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OXIGENOTERAPIA FACILITADORA: Sheila Cristina Teixeira Fonseca Mestre em Educação pela UNISINOS Especialista em Urgência e Emergência e Docência do Ensino Superior Professora da FABIC e UNITINS Enfermeira assistencialista do Hraug. Introdução Os distúrbios do sistema respiratório são comuns, sendo encontrados em todos os serviços de assistência à saúde; Para avaliar o sistema respiratório o enfermeiro deve estar habilitado a diferenciar os achados normais dos anormais que se apresentam no histórico do paciente; Além disso, é essencial uma compreensão da função respiratória e do significado dos resultados dos exames diagnósticos anormais. Sistema Cardiovascular A função do sistema cardiovascular é levar oxigênio, nutrientes e outras substâncias para os tecidos e remover a escória produzida pelo metabolismo celular através do bombeamento cardíaco, do sistema circulatório vascular e da integração com outros sistemas. Sistema Respiratório A troca dos gases respiratórios acontece entre o ar ambiente e o sangue (Hematose). Existem três etapas no processo de oxigenação: ➢ Ventilação; ➢ Perfusão; ➢ Difusão HEMATOSE É A TROCA DE GÁS OXIGÊNIO POR GÁS CARBÔNICO NOS ALVÉOLOS. A HEMATOSE OCORRE NOS ALVÉOLOS PULMONARES QUE SÃO FORMADOS, POR UMA FINA CAMADA DE CÉLULAS ENVOLVIDAS POR UMA REDE DE CAPILARES. Ventilação É o processo de movimento dos gases para dentro e para fora dos pulmões. Requer: coordenação muscular; propriedades elásticas do pulmão; propriedades elásticas do tórax; inervação intacta(nervo frênico-4° vértebra cervical). Perfusão Relaciona-se com a capacidade do sistema cardiovascular de bombear sangue oxigenado para os tecidos e retornar desoxigenado para os pulmões. Assim, a perfusão permite o correto funcionamento celular. Difusão É o movimento das moléculas de uma área de alta concentração para outra, de baixa concentração. A difusão dos gases respiratórios acontece ao nível da membrana alvéolo- capilar. No caso da respiração por difusão, é quando a quantidade de O² vai do lugar mais concentrado para um lugar menos concentrado . Alterações no funcionamento respiratório E condições que afetam a ventilação ou o transporte de O2 alteram o funcionamento respiratório; 3 alterações primárias: Hiperventilação; Hipoventilação e Hipóxia Objetivo da ventilação: produzir tensão de dióxido de carbono arterial normal e manter tensão de oxigênio arterial normal: PaCO2 entre 35 e 45 mmHg PaO2 entre 95 e 100 mmHg HIPERVENTILAÇÃO Ventilação acima do necessário para eliminar o CO2 produzido pelo metabolismo celular. O aumento da ventilação é para reduzir a quantidade de CO2. Principais indutores: ✓Ansiedade aguda = causa perda de consciência por expiração excessiva de CO2; ✓ Infecções, febre = elevação da temperatura, aumenta a taxa metabólica, ocorre aumento da produção de CO2, levam ao aumento da profundidade da respiração; HIPOVENTILAÇÃO Quando a ventilação alveolar é inadequada para atender à demanda corporal de O2 ou para eliminar o CO2. Conforme a ventilação alveolar diminui, o corpo retém CO2; Principais indutores: ✓ Atelectasia = “colapso dos alvéolos”, impede troca normal entre O2 e CO2, os alvéolos colabam e ventilam menos o pulmão; ✓ Oferta excessiva de O2 na DPOC: os pacientes se adaptam a níveis mais altos de CO2 e possuem quimiorreceptores sensíveis a CO2 não funcionantes. Nesses pacientes o estímulo para respirar é ter um nível reduzido de O2 arterial. A administração de O2 acima de 24-28% faz com que a PaO2 caia, oblitera o estímulo para respirar = hipoventilação. HIPOVENTILAÇÃO Sinais e sintomas clínicos: ✓ Mudanças do estado mental ✓Arritmias com potencial para parada cardíaca ✓ Convulsões ✓ Inconsciência ✓ Morte Tratamento: ✓ Melhorar oxigenação dos tecidos ✓ Restaurar função ventilatória ✓ Corrigir causa Hipoxemia é a deficiência de concentração de oxigênio no sangue arterial. Hipóxia é a oxigenação inadequada do tecido no nível celular, o que pode ocorrer mesmo na presença de quantidade normal no sangue arterial. HIPOXIA