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AULA4_13set2021_psico escolar (1)

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Psicologia Escolar
Curso Psicologia
Universidade Paulista - UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
Prof. Dr. Rodnei Pereira
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Ementa
Atuação da/o psicóloga/o na interface com a educação em uma perspectiva crítica em Psicologia. 
Atuação da/o psicóloga/o em relação aos processos educativos e às demandas escolares que surgem no contexto clínico, institucional e comunitário.
Atuação da/o psicóloga/o na clínica ampliada – escola e processos educativos.
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CRONOGRAMA DAS AULAS
- mês de agosto - 
OK 16/08 Aula 1. Apresentação do Plano de Ensino. A Psicologia Escolar na perspectiva crítica.
OK 23/08 Aula 2. Teorias da Educação e a questão da marginalidade. Histórico da escolarização brasileira e as implicações em psicologia escolar. 
OK 30/08 Aula 3. Políticas públicas em Psicologia e Educação no Brasil: discurso oficial e consequências no processo de escolarização.
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CRONOGRAMA DAS AULAS
- mês de setembro - 
OK 13/09 Aula 5. Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: análise institucional. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.
20/09 Aula 6. Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: análise clínica. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.
27/09 Aula 7. Avaliação da queixa escolar perspectiva sistêmica. Intervenções às queixas escolares segundo um enfoque sistêmico e crítico em Psicologia Escolar. 
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Lembrando o que já estudamos...
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DOIS 
PROCEDIMENTOS 
EM PSICOLOGIA ESCOLAR
NA AULA ANTERIOR
Perspectiva clássica tradicional 
‘ALUNA/O PROBLEMA’
Perspectiva crítica 
REDE DE RELAÇÕES QUE PRODUZ A QUEIXA ESCOLAR
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POR QUE A CRIANÇA NÃO APRENDE?
‘Aluno problema’
Procedimentos diagnósticos tradicionais dos problemas de aprendizagem – ‘aluno problema’.
Tratamentos oferecidos para as ‘crianças com problemas de aprendizagem’. 
Críticas a partir dos anos 1970 e suas influências para a psicologia escolar brasileira.
O QUE ACONTECE NO PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO QUE FAZ COM QUE ESTA CRIANÇA NÃO SE BENEFICIE DA ESCOLA?
Rede de relações que produzem a queixa
Procedimentos diagnósticos críticos em Psicologia Escolar.
Não aprender é uma denúncia de que algo não está bem na instituição escola.
Algo ocorre nas relações institucionais que interrompe o processo de escolarização do aluno.
Funcionamentos adoecidos e adoecedores na escola são os produtores de fracasso escolar – a queixa escolar é um sintoma.
NA AULA ANTERIOR
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TEORIAS NÃO CRÍTICAS
TEORIAS CRÍTICO REPRODUTIVISTAS 
Educação – visa a igualdade e equalização social
Sociedade – homogênea, harmônica
Marginalidade – distorção individual; serviços educativos têm a função de eliminá-la
Educação – produz, reproduz e mantém a discriminação social
Sociedade – divisão de classes
Marginalidade – constitutiva desta estrutura social; educação é aquela que gera
Essas teorias da educação apresentam propostas pedagógicas para resolver a questão da marginalidade
(carácter ilusório)
Essas teorias não apresentam propostas pedagógicas, mas explicam que a marginalidade é função da escola, por isso a necessidade ideológica de permanecer como tal
(carácter impotência)
NA AULA ANTERIOR
Teoria Crítica da Educação
Somente poderá ser formulada a partir dos interesses dos dominados.
Superar o poder ilusório e a impotência das outras duas teorias.
Políticas públicas em Psicologia e Educação no Brasil
A temática das políticas públicas em educação passou a fazer parte das preocupações do campo da Psicologia Escolar e Educacional desde o momento em que a Psicologia Escolar viu-se questionada em relação aos seus princípios epistemológicos e suas finalidades.
Patto - A serviço de quem as práticas de Psicologia estariam sendo desenvolvidas? A atuação dos serviços de Psicologia pouco contribuíam para melhorar a qualidade da escola, principalmente das crianças de classes populares.
A partir da década de 80 fortaleceu-se no campo da Psicologia Escolar um conjunto de questionamentos a respeito do papel social dessa ciência e dos pressupostos que a orientavam, bem como da formação de psicólogos realizada no Brasil, originando e sustentando um conjunto de trabalhos que permitiram a análise da formação e da atuação da Psicologia enquanto ciência em uma sociedade de classes. 
