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LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 3 SUMÁRIO AULA 01 AULA 02 AULA 03 AULA 04 AULA 05 AULA 06 AULA 07 AULA 08 AULA 09 AULA 10 AULA 11 AULA 12 AULA 13 AULA 14 AULA 15 05 10 15 20 25 29 40 44 53 58 62 67 71 75 79 TIPOGRAFIA CONCEITOS BÁSICOS DE TIPOGRAFIA: TIPO HELVÉTICA CONCEITOS BÁSICOS DE TIPOGRAFIA: TIPO SERIFADA CONCEITOS BÁSICOS DE TIPOGRAFIA: FONTE ARTÍSTICA TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO LEI DA COMPOSIÇÃO VISUAL DIAGRAMAÇÃO ESPECIFICIDADES COMPOSITIVAS DOS JORNAIS PROGRAMAS DE DIAGRAMAÇÃO CONFECÇÃO DE DIAGRAMAS CONFECÇÃO DE DIAGRAMAS: USO DE DIAGRAMAS EM REVISTAS CONFECÇÃO DE DIAGRAMAS: USO DE DIAGRAMAS EM LIVROS CONFECÇÃO DE DIAGRAMAS: USO DE DIAGRAMAS EM MURAL PSICOLOGIA DAS CORES PSICOLOGIA DAS CORES: BENEFÍCIO DAS CORES PARA PERSUASÃO LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4 INTRODUÇÃO Neste módulo, abordaremos o tema Layout e Tecnologia de Impressão na área jornalística. Este assunto é muito importante e essa obra tem como finalidade mostrar a sua alta relevância no decorrer de suas aulas da utilização das técnicas e conhecimento aplicado. Iniciamos nosso estudo com uma questão: O que são Layouts? Para que servem? A resposta para essa pergunta não é difícil, todavia, é complexa. Vamos começar então para simplificar pela definição da palavra em si? Layout, palavra de origem inglesa, expressa: plano, arranjo, esquema, design, projeto... explicando de uma forma mais prática de compreensão, o layout pode ser desde o organizar até reorganizar para se atingir a organização mais agradável de um ambiente ou conjunto. Contudo, este processo não é tão simples quanto parece. Analisando o contexto da amplitude da aplicação dos layouts e sua usualidade atual, compreendemos a necessidade de conhecer e aprofundar as técnicas relacionadas ao mesmo, a fim gerar resultados e fixar a marca/conteúdo em seu receptor. Nessa circunstância, vamos absorver as técnicas desde os tipos de tipografias até composição e diagramação de projetos, abordando os desafios da sua aplicação no mercado atual. Vamos lá? LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 AULA 1 TIPOGRAFIA Tipografia é o entendimento, desenvolvimento e utilização dos caracteres, formatos, estilos e arranjos visuais de palavras. Uma das áreas mais significantes do Design Gráfico, com certeza, é ela. Seu domínio é primordial para criação de peças que tenham textos como foco. E a sua aplicação dispõe uma dimensão enorme! Claro, quando falamos em Tipografia no Jornalismo, um bom uso da mesma é fundamental para certificar um bom desempenho da sua estratégia. Antigamente, a nomenclatura possuía um significado onde se tratava da impressão dos tipos (como são conhecidas as fontes). Todavia, com o passar do tempo hoje a maior parte da escrita é realizada digitalmente, desta forma, essa expressão caiu em desuso e passou a englobar todo o estudo, criação e aplicação dos caracteres, estilos, formatos e arranjos visuais das palavras. Como são os pilares da comunicação na parte escrita, as fontes (ou tipos) necessitam ser bem preparadas, de forma que se tornem apropriadas à mensagem que o emissor ânsia passar para o receptor. Uma pergunta que pode vir a sua mente é: Mas afinal, se a tipografia é essencial para a transmissão de uma mensagem, qual o momento do seu surgimento? Já foi dito antes e deveria ser dito de novo: a tipografia é a infraestrutura do design gráfico, a própria base da comunicação visual. Um pôster que comunica sem palavras é uma raridade. Toda propaganda, todo design de informação depende de palavras. E naqueles casos em que símbolos ou pictogramas quebraram a barreira da linguagem, eles dependeram de palavras para uma explicação inicial. Sinais de trânsito, por exemplo, dependem de pictogramas – mas nós temos de aprender primeiro o que eles significam, e aprendemos pelo uso de palavras (HENRION, 1986). A etimologia da palavra vem do grego (do latim renascimental typographia), onde týpos significa “impressão” e graphía a “escrita”. Os primeiros esboços relacionados à tipografia foram realizados por nossos ancestrais, onde através de desenhos feitos com materiais primários, organizava LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 desenhos para expor situações da sua rotina. De acordo com Ribeiro (1998), a escrita feita com desenhos rudimentares chama-se pictografia do grego pictus significa pintado e grafe significa descrição (RIBEIRO, 1998). Exemplo de arte rupestre representando cena do cotidiano dos ancestrais Fonte: https://www.todamateria.com.br/arte-rupestre/ Os livros eram feitos por escribas, primeiramente, seu método de criação era manual, árduo e longo. Johann Gutenberg, alemão, fez o primeiro sistema de impressão, utilizando fontes móveis em madeira e posteriormente metal. 1.1 Você conhece Johann Gutenberg e a sua importância para o avanço na impressão? Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, ou apenas Johannes Gutenberg foi um inventor entre tantos adjetivos, otimizou um conjunto mecânico de fontes móveis, dando assim início à Revolução da Imprensa, sendo considerado o episódio mais significativo do milênio. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 1.2 Mas, será que Gutenberg criou esse sistema? Em 1439 ele foi o segundo no mundo a manipular esse estilo de impressão, o primeiro a usar o meio foi o chinês Bi Sheng no ano de 1040. Porém, Gutenberg cooperou de diversas formas, dentre elas a manipulação de tinta à base de óleo. A combinação desse e de outros componentes em um agrupamento prático que concedia a fabricação em massa de impressos de forma rentável para produtores e receptores foi considerada sua descoberta mais memorável. Suas evoluções com o decorrer dos anos, a transformou em cada evolução. Hoje é considerada uma das peças mais relevante na comunicação. Agora, vamos compreender alguns princípios básicos sobre tipografia? 1.3 Classificação de fontes A classificação de fontes ou tipos é um daqueles casos onde é permitido julgar exclusivamente devido por conta da aparência. Consequentemente, é considerável assimilar como são considerados e quais as distinções entre as variações existentes, em busca de captar quando e como usá-los. Encontram-se 4 classificações básicas, onde a maioria das fontes existentes possui as características e se inserem: sem serifa, Serifada, Script (escrita artística) e Dingbat (formada com símbolos diversos no lugar das letras do alfabeto). Confira abaixo exemplos de cada estilo de fonte: Exemplo de estilos de fontes https://rockcontent.com/br/blog/tipografia/ LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 ANOTE ISSO As mais apropriadas para livros alguns impressos, pois ajudam a leitura com sua maior continuidade e esforço visual é as fontesserifadas. Agora, as mais usadas em títulos, chamadas e em textos digitais, tratam-se das fontes sem serifa. Cada fonte tem seu desdobramento de “famílias” diferentes. Atualmente, é quase impossível ter uma noção desse número de fontes existentes, pois crescem extraordinariamente. 1.4 Afinal, o que é fonte? Um grupo de caracteres em um único estilo é chamado de fonte. No princípio, na tipografia móvel, uma família com as mesmas características estruturais era julgada uma fonte diferente, isso porque para cada um deles era necessário cortar e fundir matrizes diferentes. Atualmente, na tipografia digital, a fonte é considerada como uma “matriz” que consegue ser remodelada. As famílias podem acolher algumas ou todas as transições. Essas características atreladas à legabilidade caminhão juntas para um projeto assertivo. Nesse exato momento você deve estar se perguntando: O que é Legabilidade? Não se preocupe, o termo parece complexo, mas explicamos para você! Diversos são os motivos que atuam na legibilidade de um tipo, dentre eles: espaçamento, contraste, formas, cor dos caracteres, cor do fundo, tipo do papel, entre outros. É importante ressaltar sobre o equilíbrio do espaçamento entre letras, palavras e até mesmo linhas. Segundo Rocha (2002), o espaço entre elas devem ser paralelos. Os caracteres não devem ficar tão próximos, nem tão distante que as palavras a ponto que deixem de ser notadas como palavras. No momento em que os espaçamentos ficarem pertinentes, se transformará invisível, garantindo que o leitor se concentre com clareza e velocidade no significado das palavras. Unicamente deve notar o espaço das palavras e linhas. Desta forma, é inegável a significância do espaçamento na legibilidade. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 O design gráfico sempre esteve associado à produção da escrita, como planejamento da disposição de marcas e espaços desta. Era um serviço intrínseco à impressão, geralmente executado como parte integrante dos serviços dos impressores e com o objetivo de tornar mais agradáveis visualmente as peças gráficas por eles produzidas. Nos anos trinta, caracterizou-se tanto como um modo de ordenar informações complexas como de associar um estilo a produtos comerciais. Em torno dos anos cinqüenta, a profissão encaminha-se para o que é atualmente, fundada no propósito de dar forma gráfica a idéias e produtos nos vários gêneros de mídia impressa (HELLER & DRENNAN, 1997, p.27). Hoje, o comando de espaçamentos é um mecanismo presente em softwares de criação. Para reconhecer com clareza, os caracteres devem estar legíveis. Os itens abaixo colaboram para sua melhor leitura: Força: simboliza a espessura e o espaço entre cada caracter, palavra completa ou linha. Orientação: s palavra ou frase, quando inclinada menos legível se torna. É indicável evitar a forma de escrita inclinada, ao menos que se tenha um motivo específico para seu uso. Harmonia: é aconselhável observar a harmonia ao salientar os caracteres das palavras em associação ao tamanho, espessura e orientação. Tipos simples: caracteres mais simples, sem enfeites ou serifas são os mais legíveis. Ex: .com Serifa. Sem Serifa (DUL; WEERDMEESTER, 1998). Texto em Itálico: textos compostos exclusivamente em letras itálicas podem diminuir de forma significativa o ritmo de leitura (MORAES, 1996). Letras minúsculas e maiúsculas: em um texto contínuo em caixa alta e baixa, a leitura é facilitada quando a primeira letra é maiúscula e as demais minúsculas. As letras maiúsculas devem ser preferencialmente utilizadas para títulos e nomes próprios e para abreviações familiares ao usuário (DUL; WEERDMEESTER, 1998). Nesse contexto de tipografia vimos sua amplitude e importância, assim é necessário o aprofundamento de suas áreas para um domínio maior e mais preciso de sua utilização. Vamos refletir sobre isso! LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 AULA 2 CONCEITOS BÁSICOS DE TIPOGRAFIA: TIPO HELVÉTICA Agora que já sabemos um pouco sobre o que é Tipografia e a sua importância para a sociedade, vamos compreender um pouco mais sobre seus desdobramentos de famílias de fontes. No decorrer da Renascença Europeia, em 1500 aC, o desenho dos livros e tipografias desenvolveram-se tornando-se um campo formal de uma área de estudos. Pintores eram restritos de patrocínios e buscavam sempre aprimorar, aumentando sua prática expandindo habilidades para corresponder aos anseios dos patrões. Assim, bastantes artistas passaram a ser considerados preferíveis desenhistas de letras e calígrafos. Naquela época, essa habilidade era considerada tão importante quanto escrever poesias. Os pintores esforçaram-se em mídias diferentes, gerando xilogravuras para impressão, afora as pinturas, desenhos e afins. As fontes eram observadas como um meio adicional de expor artisticamente. Artistas grandiosos desse marco na história identificaram que as proporções de uma letra perfeita era calculável como as do corpo humano. Leonardo da Vinci, em sua obra denominada De Divina Proportione de 1509, indagou a concepção do formato das letras manuseando elementos geométricos, comparando também com as proporções do corpo humano. Albrecht Durer discorreu uma obra denominada “Sobre a Forma Correta das letras” como fragmento de uma combinação com geometria aplicada. Ele confeccionou caracteres traçando-os em um quadrado próprio, formando a letra tipográfica com os elementos. Abaixo apresento ilustrações dessa metodologia: LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 Construção de albrecht sobre a forma correta das letras Fonte: https://twitter.com/alexmckenzey/status/598507798327078912 2.1 Você agora deve estar se perguntando: quando o tipo Helvética “nasceu”? Criada em 1957 pelos designers Max Miedinger e Eduard Hoffmann, uma das tipografias sem-serifa julgada como uma das mais amadas e usadas ao redor do mundo é a Helvetica. Em virtude das dificuldades que geraram seu desenho, esta entre as fontes mais relacionadas à contemporaneidade no design gráfico. Max Miedinger e Eduard Hoffman desejaram desenvolver em 1957uma recente tipografia sem-serifa que pudesse disputar com o Akzidenz-Grotesk no mercado Suíço. O propósito do novo design foi de gerar uma tipografia neutra, sem conceitos inerentes na sua forma, além da versatilidade de ser usado em um leque de finalidades. O nome do tipo foi modificado pela empresa alemã, para Helvetica em 1960. Desde o princípio a meta era que a fonte se denominasse Helvetia (Suíça em latim). Todavia, acreditam ser muita presunção batizar um tipo com o nome de uma nação. Dessa LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 forma, estabeleceram substituir o nome para Helvetica (de Confœderatio Helvetica) para que aumentasse a expansão no marketing internacional. Segue abaixo anexo de imagens da família da tipologia para melhor entendimento e compreensão: Exemplificação dos desdobramentos da família Helvética Fonte: https://br.pinterest.com/pin/422071796323794409/ ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Essa fonte é a mais universal do século XX. Fica nítido como ela induz transformações no jeito que as publicidades eram e são feitas. Tomaram lugar dos anúncios chamativos, cheios de informações e chamativos as propagandas sóbrias e práticas. Atualmente é considerada o tipo minimalista. É possível que esse assunto soe familiar. No fim das contas, nas tarefas de escola quem nunca quis se destacar escolhendo uma fonte chamativa? Mas melhor esquecer o passado Antigamente, tipografia era um tabu para as pessoas no geral. Os computadores que alteraram essa circunstância, a fundamental função dos tipos era os códigos. E descubra qual era a fonte que estava pré-instalada nas máquinas da Apple? Isso mesmo, a Helvética!LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 A Microsoft, correndo para alcançar a concorrente, necessitava de uma forma similar para o Windows, porém a taxa para utilizar a família Helvética era muito alta, desta forma, a estratégia utilizada pela marca foi usar outra fonte muito idêntica. O nome dessa cópia todos devem saber: Arial. Em questão de sistemas, o Windows fez-se mais comum, desta forma a Arial recebeu a fama junto! Abaixo, segue exemplo de uma mesma palavra escrita no tipo de fonte Helvética e em seguida Arial: Exemplo desdobramentos da fonte Arial Fonte: elaborado pela própria autora A seguir segue o mesmo exemplo com a fonte Helvética: LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 Exemplificação dos desdobramentos da família Helvética Fonte: https://br.pinterest.com/pin/422071796323794409/ Atualmente, é capaz que alguém se preocupe em realizar seus trabalhos com a fonte Arial (aconteceu no caso da prévia deste texto que você lê). Contudo, entre designers que olham a letra com um cargo superior do que somente a tradução das palavras, a Helvética até este momento tem lugar reservado no coração.... LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 AULA 3 CONCEITOS BÁSICOS DE TIPOGRAFIA: TIPO SERIFADA Ainda falando sobre tipografia e suas variações e importâncias na humanidade temos o tipo serifado. O sentido da utilização de um tipo é muito relevante na concepção de uma marca ou negócio. Além da questão harmônica, é necessário certa atenção em qual é a fonte ideal para aproximar e conservar a leitura do target. E a influência ou a ausência da serifa é capaz de interferir. Agora você deve estar se perguntando, afinal de contas o que é target? Target nada mais é do que o público-alvo ou alvo que se deseja alcançar. Profissionais da área traçam estratégias e formas para atingi-los de acordo com as características dos perfis dos seus targets. Tipograficamente falando, uma serifa nada mais é do que um miúdo traço adicional detectado no final vertical ou horizontal de cada letra. Temos algumas serifas tênues, muito discretas e temos também outras marcantes. Há situações em que elas ajudam na legibilidade das letras e palavras num geral. A palavra “serif” condiz a tipos serifados e conseguimos exemplificar com a fonte Times New Roman. Agora o termo “sans serif” refere-se a tipos sem serifa, exemplificando uma nesse estilo seria a fonte Arial. Mas afinal, qual a origem da fonte serifada? A narrativa do início dessa expressão é desconhecida, mas uma das hipóteses mais estimada é de que a palavra derivou do termo holandês schreef, que quer dizer linha/traço de caneta. Uma das possibilidades para o aparecimento da serifa é que para escrever de forma semelhante e constante, escritores geravam linhas e escreviam entre estas. Após concluir, essas linhas eram apagadas, todavia os traços mais ligados às letras ficavam para não estragar a escrita, possibilitando as marcas que se posteriormente se intitularam como as serifas. Segue abaixo exemplos de estilos de serifa: LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 Exemplificação de fonte com serifa Fonte:https://www.printi.com.br/blog/aprenda-mais-sobre-tipografia Como as serifas são divididas? As variações de serifas conseguem ser divididas em quatro subcategorias, cada qual com suas próprias particularidades que as discriminam. Veja a seguir os díspares modos de serifa. 3.1- Oldstyle Exemplificação retirada https://blog.landsagenciaweb.com.br/o-que-e-uma-fonte-serifada/ Os tipos oldstyle ou estilo antigo, do ano 1400 e foram motivados na escrita da data. Neste modo, elas são empregues em ângulo fazendo com que letras sejam distintas com mais clareza. É a queridinha de editores de jornais, revistas e livros. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 3.2- De transição Exemplificação retirada Fonte:https://blog.landsagenciaweb.com.br/o-que-e-uma-fonte-serifada/ Esse estilo conhecido como Transicional (ou Barroco) recebeu fama no começo do séc XVIII. Por ser visto como um “meio termo” da forma antiga e as formas do futuro ganhou esse nome. Além de não ter um destaque diagonal é notável a dessemelhança das linhas grossas e finas. 3.3- Moderno Exemplificação retirada Fonte: https://blog.landsagenciaweb.com.br/o-que-e-uma-fonte-serifada/ A maneira moderno (ou Didone) recebeu fama no final do século XVIII, havendo um duro e excessivo contraste entre linhas grossas e finas. Uma particularidade para os tipos nesse estilo é que habituam ser bem finas, ao mesmo tempo que possui linhas verticais mais grossas. