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SP3 Pediatria T4

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3
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
Situação problema 3: Mas ela é tão pequenina para fazer uma cirurgia cardíaca
Carolina Procath Cunha
Flávia de Melo Carvalho
Gabriela Pereira Valadares
Giovanna Casagrande
Isabela Soares
Isadora da Silva Gomes
Jéssica Thayna Resende Figueiredo
Késsia Gomes
LaressaBrunnaCouto
Luma Gabriella Santos Toledo
Pollyana Nonato
Tânia Pacheco dos Santos
Thalia Araujo dos Santos
Mineiros-GO
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS
UNIDADE BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS
CURSO DE MEDICINA
Situação problema 3: Mas ela é tão pequenina para fazer uma cirurgia cardíaca
Relatório apresentado à disciplina de Tutoria da Unidade 1, do curso de medicina, como requisito parcial para obtenção de nota, sob orientação da Professora Dra Marina Timo.
Mineiros-GO
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	4
2.OBJETIVOS	5
2.1 Objetivo Geral	5
2.2 Objetivos Específicos	5
 3. COMPREENDER AS PRINCIPAIS CAUSAS DAS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS E MAGNITUDE DESSE PROBLEMA....................................................6 
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................25 
REFERÊNCIAS	36
	
1. INTRODUÇÃO
A gravidez na adolescência é uma realidade que abrange a todas as classes sociais, agravada pelas sequelas da estrutura familiar, considerada um problema social a ser encarado não só pela família, mas em todas as esferas da sociedade. A gravidez na adolescência é considerada a que ocorre entre os 10 e 20 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apontada como uma gestação de alto risco decorrente das preocupações que traz a mãe e ao recém-nascido, a gravidez nessa faixa etária pode acarretar problemas sociais e biológicos.
A vacinação é uma importante aliada da saúde – principalmente durante a infância e a terceira idade. A imunização, durante essas fases, ajuda na prevenção de doenças e auxilia a evitar surtos. No período da gestação, a mãe pode se precaver de várias patologias que poderão levar tanto a mãe quanto o recém-nascido ao óbito. Assim, os Programas Nacionais de Imunização são indispensáveis para prevenção e promoção da saúde.
Outrossim, cultivar bons hábitos de vida durante os nove meses de gestação, ajuda a gerar um bebe livre de doenças e ter um parto sem complicações, além de uma recuperação pós-parto mais rápida. Cabe a gestante, ter a consciência e buscar acompanhamento médico e nutricional para assegurar sua saúde e a do bebê.
O acompanhamento do pré-natal é imprescindível para identificação de fatores de risco de prematuridade e de malformações congênitas. Nesse sentido, são importante que temas como os exames de triagem, os exames ofertados pelo SUS para a gestante, e os métodos de avaliação da idade gestacional sejam apresentados.
Além disso, é imprescindível esclarecer as consequências de um parto prematuro. Também é viável apresentar como atuam os agentes que causam malformações ao feto, relacionando esses fatores com o retardo no crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido.
Ademais, é oportuno que o saneamento básico e os aspectos ambientais sejam reconhecidos como importantes meios de transmissão de doenças durante o período pré-natal.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
· Compreender as principais causas das malformações congênitas e magnitude desse problema.
2.2. Objetivos Específicos
· Conceituar malformações, rupturas, deformações, sequências e síndromes;
· Conceituar e relacionar: agenesia, aplasia, hipoplasia, anomalias disráficas, falhas de involução, falhas de divisão, atresia, displasia, ectopia ou heterotopia e distopia a exemplos de cada situação;
· Identificar as principais causas das malformações congênitas;
· Estudar a patogenia das malformações congênitas de um modo geral, independente do agente etiológico;
· Estudar as malformações congênitas do sistema cardiovascular identificando as principais anomalias;
· Identificar quais as causas de prematuridade e retardo de crescimento;
· Refletir sobre a rede de atenção a saúde da pessoa com deficiência, as principais ações de prevenção: vacinas, o não o uso de drogas lícitas ou ilícitas e medicamentos nos primeiros meses;
· Discutir a importância do atendimento pré-natal e seguimentos do pós-natal por equipe multidisciplinar, na UBS ou na referência de ambulatório de especialidades, e o apoio psicossocial dos familiares;
· Discutir a importância da nutrição sobre o desenvolvimento saudável e estimulação do RN com malformação;
· Discutir e interpretar as alterações nos marcadores laboratoriais da anemia ferropriva.
3. COMPREENDER AS PRINCIPAIS CAUSAS DAS MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS E MAGNITUDE DESSE PROBLEMA
3.1 Conceituar malformações, rupturas, deformações, sequências e síndromes
Anomalias são alterações do desenvolvimento embrionário ou fetal presentes ao nascimento. As causas podem ser herdadas ou adquiridas, envolvendo anomalias estruturais, funcionais, metabólicas e/ou comportamentais.
As malformações são anormalidades morfológicas de órgão ou partes do corpo que ocorrem devido a um processo anormal de desenvolvimento que pode ser retardado, interrompido ou alterado. Consequentemente, teremos estruturas incompletamente formadas, não devidamente separadas ou não formadas (agenesia). Este defeito é comumente presente nas oito semanas iniciais de gestação (período da organogênese) e pode ter como etiologia fatores genéticos e/ou multifatoriais. Ex: Fenda Palatina, defeitos cardíacos.
A ruptura (disrupção) é definida como a destruição ou alteração de estruturas já formadas e normais, como a redução de membros causada por anomalias vasculares, por exemplo. É um defeito morfológico de um órgão, parte dele ou de uma região maior do corpo resultante de perturbação ou interferência de estruturas previamente normais. Assim como a deformação tem como principais causas os fatores ambientais gerando comprometimentos através de compressão, isquemia, hemorragia ou adesão de estruturas. Resulta em alterações na forma, divisão de estruturas ou ainda perda de seguimentos. Como exemplo temos as fendas faciais por bandas amnióticas.
Já o termo deformação é definido como alteração da forma, contorno ou posição de um órgão, como o pé torto congênito, causada por forças mecânicas, extrínsecas (constrição uterina sobre o bebê no canal de parto) ou intrínsecas (edema fetal) que afetam as estruturas após o seu desenvolvimento inicial. 
Sequência, o termo é utilizado para indicar um padrão de anormalidades que resultam de uma anormalidade primária simples ou de um fator mecânico simples. O processo de sequência funciona como uma “cascata”, na qual uma anormalidade primária resulta em uma secundária, que gera uma terciária e assim por diante. Ex: Sequencia de Potter (oligoidrâmnio), também chamada de Síndrome de Potter, refere-se à aparência física alterada de um feto ou recém-nascido em virtude da existência de oligoidrâmnia, em que a grávida esta com liquido amniótico menor que ideal dentro do útero.
Síndrome é padrão de múltiplas anomalias tidas como patogeneticamente relacionadas e não representam uma sequência geralmente se repetem em um padrão constante e compartilham uma etiologia específica. Pode ser cromossômica, monogênica ou não genética. Ex: Síndrome de Dow, Síndrome de Apert, Síndrome alcoólica fetal.
3.2 Conceituar e relacionar: agenesia, aplasia, hipoplasia, anomalias disráficas, falhas de involução, falhas de divisão, atresia, displasia, ectopia ou heterotopia e distopia a exemplos de cada situação
Agenesia- ausência completa ou parcial de um órgão ou tecido por anomalias do desenvolvimento na fase embrionária. Exemplo: Agenesia de pulmão, somente um pulmão é bem desenvolvido o outro não se desenvolve. 
Aplasia é uma disfunção das células e tecidos que leva à interrupção do seu desenvolvimento. Existem diversos tipos de aplasias, tais como aplasia medular, aplasia arterial e aplasia óssea.
Hipoplasia designa o crescimento insuficiente de um tecido ou órgão. Falamos,por exemplo, de hipoplasia pulmonar, hipoplasia da tireoide ou hipoplasia do seio. Definida em 1870 por Rudolph Virchow, essa patologia é geralmente de origem genética, mesmo se causas toxicológicas possam ser igualmente identificadas. Além disso, a exposição de um embrião a substâncias químicas ou medicamentosas favorecem as malformações podendo causar hipoplasia.
