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Gustavo Moreno T19 AULA: PÉ DIABÉTICO: Definição: - infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica nos membros inferiores. Inicialmente silencioso Neurológicas, ortopédicas, vasculares e infecciosas; Angiologia: alterações e comorbidades aceleradas pela DM; 1 milhão/ano de amputações por DM; DM é uma epidemia mundial Infecção é responsável por 80% das amputações → mais imediata pela septicemia; DM – está relacionada com ¼ das internações em hospitais; *Principal causa de hospitalização entre diabéticos Na DM é a causa mais comum de internações prolongadas; Incidência da doença vascular aumenta em 20x em pacientes que possuem DM; Possuem 17x mais risco de gangrena; Fatores de risco: · Neuropatia diabética · Doença Vascular Periférica · Alterações biomecânicas (deformidade, calo). · História de Úlcera ou Amputação · Alterações nas unhas 3 motivos que levam a complicações no paciente com pé diabético: · Neuropatia - alteração neurológica · Arteriopatia - alterações vasculares · Infecciosa - infecção Risco de úlcera ou amputação: · Indivíduos diabéticos há mais de 10 anos · Homens · Controle glicêmico ruim · Complicações cardiovasculares, renais ou oculares. Quadro clinico: · Pé isquêmico: pele fina, atrófica, queda de pelos, pé com esfriamento (hipotermia), ausência de pulso distais · Pé neuropático: Sintomas sensitivos > motores, Dor discreta a insuportável (noturna), Parestesias, Sensibilidade – Térmica, dolorosa e Tátil, Calos e alterações na aparência do pé. SNA – Distrofias, Anidrose, Rubor Comprometimento das fibras motoras, Paralisia da musculatura intrínseca dos pés, Pés em garra, Calosidades, Mal – Perfurante Plantar · Pé infectado: Dor incompatível com gravidade, Infecção progressiva, Hiperglicemia não controlável, Alterações no aspecto do pé, Osteomielite · Pé osteomuscular: Alterações biomecânicas, Limitações da mobilidade, Deformidades ósseas, Artropatia de Charcot Neuropatia: · Fator de risco mais importante · Clinica e laboratório · Problemas neurológicos levam a perda de membros · DM pode alterar a sensibilidade, reflexos tendinosos e PA (fazendo alterações na artéria - calcificando e endurecendo); · Tratamento é medicamentoso, focando aos sinais e sintomas. · O controle da DM reduz a frequência da intensidade da lesão neurológica · Teste neurológico envolve: avaliação da sensibilidade, pesquisa de reflexos tendinosos, medida da pressão arterial (paciente deitado e em pé), e frequência cardíaca. · Identifica na anamnese → (pé frio com sensação de queimação) . Sensibilidade quando machuca o pé . Lesões recorrentes · Com neuropatia: faz a lesão e não sente, continua agredindo e forma-se úlcera, se continuar, essa úlcera leva a calosidades, assim fazendo mais lesões. · O paciente diabético deve ter autocuidado minucioso, pois tem que vigiar toda vez que retira o sapato. · Neuropatia do SNA no DM tira a sudorese dos pés e das mãos – racha. Fazendo também, alterações de motilidade articular e pressão plantar (pisando em algodão); · 2 tipos: POLINEUROPATIA DISTAL SIMÉTRICA NEUROPATIA DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO/SNA · Paresia – sensibilidade alterada (queimação, pontadas); · Propriocepção alterada -não sentem corretamente; Tato e pressão alterados – temperatura e dor. · Mãos e pés secos e com fissuras; · Sem manutenção de temperatura e nem proteção da pele; · Sente pé quente, mas na verdade está gelado; Paciente refere pisar em algodão; · SNA regula a vasoconstrição – pode fazer isquemia grave → Relaciona-se com hiperglicemia. · Deformidades podem vim por falta de propriocepção do pé; · Dedos em garra/martelo: parte do pé de Charcot. . Musculatura intrínseca dos metatarsos começam a não ter uma contração adequada e relaxamento adequado. . Difícil de corrigir cirurgicamente - foco é estabilizar; . Pé de Charcot; . Proeminência e deformidades do arco plantar . Essas alterações estão relacionadas com neuropatia e alterações articulares. . Alterações de colágeno, hiperceratose resultante das calosidades Fisiopatogenese e vias de ulcerações: 1. Insensibilidade resulta do agravo às fibras nervosas pela exposição prolongada da hiperglicemia com os fatores cardiovasculares 2. Deformidades neuropáticas: · Dedos em garra ou em martelo 0. Comprometimento do colágeno tipo IV e deposição de produtos de glicação avançada (AGE); · Hiperceratose e calosidades 0. Anidrose resultante da disautonomia periférica e calos favorecem o aumento da carga, ocorrendo hemorragia subcutânea e ulcerações por trauma; · Anidrose: falta de autonomia do nervo simpático (bloqueado). Alterações hemorrágicas e úlceras; · Neuropatia precisa de um endócrino – polifarmácia; Ulceração: · Parte que tem maior pressão · Porta aberta para infecções secundárias · Isolar no banho e a ferida tem que ser lavada separada. · Polineuropatias com falta de sensibilidade, deformidades, pequenos traumas e isquemia por doença arterial predispõe a ulceração. · Amputação também predispõe novas úlceras pois a cirurgia causa as deformidades Avaliação clínica: · Anamnese · Exames complementares · Alterações vasculares (artérias) - identificando as feridas e condições · Exame físico: Pode aparecer lesões dermatológicas (pele seca, rachaduras, unhas hipertróficas e/ou encravadas, maceração interdigital por micose, calosidades, ausência de pelos e com alterações da coloração e temperatura - indicativo de isquemia); Avaliação