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TICs - Sd transfusão feto-fetal


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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATO BRANCO 
Rua Benjamin Borges dos Santos, 1100 – Bairro Fraron 
Telefone/Fax: 46 3220-3000 / Pato Branco – PR, CEP 85503-350 
Site: http://www.unidep.edu.br 
 
CURSO DE MEDICINA 
CLÍNICA INTEGRADA III - TICs 
 
Acadêmica: Aryane dos Reis 
8º período 
 
Semana 15 – Síndrome de Transfusão Feto Fetal 
 
O que é a síndrome de transfusão feto-fetal? Quais os possíveis riscos para cada um dos 
fetos? Em que situação pode ocorrer esta síndrome? 
 
A Síndrome de Transfusão Feto-fetal (STFF) afeta cerca de 10 a 15% das gestações 
gemelares monocoriônicas (MC), sendo responsável não só por um risco elevado de mortalidade 
fetal e neonatal, mas também morbilidade cardíaca e neurológica afetando o desenvolvimento 
dos fetos sobreviventes. Esta caracteriza-se classicamente por uma discrepância no volume de 
líquido amniótico (VLA), com oligoâmnios no feto dador e hidrâmnios no feto receptor, 
secundários a hipo e hipovolemia, respectivamente, com origem em anastomoses vasculares 
placentárias não equilibradas. A apresentação da STFF é muito variável, mas ocorre na maioria 
das situações no segundo trimestre, entre as 15 e 26 semanas de gravidez. Na ausência de 
tratamento a mortalidade para ambos os fetos pode chegar aos 90%. 
A fisiopatologia subjacente à STFF constitui um processo complexo e não totalmente 
conhecido. Todas as placentas das gestações MC apresentam anastomoses vasculares entre a 
circulação dos dois fetos. Em 95% destas gestações são encontradas anastomoses arteriovenosas 
(AAV) com fluxo unidirecional. As anastomoses arterioarteriais (AAA) e venovenosas (AVV) 
ocorrem em 80% e 20% das gestações MC, respetivamente, e apresentam fluxo bidirecional 
dependente da pressão hidrostática de ambos os fetos. Durante o desenvolvimento e crescimento 
da placenta ocorrem fenómenos de rotura aleatória das anastomoses. O balanço hemodinâmico 
dos fetos é alcançado quando existe um equilíbrio entre as AAV; ocorrendo um excesso de AAV 
numa direção este é compensado pelas AAA. A desproporção entre as AAV e AAA constitui um 
fenómeno importante para o desequilíbrio hemodinâmico, do qual resultará o desenvolvimento 
da STFF. 
O desequilíbrio do fluxo sanguíneo entre o feto dador e o feto receptor desencadeia o 
processo inicial da STFF, mas não constitui um papel fundamental para o desenvolvimento da 
patologia subsequente. Na tentativa de equilibrar o volume intravascular em redução no feto 
 
 
 
 
 
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Rua Benjamin Borges dos Santos, 1100 – Bairro Fraron 
Telefone/Fax: 46 3220-3000 / Pato Branco – PR, CEP 85503-350 
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dador, verifica-se aumento dos níveis de vasopressina e ativação do sistema renina-angiotensina 
com consequente hipertensão, diminuição da perfusão renal e oligúria, restrição de crescimento 
e lesão de órgão alvo (cérebro e rim). O processo de vasoconstrição é detectado ecograficamente 
através da ausência ou inversão do fluxo diastólico da artéria umbilical. No caso do feto receptor, 
o aumento do volume intravascular resulta na dilatação auricular e libertação de mediadores 
vasoactivos (péptido natriurético auricular e cerebral) com consequente aumento da perfusão 
renal, poliúria e hidrâmnios. Através das AAV existe uma ativação paradoxal do sistema renina-
angiotensina no feto receptor. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
MAIA, Catarina et al. Síndrome de transfusão feto-fetal. Acta Obstétrica e Ginecológica 
Portuguesa, v. 11, n. 4, p. 264-273, 2017. 
 
FRANCISCANI, Aparecida Andrade Ribeiro et al. Síndrome de transfusão feto-
fetal. RevMed Minas Gerais, v. 20, n. 2 Supl 1, p. S68-S7268, 2010. 
 
PERALTA, Cleisson Fábio Andrioli et al. História natural das gestações gemelares 
monocoriônicas diamnióticas com e sem transfusão feto-fetal. Revista Brasileira de 
Ginecologia e Obstetrícia, v. 31, p. 273-278, 2009.

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