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 3.4- Slab Serif Exemplificação retirada Fonte: https://blog.landsagenciaweb.com.br/o-que-e-uma-fonte-serifada/ A forma Slab apareceu próximo ao ano de 1800, marcado pelas serifas grossas, em aspecto de bloco e, comumente, tão largas quanto comparados as linhas verticais. É um desdobramento do tipo sedutor, mais cheio e memorável, muito utilizado em pôsteres. 3.5 O uso da Serifa no design Designers ou profissionais da área tem muito domínio sobre o valor da tipografia. Empregar a fonte correta é algo capaz de transformar um projeto maçante em algo incrível e assertivo. No processo de criação do projeto ou arte, os tipos serifados são aplicados esboços mais chiques e sóbrios, contudo, não é uma regra propriamente dita. Você perceberá quando deve aplicar qualquer dos tipos de fonte serifada quando definir detalhes da sua arte ou projeto. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 Exemplificação retirada Fonte:https://blog.landsagenciaweb.com.br/o-que-e-uma-fonte-serifada/ Mas cuidado! Busque não aplicar fontes serifadas em artes para o meio impresso ou digital, pois com certeza terão as letras muito pequenas, nem ao menos aparecendo, resultando em um design incompreensível. Se você se perguntar: qual então será o tipo de fonte para o seu texto, projeto ou arte, sempre considere que a leitura através de uma tela seja lá de qual for o dispositivo é notavelmente distinta de ler a mesma coisa no papel. A grande causa é a resolução que define o formato mínimo. Desta forma, para apresentação em tela adota-se com maior regularidade as fontes sans-serif (sem serifa), pois dão melhor legibilidade em letras pequenas. Mas vale salientar, não é uma regra! LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 AULA 4 CONCEITOS BÁSICOS DE TIPOGRAFIA: FONTE ARTÍSTICA A fonte cursiva, Script ou manuscrita assemelha à letra manual. Os tipos script também há rumores de que vieram na era do Império Romano e eram empregadas para composição de documentos da época. Para agilizar a técnica de escrita os romanos ampliavam e apertavam os traços das letras. Com o decorrer do tempo começou-se a escrever unindo todos os caracteres, nascendo assim as letras cursivas. Uma bastante popular é a Monotype Corsiva. Nos esquemas de tipografias ofertados em softwares muito manuseados, como Microsoft Word, ela está presente e por isso essa fama. Mas encontram-se diversas inúmeras fontes manuscritas, cada uma com sua particularidade! A finalidade para esses tipos de fontes são para convites, um exemplo bem comum, por serem mais finas. Conforme o material que for gerar, após o domínio de cada tipologia de fontes, um bom conselho é uni-las e conciliar uma fonte cursiva com outra, por exemplo, formando uma disparidade. Este modo de fonte transmite uma impressão mais humana, manual, de delicadeza, nobreza, imaginação e empatia. Exemplos de fontes cursivas populares: LAYOUT E TECNOLOGIADE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 Bromello: Fonte: elaborado própria autora Westchester: Fonte: elaborado pela própria autora LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 Luna: Fonte: elaborado pela própria autora Pense no tamanho da fonte O tamanho deste tipo de fonte é muito importante, pois uma tipografia capaz de transmitir tantas sensações no receptor/leitor exige um cuidado especial para sua transmissão e consequentemente, leitura. Idealize que o seu target tratam-se homens e mulheres de 50 anos ou mais em um determinado projeto. Evidentemente, deve-se julgar uma escrita de dimensão apropriada à leitura, em motivo de que a visão desse nicho de pessoas esteja com danos. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 ISTO ACONTECE NA PRÁTICA Pense: Unir fontes pode ser cativante! A união e contraste que menciono, neste caso, não se trata de cor, mas de dimensões ou tipos de fontes. Não é aconselhável a aplicação de diversos tipos de fontes, visto que provoca um projeto sujo visualmente, tirando o foco da mensagem. Todavia, unir dois ou mais formas aplicando corretamente pode cooperar no layout e na organização do conteúdo. Encontram-se várias representações do uso dessas fontes diferentes empregues juntas. A consequência é muito agradável visualmente. Segue exemplo dessa utilização na prática: Exemplo de utilização de diversas fontes em um mesmo projeto Fonte: https://www.dreamstime.com/stock-illustration-typography-poster-hand-drawn-elements-inspirational-quote-today-perfect-day-to-be-happy-concept- design-t-shirt-image89749076 LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 Em sites, por exemplo, você pode transitar com essa variação de fontes diferentes dentre o conteúdo que será passado: título / texto. Marcas que utilizam essas fontes criativas e se destacam no mercado: Walt Disney: Fonte: https://logodownload.org/disney-logo-walt-disney-logo/ Coca Cola: Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Coca-Cola_logo.svg Barbie: Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Barbie_Logo.svg LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 AULA 5 TÉCNICAS DE COMPOSIÇÃO Ao mesmo tempo que o estilo visual, a tipografia introduz a relação mútua entre cliente/dados, falando em: designers, projetos e tecnologia, em um método de mudanças constantes sentenciado pelo tempo e avanços da cultura da sociedade. Aproximando o receptor de uma informação do grupo de acepções, como método de comunicação, anotado na mensagem, livre de sua origem ou finalidade, contribuindo com a atividade da leitura sem com isso desatenta pontos estéticos convencionais existentes na forma de suas linhas. “Assim como muitas outras áreas do saber, a tipografia, nas últimas décadas, parece atravessar um momento de revisão de valores e redefinição de território” (FARIAS, 2001, p.13). Lucy Niemeyer faz referência (2000, p.11), que só “só é notada, entendida e aplicada o conhecimento que se mostrar a seu receptor de forma adequada e competente”. O especialista em tipografia expõe em seu projeto seu ponto de vista e estilo, procurando a melhoria do linguajar visual e o corte estético. Conforme Rocha (2002), a característica técnica de um tipo digital é estabelecida por duas condições: resolução, sendo assim, a adaptação de cada forma, afora a singularidade dos signos presentes e ligação entre eles. A segunda condição trata-se da inserção de caracteres dependentes de um alfabeto. A carência dos itens acima em uma tipografia pode prejudicar sua qualidade, não tornando tão eficaz sua competência. Segundo Perrota (2005, p. 26), “eventualmente as atuais tipografias são novas, mas confeccionadas a partir da desfazer e refazer de velhos alfabetos”. Para se montar um tipo íntegro e eficiente é essencial atenção a um todo de imposições. Todavia, a tipografia não deve ser compreendida estritamente a um grupo lógico de escrita, mas como linguagem estética. Você deve estar se perguntando, afinal o que são signos? Debatendo o que se capta por signo, primeiramente, tem de se olhar com atenção para a distinção da definição de sinal, como dois itens diferentes, apesar de relacionadas. Seja qual for o aspecto gráfico de indicação, sem que para tal cometa alguma associação com a edificação de dois sentidos é denominado como: Sinal. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 À guisa de exemplo, o objeto específico da teoria da informação não são signos, mas unidades de transmissão que podem ser computadas quantitativamente independente de seu significado possível; estas unidades são definidas como “SINAIS”, mas não como signos (ECO, 1980, p. 15). Com base nas informações acima, pode-se confrontar os sinais aos impulsos, enxergando-os como acontecimentos não propositais, sendo de princípio humano ou não que acontecem sem interferência de um método de naturalização para a formação de significados, deixando-os fora do campo do signo. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# Consequentemente para que tenha um signo é necessário, no mínimo, a recognição da chance de criação de um significado. Porém, antes dessa categoria situar-se no local de algo, ou até simbolizá-la é uma ordem de ligação de coisas relacionadas, nas quais o signo conduz ao levantamento de outro que se associa ao primeiro, e assim consequentemente em uma contínua semiose. A imagem abaixo consegue exemplificar melhor o processo de comunicação: Componentes de linguagem e sistemas ordenadores das formas Diagrama retirado do site http://www.intergate.net.br/blog/boas-praticas-de-comunicacao-empresarial/ LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 O Design Gráfico consiste na formação e ajuste de conjuntos de componentes visuais: gráficos; os tipográficos e os iconográficos para a ordem do que se chama espaço gráfico, que é a região na qual serão utilizados os elementos de um layout. Objetos tridimensionais se enquadram também como espaços de aplicatividade das criações gráficas, por exemplo: embalagens e afins. Os componentes que constituem visualmente esse espaço em questão conseguem se estruturar em formatos como pictogramas, símbolos de marcas, fotografias, blocos de textos e outros. Além do mais, o Design Gráfico conversa atualmente com áreas como as sonoras que têm uma liberdade dinâmica na formação de vinhetas e assinaturas, contribuindo também para a criação de imagens com mobilidade, no caso de vídeos, animações e interfaces eletrônicas. O ponto de vista do espaço gráfico como espaço