Anomalias disráficas são defeitos causados pela falha de estruturas apostas se fundiram. A espinha bífida é uma anomalia na qual o canal espinhal não se fechou completamente, e o osso e a pele que o recobrem não se fundiram, deixando assim um defeito na linha média. 
Falhas de involução refletem a persistência de estruturas embrionárias ou fetais que devem involuir em alguns estágios do desenvolvimento. Um ducto tireoglossal persistente é o resultado de uma involução incompleta da via que conecta a base da língua com a tireóide em desenvolvimento.
Falhas de divisão são causadas pela clivagem incompleta dos tecidos embrionários, quando um processo depende da morte celular programada das células. Os dedos e artelhos são formados na parte distal do broto dos membros pela perda localizada de células entre o primórdio da cartilagem. Se estas células não morrem de um modo programado, os dedos ficarão ligados ou incompletamente separados (sindactilia)
Atresia refere-se a defeitos causados pela formação incompleta de uma luz. Muitos órgãos ocos se originam como faixas e cordões de células cujas centros são programados para morrer, formando assim uma cavidade central ou luz. A atresia do esôfago é caracterizada pela oclusão parcial da luz, que não se estabeleceu totalmente na embriogenese.
Displasia é causada pela organização anormal de células em tecidos, uma situação que resulta em histogênese anormal. A displasia tem um significado diferente aqui do usado em caracterizar a displasia epitelial de lesão pre cancerosa. A esclerose tuberosa é um exemplo marcante de displasia, sendo caracterizada pelo desenvolvimento anormal do cérebro, que contem agregados de células normalmente desenvolvidas dispostas em tuberosidades grosseiramente visíveis.
Ectopia ou heterotopia é uma anomalia na qual um órgão está fora de seu local anatômico normal. Assim, um coração ectópico está fora do tórax. As glândulas paratireoides heterotipicas podem estar situadas dentro do timo no mediastino anterior.
Distopia refere-se a retenção de um órgão em um local onde está situado durante o desenvolvimento. Por exemplo, os rins estão inicialmente na pelve e então movem-se para uma posição mais lombar. Rins distopicos são os que permanecem na pelve. Os testículos distopicos são retidos no canal inguinal, não tendo completado sua descida para o escroto (criptorquidismo).
3.3 Identificar as principais causas das malformações congênitas
As anomalias congênitas (AC) podem ser definidas como todas as alterações funcionais ou estruturais do desenvolvimento fetal cuja origem ocorre antes do nascimento, possuindo causas genéticas, ambientais ou desconhecidas, mesmo que essa anomalia se manifeste anos após o nascimento. Elas podem ser classificadas em maiores ou menores: as malformações maiores seriam graves alterações anatômicas, estéticas e funcionais podendo levar à morte, enquanto as menores levam a fenótipos que se sobrepõem aos normais. Do ponto de vista biológico, as AC representam um grupo heterogêneo de distúrbios do desenvolvimento embrionário e fetal, com origens distintas, muitas vezes simultaneamente envolvidas.
As anomalias estruturais podem ser divididas em quatro categorias: malformação, ruptura, deformação e displasia. As AC têm apresentado relevância significativa e crescente na mortalidade e morbidade da população. De modo geral, pode-se considerar que 5% dos nascidos vivos (NV) apresentam alguma anomalia do desenvolvimento, determinada, total ou parcialmente, por fatores genéticos.
A maioria das mortes por AC ocorrem durante o primeiro ano de vida, impactando na taxa de mortalidade infantil. No Brasil, as AC constituem a segunda causa de mortalidade infantil, contribuindo com 11,2% destas mortes, perdendo apenas para as causas perinatais. O período perinatal foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), editada em 1993 e adotada no Brasil em 1996, este período se inicia na 22ª semana de gestação e considera crianças com peso acima de 500 g.
O impacto das AC na mortalidade infantil depende de diversos fatores, como a prevalência das anomalias, a qualidade e disponibilidade de tratamento médico e cirúrgico, e a presença e efetividade de medidas de prevenção primária. Além disso, as AC maiores podem ser letais logo após o nascimento, como a anencefalia e algumas cardiopatias congênitas, por exemplo.
CAUSAS DAS AC
As principais causas das anomalias são os transtornos congênitos e perinatais, muitas vezes associados a agentes infecciosos deletérios à organogênese fetal, tais como os vírus da rubéola, da imunodeficiência humana (HIV), o vírus Zika, o citomegalovírus; o Treponema pallidum e o Toxoplasma gondii. O uso de drogas lícitas e ilícitas, de medicações teratogênicas também são causas de anomalias. Estima-se que 15 a 25% ocorram devido às alterações genéticas, 8 a 12% são causadas por fatores ambientais e 20 a 25% envolvem genes e fatores ambientais (herança multifatorial). Porém, a grande maioria (40 a 60%) das anomalias ainda é de origem desconhecida.
Substâncias Teratogênicas
Um agente teratogênico pode ser definido como qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, pode produzir uma alteração na estrutura ou função da descendência.
A partir da segunda metade do século 20, houve uma grande preocupação com relação às possíveis substâncias utilizadas por gestantes e seus impactos no embrião ou feto em desenvolvimento, uma vez que o uso de medicamentos durante a gestação é algo frequente. A tragédia da talidomida no início da década de 1960, provocada pelo uso do fármaco durante a gravidez, trouxe grande medo à população e aos médicos. Com isso, vários sistemas para registro e identificação de AC têm sido estabelecidos em diversos países, sendo a maioria com o propósito de identificar agentes ambientais que ofereçam riscos teratogênicos. As anomalias fetais devido ao uso da talidomida ocorrem quando a droga é ingerida por gestantes entre 35 a 49 dias após o último período menstrual. As malformações de membros associadas ao uso deste medicamento são as mais descritas.
O álcool é outra substância que, quando consumida na gravidez, pode ocasionar AC. Entre as possíveis sequelas geradas por esse consumo, estão a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e suas formas incompletas; os defeitos congênitos relacionados ao álcool (ARBD) e as desordens de neurodesenvolvimento relacionadas ao álcool (ARND). A primeira gera um quadro de maior gravidade, cujas manifestações clínicas são determinadas por um complexo grupo de sinais e sintomas, variando de acordo com a quantidade de álcool ingerida e o período de gestação, além de outros fatores. A SAF ocasiona restrição do crescimento intrauterino e pós-natal, disfunções do sistema nervoso central, microcefalia e alterações faciais características, afetando em torno de 33% das crianças nascidas de mães que fizeram uso de mais de 150g de etanol por dia.
Em 2001, um estudo associou o uso de abortifacientes e AC, mostrando que elas ocorreram em 4,7% de um total de 800 recém-nascidos e em 14 desses casos foi registrado uso gestacional de abortivos. Entre os recursos abortifacientes mais comumente utilizados estão os chás e as infusões de plantas medicinais, além do misoprostol, análogo sintético da prostaglandina E1.
Em 2010, um estudo sugeriu que o uso de antiretrovirais durante a gestação esteve associado com o aumento dos casos de AC, sendo as cardiovasculares e osteomusculares as mais prevalentes. Os autores descreveram que mulheres infectadas por HIV- 1 podem tomar outras drogas potencialmenteteratogênicas além dos antiretrovirais, tais como trimetoprim, pirimetamina, sulfadiazina, e outros antagonistas de folato, tais como carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, podendo assim aumentar os riscos de defeitos do tubo neural, bem como fissuras orais, cardiovasculares, do trato urinário e defeitos de redução de membros.
Agentes Infecciosos
Apesar do feto ou do embrião estar protegido pela placenta, alguns agentes infecciosos presentes na mãe podem atingi-lo. Os defeitos induzidos por micro-organismos diferem dos induzidos por agentes ambientais, uma vez que nem todas as lesões aparecem no período da gestação, sendo que muitas manifestações clínicas aparecem após o nascimento, mesmo que congenitamente adquiridas. É importante conhecer a soroprevalência gestacional de agentes infecciosos que possam ser transmitidos para o feto gerando anomalias.
A transmissão vertical é aquela que ocorre entre a mãe (gestante/lactante) e seu filho, podendo acontecer por diversas vias, como a ascendente (através do canal cervical), a hematogênica (através do aporte sanguíneo placentário) e o aleitamento materno. As infecções verticais hematogênicas resultam da presença na circulação placentária de diferentes agentes como bactérias (sífilis), protozoários (toxoplasmose) e vírus, como no caso da rubéola.