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AULA ANTERIOR
Avanços da Psicologia na Educação Básica como profissão
Organização dos profissionais em Associações Nacionais (ABRAPEE) e no Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB).
Ampla discussão sobre a atuação de psicólogos na Educação.
Pesquisas e publicações sobre a atuação de psicólogos na Educação.
Constituição de ações para a implementação da Lei 13.935/2019.
Produção de documentos e ações para a formação e atuação de psicólogos/as na Educação Básica.
https://institutoinclusaobrasil.com.br/wp-content/uploads/2017/02/PSI.jpg 
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Organização política e científica de psicólogos no Brasil
		
		
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ARTICULAÇÕES COM AS ENTIDADES DE PSICOLOGIA
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ABRAPEE
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www.medicalizacao.org.br
www.facebook.com/forumsobremedicalizacao/
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Quais os impactos da Pandemia da COVID 19 na Educação Básica?
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https://lunetas.com.br/wp-content/uploads/2020/04/02menino-estudando-com-tablet.jpg %C3%BAblica.jpeg
A pandemia provocou evasão e abandono escolar
1,5 bilhões de estudantes ficaram sem contato com a escola no mundo
 O fechamento das escolas foi importante para conter a disseminação do vírus? 
Quais as consequências desse fechamento? 
Como as escolas podem promover o aprendizado para todos, diante da diversidade de contextos socioeconômicos da população e de dificuldade de acesso de alguns para o ensino remoto e para a educação a distância? 
Quais ações podem ser realizadas?
O que fazer no pós-pandemia?
Impactos da Pandemia da COVID 19 nas políticas educacionais
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https://segurancadopaciente.com.br/wp-content/uploads/2021/01/AdobeStock_325315214-768x488.jpeg
Há muitas evidências de que o fechamento de edifícios escolares relacionados a pandemias ampliou as lacunas de oportunidades por raça/etnia, renda e classe. 
Para resolver esse problema, os educadores devem primeiro entender as necessidades específicas de seus alunos e, em seguida, usar a flexibilidade no financiamento, quando disponível, para atender às necessidades individuais dos alunos. Além disso, alguns grupos de estudantes precisarão mais do que outros.
Direcionar recursos para estudantes de baixa renda, estudantes negros e indígenas, estudantes sem-teto e pessoas com deficiência. 
Se for necessário fazer escolhas sobre quais alunos devem retornar pessoalmente, são os mais vulneráveis ​​a problemas acadêmicos, sociais e psicológicos (incluindo crianças mais jovens que parecem menos propensas a espalhar o vírus) que devem ser trazidos de volta primeiro.
Distribuir recursos para quem mais precisa
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https://i1.wp.com/escolasexponenciais.com.br/wp-content/uploads/2020/10/acolhimento-socioemocional-sera-fundamental-no-volta-as-aulas.jpg?fit=800%2C533&ssl=1
As situações didáticas precisam ser o mais envolventes possíveis, de acordo com as circunstâncias, mesmo quando for necessário estar online.
A interação deve ser frequente, direta e significativa, combinando instruções síncronas e assíncronas.
Abordar as perdas de aprendizado criadas pela crise, expandindo o tempo instrucional de maneiras que desafiam, apoiam e envolvem os alunos. 
A quantidade de tempo que os alunos passam aprendendo afeta o quanto eles aprendem - e esse tempo diminuiu drasticamente quando os prédios da escola ficaram fechados. 
Podemos compensar parte desse tempo perdido de aprendizado e a perda de aprendizado associada, prolongando o ano letivo, oferecendo mecanismosde recuperação e reforço, bem como fornecendo aulas particulares.
Fornecer as instruções mais personalizadas
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https://static.dw.com/image/56522479_403.jpg
As necessidades afetivo-emocionais, saúde física e bem-estar das famílias precisa ser considerado. 
As escolas - especialmente em crise - fazem mais do que fornecer instrução acadêmica. Equipes de apoio aos alunos - assistentes sociais e psicólogos -, serão fundamentais para os esforços das escolas em cuidar de crianças, especialmente para os alunos que foram mais afetados pela pandemia.
Lei 13.935/2019 -  Dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica.