livre para ganhar inscrições e reproduções visuais para a fusão das classes de elementos falados anteriormente, por diversas vezes esteve vinculada a um conjunto organizador. Exemplificando é a parte áurea usada em meios de aplicatividade diversos. Essa carência de organizar o espaço está em harmonia com a necessidade de ordenar o mundo e as ligações sociais que nele se estabelecem. Antigamente, existia uma procura contínua por uma ordem que certificasse a disposição, a probabilidade e o domínio, asseverando ser essa uma marca específica da caça pela civilização. Samara (2007, p. 9) já indica uma ligação entre essa obrigação histórica alinhada com o conceito estrutural: “Os chineses, os japoneses, os gregos e romanos, os incas – todos esses povos seguiram ideias estruturais ao construir cidades, fazer guerras e organizar imagens”. Motivado por essa predisposição há uma coerência ordenadora do mundo e projetada pela metodização das sociedades industriais, aparece uma técnica organizadora para o layout denominada como grid, que foi ratificado no Design modernista. Na linha documentada do design famosa comoEstilo Internacional, originário da Suíça, obtém a designação de grid tipográfico, sendo determinada também como “um método de programação ortogonal que desdobra a informação em fragmentos manuseáveis” (SAMARA, 2007, p. 9), sendo essencial para o alicerce teórico do Design. Grid ou grade nada mais é do que um sistema organizador do espaço gráfico, que oferece uma orientação para a divisão dos elementos verbais e não-verbais no mesmo. Abaixo segue exemplo de uma estrutura de grid utilizada no photoshop: LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 Fonte: elaborado pela própria autora LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 AULA 6 LEI DA COMPOSIÇÃO VISUAL 6.1 O Design de Jornais Você sabe o que significa Design? Embora o termo gere debates, pois no nosso país o termo pode se referir ao seu significado e também a profissionais que exercem e estudam a atividade, se tornando ampla no seu entendimento, muitos autores dedicaram seu tempo escrevendo obras para tentar chegar em uma definição. [...] a maioria dos trabalhos sobre design se inicia pela conceituação da profissão. [...] Acreditamos que esta recorrência advenha do fato de que cada autor precise, de início, explicitar a sua concepção da profissão e descrever os compromissos que estão implícitos na sua prática profissional. Até mesmo estudantes docentes de design têm tido dificuldade para identificar uma definição da profissão (NIEMEYER, 1998, p. 23). Com seu princípio latino – “designo, -as, -are, -avi, atum, no significado de designar, apontar, retratar, marcar, organizar, dispor, regular” (QUEIROZ apud NIEMEYER, 1998, p. 26) –, a palavra “design” tem no estudo da língua inglesa uma acepção mais evidente, a qual entende projeto. Lucy Niemeyer (1998, p. 26) afirma que design também “expressa projeto, configuração se sobressaindo da palavra drawing – desenho, representação de formas por meio de linhas e sombras”. Dessa forma, como em inglês, em espanhol encontram-se duas definições que diferenciam das características da função projetual – diseño – Retrata a execução manual – dibujo (em português, os dois termos são representados como desenho), característica que expõe fielmente o entendimento da profissão. A primeira compreensão da palavra design no Brasil foi desenho industrial – relacionada à nomenclatura industrial design, já renomada internacionalmente –, definição qual Niemayer (1998, p. 26) julga “inadequada, pois adversa o significado original da mesma, fazendo prevalecer para o desenho industrial o sentido de competência de retratar graficamente à de projetar”. Entretanto, ainda encontram-se escolas de desenhos industriais no país e nos dias de LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 hoje as palavras design e desenho industrial se representam e são corretos (NIEMEYER, 1998). Cardoso atesta: Percebe-se que, do ponto de vista etimológico, o termo já contém nas suas origens uma ambigüidade, uma tensão dinâmica, entre o aspecto abstrato de conceber/ projetar/ atribuir e outro concreto de registrar/ configurar/ formar (CARDOSO, 2004, p. 14). Nessa procura é relevante retomar a concepção de Rafael Cardoso (2004) o qual afirma que recobra características sociais e históricas que formam a formação da atividade. Fundamentado da afirmativa que o design atua em duas instâncias, “atribuindo forma material a conceitos intelectuais” (CARDOSO, 2004, p. 14), esclarece também que as origens da profissão destaca-se pelo instante de uma mudança das fases do procedimento fabril, em que o artesão era consciente por idealizar o projeto e fazer o artefato, levando, para a situação em que a tarefa de idealizar desprende-se da de fabricar. É importante ressaltar que essa transição só veio sob as circunstâncias de um período em que o método de elaboração já exercia recursos de produção em série por meios mecânicos. Perante isso, saber exatamente quando esses artifícios foram insertos no método produtivo e, por consequência, qual foi o primeiro exemplar da profissão é contestável, mas existe uma unanimidade referente à introdução no século XV da imprensa com tipos móveis, ou seja, entende a separação entre projetar e executar propiciando a impressão em série, configurando-se como uma das pioneiras manifestações genuínas de design (CARDOSO, 2004). ISTO ACONTECE NA PRÁTICA À vista disso, a construção de planos para livros começou nas primeiras expressões no design gráfico. Mesmo tendo sua origem desta peça anterior à criação dos tipos móveis foi exatamente após a inserção deste modelo de impressão que se ajustou nitidamente o ato de projetar, visto que o trabalho do tipógrafo correspondia, a maioria dos direitos do design editorial nos dias de hoje. Para melhor entendimento, vamos exemplificar: o método de escolha das fontes – naquele tempo escolher originais ou gerar outros próprios–, desde a decisão do papel, formato, enfim, além de imprimir a obra e dar acabamento ao livro, também significava escolher e formar os elementos verbais e visuais no espaço da página (FETTER, 2011). LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 De modo efetivo, a Associação Nacional dos Designers, em sua obra “O Valor do Design” (2003), aponta que o planejamento gráfico de livros ajudou a atividade de design gráfico a difundir-se. Atualmente, este é um dos campos que mais emprega designers no país, a ADG julga que em pouco tempo atrás diversos especialistas eram contratados apenas para elaboração das capas, deixando o miolo a função da editora em questão– ação que espelhava um layout mais mecânico e convencional. Todavia, há pouco tempo a decisão de pensar o planejamento de modo a completar capa e miolo em um mesmo conceito, ou seja, abrangendo componentes com a mesma linguagem visual, sinalizam a transição para a presença íntegra do designer. ANOTE ISSO O design editorial é um campo de atuação característico do design gráfico que se doa à criação de planejamentos ou projetos para publicações exemplificando: livros, jornais e revistas, seu ponto de vista apoia-se num vocabulário que é visual (ESTERSON, 2004). Zappaterra (2007) afirma que um modo simples de indicar o design editorial – e diferenciá-lo das outras áreas do design gráfico – é jornalismo visual. Conforme a autora, se tivesse uma equivalência no design editorial em que se tornasse possível determinar uma ordem entre as fundamentais peças oriundos dessa produção, com certeza os jornais e as revistas conquistariam o topo da categoria. Especificamente no jornalismo impresso Garcia (1987, p. 6) declara que o primor no design das páginas consiste na “assimilação das palavras com constituintes visuais, como por exemplo, os tipos, a fotografia, ilustrações, infográficos e espaços em branco”. Do mesmo modo, completa Esterson (2004, p. 4), “nos soberanos jornais estes componentes correspondem à perfeita harmonia do jornalismo: forma e conteúdo juntos para expor uma personalidade”. No meio das funções do design editorial, podemos dar ênfase a capacidade de averiguar expressão e personalidade ao conteúdo. Sua função engloba desde atrair os leitores por através da apresentação visual, a fim de seduzir a curiosidade pela leitura, oferecendo as informações de um modo atrativo e útil para o leitor (ZAPPATERRA, 2007). Sinteticamente, o planejamento gráfico é a forma como o design editorial apresenta- se, estabelecendo como cada tema será exposto. Desta forma, o projeto determina as características visuais da peça, que condizem a um protótipo a ser reforçado em cada nova edição. Sucintamente, compreende-se que “O designer constitui em aspecto de projeto os conhecimentos e o layout da página: elaboração/aplicação do projeto LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZAFACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 gráfico e identidade corporativa, grid (esqueleto do jornal pré-definido), capa, fotos, publicidade, diagramação e infografia” (MOTA et al, 2007, p. 4). Pivetti (2006) afirma que a organização de um artefato editorial abrange um conjunto amplo de informações, como história, arte, psicologia etc. A autora ainda diz que, “o jornal, como a revista, se elaborou tanto num objeto gráfico como num produto industrial. Ambos, objeto e produto, se unem no mesmo suporte portátil no qual a comunicação ocorre num plano bidimensional de assimilação” (PIVETTI, 2006, p. 18). Deste modo, a autora dá destaque desde as propriedades físicas do suporte