A rubéola é uma doença infecto-contagiosa com sintomas leves e erupção generalizada, causada por um vírus da família Togaviridae e do gênero Rubivirus. Este possui simetria icosaédrica, é um vírus envelopado e de RNA fita simples com polaridade positiva. A transmissão ocorre por via aérea, e após a entrada no hospedeiro, pode se disseminar para diversos órgãos, inclusive para a placenta. A rubéola congênita possui um efeito teratogênico, uma vez que o vírus infecta a placenta, atinge o feto, inibe a mitose e estimula apoptose, comprometendo assim a organogênese, sendo pior no primeiro trimestre gestacional. Quando acontece no primeiro trimestre, a infecção materna produz infecção fetal em mais de 90% dos casos. A evolução da forma congênita é crônica e grave. As principais manifestações são surdez, cataratas, glaucoma, retinopatia, cardiopatias, microcefalia, retardo mental, distúrbios motores, entre outros.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria T. pallidum. Durante a gestação, leva a sérias implicações para a mulher e seu concepto, podendo causar o abortamento, a morte intra-uterina, o óbito neonatal ou deixar sequelas graves nos recém-nascidos. A transmissão congênita faz-se da gestante infectada para o concepto, por via transplacentária, em qualquer momento da gestação. Segundo o Ministério da Saúde (2006), além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as principais características dessa síndrome congênita são hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, lesões cutâneas (como por exemplo, pênfigo palmo-plantar, condiloma plano), periostite ou osteíte ou osteocondrite (com alterações características ao estudo radiológico), pseudoparalisia dos membros, sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, rinite sero-sanguinolenta, icterícia, anemia e linfadenopatia generalizada (principalmente epitroclear). Outras características clínicas incluem petéquias, púrpura, fissura peribucal, síndrome nefrótica, hidropsia, edema, convulsão e meningite.
O vírus Zika é um arbovírus de RNA, cuja circulação foi confirmada em 18 estados brasileiros no ano de 2015. A partir de então, houve um aumento inesperado de nascidos vivos (NV) com microcefalia, AC que ocorre devido a uma lesão neuronal que interfere no desenvolvimento cerebral, havendo redução do perímetro cefálico. No período de 2000 a 2014 o número de casos de NV com microcefalia era estável. Marinho et al. (2016) verificaram que o número de casos dessa AC no ano da confirmação da circulação do vírus aumentou nove vezes em relação a média anual do país. Poucos estudos comprovaram que a infecção pelo vírus Zika durante a gravidez está associada à microcefalia, porém grande parte destes sugeriram esse elo.
Radiação
A radiação, que consiste na emissão de energia sob a forma de partículas radioativas/aceleradas a alta velocidade ou sob a forma de ondas eletromagnéticas, existe como dois tipos: não ionizante e ionizante. A primeira não possui energia suficiente para separar moléculas ou remover elétrons, responsáveis pela ionização dos átomos e consequentemente responsáveis pela lesão das células humanas. Já a segunda, possui energia capaz de afetar a estrutura normal da célula tanto direta, como indiretamente. Como exemplo, podem ser citados os raios gama e os raios-X, que penetram facilmente os tecidos, causando lesões orgânicas.
Através do processo chamado de ionização, a radiação ionizante interage com átomos, podendo modificar moléculas, alterar as células, transformar tecidos, afetar órgãos e finalmente ter repercussões sobre o normal funcionamento do organismo.
Os efeitos da radiação durante a gravidez dividem-se em teratogênicos e carcinogênicos, sendo que os primeiros podem ser variados e dependem da semana de gestação e o valor da dose efetiva de radiação.
Existem alguns exames e tratamentos que emitem radiação ionizante, e caso a gestante necessite realizar algum desses procedimentos, o médico deve avaliar a relação risco/benefício. 
Diabetes Mellitus Gestacional
O diabetes mellitus gestacional ocorre quando há intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia, com início ou diagnóstico durante a gestação, ocorrendo uma elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, estresse fisiológico imposto pela gravidez e com associação a fatores predeterminantes (genéticos ou ambientais). O principal hormônio relacionado com a resistência à insulina durante a gravidez é o hormônio lactogênico placentário, porém existem outros hormônios hiperglicemiantes como cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina, que também estão envolvidos.
3.4 Estudar a patogenia das malformações congênitas de um modo geral, independente do agente etiológico
A sigla STORCH e é formada por um grupo de doenças infecciosas que acometem o recém-nascido. Tais doenças são assim designadas: S (sífilis congênita), TO (toxoplasmose congênita), R (rubéola congênita), C (citomegalovirose congênita) e H (herpes simples congênito). O feto acometido por esses agentes patógenos pode falecer no útero, apresentar crescimento intra-uterino retardado, malformações congênitas e enfermidades agudas e crônicas, podendo também nascer hígido.
Sífilis Congênita
Contaminação materna: O rastreamento sorológico da sífilis deve ser feito em todas as mães. A mulher adquire sífilis, em geral, através do contato sexual. A fase primária da doença é caracterizada pelo aparecimento de cancro duro, indolor, localizado nas paredes vaginais. Na fase secundária, a mulher desenvolve exantema e linfadenopatia. Após vários anos, aparecem as formas terciárias: neurológica, cardiovascular e as gomas.
Transmissão fetal: Infecção adquirida por via transplacentária, mais frequente após a 16ª e 18ª semanas gestacionais. A transmissão no canal de parto, através do contato com o cancro, e na amamentação, quando existem lesões treponemas no mamilo, é excepcional.
Quadro clínico: Retardo do crescimento intra-uterino, meningite luética, coriza sifilítica (obstrução nasal e secreção grossa de cor catarral ou muco sanguinolenta), pênfigo sifilítico (em regiões palmo plantares sob forma de bolhas, com líquido turvo ou hemorrágico), osteocondrite metaepifisária, pseudoparalisia de Parrot, hepatoesplenomegalia, coriorretinite do tipo sal-e-pimenta e pneumonia alba..
Toxoplasmose Congênita
Contaminação materna: Ingestão acidental de oocistos esporulados do solo e/ou alimentos contaminados, e mais frequentemente, pela ingestão de carne crua ou malcozida contendo bradizoítos do toxoplasma. Menos comumente, os taquizoítos podem ser transmitidos por transfusão de sangue e hemoderivados. Gatos excretam oocistos nas fezes, através da ingestão de animais infectados ou carnes domésticas cruas.
Transmissãofetal: Transmissão via transplacentária. A contaminação do concepto só ocorre se a mãe adquirir a doença durante a gravidez. A gravidade do comprometimento fetal tem relação inversa com a idade gestacional.
Quadro clínico: Baixo peso ao nascer, coriorretinite, calcificações cerebrais, miocardite, rash maculopapular, linfadenopatia generalizada, trombocitopenia, atrofia óptica, anisometropia, nistagmo, epilepsia, surdez, retardo mental ou motor, icterícia, hidrocefalia, microcefalia, convulsões, encefalite, microftalmia, estrabismo, catarata e hepatoesplenomegalia.
Diagnóstico:
Gestante: determinação dos anticorpos toxoplásmicos IgG e IgM.
Se IgG + e IgM +: infecção recente ou aguda.
Se IgG + e IgM –: infecção crônica / imunidade.
Se IgG – e IgM –: gestante susceptível.
Se IgG – e IgM +: infecção aguda.
 
Rubéola Congênita
Contaminação Materna: A infecção materna pode não acometer o feto, porém quando o faz, leva-o à absorção, aborto espontâneo, natimorto e à síndrome da rubéola congênita.
Transmissão Fetal: O vírus atinge a placenta por via hematogênica e a transmissão vertical pode ocorrer quando há infecção primária na gestante. Acredita-se que o pior momento para contaminação da gestante se encontra entre 4a e 9a semanas de idade gestacional.
Quadro Clínico: Crescimento intra-uterino retardado, prematuridade, estenose da artéria pulmonar, coarctação da aorta, retinopatia, catarata, glaucoma, microftalmia, meningoencefalite, calcificações intracranianas, rash rubeoliforme, púrpura trombocitopenia, micrognatia, criptorquidismo, surdez periférica e central, autismo, hipotireoidismo, hipertireoidismo, diabetes mellitus, icterícia, hepatoesplenomegalia, miocardite e microcefalia.