Oferta de apoio personalizado e integrado
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http://unilab.edu.br/wp-content/uploads/2021/03/PESQUISA-SAUDE-MENTAL-ULTIMAS-575x574.jpg
Os professores são os recursos escolares mais importantes. 
Oferecer formação continuada.
Apoiar novas formas de organizar tempos e espaços escolares.
Não é uma retomada de onde paramos.
Planejamento de um retorno gradual, com importante atenção à saúde emocional e física dos estudantes e dos profissionais; definições sobre a reorganização do calendário escolar; avaliação diagnóstica inicial, seguida de programas de recuperação da aprendizagem; e uma comunicação frequente com as famílias dos alunos.
A Psicologia Escolar e Educacional pode contribuir como?
Qualidade e equidade pedagógica
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https://media.tutormundi.com/wp-content/uploads/2021/06/18161455/saude-mental-dos-professores-na-pandemia.jpg
Para pensar...
Ana Carolina, professora de uma escola pública de ensino fundamental, séries iniciais, procurou a coordenadora pedagógica para relatar que uma aluna de sua turma do 1º ano vem apresentando dificuldades de aprendizagem na escrita e na leitura, especialmente: trocar e “comer” letras na escrita; pular palavras na leitura e errar ditado.
Partindo da hipótese que você fosse a/o psicóloga/o escolar nessa escola, e considerando a perspectiva crítica da Psicologia Escolar, marque a alternativa correta.
A) Atenderia a queixa da professora, aplicando na aluna uma bateria de testes psicológicos desenvolvidos especificamente para diagnosticar dislexia.
B) Planejaria com a professora observações para analisar o processo de ensino e de aprendizagem e as relações na sala de aula.
C) Convocaria, imediatamente, a família para descobrir as causas dos problemas de aprendizagem apresentadas pela aluna.
D) Agendaria atendimento individual, em horário contrário ao frequentado pela aluna, e desenvolveria um programa de recuperação das dificuldades pedagógicas apontadas.
E) Encaminharia a um neuropsicólogo, recomendando tratamento emergencial para a queixa específica, considerando esse não ser um caso para a atuação do psicólogo escolar.
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Para pensar...
Ana Carolina, professora de uma escola pública de ensino fundamental, séries iniciais, procurou a coordenadora pedagógica para relatar que uma aluna de sua turma do 1º ano vem apresentando dificuldades de aprendizagem na escrita e na leitura, especialmente: trocar e “comer” letras na escrita; pular palavras na leitura e errar ditado.
Partindo da hipótese que você fosse a/o psicóloga/o escolar nessa escola, e considerando a perspectiva crítica da Psicologia Escolar, marque a alternativa correta.
A) Atenderia a queixa da professora, aplicando na aluna uma bateria de testes psicológicos desenvolvidos especificamente para diagnosticar dislexia.
B) Planejaria com a professora observações para analisar o processo de ensino e de aprendizagem e as relações na sala de aula.
C) Convocaria, imediatamente, a família para descobrir as causas dos problemas de aprendizagem apresentadas pela aluna.
D) Agendaria atendimento individual, em horário contrário ao frequentado pela aluna, e desenvolveria um programa de recuperação das dificuldades pedagógicas apontadas.
E) Encaminharia a um neuropsicólogo, recomendando tratamento emergencial para a queixa específica, considerando esse não ser um caso para a atuação do psicólogo escolar.
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Psicologia Escolar 
Aula 4 – dia 13/09/2021
Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: a análise institucional. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.  
Texto principal: 
SOUZA, B.P. Funcionamentos escolares e produção de fracasso escolar e sofrimento. In SOUZA, B.P. de (org.) Orientação à queixa escolar. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020, cap. 10, pp. 241-278. Disponível https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/ Acesso 06/06/2021.
 
Texto complementar: 
ZIBETTI, M.L.T. Políticas Públicas para o enfrentamento ao fracasso escola: reflexões a partir de um percurso formativo. In SOUZA, M. P. R. (org.) Psicologia Escolar e Políticas Públicas para a Educação Básica na América Latina: pesquisas, impasses e desafios. São Paulo: Editora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021, cap. 12, pp. 168-176. 
Disponível http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/view/602/536/2035-1
Acesso 06/06/2021.
 
Atividade:
Estudo de Caso (2) - Carlos
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SOUZA, Beatriz de Paula. Orientação à queixa escolar. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020. Disponível https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/ Acesso 06/06/2021.