Principais indutores: ✓ Nível de hemoglobina reduzido e capacidade reduzida do sangue de transportar O2; ✓ Concentração diminuída de O2 inspirado (altas altitudes); ✓ Incapacidade dos tecidos de extrair O2 do sangue; ✓ Difusão reduzida de O2 proveniente dos alvéolos para o sangue (pneumonia); ✓ Perfusão tecidual deficiente com sangue oxigenado (choque); ✓ Ventilação comprometida (trauma torácico, fratura de costelas). HIPOXIA Sinais e sintomas clínicos: Apreensão; Inquietação; Incapacidade de se concentrar; Perda de consciência; Mudanças de comportamento; Agitação; Fadiga; Alterações de SSVV: aumento da frequência de pulso e da frequência da profundidade da respiração. Alterações no funcionamento respiratório Na avaliação clínica: Identificar tipos de problemas respiratórios e cardíacos: Dor, dispneia, fadiga, horário, duração. Sinais e sintomas: Mudou padrão?, tem tosse?, catarro? Cor? Início e duração Gravidade: Graduar dispnéia, dor Alterações no funcionamento respiratório Fatores predisponentes: Resfriado? Influenzae? Medicamentos? Tabagismo? Exercícios? Alergias? Efeitos dos sintomas no paciente Afetam atividades diárias? Apetite? Sono? Como? Exame físico; Análise de exames laboratoriais e diagnósticos Oxigenoterapia Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia. Com isso, pacientes que sofrem de hipoxemia, ou seja, baixa concentração de oxigênio no sangue arterial, conseguem manter essa taxa acima de 90%, o que é considerado normal e é fundamental para o funcionamento dos tecidos do corpo todo. Sinais e sintomas de hipóxia: Inquietação; Ansiedade; Desorientação; Rebaixamento do nível de consciência; Tontura; FC aumentada; Palidez; Cianose; Dispnéia / taquipnéia Respiração laboriosa (retração intercostal, batimento de asa do nariz) Possíveis causas de hipóxia: Diminuição do nível de Hb/ Redução na capacidade de transporte de O2 pelo sangue; Concentração diminuída de O2 inspirado; Difusão diminuída/ Hematose diminuída; Redução do fluxo sanguíneo; Ventilação comprometida. Danos cerebrais decorrentes da falta de oxigenação 0-4 minutos improváveis danos cerebrais se RCP FOI INICIADO; As células do cérebro são destruídas após 4 a 6 minutos sem oxigênio. Quando o fluxo de oxigênio para o cérebro é completamente interrompido, a pessoa perde a consciência em 10 segundos. Hipóxia prolongada conduz a danos cerebrais e, finalmente, à morte. Tipos de oxigenoterapia A terapia respiratória feita por oxigenoterapia pode ser de dois tipos: sistema de baixo fluxo e sistema de alto fluxo. No sistema de baixo fluxo o paciente irá receber um fluxo abaixo da demanda, com uma média de 6 litros por minuto e concentração que pode variar de 24% a 90%. A administração é feita via nariz, faringe, ou traqueia. Já no sistema de alto fluxo a concentração de oxigênio fornecida é igual ou superior ao fluxo inspiratório máximo do paciente. A Oxigenioterapia é indicada quando o cliente apresenta: respiração ruidosa; dificuldade ou impossibilidade de respirar estando deitado; saturação menor que 90% com FiO2 maior que 0,4; taquipneia e ou taquicardia; batimentos de asa de nariz (é mais raro no cliente adulto); tiragem supraclavicular e intercostal (manifestação visual da insuficiência respiratória), ou seja, usa a musculatura acessória para respirar; cansaço e/ou agitação; sinais de desorientação, que antes não apresentava; cianose (sinal tardio de hipóxia). Dentre algumas das patologias tratadas com oxigenoterapia,estão: DPOC (doenças pulmonares obstrutivas crônicas); Englobam o grupo de doenças pulmonares que impedem o fluxo de ar nos pulmões e dificultam a respiração. No grupo das doenças pulmonares obstrutivas crônicas estão patologias como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Os sintomas envolvem falta de ar; tosse crônica; respiração inconstante e fadiga. As DPOC são tratadas com broncodilatadores e corticoides associados à terapia respiratória feita com oxigenoterapia e reabilitação. http://www.evoluareabilitacao.com.br/artigos/conheca-os-beneficios-da-fisioterapia-ou-reabilitacao-respiratoria