Diagnóstico: Gestante: anticorpos IgM específicos e IgG com aumento progressivo.
Feto e recém-nascido: IgM específico por cordocentese, alterações fetais no ultrassom compatíveis com a doença, RX de tórax e ossos longos, ECG, exame oftalmológico, hemograma, avaliação auditiva, exame do líquor e isolamento viral na secreção nasofaringe, urina, líquor, sangue e cristalino.
Citomegalovirose Congênita
Contaminação Materna: Transmitido horizontalmente pelo contato direto entre pessoas, através de secreções contaminadas, como saliva, sangue, secreções cervicais, sêmen e urina. Pode ser transmitido por transfusão de sangue infectado ou transplante de órgãos de indivíduos soropositivos.
Transmissão Fetal: A contaminação transplacentária do feto (hematogênica) ocorre em qualquer período gestacional, no entanto, o recém-nascido pode se contaminar através do contato com secreção vaginal contaminada e também pela ingestão de leite materno. Relata-se, ainda, contaminação por transfusão de sangue.
Quadro Clínico: Tetralogia de Fallot (uma malformação congênita do coração (presente no nascimento) composta de quatro elementos:Comunicação interventricular (uma comunicação entre os dois ventrículos do coração - esquerdo e direito).Desvio da aorta para a direita, ao sair do coração.Obstrução do ventrículo direito e dificuldade de passagem do sangue para os pulmões.Hipertrofia ventricular.), estenose mitral congênita, diástase de músculo reto, atrésia biliar, pneumonia intersticial, rash cutâneo, ventrículomegalia, hepatoesplenomegalia, microcefalia, calcificações periventriculares, icterícia com predomínio inicial da BI, petéquias, púrpuras, retardo do crescimento intra-uterino, prematuridade, coriorretinite. Anomalias congênitas associadas ao CMV incluem hérnia inguinal em homens, anomalias do terceiro arco branquial e defeitos do esmalte dentário.
A infecção assintomática é muito frequente, atingindo 90% dos recém-nascidos.
Herpes Simples Congênita
Contaminação Materna: Doença sexualmente transmissível.
Transmissão Fetal: A infecção no parto é a mais comum. A infecção intra-útero transplacentária é a mais grave, e é caracterizada pela tríade: vesículas cutâneas ou escaras de cicatrização, alterações oculares e microcefalia ou hidrocefalia. A transmissão também pode ocorrer a partir de uma infecção materna ou paterna não-genital (boca, mãos ou ao redor do mamilo).
Quadro Clínico: 
Forma disseminada: prognóstico grave, de alta mortalidade, fígado e suprarrenal são os órgãos mais acometidos. Caracteriza-se clinicamente por irritabilidade, convulsões, dispneia, CIVD, púrpura, icterícia com predomínio de BD, distúrbios hemorrágicos e choque. O exantema vesicular, quando presente, confirma o diagnóstico.
Forma cutânea: vesículas, crostas derivadas de vesículas, de base eritematosa, tendo 1-2 mm de diâmetro.
Forma ocular: ceratoconjuntivite ou, mais tardiamente, coriorretinite, catarata e descolamento de retina.
Dentre as causas de malformações pelo uso de substâncias químicas encontramos ainda filhos de mães cuja dieta era rica em peixe contendo altos níveis de mercúrio adquirem a doença minamata e exibem distúrbios neurológicos e comportamento semelhante a paralisia cerebral. Causa ainda atrofia cerebral, retardo mental e convulsões. Já o chumbo atravessa a membrana placentária e se acumula nos tecidos fetais causando deficiências funcionais anomalias e abortamento.
Já entre as causas ambientais encontramos o uso de drogas que iram causar retardo mental e do crescimento. Tabagismo que ocasiona retardo do crescimento intra-uterino, parto prematuro, defeitos cardíacos e baixo peso uma vez que a nicotina promove a constrição dos vasos sanguíneos uterinos diminuindo o fluxo sanguíneo e consequentemente a oferta de nutrientes e oxigênio ao feto. Isso prejudica o desenvolvimento celular e mental. O uso de álcool também acarreta alterações morfogênicas. Quanto maior a quantidade de ingestão mais grave serão os sinais, sendo eles: retardo mental, microcefalia, fendas palpebrais curtas, hipoplasia do maxilar, nariz curto, sulcos palmares anormais, pregas epicanticas, anomalias cardíacas e articulares e a síndrome do alcoolismo fetal (FAS). O uso de anticoagulantes, anticonvulsivantes, antibióticos, corticosteroides e vitamina A também podem causar o desenvolvimento de uma anomalia.
Com relação aos medicamentos, os fatores que determinam dano fetal são:
.Estágio de desenvolvimento do concepto.
.Relação entre dose e efeito.
.Genótipo materno-fetal (sensibilidade da mãe e do feto para a medicação).
.Mecanismo patogênico de cada agente.
 
Existem muitos teratogênicos que causam malformação fetal a maioria desses teratógenos na atualidade é adquirido devido ao uso de medicações de forma crônica como anticonvulsivantes e psicotrópicos. Como a maioria das gestações não é planejada, a mulher engravida em uso dos medicamentos habituais e somente depois procura o pré-natal para questionar a necessidade de sua suspensão.
São medicamentos conhecidos associados às malformações fetais:
1. Talidomida:
A primeira droga com efeitos teratogênicos em grande quantidade e que causou uma verdadeira revolução na forma de avaliar a prescrição dos fármacos da gestação foi a Talidomida. Foi associado a defeito de formação dos membros em diversas crianças, sendo mais característica a focomelia.
Seu uso ainda é feito em pacientes com doenças imunológicas como a hanseníase e alguns tipos de câncer.
2. Álcool:
Tem efeitos comprovados sobre o desenvolvimento do sistema nervoso central além de alterações craniofaciais, constituintes da chamada síndrome do álcool fetal. Esta pode ocorrer de forma completa ou somente com alterações mais leves. Não existem níveis seguros de consumo de álcool na gestação.
O médico deve alertar a gestante sobre os riscos associados ao consumo de bebida alcoólica na gestação, tranquilizar aquelas que o fizeram em poucas ocasiões e de forma desavisada e realizar acompanhamento da gestação na busca de alterações fetais.
3. Antineoplásicos e quimioterápicos:
Os medicamentos usados no combate ao câncer causam danos fetais visto que seu mecanismo de ação envolve a redução da divisão celular como forma de reduzir o crescimento tumoral.
Quando usados principalmente no primeiro trimestre se associam a morte fetal e abortamento. Na presença de câncer durantea gravidez, a mulher deve ser acompanhada em conjunto por obstetra e oncologista, avaliando o custo-benefício de cada uma das medidas.
 
4. Anticonvulsivantes:
O sistema nervoso central pode ser alterado em uma em cada 10 pacientes que usa anticonvulsivantes. Apesar disso não devem ser suspensas, visto que em mais de 90% das gestantes não ocorre qualquer alteração fetal. Também deve ser lembrado que a epilepsia é uma doença que pode trazer graves consequências na gestação, na vigência de convulsões que podem até mesmo causar abortamento e óbito fetal. As medicações mais seguras são Carbamazepina e Lamotrigina. A preferência deve sempre ser dada para o tratamento com uma única droga (monoterapia).
 
5. Anticoagulantes:
São medicamentos de uso indispensável durante a gestação em gestantes que possuem doenças sanguíneas que favorecem o desenvolvimento de tromboses (trombofilias). A Varfarina é associada a malformações fetais, hemorragias e óbito. Esta deve ser substituída de forma imprescindível no 1º e 3º trimestres, por heparina. Entretanto a maioria dos obstetras prefere manter a gestante que necessita de anticoagulantes em uso somente de heparina durante toda a gestação. Esta deve ser acompanhada de forma intensiva com ajustes de doses e avaliação da vitalidade fetal.
 
6. Anti-inflamatórios não-hormonais:
Os AINES têm efeito de prolongar a gestação, sendo usados em alguns casos específicos como em gestação com polidrâmnio (excesso de líquido amniótico). O risco maior é de que no 3º trimestre, causar o fechamento do ducto arterioso e causar hipertensão pulmonar no recém-nascido. Quando usado no 1º trimestre, tem risco de malformações cardíacas e gastrosquise (defeito de fechamento da parede abdominal fetal). Portanto ser evitados Ibuprofeno, Diclofenaco e Indometacina a gestação.