Funcionamentos escolares e 
produção de fracasso escolar
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OBJETIVO
Estudo sobre
a relação entre
Funcionamentos Escolares 
Fracasso Escolar
Sofrimento de crianças e jovens
QUEIXAS ESCOLARES
O aluno se estrutura na relação com o outro e o ambiente escolar é este ‘outro’ no qual está inserido, imerso.
Funcionamentos escolares e 
produção de fracasso escolar
As informações e reflexões sobre essa RELAÇÃO oferece para nós elementos para investigarmos, compreendermos e atuarmos junto aos envolvidos na produção e na manutenção das queixas escolares – alunos, suas famílias, escola – individualmente e em suas inter-relações.
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https://portal.ifrn.edu.br/campus/reitoria/eventos/ii-reuniao-ordinaria-do-consepex-do-ifrn/image_preview
Funcionamentos escolares e 
produção de fracasso escolar
Preconceitos contra professores – depositários das mazelas do ensino, vistos como incompetentes, malformados, egoístas e sem compromisso com seus alunos.
Psicólogos propõem um diálogo vertical – é recusada pelos professores, compreendida como ‘resistência’, leva a muitas perdas.
A escola é constituída por contradições e paradoxos em seu cotidiano – ‘forças’ tendem a produzir fracasso e sofrimento nas pessoas que fazem parte dela.
Sistema de Ensino Brasileiro em situação calamitosa – altos índices de evasão, repetência.
Políticas Públicas implementadas de maneira autoritária – Progressão Continuada (progressão automática); Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB)...
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Análise superficial das dificuldades do sistema escolar
Funcionamentos escolares e 
produção de fracasso escolar
Como são e qual a dinâmica dos bastidores dessa drama? Como a Psicologia tem atuado em relação as queixas escolares?
Atuação tradicional de psicólogos está na compreensão de que as causas do fracasso escolar são/estão nos alunos, em sua família e no ambiente social onde o aluno está inserido.
Os atendimentos psicológicos são tradicionais e estão hegemonicamente focados nos acontecimentos intrapsíquicos dos alunos e suas famílias, deixando de fora os acontecimentos escolares.
Isso produz análises superficiais dos fazeres escolares.
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Psicologia Escolar perspectiva crítica
O desenvolvimento teórico-prático da Psicologia Escolar, notadamente a partir da década de 1980, aponta claramente a importância de se investir no sentido de contribuir para a melhoria da rede escolar. 
Os psicólogos vêm ampliando e aperfeiçoando intervenções junto às escolas, com o intuito de problematizar e reverter funcionamentos institucionais produtores de fracasso escolar e de encaminhamentos de alunospara atendimento psicológico no sistema de Saúde Mental, serviços-escola de Psicologia e instituições externas à escola.
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Psicologia Escolar perspectiva crítica
O pensamento dialético desvela-nos uma relação entre indivíduos e instituições que aponta a necessidade da/o psicóloga/o desenvolver frentes de trabalho diferenciadas, nos planos macro e microestrutural, se pretende atuar no sentido de uma transformação social profunda. 
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Alguns funcionamentos do sistema escolar que produzem dificuldades e sofrimento
Dos Órgãos Centrais:
Burocracia criando rupturas no vínculo professor-classe
Políticas públicas implantadas de maneira autoritária e desorganizada
Das Unidades Escolares: 
Ausência de espaços sistemáticos e organizados de reflexão
Ausência de projeto político-pedagógico da escola
Falta de apoio e orientação
Saber desconsiderado
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Alguns funcionamentos do sistema escolar que produzem dificuldades e sofrimento
Da relação escola-pais/famílias:
Exclusão de decisões sobre seus filhos
Alvo de mitos e preconceitos
Tratados como usuários de favores x sujeitos de direitos
Da sala de aula:
Homogeneidade como princípio de trabalho pedagógico
Pedagogia repetitiva e desinteressante
Encaminhamentos a especialistas
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	A partir de órgãos centrais	Internos a escola	Alunos	Famílias
	Autoritarismo na implementação das Políticas Públicas de Educação	Ausência de espaços sistemáticos de reflexão	Formação de classes homogêneas	Preconceitos contra famílias pobres
	Mudanças de professores durante o ano letivo	Falta de infraestrutura de apoio	Grupos homogêneos intraclasses	Reuniões na Escola
	Convocações de última hora	Desqualificação dos saberes dos professores	Abandono dos atrasados	Bilhetes nos cadernos
	Baixos salários		Falta e trocas de professores	
			Pedagogia repetitiva e desinteressante	
			Preconceitos sobre pobres e negros	
			Humilhações	
			Encaminhamentos a especialistas	
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Funcionamentos escolares que 
produzem fracasso escolar
Então o que devemos considerar ao atender as queixas escolares?