Fibrose Pulmonar: Surgem cicatrizes no tecido pulmonar, fazendo com que ele fique mais rígido, reduzindo o tamanho dos pulmões e prejudicando a troca de gases com o ambiente. O paciente com fibrose pulmonar tem falta de ar, tosse seca e fadiga. Nos casos de fibrose pulmonar, opta-se pelo uso de corticoides e terapia respiratória feita por meio da oxigenoterapia para melhorar a respiração e as crises de falta de ar. Edema Pulmonar: é o acúmulo de líquido nos pulmões que interrompe o fluxo normal do oxigênio nos pulmões, causando a falta de ar e a sensação de afogamento. Na maioria dos casos o edema pulmonar é causado por insuficiência cardíaca, que causa o uma pressão maior do que a normal nas veias do pulmão. O tratamento para edema pulmonar é feito com oxigenoterapia, administração de medicamentos diuréticos e uso de máscaras para auxílio da respiração. Pneumonia: Acontece quando há uma inflamação nos pulmões que afeta os alvéolos pulmonares, que é onde ocorre a troca gasosa. O paciente sente dificuldade de respirar, dor no peito e tosse seca. É tratada com antibiótico e fisioterapia respiratória no período no qual ela afeta a respiração. Taquipneia: Trata-se da respiração acelerada e superficial. A taquipneia é um sintoma e está relacionada a doenças respiratórias e cardíacas, ansiedade, gravidez, estresse, síndrome do pânico, entre outras. Uma pessoa adulta tem uma média de 12 a 20 incursões respiratórias por minuto: um valor maior do que este é considerado como taquipneia. Geralmente, a respiração acelerada é pontual, ou seja, ao cessar a causa da taquipneia, ela também cessa. Em alguns casos, a oxigenoterapia pode ser usada para controle da taquipneia, principalmente nas situações de esforço do paciente. Apesar de a oxigenoterapia ser indicada para vários casos e patologias, é importante lembrar que altas doses e um longo tempo de exposição ao oxigênio podem causar intoxicação. Dentre alguns dos sintomas relacionados à intoxicação por oxigênio estão tremores, convulsões, náuseas, vômitos e dor torácica. Medidas de segurança Sendo o oxigênio inflamável, é muito importante: * Não permitir que se fume no local; * Cuidado com os aparelhos elétricos que podem emitir faíscas; * Nunca usar graxa ou óleo nas válvulas e no manômetro de oxigênio; * Transportar o cilindro com cuidado: a queda pode provocar explosão; É ideal que o oxigênio seja canalizado. Os cilindros portáteis devem, ser reservados apenas para os casos de transportes de clientes. TIPOS DE CATETERES E CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA OXIGENIOTERAPIA Meios de administração O oxigênio pode ser administrado por intermédio de: * cânula nasal (óculos para oxigênio); * cateter nasal; * máscara facial; * máscara facial com reservatório; * máscara Venturi; * cânula endotraqueal; * incubadora (crianças); * capacetes (crianças); * tenda; * colar de traqueostomia. Cânula nasal (tipo óculos para oxigênio)= Método empregado quando o paciente requer uma concentração baixa de O2. Vantagens: É leve e bem tolerado. Não interfere com a fala e a alimentação. Desvantagens: Quantidade incerta de oxigênio fornecida. Resseca a mucosa nasal, pois fornece pequena umidade. Pode ser irritante e incomodo com o uso prolongado. Fluxos rápidos podem provocar dor nos seios nasais. Técnica de instalação do cateter nasal tipo óculos Material: Cateter nasal tipo óculos; Umidificador; Extensão de borracha; Fluxômetro; Micropore; 50 ml de água destilada. Procedimento Lavar as mãos e reunir o material. Explicar o procedimento ao paciente. Instalar o Fluxômetro na rede de oxigênio e testá-lo. Colocar água destilada no umidificador e fechar bem e conectá-lo ao Fluxômetro. Conectar o látex ao umidificador. 6. Identificar o umidificador. 7. Instalar o cateter nasal no paciente e ajustá-lo bem. 8. Conectar o cateter nasal ao látex, abrir e regular o Fluxômetro, conforme prescrição médica. 9. Recolher o material e registrar na folha de anotações da enfermagem. 10. Trocar o cateter nasal diariamente. 