 
7. Inibidores da enzima conversora de angiotensina:
Os anti-hipertensivos como Captopril e Enalapril são causa frequente de óbito fetal em casos de mulheres que engravidam e mantém seu uso de forma desavisada. Oferecem risco durante todos os trimestres da gestação, e devem ser prontamente substituídos. No desenvolvimento de hipertensão durante a gestação o medicamento de escolha é a Metildopa. Em caso de crise hipertensiva é usada a Hidralazina.
 
8. Carbonato de lítio:
Tem efeitos documentados em relação a malformações cardíacas e Síndrome de Ebstein. É usado como estabilizador de humor em doenças como o Transtorno Afetivo Bipolar. Pelo maior risco de descompensação causado por alteração do metabolismo da gestação, o uso deve ser mantido com avaliação do nível sérico da droga. Além disso a gestante deve realizar o ecocardiograma fetal para rastreamento de malformações.
 
9. Cocaína:
Causa alteração do fluxo placentário com risco de Restrição de Crescimento Fetal, descolamentos placentários e óbito fetal. A conduta deve ser de buscar eliminar o uso, com encaminhamento para ajuda especializada.
 
10. Inibidores da Recaptação Seletiva de Serotonina:
A Paroxetina pode causar alterações relacionadas ao sistema nervoso central. O uso deve ser avaliado em relação ao grau de acometimento da mulher e o risco de descompensações com a ausência do uso. Geralmente os demais, à exceção da paroxetina, são mantidos pelo maior risco de descompensação clínica materna, que traria muito mais prejuízos para a gestação.
 
11. Misoprostol:
Usados como indutores de aborto causam a Síndrome de Moebius na permanência da gestação. Esta síndrome causa paralisia dos nervos faciais e redução ou ausência de expressão facial e estrabismo convergente. A paciente que tentou abortar deve ser acompanhada, livre de julgamento de culpa, e as malformações fetais devem ser buscadas.
12. Retinóides derivados da vitamina A:
A Isotretinoína, bastante popular entre os dermatologistas para tratamento de acne, tem efeitos muito potentes nas alterações fetais, principalmente renais e cardíacas. Quando seu uso for realizado, a contracepção deve ser rigorosa e a mulher orientada quanto aos riscos em uma possível gestação.
13. Tionamidas (anti-tireoidianos):
O hipertireoidismo é associado a malformações fetais, abortamentos e óbito fetal e deve ser bem conduzido durante a gravidez. O Metimazol não deve ser usado na gestação por causa de efeitos potencialmente danosos ao feto. A droga de escolha é o Propiltiouracil, na menor dose efetiva possível.
3.5 Estudar as malformações congênitas do sistema cardiovascular identificando as principais anomalias 
As malformações congênitas estão associadas à elevada mortalidade sendo estimado que cerca de 3% dos recém-nascidos têm uma malformação importante, com significado cosmético ou funcional, sendo estas as principais causas de óbito, de doença e de incapacitância infantil.
No Brasil, desde 2001, as anomalias congênitas constituem a segunda causa de morte em crianças menores de um ano, respondendo os defeitos cardiovasculares por 39,4% destes óbitos. Segundo Osório e Robinson (2001), os prováveis agentes etiológicos das anormalidades congênitas são: alterações cromossômicas (6%); herança monogênica (6%); herança multifatorial (20-30%); agentes teratogênicos (5-10%). 
As anomalias congênitas genéticas contam com maior número de estudos, como as cromossomopatias, e as de etiologia ambiental, causadas por teratógenos, são as menos investigadas. Entre os fatores causais das anomalias congênitas, destacam-se agentes infecciosos, agentes ambientais, como radiação, fatores mecânicos e compostos químicos, assim como doenças maternas. Alguns fatores maternos como idade, estilo de vida, tipo de gestação e saúde materna, entre outros, têm sido pesquisados e relacionados à ocorrência de anomalias congênitas.
Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do canal arterial. Neste grupo de cardiopatias, encontram-se aquelas nas quais se observa obstrução ao fluxo pulmonar por atresia da valva pulmonar ou estenose pulmonar de grau acentuado. As cardiopatias que se encontram dentro deste grupo são: atresia pulmonar com septo ventricular íntegro, atresia pulmonar com CIV, estenose pulmonar crítica, tetralogia de Fallot com atresiapulmonar, atresia tricúspide, além do ventrículo único com atresia pulmonar ou estenose pulmonar de grau acentuado. 
Do ponto de vista fisiopatológico, essas cardiopatias apresentam uma mistura de fluxo direita-esquerda intracardíaca associada a uma redução do fluxo pulmonar que é dependente da permeabilidade do canal arterial. O quadro clínico principal é a cianose progressiva e acentuada, com saturação periférica geralmente abaixo de 80%, sem sinais de baixo débito sistêmico ou de desconforto respiratório significativo. A oferta de oxigênio via máscara ou mesmo após intubação traqueal não resulta em melhora significativa da saturação periférica, o que ajuda a fazer o diagnóstico diferencial com distúrbios ventilatórios no período neonatal.
É válido saliente que, há cerca de 40 tipos de defeitos anatômicos, porém mais de 90% dos pacientes apresentam uma das seguintes anomalias: comunicação interatrial, comunicação interventricular, persistência do canal arterial, estenose pulmonar e tetralogia de Fallot.
 
Comunicação interatrial (CIA)
CIA é o segundo defeito cardíaco congenito mais frequente. Pode ter diferentes formatos anatômicos, sendo mais comum o tipo ostium secundum, que é representado por um orifício localizado na fossa oval. A caraterística hemodinâmica principal é o hiperfluxo pulmonar devido ao desvio de sangue do átro esquerdo pra o direito, por meio da comunicação entre estas cavidades. 
Os portadores de CIA só apresentam sintomas na vida adulta, em geral na terceira década, exceto quando a comunicação é muito ampla, a qual determina um grande desvio de sangue. Nestas condições, a criança apresenta dispneia de esforço e, com bastante frequência, bronquites de repetição. 
Comunicação interventricular
Trata-se da cardiopatia congênita mais frequente. Na maioria das vezes, o defeito do septo interventricular que estabelece a comunicação entre os ventrículos situa-se na porção membranosa do septo, logoabaixo da valva aórtica. Aproximadamente 1/3 das comunicações interventriculares se fecha espontaneamente no decorrer do primeiro ano de vida; nestes casos, o defeito é pequeno, mas pode ocorrer fechamento de orifícios de tamanho mediano ou mesmo grandes. 
O fenômeno hemodinâmico principal é a passagem de sangue do ventrículo esquerdo para o direito durante a sístole ventricular, o que resulta em hiperfluxo pulmonar com aumento do retorno sanguíneo ao átrio esquerdo, elevando sua pressão e causando, em consequência, hipertensão venocapilar pulmonar. 
As manifestações clínicas vão depender da magnitude do orifício no septo interventricular. Quando pequeno, há pouca repercussão hemodinâmica e o paciente é assintomático, sem atraso do desenvolvimento físico. Nas comunicações de porte mediano, a criança apresenta dispnéia ao mamar, ganha peso vagarosamente e está propensa a contrair infecções respiratórias. Nas grandes comunicações, a criança apresenta-se gravemente enferma logo após o nascimento, com desenvolvimento precoce de insuficiência cardíaca. 
Persistência do canal arterial 
O canal arterial é um conduto que conecta a artéria pulmonar à aorta durante a vida fetal, fechando-se nas primeiras 24 horas após o nascimento. Quando permanece aberto, constitui o defeito congênito denominado persistência do canal arterial, possibilitando a passagem de sangue da aorta para a artéria pulmonar, mais frequente no sexo feminino e tem maior incidência em crianças cujas mães tiveram rubéola durante a gravidez. 
A história natural dessa anomalia depende do tamanho do canal e das alterações na circulação pulmonar decorrentes do aumento do fluxo sanguíneo. No RN, dada a elevada resistência pulmonar, é quase nulo o fluxo de sangue pelo canal, não se auscultando sopro nestas crianças. Com o desenvolvimento da criança, há uma queda na resistência arterial pulmonar, formando um gradiente de pressão entre a aorta e a artéria pulmonar, passando a existir, então, um fluxo sanguíneo durante a sístole e a diástole, pois tanto a pressão sistólica quanto a diastólica são maiores na aorta comparando-se com a artéria pulmonar. 