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São alunos com dificuldades no processo de escolarização, portanto, a interlocução com a escola é o principal procedimento na avaliação e na intervenção.
Leitura institucional/sistêmica para compreensão sobre o que está acontecendo, compreender o sentido e significado da queixa.
Sintomas: mudanças de professores, ausências nas reuniões e atendimentos, lugar que o aluno senta na sala, como são as relações entre alunos e professores...
Estratégias: 
Sair do consultório e ir para o chão da escola para dialogar com todos da escola (plantão institucional).
Construir espaços em grupo para o diálogo com a comunidade escolar (rodas de conversa em grupo, em espaços abertos na escola – grupos de alunos, professores, funcionários) para problematizar a queixa.
Acolher (escuta), empoderar (potencializar), construir coletivamente estratégias de enfrentamento para superação da queixa.
https://www.lafenicepsicologia.it/wordpress/wp-content/uploads/2018/01/psicoterapia-di-gruppo-1-300x253.jpg
A escola também é lugar de vida, desenvolvimento, aprendizagem, afetividade…!
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A escola também é lugar de vida, desenvolvimento, aprendizagem, afetividade…!
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Indicação de Leitura
Conto de Escola, Machado de Assis 
Fonte: ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro : Nova Aguilar 1994. v. II.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000268.pdf
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Para pensar...
Em muitos casos a criança passa a ser a única responsabilizada pelo insucesso escolar. Em relação a atuação da/o psicóloga/o escolar podemos afirmar que:
I. A/o psicóloga/o escolar poderá ser um agente de mudanças na escola, fazendo com que a educação tenha um caráter mais inclusivo e democrático.
II. A/o psicóloga/o oportunizará o atendimento de grupos de orientação de pais e professores para problematizar as dificuldades escolares dos alunos.
III. O trabalho da/o psicóloga/o escolar deve-se pautar no atendimento da criança que apresenta insucesso, haja vista, que a maior dificuldade está nela.
Está correto o que se afirma em
I
II
III
I e II
II e III
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Para pensar...
Em muitos casos a criança passa a ser a única responsabilizada pelo insucesso escolar. Em relação a atuação da/o psicóloga/o escolar podemos afirmar que:
I. A/o psicóloga/o escolar poderá ser um agente de mudanças na escola, fazendo com que a educação tenha um caráter mais inclusivo e democrático.
II. A/o psicóloga/o oportunizará o atendimento de grupos de orientação de pais e professores para lidarem com o insucesso escolar do aluno com dificuldade.
III. O trabalho da/o psicóloga/o escolar deve-se pautar no atendimento da criança que apresenta insucesso, haja vista, que a maior dificuldade está nela.
Está correto o que se afirma em
I
II
III
I e II
II e III
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Estudo de Caso (2) 
Carta de uma professora a um grupo de psicólogas escolares.
Prezadas colegas,
Gostei muito dos temas apresentados nas rodas de conversa em nossas reuniões pedagógicas. A maneira dialógica de nossos encontros tem possibilitado muito aprendizado frente a tantos desafios que enfrentamos no cotidiano da escola. Mas fiquei com algumas dúvidas, gostaria de esclarecimentos mais pontuais e ouvir o que vocês têm a dizer a respeito dos seguintes pontos:
(A) Sou professora Rita, do 5º ano do Ensino Fundamental I, e este ano estou com uma sala de aula com 28 alunos, com idade entre 9/10 anos. Os alunos são muito diferentes, uns mais fracos, com mais dificuldade do que outros para aprender. Seria melhor distribuir os alunos em classes homogêneas de acordo com as diferentes habilidades? Ou então, separar na sala de aula as fileiras dos alunos bons e dos alunos fracos? Digo isso porque não entra na minha cabeça que classes heterogêneas sejam mais produtivas do que as classes homogêneas, que existam mais trocas nas primeiras do que nas segundas. No fundo, aluno bom conversa com aluno bom e o aluno fraco com o aluno fraco, porque não consegue nem entender o que o aluno bom está dizendo. E além disso, eu sou uma só para dar conta de tantas diferenças. O que vocês acham dessa minha opinião? O que devo fazer?