11. Trocar o umidificador e extensão a cada 48 horas. Cateter nasal=Método empregado quando o paciente requer uma concentração baixa de O2. Para a colocação do cateter nasal primeiro lubrifica-se, mede-se a distância da orelha ao nariz introduzindo com suavidade o referido comprimento na fossa nasal correspondente. Cateter nasal Vantagens Dispositivo simples; Dispositivo de baixo custo; Fácil aplicação. Desvantagens Nem sempre é bem tolerado pelo paciente; Irritabilidade tecidual da nasofaringe; Necessidade de revezamento das narinas a cada 8h; Facilidade de deslocamento do cateter. Máscara facial simples= Método empregado quando o paciente requer uma concentração moderada de O2. Capacidade de oxigênio: 40 a 60% quando operado com 6 a 10 l/min Máscara simples – vantagens: Método econômico e que utiliza dispositivos simples; Facilidade de aplicação. Máscara simples – desvantagens: A concentração real liberada de O2 varia com o padrão respiratório; É necessário um fluxo mínimo de 5 l/min de O2 para evitar que o paciente reinale o dióxido de carbono expirado contido no reservatório; Dificulta a expectoração; Inadequado para o paciente com DPOC por causa do potencial para oxigenação excessiva; Cobre a boca e o nariz, pode produzir claustrofobia; Difícil aplicação em pacientes com sondas naso ou orotraqueais ou pacientes com lesões e traumas de face. Máscara facial com reservatório • Indicada para oxigenoterapia de curto prazo ou emergencial em pacientes que necessitam de alta ou moderada concentração de oxigênio. • Seguramente fornece uma concentração de o2 de 60 – 100% utiliza um fluxo de 10 15l/min pode favorecer aspirações, retenção de co2, dificuldade de alimentação, fala,… não possui válvulas. Melhor uso: emergências e terapia de curto prazo. Máscara Venturi Método empregado quando o paciente requer uma concentração moderada ou alta de O2. Método não invasivo. Ela é utilizada principalmente para pacientes com DPOC. Capacidade de oxigênio: 24 a 50% quando operado com 3 a 8 l/min Máscara Venturi VANTAGENS: Precisão na concentração de O2, independente do padrão respiratório; A FIO2 pode ser alterada a qualquer momento, trocando a válvula; Não resseca mucosas; Pode ser acrescentados fluidos ou aerossóis; Fornece baixos níveis de Oxigênio. DESVANTAGENS: Deve ser removida para alimentação; Alguns pacientes sentem-se sufocado devido a pressão facial. Cânula endotraqueal= invasivo (intubação endotraqueal) MATERIAIS UTILIZADOS Cânulas endotraqueais; Laringoscópio(lâminas); Seringa de 20 ml; Mandril ou fio guia; Xylocaína em gel; Óculos de proteção e máscara descartável; Cadarço; Ambú; Sonda de aspiração; Soro fisiológico; Gaze Incubadora (crianças); • Fluxo de 8 a 15 L/min; • FiO2 variável; • vantagens: fornecem controle de temperatura; •desvantagens: caras, incômodas, de difícil higienização, limitam a mobilidade do recém-nascido (RN) e há risco de incêndio; • melhor uso: em lactentes que necessitam de suplementação de O2 e regulação térmica precisa. CAPACETES (crianças) E TENDA Fornece uma concentraçãode oxigênio de baixa a moderada, não muito alta, sendo geralmente indicado para recém- nascidos. Fluxo 7 L/min VANTAGENS: Fornece uma atmosfera fresca e úmida. DESVANTAGENS: A concentração de oxigênio cai para valores de ar ambiente, toda vez que se abre a tenda; De difícil higienização. Colar de traqueostomia ou cateter transtraqueal Cateter transtraqueal • Conectado ao umidificador; • adultos: fluxo de 1 a 4 L/min; • lactentes: não é utilizado; • FiO2 variável; • vantagens: menor utilização e elimina a irritação nasal; • desvantagens: custo elevado, complicações cirúrgicas, infecções; • melhor uso: terapia prolongada e quando não há aceitação do O2 nasal. Cuidados de Enfermagem Deve ser prescrito pelo médico; Enfermagem tem autonomia nas urgências e emergência: métodos não invasivos. fazer higienização das mãos; verificar sinais vitais antes e depois a Oxigenioterapia; observar sinais de complicações (distensão gástrica, obstrução nasal e lesão de septo); Cheque e teste todo o