Os sinais periféricos da persistência do canal arterial, semelhantes aos observados na insuficiência aórtica, são pulso célere, pulsações arteriais amplas no pescoço e aumento da pressão diferencial.
Estenose pulmonar
A estenose pulmonar valvar, responsável por 10% dos casos de cardiopatia congênita, caracteriza-se pela ocorrência de valvas semilunares malformadas, com aspecto em cúpula, com um orifício central ou próximo ao centro, que impossibilita a abertura normal da valva. Como consequência desta obstrução, há hipertrofia do ventrículo direito, cuja intensidade varia de acordo com a gravidade da estenose da valva.
A estenose pulmonar é considerada leve quando o gradiente pressórico entre a artéria pulmonar e o ventrículo direito é de 25 a 50 mmHg; moderada, de 50 a 100 mmHg; e grave, quanto maior que 100 mmHg.
Os casos de estenose leve ou moderada são praticamente assintomáticos; no entanto, quando o defeito é grave, advém insuficiência ventricular direita, com os clássicos sinais de hipertensão venosa.
Tetralogia de Fallot
A tetralogia de Fallot é a cardiopatia congênita cianótica mais frequente, sendo constituída de 4 defeitos anatômicos (daí a sua denominação): comunicação interventricular, estenose pulmonar infundibulovalvar, dextroposição da aorta e hipertrofia do ventrículo direito.
A gravidade da tetralogia de Fallot depende do grau da estenose infundibulovalvar. Quando a estenose é pronunciada, grande parte do sangue insaturado que chega ao ventrículo direito passa diretamente para a aorta, por meio da comunicação interventricular; nesses casos, a cianose é permanente e intensa. Em contrapartida, se a obstrução na via de saída do ventrículo direito não for grave, boa parte do sangue que chega a esta cavidade consegue alcançar os pulmões, em que será oxigenado, de tal modo que a cianose só aparecerá durante a execução de esforço físico. 
Muitas vezes, a criança com este defeito não apresenta cianose logo ao nascer, a qual só vai se manifestar após alguns meses de vida. Estes pacientes estão sujeitos a "crises de hipóxia", que ocorrem após algum esforço e se caracterizam por aumento da cianose, taquipneia e perda da consciência. A causa dessas crises é o espasmo do infundíbulo do ventrículo direito. É uma situação grave, com alta mortalidade.
Nas crianças de mais idade, é possível observar a "posição de cócoras" que elas adotam intuitivamente, após esforço físico, para aliviar seus sintomas. Admite-se que, nesta posição, haja aumento da resistência arterial periférica que se transmite à raiz da aorta e ao ventrículo esquerdo, redundando em diminuição do shunt direita-esquerda e consequente aumento do fluxo pulmonar. 
3.6 Identificar quais as causas de prematuridade e retardo de crescimento
As causas inerentes a um nascimento prematuro são complexas e variadas e consequentemente de difícil prevenção e antevisão. Um grupo de fatores associados ao aumento de prematuridade incluem as gestações múltiplas, um nascimento pré-termo prévio, reduzidas condições socioeconómicas, uso de drogas e reprodução medicamente assistida. Um trabalho recente sugere também que o aumento da incidência de prematuros tardios pode resultar de uma gravidez tardia. Um estudo cohort desenvolvido no Canadá com mais de 95000 nascimentos de crianças entre as 33 e as 40 semanas de gestação relaciona outras causas maternas com nascimentos de prematuros tardios como as corioamniotites, hipertensão, diabetes, trombofilia, primeira gravidez, gravidez na adolescência e ruptura prematura de membranas. Outros fatores maternos e fetais são amplamente abordados na literatura tais como anemia, baixo nível de educação, cuidados pré-natais inadequados, stress, tabagismo, raça negra, baixo índice de massa corporal, hiperdistensão uterina, status nutricional, proximidade temporal entre partos, obesidade, trabalho físico excessivo, anomalias da continência do colo do útero, patologias deformativas fetais, anomalias da placenta, rotura prematura de membranas, infeção extrauterina. Outras hipóteses inerentes ao início precoce do trabalho de parto podem ser explicadas por uma brusca diminuição dos níveis de progesterona, por um aumento da atividade da ocitocina ou pela ativação prematura dos mecanismos deciduais.
Como a função gastrointestinal não está completamente madura, o RN tem dificuldade de absorver cálcio o que leva a um grave raquitismo. Por isso, deve-se atentar a ingestão de cálcio e vitamina D. 
Além do intestino, a imaturidade do fígado resulta no comprometimento metabólico e eventualmente surgem sangramentos pela formação inadequada dos fatores de coagulação. A imaturidade dos rins leva a uma retenção de maior quantidade de ácidos, levando o RN a acidose e anormalidades serias do balanço hídrico. Outro ponto é a imaturidade da produção de sangue pela medula óssea, que leva o RN a uma anemia. O RN também é sujeito a mais infecções pela gamaglobulina do sistema linfoide estar em produção deficiente.
Dessa maneira, a concentração de proteína no sangue é baixa decorrente da imaturidade do fígado, levando ao edema hipoproteinemico. Assim, a concentração de glicose também pode variar muito de 20mg para 100mg/dL dependendo da regularidade da amamentação, isso pode levar a convulsões.
A prematuridade como causa de mortalidade infantil tem sido estudada em diferentes países, e os estudos constatam que inúmeras são as causas que levam um bebê a nascer prematuro, especialmente as relacionadas ao aparelho genital feminino, alterações placentárias (placenta prévia e descolamento prematuro) e excesso de líquido amniótico. Outros fatores incluem: a idade materna (maior incidência em mães mais jovens), infecções maternas, primiparidade (mais frequente no primeiro filho). Porém, na maioria dos casos, a causa é desconhecida.
Primeiramente, crianças nascidas pré-termo com peso inferior a 1500g constituem-se em um grupo de alto risco paraapresentar problemas de desenvolvimento psicológico, as crianças pré-termo com baixo peso ao nascerem apresentam um risco de sete a dez vezes aumentado de desenvolver problemas de paralisia cerebral, surdez e deficiência mental em relação a crianças a termo com peso acima de 2500g.
Crianças pré-termo com peso abaixo de 1500g tendem a apresentar significativamente problemas de deficiência mental e deficiências sensoriais, por exemplo do tipo auditivo, que requerem intervenções educacionais especiais.
Estudos realizados indicaram a relação da prematuridade com o desenvolvimento intelectual e acadêmica, o que mostrou que 42% dos pré-termos são considerados abaixo da média com percentil 25. Enquanto, 9% apresenta percentil 5 ou 10, caracterizando deficiência mental. Além disso, uma pequena porcentagem a mais em relação às crianças a termo desenvolvem problemas de comportamento que necessitam de tratamento psicológico. 
Contudo, o pré-natal tem um papel fundamental no combate aos nascimentos prematuros. É imperativa a captação precoce da gestante e o início prévio do pré-natal. Por meio deste, o profissional de saúde fará a identificação dos riscos gestacionais para o nascimento prematuro, o tratamento das intercorrências e o encaminhamento para tratamento de maior complexidade, caso seja necessário. Evitando também retardos de crescimentos.
3.7 Refletir sobre a rede de atenção a saúde da pessoa com deficiência, as principais ações de prevenção: vacinas, o não o uso de drogas lícitas ou ilícitas e medicamentos nos primeiros meses
O álcool quando consumido pela gestante atravessa a barreira placentária, fazendo com que o feto fique exposto, e é ainda mais grave porque o metabolismo e eliminação dessa substância é mais lento. Além disso, o uso do etanol durante a gravidez está relacionado ao aumento do número de abortos e a fatores que podem comprometer o parto como: risco de infecções, deslocamento prematuro de placenta, hipertonia uterina, parto prematuro e presença de mecônio no líquido amniótico, colocando em risco a vida do feto e causando complicações na vida do recém-nascido; pode causar também morte de alguns tipos celulares que acarretará em efeitos diretos sobre o desenvolvimento cognitivo e comportamental, e retardos no crescimento.