Como responder a pergunta da Profa Rita?
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https://i.pinimg.com/564x/09/dc/3e/09dc3e6d11f39cbeeebb89c54f622ced.jpg
Queixa Escolar
A profa Rita afirma que o trabalho pedagógico com as classes homogêneas é melhor do que com as classes heterogêneas.
Justifica isso ao afirmar que alunos ‘bons’ tem melhor aproveitando escolar com alunos ‘bons’ e alunos ‘fracos’ com alunos ‘fracos’, por isso justifica a separação dos alunos em classes homogêneas.
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Demandas
1. dificuldade da profa em trabalhar com os alunos em classes heterogêneas;
2. dificuldade da profa em intervir pedagogicamente nas diferenças individuais dos alunos em processo de aprendizagem;
3. profa demonstra uma atitude preconceituosa, rotulando os alunos como ‘bons’ e ‘fracos’.
4. profa apresenta uma concepção tradicional e pautada em uma pedagogia da exclusão;
5. dificuldade da profa na gestão de sala de aula;
6. profa não se reconhece como protagonista do processo de aprendizagem de seus alunos;
7. dificuldade da profa em perceber/identificar as potencialidades de seus alunos considerados por ela como ‘fracos’;
8. profa se sente impotente em situação de vulnerabilidade na sala de aula (falta de recursos internos para lidar com a situação);
9. a dificuldade está na profa e não nos alunos;
10. a profa apresenta vínculo afetivo e de confiança com o grupo de psicólogas, se sentiu acolhida e empoderada para formular perguntas.
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Intervenção
1. continuar a realizar as rodas de conversa em grupo, de maneira dialógica na escola, para favorecer este espaço de trocas entre as professoras, visando a construção de práticas coletivas para a redução de tensão e permitir o compartilhamento de saberes do grupo.
2. problematizar a situação apresentada pela profa, oportunizando situações coletivas de intervenção.
3. problematizar a queixa trazida pela profa no grupo, favorecer a reflexão sobre suas ações e as dificuldadesdos alunos, visando a construção coletiva de estratégias para o enfrentamento e superação dessas dificuldades.
4. planejar estratégias de intervenção para serem realizadas em sala de aula pela profa em parceira com as psicólogas: atividades inclusivas em que todos conseguem realizar sem ajuda, atividades em duplas ou pequenos grupos com alunos em diferentes momentos de aprendizagem em que possa ocorrer trocas na resolução das tarefas.
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Conclusão
Essa ação em Psicologia Escolar possibilita à profa internalizar um conhecimento que irá gerar uma ação pedagógica mais significativa em sala de aula. 
Além disso, a profa será semeadora na formação de outras profas. 
O erro passa a ser um observável porque o significado do erro foi internalizado pelo professor, portanto, não erra mais. 
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Estudo de Caso (2) 
Carta de uma professora a um grupo de psicólogas escolares.
(B) - Minha outra dúvida é a seguinte: alguns alunos encontram-se mais desenvolvidos do que outros. As crianças hoje em dia são muito precoces e já fazem perguntas sobre o nascimento de crianças e sobre os relacionamentos entre adultos. Vocês acham que isso é função da professora? Não! Cabe aos pais fazerem essas orientações e não aos professores que já tem muito trabalho para realizar em sala de aula. Vocês acham que essa também deve ser a nossa tarefa? Como é possível fazer isso?
Agradeço muito as orientações de vocês e estou muito satisfeita com a presença de vocês na nossa escola.
Profa Rita de Cássia.
O que você diria para a Profa Rita? Vamos responder juntos na semana que vem?
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https://i.pinimg.com/564x/09/dc/3e/09dc3e6d11f39cbeeebb89c54f622ced.jpg
Leitura próxima aula – 20/09/2021
Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: a análise clínica. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia. 
Texto principal: 
SOUZA, B.P. Apresentando a Orientação à Queixa Escolar. In SOUZA, B.P. de (org.) Orientação à queixa escolar. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020, cap. 04, pp. 97-117. Disponível https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/ Acesso 06/06/2021.
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ATÉ SEMANA QUE VEM!!!
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Psicologia Escolar
Curso Psicologia
Universidade Paulista - UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
Prof. Dr. Rodnei Pereira
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