neurológica e pressão plantar: · Estesiômetro: para teste de sensibilidade - pessoa não consegue diferenciar se tem a sensibilidade alterada ou não · Diapasão: para ver a sensibilidade vibratória, pode indicar quanto de sensibilidade o paciente perdeu · Sensações testadas: graduar o acometimento do nervo do paciente Dolorosa → Com pino, agulha ou palito Tátil → Com chumaço de algodão Térmica → Com cabo de diapasão 128Hz Vibratória → Com diapasão 128Hz Motora → Com martelo Limiar percepção cutânea → Monofilamento 10-g · Raio X → pode-se encontrar pode encontrar algumas alterações graves em articulações, ossos e alguns vasos que podem estar calcificados; . Fase aguda: → Reabsorção óssea espontânea → Osteólise → Fraturas → Subluxação → Deslocamentos → Erosão da cartilagem → Instabilidade → O pé apresenta: hiperemia, hipertermia e edema; · Fase crônica: → Esclerose → Exuberante formação óssea - neoformação do calo ósseo → Reação periosteal → Prolapso dos ossos do médio pé · Palmilha tem objetivo de aumentar os pontos de pressão no pé, e corrigir a pressão extrema localizada apenas em poucos locais. · Medicações para neuropatia e metabolismo: . Acupuntura . Antidepressivos tricíclicos → amitriptilina, imipramina e nortriptilina; . Antidepressivo dual: duloxetina e velafaxina; . Anticonvulsivantes: pregabalina, gabapentina, amitriptilina . Metabólicos: antioxidantes e iECA Arteriopatia: · Avaliação necessária para todos os pacientes com diabetes para estadiamento e classificação de risco; · Arteriopatia associada não deixa cicatrizar lesões (isquemia periférica); · (+) infra inguinal · Presença de material necrótico potencializa as infecções polimicrobianas severas · Arteriopatia crônica → sem lesão no pé, apenas ter dificuldade para caminhar longas distâncias – claudicante. · Importante: revascularização dos pacientes com DM são os mesmos dos não diabéticos · Diabético: difícil cicatrização → pelas lesões neuropáticas · Arteriopatia – não chega irrigação adequada; · Arteriopatia e isquemia associada no pé diabético → pensar em revascularização · Ferramentas para avaliação da doença arterial periférica: índice tornozelo braço, índice digital braço, pressão parcial transcutânea a de oxigênio, ecodoppler; . Doppler: exame de triagem. . Índice tornozelo braço: ideal é que seja maior que 0,9. → Diabéticos geralmente passa de 1,3 pois a artéria é calcificada (não comprime o manguito) – não tem um parâmetro bom; → Casos de índices muito alto - não confiar no método de perfusão do pé - trocar o método, porque artériapode estar calcificada; Paciente sendo ou não diabético; · Doença arterial periférica oclusiva (aterosclerose) → o melhor exame para a identificação é a arteriografia (usa contraste iodado dentro da artéria, mostrando as oclusões presentes, sendo considerado um exame dinâmico), antes de fazer esse exame, primeiro faz-se o doppler (exame não invasivo); · Ocorre mais na região inguinal · 30% dos pacientes têm claudicação intermitente · 20% manifestam formas mais graves e evoluem para doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) e isquemia crítica; · Afeta mais da metade dos pacientes com diabetes - mas é frequente em não diabéticos · 20 - 50% assintomáticos - lembrar que os diabéticos não sentem dor · Cuidar de dislipidemia, hipertensão, DM e tabagismo - cuidar desses fatores, pois são as principais causas de aterosclerose; · A escolha de amputação é feita para melhorar a qualidade de vida do paciente Terapia medicamentosa: · Anti-agregante plaquetário (AAS): · Estatina: tratamento da dislipidemia - colesterol elevado · Fibratos: tratamento da dislipidemia - triglicerídeos elevado · Cilostazol: aterosclerose e claudicação intermitente - vasodilatador · Alprostadil EV: prostaglandina E2 - faz vasodilatação → Esse medicamento é a última linha de tratamento Infecção: · O que mais causa a perda do membro · Superficial e profundo - desbridamentos, fasciotomias e amputações · Úlceras com maior diâmetro ( > 2 cm) e mais profundas vão ter maior chance de provocar infecções do osso (osteomielite); · Principais portas de entrada → agravos de micoses interdigitais, pequenas lesões por sapatos inadequados, traumas banais e úlceras crônica · Lembrar que neuropatia permite que o paciente não sinta a dor no manejo da avaliação · Internar o paciente que estão com sintomas sistêmicos, manter boa hidratação, antibióticos, drenar abcessos e remover necrose. · Exames: são necessários na chegada do paciente → Hemograma - ver se tem infecção; → Glicemia - caso de descompensação; → Função renal - ver se a sepse ou a desidratação afetaram a função renal; → Raio X - ossos e coleções purulentas; → Ressonância → Cintilografia - avaliação de partes moles e profundidade óssea; → Cultura com antibiograma · Infecções leves e moderadas: . Cefalexina . Fluoroquinolona . Amoxicilina/ácido clavulânico . Bactrim . Clindamicina . Doxiciclina · Infecções moderada e severa: . Risco de perda da extremidade . Ciprofloxacino + clindamicina . ampicilina/sulbactam . ticarciclina/cluvanato . pipraciclina . ertapenem · Infecções severas: . Risco de óbito . Faz IV - Ampicilina/sulbactam + aztreonam . piperaciclica/tazobactam + vancomicina . imipenem . Quando a infecção é grave deve-se considerar suporte de vida, antibiotico de amplo espectro e debridamento da ferida infectada (evitar lavar o pé junto com o restante do corpo no banho).
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