A maconha é a droga ilícita de maior consumo durante a gestação. Dentre os efeitos do uso estão: redução da memória, perda da inibição, sensação de relaxamento ou euforia, alterações de percepção do tempo e espaço. Além disso, podem causar: aumento da frequência cardíaca, vasodilatação, hiperemia conjuntival e aumento do apetite. Sendo que os efeitos mais significativos incluem o desenvolvimento anormal da cognição e emocional. Observam-se ainda um mau desenvolvimento do tubo neural do RN, além de possíveis anencefalias.
A cocaína provoca grave vasoconstricção que afeta o feto, pois ela atravessa a barreira placentária. Ao diminuir o fluxo sanguíneo para o útero e, consequentemente, para o feto pode ocasionar aborto espontâneo, prematuridade, deslocamento prematuro da placenta, crescimento intrauterino retardado e sofrimento fetal crônico grave. É considerada teratogênica já que se observa nas gestações de usuárias da droga, maior prevalência de malformações fetais principalmente as do trato geniturinário, do coração e dos vasos da base e da face.
O crack age no SNC diretamente sobre os neurônios atuando principalmente no bloqueio de recaptação de dopamina e noradrenalina. Esses são excitatórios e provoca a estimulação do SNC, causando efeitos como: euforia, ansiedade, estado do alerta, etc. Provocam o aumento da FC e PA, favorecendo assim, o risco de convulsão, infarto e derrame cerebral. Induz insônia, perda de apetite, o que pode levar a uma desnutrição e desidratação. Sendo assim, nas mulheres grávidas causarão prejuízos aos seus fetos, como: prematuridade, dependência química, uma vez que o crack atinge o SNC, com uma média de 8 a 15 segundos.
O cigarro é completamente contraindicado durante a gravidez, pois aumenta a chance de partos prematuros, dos bebês nascerem abaixo do peso, de ocorrer descolamento de placenta e, consequentemente, do óbito fetal. Fumar na gestação faz com que os vasos da placenta sejam contraídos, diminuindo o fluxo sanguíneo que o bebê recebe quando ainda está dentro do útero, o que acarretara em consequências no desenvolvimento do feto.
As vacinas as não recomendadas para gestantes: são aquelas que foram feitas com compostos enfraquecidos, ou seja, que ainda estão vivos. Assim, há o risco teórico de o feto contrair a doença para a qual a mãe está sendo imunizada. As vacinas proibidas para as grávidas são: febre amarela, tríplice viral e varicela, BCG, Vacina contra pólio, contra catapora, Vacina da caxumba, vacina contra o sarampo e contra rubéola, que pode causar a síndrome da rubéola congênita. Elas podem afetar o bebê causando complicações, como malformação do feto ou aborto, por exemplo.
As grávidas só devem tomar após os 3 meses de gravidez, pois antes desse período existe maior risco de aborto ou malformação do feto. No entanto, a maioria das vacinas estão contraindicadas na gravidez, porque põe em risco a vida da gestante e do feto.
Algumas vacinas que podem ser tomadas durante a gravidez são: 
· Influenza: apenas 1 dose, pode ser aplicada em qualquer fase da gestação.
· Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) irá proteger as futuras mamães contra difteria, tétano e coqueluche.
· Hepatite B: segundo o Ministério da Saúde, quando um recém-nascido contrai isso, as chances de ela se tornar crônica é de 90%. As mulheres podem começar a tomar a vacina a partir do 2º trimestre de gestação, são necessárias três doses.
· Hepatite A: partir do segundo trimestre de gestação e são duas doses.
· Meningocócica conjugada: é recomendada para a gestante quando ocorrem surtos da doença no local em que ela vive ou vai viajar. A injeção deve ser tomada assim que ocorrer o surto.
Além dessas acima citadas tem também: vacina da febre amarela, raiva, HPV e poliomielite.
Os medicamentos: muitas gestantes necessitam de tratamento medicamentoso contínuo por diferentes razões e não tratar determinadas patologias pode ser mais perigoso para a mãe e para o bebê do que o medicamento em questão, mas eles são classificados em cinco categorias: 
1. Categoria A – medicamentos e substâncias para as quais os estudos não têm mostrado risco para o feto durante o primeiro trimestre e a possibilidade de dano fetal é bastante remota. 
2. Categoria B – prescrição com cautela, os estudos realizados em animais não indicam que a substância oferece riscos para o feto, mas não há estudos controlados em humanos que mostrem efeitos adversos sobre o feto.
3. Categoria C – prescrição com risco, os estudos em animais têm demonstrado que esses medicamentos podem exercer efeitos teratogênicos ou é tóxico para os embriões, mas não há estudos controlados em mulheres. Exemplos: Dantrolene, Midazolam, Acetazolamida.
4. Categoria D – prescrição de alto risco, já existe evidência de risco para os fetos humanos, mas tem benefícios em certas situações, como por exemplo: doenças graves ou que põem em risco a vida e para as quais não existe outra alternativa terapêutica, podem fazer com que o uso durante a gravidez esteja justificado, apesar dos riscos. Exemplos: Amitriptilina, Espironolactona, Estreptomicina.
5. Categoria X – prescrição de perigo, os estudos em animais ou humanos têm demonstrado que o medicamento causa alterações fetais ou há evidência de aumento no risco para o feto com base na experiência em humanos ou ambos. O risco supera claramente qualquer possível benefício. Exemplos: Gonadotrofina coriónica, Warfarina, Talidomida.
Inclusive, aconteceu uma catástrofe ocorrida há cerca de 50 anos: crianças cujas mães utilizaram talidomida para diminuir enjoos e ansiedade durante o primeiro trimestre da gravidez nasceram deformadas. Muitos medicamentos comumente utilizados na gravidez pertencem às classes B e C. O efeito potencial dos diferentes medicamentos sobreo bebê varia de acordo com a idade gestacional em que ocorreu a exposição fetal. No primeiro trimestre da gravidez, os fármacos podem produzir má-formação congênita (teratogênese), e o período de maior risco está entre a 3.ª e a 11.ª semana. Durante o segundo e terceiro trimestre, os fármacos podem afetar o crescimento ou o desenvolvimento funcional do feto, ou podem ter efeito tóxico sobre seus tecidos.
3.8 Discutir a importância do atendimento pré-natal e seguimentos do pós-natal por equipe multidisciplinar, na UBS ou na referência de ambulatório de especialidades, e o apoio psicossocial dos familiares
Informações sobre as diferentes vivências devem ser trocadas entre as mulheres e os profissionais de saúde. Essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação.
O pré-natal é responsável pela prevenção e detecção de patologias maternas e fetais, tendo como resultado uma gestação saudável tanto para o bebê como para a gestante. O pré-natal além de ser capaz de detectar novas patologias no organismo dos dois também consegue identificar patologias antigas que não haviam se manifestado até então.
O puerpério são os 42 dias seguintes ao parto e são de extrema importância na vida da mãe e do bebê. A maior parte das mortalidades materna e infantil acontecem na primeira semana do pós-parto. O SUS oferece atendimento na fase do puerpério tanto à mãe como ao bebê, alguns cuidados são os cuidados obstetrícios contínuos, assistência à amamentação, planejamento reprodutivo bem como os cuidados que os pais do bebê devem ter entre si.
Além dos cuidados ofertados pelo SUS é importante que a gestante tenha o apoio familiar, pois o período de gestação e o puerpério são momentos de extremas mudanças e muitas vezes sem isso acontece sem qualquer conhecimento prévio sobre o assunto.
3.9 Discutir a importância da nutrição sobre o desenvolvimento saudável e estimulação do RN com malformação
A alimentação é importante para a criança crescer bem e ter boa saúde. Muitas doenças comuns aparecem quando não comemos alimentos ricos em nutrientes ou nas quantidades necessárias de cada um dos três grupos de que o nosso organismo necessita diariamente.
Os nutrientes são substâncias que compõem os alimentos e que o organismo precisa para viver, para manter a saúde e executar suas atividades (trabalhar, praticar esportes, brincar, crescer e fazer funcionar os órgãos etc.). Os nutrientes são: proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, sais minerais e água.
Um dos requisitos para um desenvolvimento infantil saudável é uma dieta adequada em quantidade e variedade para proporcionar uma boa nutrição.