material antes de sua instalação, válvula com defeito pode causar intoxicação pelo dióxido de carbono e sufocação; verificar o perfeito funcionamento do sistema; Prevenir a toxidade é função da equipe; Desobstrua vias aéreas e hidratem mucosas antes de instalar qualquer dispositivo; Registrar horário de início da oxigenoterapia e saturação de Oxigênio antes da terapia iniciada; Certifique-se sempre de que a vedação da máscara esta adequada; Anotar os sinais vitais (2 em 2 horas) Realize inspeção de derme facial, detectando ocorrência de lesões; Iniciar o desmame o quanto antes possível (cabe ao enfermeiro avaliar e discutir com equipe e médico o momento ideal). ATIVIDADE 1. A coluna da esquerda apresenta alguns transtornos respiratórios e a da direita, os conceitos desses transtornos. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda. 1 – Pneumonia 2 – Atelectasia 3 – Enfisema pulmonar 4 – Asma a) 4, 2, 1, 3 b) 3, 1, 2, 4 c) 2, 4, 3, 1 d) 1, 3, 4, 2 ( ) Fechamento ou colapso dos alvéolos. ( ) Processo inflamatório crônico das vias aéreas superiores. ( ) Distensão anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares. ( ) Processo inflamatório que acomete o parênquima pulmonar, geralmente causado por microrganismos patogênicos. Marque a sequência correta. 2. No atendimento de um trabalhador que necessita de suporte de Oxigênio, o médico prescreveu que a administração deve ser feita por dispositivo de alto fluxo. No preparo do material para este tipo de administração, a enfermeira deve providenciar uma: a) cânula nasal. b) máscara parcial e de não rerrespiração. c) máscara Venturi. d) cânula de conservação de oxigênio. e) máscara de rosto simples. 3. Em relação à oxigenoterapia, analise as afirmativas a seguir. I. Um dos objetivos da oxigenoterapia é manter a PaO2 entre 80‐100 mm Hg e a Sat O2 de 90 a 100%. II. A medição do cateter de aspiração nasofaríngeo é feita da ponta do nariz ao lóbulo da orelha para inserção em lactentes. III. O sistema de oxigenação de alto fluxo fornece O2 em fluxos iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. A prevenção da hipóxia deve ser sempre prioridade. Ao selecionar ou recomendar algum sistema de liberação de oxigênio, devem ser considerados os 3 “Ps”: o propósito, o paciente e a performance. Estudo de caso sobre criança de um ano de idade com broncopneumonia (BCP). O objetivo deste estudo será, pesquisar sobre as patologias que o paciente apresenta, efeitos, propriedades, ações e cuidados de enfermagem referente as medicações utilizadas no tratamento durante sua internação na unidade. Criar um plano de cuidado focado no estado de saúde atual, para assim poder proporcionar um melhor atendimento ao mesmo. Vão ser descritas as definições de cada patologia, os exames complementares para o diagnóstico e tratamento , um quadro com os diagnósticos, intervenções e os resultados esperados após a implantação dos cuidados planejados. I.ESTUDO DA PATOLOGIA NA LITERATURA 1.1.FISIOPATOLOGIAPara SMELTZER, (2005) a pneumonia é um processo inflamatório, que acomete as vias aéreas terminais e os alvéolos, produzido por agentes infecciosos. O microrganismo tem acesso aos pulmões através da aspiração do conteúdo orofaríngeo, por inalação, de secreções respiratórias de indivíduos infectados, através da corrente sanguínea, ou por disseminação direta para os pulmões em consequência de cirurgia ou traumatismo. Os pulmões com pneumonia bacteriana podem ter uma doença subjacente que compromete as defesas do hospedeiro, a pneumonia é causada pela flora endógena do indivíduo, cuja resistência, foi alterada ou por aspiração de secreções orofaríngeas. Quando ocorre pneumonia bacteriana no indivíduo sadio, obtêm-se geralmente uma história viral anterior. Segundo ROZOV (1999), A Broncopneumonia (BCP) também pode ser chamada de pneumonia lobular e este termo é usado porque o processo inflamatório respeita os limites septais , envolvendo alguns lóbulos pulmonares secundários . Ao contrário da pneumonia segmentar , a lesão ocorre inicialmente nos bronquíolos terminais e respiratórios, em vez de espaços aéreos terminais. Geralmente vários focos de infecção desenvolvem-se simultaneamente. 