral: produtos químicos, psicotrópicos ou psicoativos, de origem natural ou sintética, que produzem efeitos sobre o SNC e resultam em alterações na mente, corpo e/ou comportamento ➢ CONCEITOS: Substância psicoativa (SPA): atua sobre o SNC, alterando o estado normal de vigília e sensopercepção. Substância psicotrópica: além do efeito psicoativo pode levar à dependência Nem toda subst. psicoativa tem potencial de causar dependência (ex: neurolépticos) INTOXICAÇÃO POR DROGAS: Desenvolvimento de uma síndrome reversível, específica da droga causada pela ingestão recente à uma droga. ➢ CRITÉRIOS PARA A DEPENDÊNCIA: Tolerância; quantidade maior, redução do efeito; Abstinência; apresentação de sintomas da ausência da substância; Esforços mal sucedidos de reduzir o uso; Gasta-se muito tempo para a obtenção da droga; Abandono das atividades sociais em decorrência do uso; Uso continuado apesar da consciência dos problemas causados pelo uso das drogas. DEPENDÊNCIA FÍSICA: Conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando perda do controle sobre o uso de drogas, e o uso continuado. DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA: Quando o uso é percebido pelo próprio usuário como sendo necessário à manutenção de um estado ótimo de bem estar pessoal, relações interpessoais ou desempenho no trabalho. ➢ ABSTINÊNCIA É uma alteração comportamental mal-adaptativa, com elementos fisiológicos e cognitivos, que ocorre quando as concentrações de uma substância no sangue e tecidos declinam em um indivíduo que manteve um uso pesado e prolongado de uma substância. Distúrbios neuropsiquiátricos: Demência; Locomoção; Alterações no sono; Durante o consumo; Durante a abstinência; Após a interrupção do consumo. ➢ FATORES PREDISPONENTES CAUSAS MULTIFATORIAIS: Genético, biológicos: mais acentuado no alcoolismo; Psicológicos; Ambientais; Condicionamento: o prazer que a substância oferece, encoraja o usuário a repetí-la. – ➢ ATENÇÃO BÁSICA, O QUE FAZER? Diagnóstico precoce: aproveitar todas as oportunidades para questionar sobre o consumo de drogas; Identificação de problemas clínicos, sociais e psíquicos;Identificação de comorbidades psiquiátricas; Determinar se o paciente necessita de encaminhamento ESTÁGIOS PARA CONDUTA PROFISSIONAL ADOTADA POR Di CLEMENTE 1º estágio- O indivíduo não identifica que está com problema; Aumentar as perspectivas do sujeito sobre seus riscos e problemas do comportamento; Visitas domiciliares, questionar o uso, a frequência 2º estágio- O individuo identifica o problema mas mantem-se ambivalente; Focar nas razões da mudança; Os riscos de não mudar; reforçar a autossuficiência para acontecer Entrevista familiar mais específica 3º estágio- O individuo pensa em mudar planeja, e faz pequenas mudanças; Ajudar o paciente a buscar melhor linha, buscar estratégias e ser mais focal; Visitas mais frequentes; 4º estágio- Investe tempo e energia no proposito da mudança; Prover o suporte, rede de apoio, encaminhamento; Acompanhamento com encontros semanais 5º estágio- Manter os ganhos e prevenir recaídas; Reforçar os pontos de sucesso; Reavaliar planos de cuidados; Ajudar o paciente a buscar as possíveis estratégias de forma autônoma. ➢ ASSISTÊNCIA: • Acolhimento • Dialogo • Detecção precoce • Expectativas do indivíduo/família • Farmacológico • Psicoterapia • Terapia de grupo • Desintoxicação • Internação (?) ➢ DEFICIÊNCIA: • “Toda e qualquer perda, falta ou alteração * de estrutura ou de função, qualquer que seja sua causa . . . Ausência ou anormalidade de parte(s) do corpo, podendo ser membro, órgão ou tecido . . . Algo orgânico e concreto” (p. 01). * que implique em déficit. • Podem ser temporárias ou permanentes; congênitas ou adquiridas. • Principais tipos: Física, intelectual, sensorial e múltipla. ➢ INCAPACIDADE • Qualquer restrição, decorrente de uma deficiência da habilidade de desempenhar uma atividade funcional que se tem por comum para o ser humano. • Consequência direta de uma deficiência, seja ela de ordem psicológica (função cognitiva) física, sensorial ou outra. • A limitação propriamente dita ➢ DESVANTAGEM • “Situação desvantajosa para um determinado indivíduo, como consequência de uma deficiência e ou de uma incapacidade. • Caracteriza-se pela diferença entre o rendimento do indivíduo e suas próprias expectativas e/ou as do grupo a que pertence.” • Conceito comparativo, sempre relativo à algo ou alguém. – ➢ DEFINICAÇÃO INTELECTUAL Deficiência intelectual: substitui termos como deficiência ou retardo mental. (A) uma limitação substancial no funcionamento presente, com (B) desempenho intelectual médio diminuído (escores de QI abaixo de 70–75), (C) limitando a adaptação em áreas como comunicação, autocuidado, vida independente, sociabilidade, inserção na comunidade, autonomia, educação acadêmica, lazer e trabalho. Critérios: DSM- V Déficits de habilidades mentais, tais como raciocínio, resolução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, julgamento, aprendizado. Funcionamento da vida diária, tais como comunicação, participação social, funcionamento na escola ou no trabalho, ou independência pessoal em casa ou na comunidade. Estas limitações resultam na necessidade de apoio permanente na escola, no trabalho ou na vida independente. O início é durante o período de desenvolvimento. – ➢ QUADRO CLÍNICO • Fala: atraso no desenvolvimento da linguagem e dificuldades para falar e se expressar. • Percepção: lentas em reagir e perceber estímulos ambientais, dificuldades de distinguir pequenas diferenças nas formas, tamanhos e cores. • Cognição: capacidade prejudicada de analisar, raciocinar, compreender e calcular, e para o pensamento abstrato. • Concentração e memória: é baixa e estreita, têm dificuldades para recordar e suas memórias são muitas vezes imprecisas. • Emoção: muitas vezes ingênuas e imaturas, pobre autocontrole, frequentemente impulsivo e agressivo, alguns são tímidos, arredios e retraídos. • Motoras: coordenação limitada, movimentos aleatórios e estereotipados. ➢ DEFICIÊNCIA FÍSICA: Refere-se à alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física. Pode ser congênita ou adquirida e temporária ou permanente. Exclui deformidades estéticas que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. ➢ DEFICIÊNCIA SENSORIAL Não-funcionamento (total ou parcial) de algum dos cinco sentidos. Déficits relacionados ao tato, olfato ou paladar também podem ser enquadrados em tal categoria. Deficiência visual e auditiva são as mais tipicamente abordadas. O indivíduo com deficiência sensorial apesar de poder ser incapaz de aprender através de algum sentido específico, apresenta formas próprias de explorar, perceber e compreender o mundo em que vive. ➢ DEFICIÊNCIA VISUAL Indivíduos que, mesmo com correção, não conseguem enxergar com a mesma precisão que o indivíduo de sua faixa etária consegue. Leva em consideração a acuidade visual, tanto em relação a distância quanto ao ângulo. Não são considerados deficientes indivíduos com miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias. ➢ DEFICIÊNCIA AUDITIVA: É a perda parcial ou total da audição, causada por má-formação (genética), lesão na orelha ou nas estruturas que compõem o aparelho auditivo. Estima-se que 9,8 milhões de brasileiros sofrem de deficiência auditiva. 2,6 milhões são surdos e 7,2 milhões apresentam grande dificuldade para ouvir. Considera-se como deficiente indivíduo com limiar auditivo superior a 20db. – ➢ POLÍTICAS PÚBLICAS E DEFICIÊNCIAS Existe a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, que tem como objetivo a proteção e a reabilitação das capacidades funcionais. No SUS, a rede de cuidados a pessoa com deficiência surge para não somente lidar com a reabilitação da população citada, mas também para promover a saúde e a prevenção de doenças nos mais diferentes níveis de cuidados. Esses serviços propicia uma atenção completa a pessoa com deficiência que vai desde atenção primária até a reabilitação. A rede: Atenção primária, Atenção especializada em reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, e em múltiplas deficiências; atenção hospitalar e de urgência e emergência. De acordo com a ABNT, 2004 as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, devem estar em constante interação com seu meio sociocultural. → Quanto mais o ambiente limitar sua mobilidade e acessibilidade a serviços diversos, maior será a sua dificuldade para alcançar uma vida plena e de autonomia. Verdades: • Deficiência não é doença; • Algumas crianças com deficiência podem necessitar de escolas especiais; • As adaptações são recursos necessários para facilitar a inclusão dos educandos com deficiência nas escolas; • Síndromes de origem genética não são contagiosas; • Deficiência intelectual não é doença mental. Mitos: • Todo surdo é mudo; • Todo cego tem tendência à música; • Deficiência é sempre fruto de herança familiar; • Existem remédios milagrosos que curam as deficiências; • As pessoas com “necessidades especiais” são eternas crianças; • Deficiência não é carma nem castigo divino. • Todo deficiente intelectual é dependente.
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