A alimentação inadequada durante a gestação aumenta os riscos de doenças genéticas no bebê. A Universidade de Missouri realizou pesquisas onde os resultados apontam que uma dieta rica em calorias durante a gestação pode prejudicar a vida do RN ainda na barriga da mãe. O estudo foi feito com 2 mil grávidas, sendo que metade foi orientada a manter uma dieta rica em gorduras e carboidratos e a outra manteve uma alimentação equilibrada. Os fetos do sexo feminino das gestantes com má alimentação tiveram alterações genéticas (como doenças cardíacas), levando à conclusão de que as meninas são mais suscetíveis a mudanças genéticas causadas pela alimentação materna do que os meninos. Outro dado importante é que meninos filhos de mães obesas têm mais chance de serem obesos e terem diabetes do que as meninas.
A falta de cuidados com a alimentação pode interferir no desempenho mental, aumentando os riscos de déficit de memória e até de doenças degenerativas. O sistema neurológico precisa de gorduras boas para manter o bom funcionamento das células. A ingestão de gorduras trans, presentes em produtos industrializados, intoxica a célula, o que interfere na atividade cerebral. Os aditivos químicos em excesso, presentes em corantes, adoçantes e no glutamato monossódico, entram nos neurônios ocupando o lugar dos nutrientes. Essas substâncias estranhas são tóxicas para o neurônio, comprometendo o desempenho cerebral. Os efeitos desses alimentos no cérebro são adversos, podendo causar demência, déficit de atenção, ansiedade e depressão.
As doenças degenerativas têm ligação com o aspecto alimentar e emocional. As crianças hiperativas, por exemplo, têm respondido a tratamentos com ingestão de vitamina B6, presente no feijão, lentilha e fibras. A vitamina é necessária para a produção de um dos neurotransmissores do cérebro que melhora a atenção da pessoa e diminui a excitabilidade. O ômega 3 também estimula os neurônios. E os resultados obtidos com dietas ricas desses elementos são melhores do que os apresentados por remédios convencionais.
Dieta saudável, rica em vegetais, possui efeito antioxidante, o que prolonga a vida das células cerebrais. As proteínas presentes no queijo, no ovo e no leite são bastante benéficas para o funcionamento do cérebro.
3.10 Discutir e interpretar as alterações nos marcadores laboratoriais da anemia ferropriva
A Anemia Ferropriva é a deficiência de ferro que é definida pela redução dos níveis de ferritina. A palavra “anemia” tem origem do grego: an(privação) e haima(sangue) (Faillace, 2009). E esta é uma das doenças mais prevalentes na lactância e primeira infância, sendo inclusive um problema de saúde pública (Faillace, 2009).
A anemia é uma condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue situa-se abaixo do normal. Embora as anemias possam ser por deficiência de vários nutrientes, como ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas, a anemia ferropriva, caracterizada pela deficiência de ferro, constitui a forma mais comumente encontrada (Carlo A, 2012). O nível de hemoglobina é o indicador mais utilizado no diagnóstico da anemia ferropriva, tendo a sua importância reconhecida tanto na clínica como em inquéritos epidemiológicos (Carlos A, 2012).
Para entender melhor a ocorrência da anemia no primeiro ano de vida, devemos compreender a homeostase do ferro em recém-nascidos. O ferro necessita ser oxidado em para ser absorvido. A redução de Fe+3(Férrico) em Fe+2(Ferroso) dá-se no enterócito, porém essa absorção parece ser pequena em bebês menores de seis meses (Collard, 2009). 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), se em determinada população a prevalência de anemia for superior a 40%, considera-se essa doença um grave problema de saúde pública, podendo-se esperar prevalência de deficiência de ferro de 100%. (Naiara, 2015). Esse tipo de doença hematológica é mais prevalente em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. 
O diagnóstico inicial de anemia faz-se clinicamente, através da visualização de mucosas hipocoradas, fadiga e dispneia, porém a confirmação é laboratorial, sendo o hemograma o padrão-ouro, demostrando níveis diminuídos de hemoglobina (Faillace, 2009). De acordo com os padrões diagnósticos da OMS, a ADF é leve a moderada, se a Hb fica entre 7 a 12 g/ dL, e grave, se a Hb for menor que 7 g/dL, com pequenas variações de acordo com a idade, gênero ou presença de gestação. Para as crianças entre 6 e 59 meses de idade, a anemia é definida como uma Hb abaixo de 11 g/dL, entre 5 e 11 anos como uma Hb abaixo de 11,5 g/dL e entre 12 e 14 anos como uma Hb abaixo de 12 g/dL. Para estudos populacionais, considera-se anemia uma Hb abaixo de 11,5 g/dL para idade maior de 2 anos. Para a população feminina adulta, considera-se anemia valores de Hb abaixo de 12 g/dL e para homens valores de Hb abaixo de 13 g/dL. Para as gestantes, a anemia é definida por Hb abaixo de 11 g/dL. A anemia da puérpera é definida com uma taxa de Hb abaixo de 10 g/dL nas primeiras 48 horas ou abaixo de 12 g/dL nas primeiras semanas após o parto.
Pacientes com anemia ferropriva apresentam um hemograma com os seguintes valores: VCM < 80fl (Microcitose); HCM < 26pg (Hipocromia); RDW > 14,5% (Anisocitose); Ferritina Sérica < 10ug/l; Capacidade Total de Ligação do Ferro (CTLF) > 400ug/dl; Ferro Sérico <75ug/dl e Capacidade de saturação de Transferrina <15%.Sendo que as principais formas de prevenção são: a educação nutricional e a manutenção de condições ambientais satisfatórias, onde se devem incentivar as crianças as quais são mais susceptíveis a desenvolver a anemia ferropriva, como: a fortificação de alimentos de consumo massivo, o estímulo ao consumo de alimentos que contenham ferro de alta biodisponibilidade e o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês.
O tratamento utilizado por crianças que desenvolveram são de dois tipos, a saber: tratamento com ferro por via parenteral e tratamento com ferro por via oral. A reposição de ferro por via oral é eficaz no tratamento da maioria dos pacientes com anemia ferropriva, entretanto algumas situações especificas, nas quais a terapia por via oral é insuficiente para normalizar a Hb e/ou restabelecer os depósitos normais de ferro, a administração de ferro por via parenteral é uma alternativa eficaz, efetiva e segura e deve ser considerada.
O tratamento da anemia ferropriva foi introduzido por Blaud, em 1832, com um composto cujo principal constituinte era o carbonato férrico. A “pílula de Blaud” permaneceu como pilar do tratamento da deficiência de ferro por mais de cem anos, até o aparecimento de novos compostos com ferro.
A melhor opção de reposição de ferro é por via oral. O benefício real de um suplemento de ferro está condicionado a fatores como: efetividade terapêutica, tolerância gastrointestinal, incidência de eventos adversos, perfil de segurança com risco mínimo de toxicidade e número de tomadas diárias necessárias. Por outro lado, a correção da anemia ferropriva sofre influência de fatores, tais como: intensidade da anemia, capacidade de tolerância e de absorção intestinal do paciente aos suplementos com ferro e presença de doença concomitante.
Os principais suplementos de ferro disponíveis e comercializados em diferentes países, inclusive no Brasil, são: sais ferrosos, sais férricos, ferro aminoquelado, complexo de ferro polimaltosado (ferropolimaltose) e ferro carbonila.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cuidado com a saúde do recém-nascido (RN) tem importância fundamental para a redução da mortalidade infantil, porque as anomalias congênitas são causa de morbimortalidade no período neonatal, e o seu diagnóstico precoce é para o planejamento e a alocação de recursos dos serviços de saúde especializados. Por isso, o médico deve reconhecer quais são as causas de anomalias e malformações que podem ocorrer durante o período gravídico-puerperal, orientar os pais quando ao uso de drogas, álcool, tabaco e medicamentos. Além do que, ressaltar sempre a importância do pré-natal e os cuidados com o neonato até o seu crescimento e desenvolvimento. 
O Sistema Único de Saúde visa garantir o acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país, disponibilizando programas, os diversos profissionais de saúde, vacinas, exames, o acompanhamento desde a gestação até o período de crescimento, adolescência, homens, mulheres e idosos. Enfim, o SUS é de extrema importância para a população e para auxiliar os profissionais da saúde.
REFERÊNCIAS
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