1.2.ETIOLOGIA Os agentes etiológicos da BCP, podem se dar por varias origens. Podem ser de origem bacteriana ou viral, fúngica ou protozoótica, por irritantes químicos, migração larvária ou parasitária, por inalação de corpos estranhos. Podem também serem classificadas, por seu ambiente, como pneumonia adquirida fora do âmbito hospitalar, a qual se manifesta antes das 48 horas de internação. Ou pneumonia hospitalar, a qual o paciente adquire dentro do âmbito hospitalar, a qual manifesta-se após as 48 horas de internação ou após as 48 horas da alta hospitalar. 1.3.CLASSIFICAÇÂO Pode ser classificada conforme seu agente ocasional, bacteriana ou viral (80%),fúngica, protozoótica, por irritantes químicos, migração larvária ou parasitária, ou por inalação de corpos estranhos. Ou adquirida no âmbito hospitalar ou fora do âmbito hospitalar. 1.4.MANIFESTAÇÕES CLINICAS VIRAL: Apresenta tosse seca evoluindo para produtiva, estado subfebril (baixa) e desconforto respiratório de acordo com o comprometimento, secreção clara. BACTERIANA: Apresenta febre alta, tosse seca evoluindo para produtiva, vômito, dores generalizadas e pleural, secreção esverdeada e de cheiro forte, taquidispnéia. FUNGICA: Ocorrem principalmente em pacientes imunodeprimidos, acamados, com uso prolongado de VM. É típica de contaminação hospitalar (aspiração, manuseio). 1.5.EXAMES PARA DIAGNÓSTICO Raio X:Imagens de hipo transparência que não obedecem à segmentação pulmonar, ocorrendo imagem única ou múltiplas, iniciando-se na região peri-hilar e espalhando para o parênquima, com aumento de trama vaso brônquica e broncograma aéreo. 1.6.TRATAMENTO MÉDICO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM O tratamento médico, é a implantação de antibioticoterapia, oxigenoterapia, inaloterapia, fisioterapia. Os cuidados de enfermagem são, proporcionar ambiente favorável para o paciente repousar, para poupar gasto energético desnecessário, manter suporte para hidratação, inaloterapia e oxigenoterapia conforme prescritos e quando necessário. II. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) 2.1.HISTÓRICO IDENTIFICAÇÃO NOME:L.C.R IDADE:1 ano e dois meses SEXO:MASCULINO DATA DA INTERNAÇÃO:31/05/2012 NATURALIDADE: Guarapuava – Paraná ANTECEDENTES FAMILIARES Segundo a mãe da criança, nenhum dos familiares apresentou ou apresenta fatores que possam ser positivos para o diagnóstico de BCP ou pneumonia. HISTÓRIA PREGRESSA Mãe relata que a criança, apresentou nos primeiros dias antes de dar entrada na unidade tosse, e febre. HISTÓRIA ATUAL Mãe relatou que a criança teve contato direto com outras crianças que apresentavam, tosse e gripe. HÁBITOS DE VIDA Segundo a mãe da criança, os hábitos do filho, são normais de uma criança de sua idade, alimenta-se com frutas, alimentos oferecidos pela mãe, leite materno. Exame físico Parâmetros vitais: FR: 22mrpm FC: 109bcpm Peso: 27kg Inspeção Geral: Paciente orientado, ativo, emocionalmente calmo. Cabeça e pescoço Cabeça assimétrica, sem abaulamentos. Pele sem presença de manchas, lesões ou marca de nascença. Couro cabeludo íntegro, limpo, da cor loiro, e com distribuição normal de cabelos. . Olhos da cor castanhos, boa acuidade visual, movimentação de pálpebras normais, pupilas foto reagentes, mucosa ocular hipocorada. Ouvido sem presença de secreções ou cerume, boa acuidade auditiva. Narinas obstruídas, com presença de coriza. Boca com mucosa oral preservada. Pescoço sem presença de nódulos palpáveis Expansão Torácica: Tórax simétrico. Ausculta: Cardíaca normocárdico, Pulmonar Murmúrios Vesiculares presente. Abdômen: Plano sem massas palpáveis, sem dor a palpação, timpânico a percussão, RHA +. MMSS: PERFUSÃO TISSULAR INADEQUADA, FORÇA MUSCULAR SEM ALTERAÇÕES. MMII: PERFUSÃO TISSULAR INADEQUADA, MMII sem alterações, força muscular +. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA: Reflexos positivos, correspondente aos estímulos. DADOS DO PRONTUÁRIO RAIO X: realizado raio -x por pedido médico, o qual pode-se visualizar áreas de hipotransparência. Hemograma completo: leucograma com alteração > 15-20.000/mm, indicando a presença de infecção. MEDICAMENTOS EM USO FENOTEROL INDICAÇÃO: Tratamento sintomático de crises agudas de asma. Profilaxia de asma induzida pelo esforço. Tratamento sintomático da asma brônquica e outras enfermidades com constrição reversível das vias respiratórias, como bronquite obstrutiva crônica, enfisema e transtornos broncopulmonares. Para eliminação do broncoespasmo agudoantes da aerossolterapia com secretomucolíticos, corticosteróides, soluções salinas fisiológicas, para favorecer a penetração dessas substâncias nas pequenas vias aéreas. REAÇÕES ADVERSAS As reações adversas frequentes atribuídas ao Fenoterol são leves tremores dos músculos esqueléticos e nervosismo. Menos frequentes são taquicardia, inquietação, vertigens, palpitações, fadiga, cefaleia (principalmente em pacientes hipersensíveis),sudorese, secura da boca e transtornos ventriculares do ritmo cardíaco. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Realizar verificação de oximetria. Verificar frequência cardíaca e respiratória. 2.2.DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DIAGNÓSTICO CARACTERÍSTICA DEFINIDORA Desobstrução ineficaz das vias aéreas Tosse ausente ou ineficaz; incapacidade para remover as secreções das vias aéreas(brônquios e alvéolos); ruídos adventícios(roncos, creptos, sibilos); alteração nafrequência e na profundidade da respiração;taquipnéia; cianose; dispneia. Troca de gases prejudicada relacionada a FC Dispnéia ao esforço; confusão; sonolência; inquietação; irritabildade; incapacidade para remover secreções; hipóxia; cianose Padrão respiratório ineficaz relacionado a Dispnéia. Modificações na frequência ou padrão respiratório; modificações no pulso; dispinéia, respiração curta; mudanças na profundidade da respiração; uso de músculos acessórios; movimentos torácicos alterados. 2.3 RESULTADOS ESPERADOS DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Manter vias respiratórias desobstruídas; Expectorar facilmente as secreções; Demonstrará ausência / redução da congestão pulmonar com sons respiratórios claros, respirações silenciosas, melhora na troca de oxigênio( ausência de cianose). Apresentará melhora da ventilação e oxigenação adequada dos tecidos, conforme se evidenciada no valores normais. Estabelecerá um padrão respiratório eficaz/normal; Não terá cianose e outros sinais/ sintomas de hipóxia; Demonstrará melhora da perfusão afetada especificamente ( não apresentará episódios de dispenéia). 2.4 INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM 1.Manter as vias respiratórias desobstruídas SEMPRE QUE NECESSÁRIO 2.Mobilizar as secreções 8/8 horas 3.Avaliar as alterações e detectar as alterações SEMPRE 4.Verificar sinais 4/4 HORAS 5. Promover bem estar SEMPRE QUE NECESSÁRIO 6. Manter cabeceira do leito elevado SEMPRE QUE NECESSÁRIO 7. Manter oxigenoterapia CPM 2.5.APRAZAMENTO DOS CUIDADOS Aspirar vias respiratórias nasais/ traqueais/orais Sempre que necessário Proporcionar umidificação adicional(umidificador de ambiente) M-N Ficar atento a sinais de angústia respiratório(aumento da frequência respiratória, inquietude) sempre que necessário Fornecer informações quanto à necessidade de o cliente liberar e expectorar as secreções em vez de degluti-las. Quantas vezes julgar necessário Verificar Sinais vitais 4/4 horas Manter leito em posição de fowler Quando o paciente estiver no leito Observar padrão respiratório M-T-N 2.6 evolução DADOS AÇÃO RESPOSTA Paciente apresenta dispnéia. Manter oxigenoterapia conforme prescrição médica. Melhora nos episódios de dispnéia Obstrução das vias aéreas Realizar nebulização Desobstrução de vias aéreas, paciente apresenta melhora na respiração Achado anormal no resultado de leucócitos Manter antibiótico terapia conforme prescrição médica Resultados normais, nosexames realizados BOA TARDE!
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