impresso até o seu caráter comercial/industrial, marcando que a formação gráfica apoia-se em recursos específicos, como a estaticidade das imagens e a ordem simbólica e gestáltica dos elementos. Conforme esse ponto de vista, o meio exibe distinções significativas de suporte se contraposto a mídias como a televisão e a internet, nas quais a comunicação passa a funcionar num plano tridimensional de percepção. Portanto, é a partir de um “âmbito formal abrangendo características de suporte, de linguagem e de sintaxe que se estabelece um conjunto de desempenho próprio: a do design gráfico jornalístico” (PIVETTI, 2006, p. 20). Outra perspectiva que diz respeito à atividade do designer nesta área relaciona-se à expressão jornalista gráfico escolhida por Quadros (2004, p. 6-7), “cujo encargo fundamenta-se na ‘tradução’ das notícias em demonstrações visuais, acordando palavras e demais imagens de forma que a mensagem seja clara e estimulante para o leitor”. Outros autores dizem: Um jornal é um veículo que transmite notícias e ideias. O design é uma parte integrante deste processo. Nós começamos com uma folha branca de jornal e um mosaico de ideias que queremos comunicar e essa é a função do design de jornais: apresentar esse mosaico de um modo organizado e compreensivo. Para fazer isso, o designer usa um tipo de texto, um tipo de exposição, fotografias, linha de trabalho, espaço em branco e uma sequência de páginas na mais adequada combinação (EVANS apud ZAPPATERRA, 2007, p. 7). Um jornal é uma junção gigantesca composta de muitas partes que deve ser feito de diversas formas a cada dia dependendo da imposição de ênfase dos temas. “A alma do design de jornais é fazer escolhas sobre como exibir as notícias: informações que são distintas todos os dias, mas o vocabulário gráfico de cada jornal continua o mesmo” (ESTERSON, 2004, p. 4). A seleção dos títulos, do tipo, cores– entre outras características que constituem o grupo– define a aparência de um jornal e sua funcionalidade. São esses componentes que dão o “tom visual” da edição (ESTERSON, LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 2004). Pensando nisso, a forma como os jornais são elaborados também intervem na aparência dos mesmos (ESTERSON, 2004). De acordo com Pivetti (2006), o tempo para fabricação da notícia e os parâmetros que representam às características dos meios técnicos de reprodução afetam nas decisões desde a ordem editorial quanto a ordem gráfica. Conforme a autora, acha-se uma barganha entre um tempo que é externo e um tempo que é interno, os quais formam os princípios essenciais do fazer jornalístico de jornais e revistas. Afora as tecnologias de geração e das demandas dos horários de fechamento que obrigam os jornais a preservarem um certo padrão, existe, simultaneamente, a carência de cada veículo ser diferente dos outros, ou seja, de salientar sua personalidade a fim de indicar uma posição nítida num mercado que requer que cada um se descreva como único. A forma como as informações editoriais serão expostas para os receptores/leitores insinua um modelo interpretativo do mesmo que, a partir de seus componentes compositivos, exprime o plano singular de sua manifestação. Logo, “é no conjunto de circunstancias da cultura de trabalho típica [...] que um planejamento gráfico editorial concebe suas bases, linguagem e sua própria práxis de atuação” (PIVETTI, 2006, p. 14). Com efeito, ao passar do tempo o jornal foi formando sua feição, destacando-se das demais publicações periódicas. Como mostra o trajeto desenvolvido por Sousa (2005) – onde compara a evolução das mudanças na apresentação do conteúdo noticioso em quatro revoluções gráficas – o design cessou um papel significativo para independência e conjunção dos diários, método que marca a consolidação do campo do design junto à esfera do jornalismo. De maneira de fator recente, saindo de uma linguagem mais determinada, o campo do design gráfico em planejamento ou projeto editorial de jornais disponibiliza de uma circunstância melhor estabelecida, haja vista o advento de escritórios experientes nessa área e a preocupação com seu espaço visual, que tem ganhado atenção por parte dos principais periódicos do país, à medida que já foi mencionado. É importante lembrar que as alterações tecnológicas dos últimos trinta anos escreveram as regras do que é possível no design de jornais. Por causa da difusão das tecnologias digitais, o método de manipulação de textos e imagens ficou mais simples e de menor custo, permitindo um nicho maior de chances para trabalhar produzindo e compondo diversos componentes gráficos (CARDOSO, 2004; ESTERSON, 2004). LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 6.2 LEI DA COMPOSIÇÃO VISUAL: Atributos Gerais: Design de jornais e projeto gráfico Um dos propósitos do projeto gráfico de um jornal é trazer e manter a atenção do receptor à publicação, fazendo a experiência de leitura das informações fácil e agradável. A primeira página do jornal atua como um convite à leitura ou à obtenção da edição e as páginas internas dão sequência a essa experiência, concedendo informações e entretenimento (GARCIA, 1987; ZAPPATERRA, 2007). O planejamento gráfico e a diagramação/paginação formam duas etapas diferentes do processo de preparação gráfico: a diagramação baseia-se no ordenamento diário dos componentes nas páginas, ao mesmo tempo que o projeto gráfico se centraliza na fixação conceitual, no estabelecimento do padrão gráfico geral da publicação, que terá de ser replicado pela diagramação e no monitoramento desta. Logo, vasta gama de elementos que englobam o projeto gráfico um dos fundamentais aspectos a ser delineado é personalidade da publicação, isto é, a referência gráfica que deverá repetir-se a cada edição. Essa personalidade mostra- se no formato, cores, nos tipos e em todos componentes que configuram o layout, o qual designa o modo como o leitor entende o jornal (FROST, 2003). Em conformidade com Chris Frost (2003), a maneira que uma publicação precisa gerar uma personalidade que se torne familiar para sua audiência. Para atingir isso, é preciso conhecer bem o target, uma vez que o pleno deve ser arquitetado tendo como eixo quem lê e por que lê. “Um bom designer projeta tendo o leitor da publicação em mente” (ZAPPATERRA, 2007, p. 28). Estudar o perfil do receptor, compreender suas preferências e dominar aquilo que impulsa a compra são tarefas essenciais do plano. Desta forma, o autor diz algumas causas influenciadoras da compra: a busca de empregos; o anseio de comprar carro ou casa; a mania de acompanhar as informações do esporte regional; a procura por locação de imóveis ou relevância em outros pequenos anúncios; o desejo de saber sobre eventos locais, entre outros motivos. Assim sendo, podemos deduzir que tais razões configuram uma forte atração por temáticas próximas ao âmbito geográfico do leitor. Associadamente, o autor enfatiza que os dois últimos grupos retratados certamente são aqueles mais motivados pelo design. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 Outra feição a se julgar quando se estárascunhando a forma da publicação é o que acontecerá com o produto depois que ele for comprado; deve-se antecipar a forma como o receptor irá manusear o jornal e o que ele fará depois de lê-lo. Oposto de uma revista, que pode lida um tempo depois após ser comprada, o jornal habitualmente é lido logo que é adquirido ou quando chegue às residências, lido por mais de uma pessoa, e depois é descartado. O fato de ser descartável provoca na decisão de um papel acessível e facilmente reciclável. Mais uma particularidade, consequência da pesquisa do manuseio, constitui na importante definição do formato da publicação. Os dois padrões mais populares são o broadsheet (ou Standard) e o tabloide. O primeiro é maior e mais longilíneo, comumente dobrado horizontalmente ao meio, enquanto o segundo é menor nas duas dimensões em associação ao broadsheet. Berry (2004) diz que por muito tempo os adjetivos de extraordinário, conhecido e vulgar foram relacionados ao formato tabloide. Contudo, há pouco tempo houve uma alteração de ordem pragmática que modificou sua pertinência, pois a configuração tabloide é mais simples, econômica e fácil de manipular. O autor esclarece que historicamente o broadsheet certa índole aristocrática de jornal de “classe” sofisticado. Ainda assim, o autor admite que atualmente a diferença entre o broadsheet e o tabloide encontra-se na propriedade física do objeto, ou seja, na funcionalidade que o último formato dispõe. Esses fatores vêm alcançando cada vez mais adeptos ao tabloide, em especial, na Europa. Para Garcia (1987), além desses atributos esse formato consente criar páginas mais atraentes com um design mais uniforme. Do mesmo modo, para o autor o protótipo possibilita boas possibilidades para compra de anúncios de página inteira, da mesma forma que simplifica a separação do conteúdo em departamentos especializados. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 A figura acima realizada pela própria autora mostra a proporção entre os tamanhos abordados acima. ISTO ACONTECE NA PRÁTICA O total de páginas de um jornal é mais uma descrição a ser estudada. De uma forma geral, ele é estabelecido procurando um equilíbrio entre conteúdo editorial e comercial. De modo que tenha mais páginas, mais alto será o custo de fabricação, e por isso é que o balanço entre área editorial e comercial é relevante, visto ser a propaganda a geradora de renda bruta para sustentação da grande maioria dos jornais. Frost (2003) afirma que em um jornal gratuito que se sustenta apenas com artifícios de propaganda, a média mínima possível de área comercial fica entre 20%, enquanto nos jornais de circulação paga a média mínima deve ficar em torno de um terço da publicação. Todas essas características são indispensáveis para se chegar ao objetivo estipulado de atrair a atenção do leitor e de manter a proximidade entre esse público e a informação. A criação de uma individualidade, além de ser de extrema importância nesse processo, também atua no sentido de proporcionar diferenciação entre os jornais. Os motivos citados anteriormente afetam diretamente nas decisões quanto ao planejamento e correspondem aos pontos gerais do projeto gráfico da publicação. Ainda assim, tem outros critérios que se relacionam intimamente com parâmetros técnicos e que também configuram as características visuais do jornal. São deliberações mais detalhadas no sentido de indicar a aparência de cada página, que afetam a exposição do jornal e a forma como o leitor irá notá-lo. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 Entre esse enfoque é significante acrescentar a opinião que Finberg e Itule (1989) protegem a qual relaciona em etapas os fundamentos a que o design de jornais deve responder, pois englobam desde questões mais conceituais até as mais estruturais e técnicas. Segundo eles, a explicação dos atributos visuais pressupõe a consideração de três principais itens: organização, padrão e estrutura. A organização entende-se pela distribuição da informação, ou seja, o estabelecimento do que irá em cada página e de como será departamentalizada. O design de um padrão visual imprime o ritmo e a consistência de como as páginas serão expostas no cotidiano. Já a referência à estrutura corresponde aos padrões mais técnicos, como a definição das margens, colunagem, padrão de cores, tipografia, estratégias gráficas, entre outras. Sobretudo, todos os jornais precisam inicialmente escolher qual será o seu molde. Além de que, está o proagnóstico do tamanho das margens ao redor das páginas, definição que está de modo direto relacionado ao método de impressão, o qual é pronto para imprimir um alto volume de cópias num pequeno período de tempo. Nos jornais, o sistema de impressão mais usado é o offset de máquina rotativa (cujo engenho funciona com cilindros: a matriz e o papel são suportados por cilindros e todo método é rotativo). Nesse engenho, o papel inicia na máquina de forma constante, em bobinas e por essa característica é que as margens devem ser estipuladas aspirando permitir que as folhas “corram” entre os cilindros enquanto o processo de impressão acontece. Afora, as margens aceleram possíveis danos às bordas motivadas pelo armazenamento, transporte e o manuseio do jornal, danos esses que são capazes de amassar ou manchar as extremidades. Deste modo, cada máquina irá impor uma margem mínima para rodar o papel, no caso do jornal que não costuma refilar suas páginas os demais é área útil de impressão, isto é, o campo que compreende a chamada mancha gráfica (VILLAS-BOAS, 2008). O próximo passo é evoluir a estrutura da página, a qual entende a determinação do número de colunas. “A mais significativa decisão do designer é escolher o número de colunas por página” (GARCIA, 1987, p. 169), visto que, além de criar o “esqueleto” em que toda formação será armada, possui também um impacto direto na agilidade de leitura. Estudos e pesquisas julgadas por Frost (2003) aconselham que a leitura ideal fica em torno de uma coluna com no mínimo oito palavras por linha e no máximo dezenove palavras por linha, o espaço entre palavras e entre linhas, tamanho do tipo, características que serão abordados mais à frente irão induzir na legibilidade do texto. Contudo, é considerável incluir que a determinação da largura da coluna também constituirá o grupo de propriedades que irão intervir na leitura. Garcia diz que (1987) a LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 maior parte dos tabloides emprega o formato de quatro colunas que deixam a leitura mais agradável e atrativa, muito embora não seja esse o modelo mais fácil de criar, uma vez que os módulos em número par voltam-se a um arranjo dividido em partes iguais, ficando mais difícil determinar contraste entre informações com pesos diferentes. Sob outra perspectiva, esse molde facilita a distribuição comercial. Mesmo assim, nos dias atuais a maioria dos jornais varia o número de colunas entre as páginas, deixando às seções e suplementos específicos colunas mais largas, deixando para os relatos factuais um ritmo mais dinâmico de organização com colunas apressadamente mais estreitas (FROST, 2003). ANOTE ISSO Outra caracterização relevante na definição das especificações visuais do jornal está o estabelecimento de sua marca. Conforme Mouilaud (2002), cujo entende o jornal como um dispositivo, matriz de sentidos onde a forma para o autor é um modo de estruturação do espaço e do tempo. Para atestar a continuidade do estilo da publicação é de extrema importância criar ou evidenciar o nome/ marca do jornal. Esse é um dos primeiros componentes que rapidamente reconhecem a publicação para o leitor, por isso seu recurso gráfico deve ser simples, legível, agradável e limpo (GARCIA, 1987). Aliás, esse elemento, no contexto mercadológico,é peça insubstituível dos esforços de marketing e simboliza uma série de valores intangíveis da publicação. A decisão da fonte, cor, o campo na página, isto é, a forma como a marca é exposta são itens que colaboram na apresentação do jornal e são concepções formadoras de sua identidade. A decisão do tipo é um dos constituintes mais importantes do design de jornais, a “tipografia é o sangue do jornal” enfatiza Garcia (1987, p. 87-88). Suas particularidades conferem personalidade à publicação e por isso ajudam no sentido de garantir a continuidade gráfico-editorial a partir dos traços de cada componente textual. Desta forma, não só a decisão da tipografia, mas o formato de sua aplicação no projeto gráfico é decisório para a experiência de leitura. Nos dias de hoje, diversos jornais contratam escritórios profissionais para elaborar fontes exclusivas. Outro serviço bastante utilizado são as consultorias, as quais fazem uma escolha entre fontes já existentes por meio da avaliação e comparação entre quesitos técnicos e de design, tendo em consideração aqueles mais apropriados para as necessidades da publicação (FROST, 2003). LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 As cores são outra particularidade a ser definida, uma vez que também colaborou para a edificação da identidade dos diários. Atualmente, a maioria dos jornais é impressa em cores (fullcolor) o que consente, além do aproveitamento do uso da cor ao decorrer de toda publicação, o reconhecimento e distinção de áreas específicas, ao mesmo tempo em que é uma qualidade atraente a mais para os anunciantes (FROST, 2003). A utilização da cor é estratégica, por isso necessita um domínio de conhecimentos específico. É relevante salientar que as cores não somente podem ser usadas formalmente para dar ênfase e destacar, mas podem ser usadas também simbolicamente para causar emoções e memórias (ZAPPATERRA, 2007). Simultaneamente, a ordem das informações do jornal é o outro passo do plano que estabelece a apresentação da publicação (GARCIA, 1987). Com o tempo de leitura cada vez menor, o assunto a ser oferecido ao leitor deve condizer a um pacote certo e organizado, assegurado pela continuidade editorial e gráfica a que o leitor é acostumado, a exemplo das seções e páginas especiais que devem ocupar os mesmos lugares diariamente. A organização visual é relativa a um design uno e previamente estruturado para conter ao máximo confusões na leitura pelo jornal. “Antes de mais, o conteúdo da página tem de ser clara para leitura, simples de seguir e fácil de localizar” (ZAPPATERRA, 2007, p. 47). A informação noticiosa do jornal não dirige-se de forma contínua então, por conta disso, parte da continuação deve ser certa na forma de apresentação do jornal: A distribuição e organização do conteúdo da página deve ser atraente, lúcida e rápida de absorver e navegar – achar uma história, por exemplo, ou uma seção regular favorita. Deve destacar aspectos individuais e seções importantes pelo uso do tipo, imagens e de ferramentas gráficas tal como regras e símbolos, deve sumarizar as histórias importantes instigando a atenção dos leitores (ZAPPATERRA, 2007, p. 48). A disposição do conteúdo informativo ultrapassa a esfera gráfica e engloba grande parte do corpo profissional da redação de um jornal. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 AULA 7 DIAGRAMAÇÃO 8.1 Projeto gráfico, diagramação e seus elementos Definidos os padrões editoriais e gráficos que formam, estruturam e constituem o padrão da publicação, é começado outro método de design: a utilização dessas noções na criação corriqueira dos layouts (ZAPPATERRA, 2007), também nomeada como diagramação. Em conformidade com Larequi (1994), por diagramação pode-se entender o arranjo dos elementos que constitui diariamente a página de um jornal e cujo objetivo é dar forma estética à informação. Segundo o que foi descrito anteriormente, o planejamento da informação começa antes da diagramação. Desde que foi estabelecido nas reuniões de pauta, que apontam as notícias e a hierarquia a ser empregadas, o editor de seção efetua os primeiros esboços da página junto ao designer. Nesse período, já são discutidas algumas chances e soluções de layout. Assim, esses desenhos iniciais também ajudam a provocar ideias e a dar a dimensão da proporção entre as áreas de texto e imagem. Desenhos que podem criar desde rascunhos simples a representações mais elaboradas e detalhadas. O designer pode ter a sua disposição folhas incluindo a modulação da página para ordenação mais exata dos objetos, ou empregar o próprio computador para esboçar esse arranjo inicial, o que depende bastante do método de trabalho da empresa ou do próprio designer, que pode fabricar seu modelo (FROST, 2003; GARCIA, 1987). Para iniciar a criação do layout, atualmente a maioria dos jornais usa softwares para diagramação do conteúdo. Esses programas consentem criar arquivos base que tem os princípios estruturais da composição e os estilos usados pelo jornal, os quais são denominados de templates. Nesse documento ficam determinadas todas as particularidades visuais que tem de começar o layout, como o molde da página, margens, estilo dos integrantes textuais, paleta de cores, enfim, todo o padrão antecipadamente planejado pelo departamento de arte do jornal. O emprego dos templates promove o processo de diagramação e de produção, afirmando a coesão visual das distintas seções e páginas da publicação. Afora “os templates descomplicam LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 todos os pontos compositivos da página” (ZAPPATERRA, 2007, p. 77). Por esse motivo, deve-se ter a cautela para que as páginas não fiquem muito parecidas entre si, e, entre um dia e outro, o grau de versatilidade do template pode alterar: a criatividade e a habilidade do designer em visar à composição e produzir páginas distintas umas das outras também influi neste aspecto (FROST, 2003; ZAPPATERRA, 2007). À vista disso, antes de estimular outras características que compõe a configuração das páginas de um jornal, é relevante conhecer como são denominados alguns dos principais itens estruturadores dessa superfície, alegando a nomenclatura que a área estipula (HARROWER, 2007; SOUSA, 2005; ZAPPATERRA, 2007). 1. Cartola: também famosa como chapéu ou retranca, em geral é inserida no topo da página dando o direcionamento para o assunto tratado ou designando a editoria. 2. Antetítulo: inserido acima do título principal, assim como o título ajuda na função de incentivar a leitura. 3. Título: Além de dar nome a notícia é usado para chamar atenção para o assunto, tanto pela abordagem do texto quanto pelo destaque gráfico (peso visual) verificado a ele. Conforme Zappaterra (2007), o título da notícia em geral possui o maior corpo de texto do layout. 4. Linha de apoio: é um meio de complementação do título, oferecendo-lhe sustentação. Também é denominado de linha-fina, subtítulo ou sutiã e frequentemente fica abaixo do título. 5. Olho da matéria: pode ser o realce de um trecho da informação ou uma citação da fala de algum personagem da mesma, nesse caso mediante ao emprego de aspas na maior parte. Assim sendo, o olho é utilizado para quebrar a massa de texto da página, transformando-a mais dinâmica e atraente para leitura. Cumpre essa função também o entretítulo e uso de capitular. 6. Lead: é a parte fundamental da notícia, responde às questões Quem? Fez o que? Quando? Como? Onde? Por quê? É direto, estabelece a fala e comunica as características mais importantes do assunto. Pode aparecer destacado no corpo de texto com uso de negrito, por exemplo. 7. Capitular: Letra em tamanho maior utilizada para sobressair o início de um texto. 8. Corpo de texto: pedaço do texto onde as informações são desenvolvidas pelos colaboradores.Assim como os demais componentes textuais dá indício da parte LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 da personalidade da publicação através do uso de tipografia padrão selecionada pelo jornal. 9. Entretítulo: inserido no meio do corpo do texto com o objetivo de dividir o assunto em seções e ajudar a leitura. Também famoso como intertítulo ou quebras. 10. Box: texto amparador que está junto à notícia principal com o intuito de complementar. Pode ser um grupo de informações técnicas associadas ao texto principal ou servir para dar explicações extras ao leitor. 11. Colunagem: a divisão do corpo de texto em colunas de tamanhos regulares, espaçadas e usadas para “encaixar” os componentes da página. 12. Título secundário: tem o mesmo cargo do título, porém se diz respeito a uma matéria secundária, isto é, com menos destaque visual do que o título principal, mas contando, mesmo assim, com realce em relação ao corpo de texto e demais componentes da página. 13. Legenda: texto curto que esclarece a foto ou ilustração. 14. Crédito: assinatura empregue em foto ou para marcar material gerado por agência ou outra publicação. 15. Folio: área reservada a expor o número da página, data e nome do jornal. 16. Fio: linha usada para separar informações/conteúdos na página. 17. Assinatura: crédito dado ao autor de uma matéria, ilustrações ou infográficos. 18. Aspas: declaração posta em uma matéria. 19. Serviço: pequeno texto utilizado no pé da matéria abrangendo endereço, horário, página da web ou telefone de algo mencionado na matéria. 20. Arte: imagens elaboradas para ilustrar, acrescentar ou substituir um texto. Conseguem ser infográficos, ilustrações ou charges LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 Fonte: http://www.bocc.ubi.pt/pag/damasceno-patricia-2013-design-jornais.pdf As díspares apropriações do diagrama organizam-se sobre a estrutura básica do jornal, estabelecida pelo seu projeto gráfico. Segundo Zappaterra (2007) é imposto do designer editorial habilidade técnica e mental, experiência e conhecimentos particulares para garantir bons layouts. De acordo com a autora, o designer tem de: ser capaz de selecionar, dar realce, arranjar e combinar os constituintes, tudo isso ajustado com o assunto da matéria, com o jeito da publicação e com o target; ter competência para elaboração da página, que consiste na criação de uma grade (grid) adequada, entendimento da aplicação dos princípios de design e organização do trabalho dentro do plano determinado pela publicação; ter conhecimento e comando para trabalhar com a tipografia; possuir noções de produção; e ter disposição para formar consistência sem proporcionar monotonia. Desse modo, é com base dos elementos selecionados pelo projeto gráfico-editorial – formato, grid, tipografia, imagens, cores e demais elementos – que se constituirá a ordenação diária das edições (GRUSZYNSKI, 2010). LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 AULA 8 ESPECIFICIDADES COMPOSITIVAS DOS JORNAIS No design de jornais, a página é o suporte fundamental para distribuição da informação escrita e demais componentes que configuram a mensagem jornalística. A diagramação de uma edição provoca planejamento e organização, isto é, um estudo inaugural de como cada elemento será destinado na página, tendo em mente o efeito esperado com o layout para oferecer uma proposta clara e coesa para o leitor. A página de um jornal, do olhar gráfico, é uma organização muito única devido à diversidade do interior apresentado, cada qual impondo do design uma coloração diferenciada. À vista disso, a localização dos componentes é crucial na metodologia de design – a opção de ocupar o topo ou a base da superfície causa distintas percepções do conteúdo. A distribuição de uma página tem de ter como critério determinar pesos irregulares entre os elementos, mas realizando isso de uma maneira equilibrada (GARCIA, 1987; LAREQUI, 1994). Estruturalmente o começo básico que governa o design de jornais é a organização. Retomando Garcia (1987), “A ordem no design é realizada por meio de uma progressão lógica de elementos na página, do maior para o menor e do menor para maior. Isto é, a página é dividida em estruturas iguais e desiguais, variando em tamanho para criar atração visual” (GARCIA, 1987, p. 75). Baseado nisso, Garcia (1987) exibe alguns exemplos de estruturas que se organizam: do menor para o maior (Fig. 3) e do maior para o menor (Fig. 4), ao passo que há outras fundamentadas em variações do horizontal para o vertical (Fig. 5) e do vertical para o horizontal (Fig. 6). As estruturas oferecidas abaixo exemplificam a arrumação elementar do layout que indica os níveis de hierarquia na página. Salientando a superfície do jornal, devem- se balancear a aplicação da harmonia e do contraste na distribuição da informação. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 ANOTE ISSO Nessa perspectiva, harmonia e contraste são parâmetros que, apesar de opostos, agem na a distribuição ideal do conteúdo. O contraste busca fixar diferenças dentro de uma publicação, como dar destaque às notícias que julgam mais pertinentes e distinguir as seções do restante do corpo do jornal. Assim, “diagramar uma página também quer dizer harmonizar os diversos constituintes gráficos. A elaboração de impacto gráfico e de uma leitura fácil pede uma combinação apropriada de tipografia, fotografia e espaços em branco” (GARCIA, 1987, p. 70). Contudo, o contraste fará o conteúdo mais claro e dinâmico, além de ser um forte recurso para provocar a atenção dos leitores, causando o interesse pela leitura. De acordo com Larequi (1994), existem três tipos fundamentais de contrastes no design de jornais: tipografia (tamanho, peso e forma das letras), localização e o da estrutura dos diferentes elementos visuais de uma página. Dessa forma, o contraste numa página de jornal transforma-se no ponto de partida para o denominado interesse ótico (GARCIA, 1987; LAREQUI, 1994). Considerando, Garcia (1987) produziu um conceito que engloba a criação de um Centro de Impacto Visual (Center of Visual Impact – CVI) nas páginas. Segundo o autor, embora existam estudos que comprovem a escolha do olhar por determinadas zonas em uma configuração, como já foi citado, o designer, a partir do entendimento das técnicas compositivas, pode guiar o olhar do leitor para áreas estratégicas a partir da criação de pontos de atração visual (interesse ótico). Fotos, ilustrações, títulos grandes, áreas de cor são algumas referências de componentes que provocam o interesse do olhar. Deste modo, Garcia (1987) esclarece que inicialmente o designer deve ter claro quais são os componentes que irão compor a página; prontamente, deve reconhecer qual deles funcionará como CVI, conforme a hierarquia do conteúdo. Essa concepção elaborada por Mario Garcia teve como inspiração uma pesquisa coordenada por ele e Pegie Adams, feita em 1990, junto ao Poynter Institute, a qual tinha como propósito examinar como as pessoas liam os jornais impressos. Para esse método foi utilizado um objeto chamado Eyetrack, que assentiu detectar com precisão o movimento dos olhos do leitor. LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 A pesquisa, então revolucionária, rapidamente se tornou uma alusão mundial, confirmando algumas crenças e desmentindo outras. Os dados abordados pela pesquisa mostraram que, de fato, a página da direita é vista em primeiro lugar pelos leitores ocidentais. Em associação aos anúncios, alegaram que não eram lidos primeiramente, nem mesmo se fossem com coloração. Assim, analisou-seque a leitura era feita em duas etapas: primeiramente, os leitores faziam uma varredura na página (scanning), buscando pontos de interesse, atividade que durava frações de segundos. Segundamente, se firmaram em pontos de interesse, regiões onde ficavam por mais tempo. Esses pontos eram definidos pelo tamanho das fotos, pela informação dessas, e pela existência ou não de cor, dentre outros fatores (GRUSZYNSKI, 2011). Assim sendo, Zappaterra (2007) argumenta que o estabelecimento de componentes dominantes nas páginas é primordial, uma vez que simbolizam a hierarquia do conteúdo (Fig. 7). Uma notícia central deve ser sinalizada para o leitor pelo posicionamento na página, habitualmente no topo, com o título com letras grandes, com a maior imagem e com a maior largura de coluna. Por outro lado, os demais temas devem preencher menos espaço na superfície, exibindo seus elementos em escalas menores. Esses fundamentos evidenciam o valor do contraste na composição porque um arranjo deve ficar claro o suficiente para não criar ambiguidades e, com isso, emaranhar o leitor. A hierarquia entre as notícias é comunicada pelas diferenças (ZAPPATERRA, 2007). No meio da ampla gama de diferenciações que o layout de um jornal deve proporcionar, existe uma que talvez possa ser julgada a mais evidente para o leitor: a diferença entre a aparência das capas e a aparência das páginas internas. Cada uma delas conta com apelos e critérios compositivos diferentes porque possuem objetivos próprios. Sobretudo, uma capa é um tipo de vitrine, mostra as notícias que têm potencial para LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 vender o jornal. Como o objetivo do trabalho concentra-se nas seções especiais dos periódicos, serão citadas algumas particularidades da diagramação dessa modalidade de layout que incluem o planejamento de suas “aberturas” e de suas páginas internas, as quais afetam ao estudo. Em conformidade com a explicação de Garcia (1987), as páginas internas de um jornal fazem um elo vital entre o leitor e a publicação, visto que o interior é o que torna o jornal um hábito para os leitores, além de ser o principal causa da venda de assinaturas. A abordagem das páginas internas deve seguir o que o conteúdo editorial requer e o que o projeto gráfico já comprovou como parâmetros. Portanto, antes de entrar nas características que orientam a organização do conteúdo é válido ressaltar a distinção que existe entre páginas pares e ímpares, uma vez que para o jornal a escolha da localização irá designar a importância da informação. Especificamente intitula-se as páginas pares (lado esquerdo) de entrada e as páginas ímpares (lado direito) de saída, tendo, como referência a ordem de leitura ocidental. Historicamente, generalizando, as páginas pares eram guardadas às notícias com menor relevância, à medida que as páginas ímpares encontrava-se o material mais importante. Sustentando a condição priorizada do lado direito, os anunciantes passaram a dar predileção pelas saídas com a justificativa de que criam a primeira superfície a ser visualizada pelo leitor enquanto este realiza o movimento de virada de página. Porém, a prioridade do lado direito sobre o esquerdo não é unanimidade entre os autores. Conforme já foi abordado, em uma composição tudo é relativo, por mais que alguns padrões tendem a se destacar, a condição do conjunto dos componentes é determinante para a percepção. De tal forma que Larequi (1994) indica uma hipótese: para o autor apenas capa e contracapa são vistas de forma individual, enquanto as demais páginas tendem a ser vistas como um todo. Por consequência disso, o autor deduz que as notícias principais deveriam se centralizar na página, deixando para a periferia os componentes mais acessórios. Ainda assim, o autor identifica que a supremacia das páginas ímpares sobre as pares é grandemente mais aceita na área (FROST, 2003; Larequi, 1994). Esclarecendo isso, é possível ver algumas estratégias que direcionam o ordenamento do conteúdo. Antes de tudo, pode-se classificá-las em quatro tipos correspondentes aos componentes da composição: os anúncios, o texto, as imagens e os espaços em branco. Após isso, com base na estratégia sugerida por Garcia (1987) de packaging, expressa adiante, abordar-se-ão outros meios específicos referentes às páginas de seções especiais do jornal. Isso não quer dizer que as técnicas inicialmente mostradas não se apliquem às páginas de seções, a intenção foi somente salientar LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 algumas necessidades particulares destas. Sendo assim, a primeira estratégia a ser esboçada trata da distribuição comercial na página. Existem situações nas quais a área de anúncios comanda o espaço disponível, tornando a diagramação delicada. Nesses casos, tanto o editor ansia que o conteúdo seja lido, quanto os anunciantes esperam que sua propaganda chame a atenção. Por esse motivo, a harmonia entre as áreas é significativo. Quando existe a presença de diversos anúncios em uma página, estes devem ser organizados em blocos. Essa disposição procura criar zonas mais uniformes entre os componentes que se relacionam, tendo como princípio básico lei do agrupamento. Por outro lado, a distribuição em pirâmides deve ser evitada porque cria uma superfície uniforme e pouco atrativa, gerando a sensação de desorganização. Garcia (1987) sugere dois padrões principais para estruturação: o ‘L’ invertido e os blocos horizontal ou vertical. A decisão entre um ou outro padrão corresponde basicamente aos formatos dos anúncios. Outro começo que governa a organização interna é a distribuição do corpo do texto. O texto compõe a grande massa cinza da página do jornal e por essa causa é que a sua distribuição deve minimizar a aparência densa e a sensação de texto longo para ler. Essa consequência pode ser alcançada de três formas: pondo a frente o movimento horizontal do texto, distribuindo-o em várias colunas; aumentando a largura das colunas; ou acrescentando quebras no texto, como por exemplo entretítulos, capitulares, olho etc.(GARCIA, 1987). LAYOUT E TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO PROF.a MARIANE ALÉXIA DE SOUZA FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 Fundamentado na preferência dos leitores por páginas com imagens, os diários escolhem muitas vezes por aumentar sua presença em detrimento do texto. Esse aumento pode se traduzir na aparição de uma imagem única, grande e predominante, ou em páginas internas contendo várias imagens. Quando a última circunstância ocorre, o designer depara-se com um grande desafio, pois precisa arranjar texto, várias imagens e anúncios de modo atrativo e organizado. Como saída, a composição deve aproveitar as chances dos formatos das fotografias/ ilustrações intercalando orientações horizontais e verticais para adicionar balanço e movimento à página. Identicamente, é preciso decidir a imagem que dominará sobre as outras, determinando o ponto de atração principal. Além do mais, o recurso da utilização de espaços em branco nesse caso é apropriado, pois confere atenção para cada fotografia (GARCIA, 1987). O planejamento da disposição de espaços em branco é estratégico em uma página. Além de “arejar” a composição, esses espaços formam zonas de atração visual e auxiliam a organizar e sobressair elementos específicos do layout. Hoje em dia no design de jornais acredita-se que esses espaços são mais que fundos passivos, tendo valor compositivo, de tal forma que, junto dos elementos impressos, eles agem sobre a superfície. Assim como os demais componentes da página, tem de ser usados com destreza e cautela, e por isso é relevante observar algumas considerações. Por causa da limitação de espaço nos diários, é preciso procurar concentrar e agrupar a utilização dos brancos e não os dispersar pela página. O pouco uso desses espaços pode lesar a legibilidade,
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