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TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES Projeto de Cenografia e Eventos Vanessa Pereira de Araújo RA: 2129757 São Paulo, 09 de março de 2021. Romeu e Julieta – Teatro Frei Caneca, São Paulo Cenografia: Apresentação estilo musical, com repertório da Marisa Monte de aproximadamente 20 canções, a adaptação de cenografia, realizada para a contemporaneidade, consistiu no uso de elementos despidos, de efeitos decorativos e expressivos, concebida com base em conteúdos mínimos. A preocupação era trazer ao cenário uma ideia de despojamento, simplicidade e neutralidade. A própria demarcação dos espaços ficou a crédito da iluminação, criando assim apropriação de três cenários distintos e a pontuação dos figurinos que com seus tons extremamente neutros e escuros corriam o risco de se fundir ao cenário. Uma relação do espaço, tempo, luz e a visão do observador. As cores da montagem, aliás, formam um espetáculo à parte, são um convite ao romance, remontam à história da pintura e à história do figurino. O seu impacto se torna maior graças aos preciosos efeitos de luz, em diálogo criativo intenso com a direção, a concepção e a cenografia. Em alguns momentos chaves, o tratamento do espaço, a composição dos volumes, o jogo das luzes e o telão colorido criam um efeito plástico de extremo vigor, a cena se torna um quadro plástico de arrebatadora representação teatral. Figurino: João Pimenta concebeu roupas sem época, mas sempre eloquentes para identificar climas e situações, eficientes para expor personalidades fortes, bem definidas na sua função dramática. Desenham, também, uma corte rica, uma opulência interiorana, em que reina a ostentação e o bem comum não é um valor cotidiano. Para frisar o conflito central, os coloridos dos figurinos das duas famílias se opõem. As roupas do baile, com leves insinuações de absurdo, são eficientes retratos de uma sociedade engessada pela hierarquia e pelo desejo voraz de aparecer. Palco: Uma sensação preciosa de amor ao teatro irradia do palco para a plateia, vale insistir. Há uma doação sincera dos intérpretes, a sala é inundada por um sentimento de crença profunda nos valores humanos mais nobres. Comentar os desempenhos é uma longa tarefa, é impossível focalizar todos os trabalhos. No entanto, muito do que é oferecido em cena é de uma qualidade tão exemplar que algum registro precisa ser feito. Estrutura do lugar: A estrutura do Teatro Frei Caneca, é uma das melhores do país. Principalmente em relação a iluminação e conforto. O teatro em si já é um espetáculo. Ambiente, acústica e iluminação proporcionam um adicional à obra. Roteiro e história da peça: Esta versão do famoso romance é um musical na plena acepção do têrmo, estruturado ao redor do repertório de Marisa Monte. O verbo estruturar é intencional: com texto adaptado e roteiro musical de Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche, autores experientes no gênero, foi feita uma escolha de músicas em função do rendilhado dramático, marcado, este, por uma tensão moderna, seca, mais objetiva e menos narrativa. Sobre a história da peça, várias cenas, em consequência, se projetam como momentos de teatralidade pungente, arrasadora mesmo, vertigem estética de emoção. Vão fazer parte da história do teatro brasileiro como momentos de criação absoluta, teatro total. Integram esta lista, no mínimo, a cena do balcão, com a arrebatadora chuva de rosas brancas, a cena do casamento, com a celebração celestial dos freis, a cena da despedida da noite de amor, com o vestido vertigem de luz, a cena do mausoléu e a cena final, da reconciliação, canto geral de amor de toda a companhia. Percepção do espectador: Em relação a dramaticidade, a música faz a peça caminhar, ativa a sensibilidade e a emoção do público, sempre em sintonia direta com a trama, abordada de maneira ágil. Todas as expectativas são supridas, tanto em relação a história, quando ao senso artístico, trazendo uma experiencia muito satisfatória e agregadora.
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