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Psicologia Escolar
Curso Psicologia
Universidade Paulista - UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
Prof. Dr. Rodnei Pereira
1
CRONOGRAMA DAS AULAS
- mês de setembro - 
OK 13/09 Aula 4. Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: análise institucional. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.
OK 20/09 Aula 5. Atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar: análise clínica. Funcionamentos institucionais e a dinâmica das relações na escola no diagnóstico e intervenção em Psicologia.
OK 27/09 Aula 6. Avaliação da queixa escolar perspectiva sistêmica. Intervenções às queixas escolares segundo um enfoque sistêmico e crítico em Psicologia Escolar. 
2
CRONOGRAMA DAS AULAS
- mês de outubro - 
04/10 Aula 7. A medicalização e a judicialização da educação e da sociedade. 
11/10 Aula 8. Alfabetização e letramento: atuação do psicólogo frente as dificuldades de aquisição da língua escrita. 
18/10 Aula 9. Alfabetização e letramento: atuação do psicólogo frente as dificuldades de aquisição da língua escrita. 
25/10 Aula 10. Violência na escola e preconceito na escola: atuação do psicólogo frente as dificuldades de comportamento na escola. O psicólogo e a orientação profissional. 
3
Avaliação – Psicologia Escolar
08/11 – prova NP
22/11 – prova Substitutiva
06/12 – Exame
4
https://st.depositphotos.com/1735175/3797/i/600/depositphotos_37976961-stock-photo-young-female-pointing-sideways.jpg
Lembrando o que já estudamos...
5
Qual é a atuação do psicólogo frente aos problemas de aprendizagem e de comportamento a partir da visão crítica em Psicologia Escolar?
PERSPECTIVA
INSTITUCIONAL
(escola)
PERSPECTIVA 
CLÍNICA
(consultório)
6
NA AULA ANTERIOR
	A partir de órgãos centrais	Internos a escola	Alunos	Famílias
	Autoritarismo na implementação das Políticas Públicas de Educação	Ausência de espaços sistemáticos de reflexão	Formação de classes homogêneas	Preconceitos contra famílias pobres
	Mudanças de professores durante o ano letivo	Falta de infraestrutura de apoio	Grupos homogêneos intraclasses	Reuniões na Escola
	Convocações de última hora	Desqualificação dos saberes dos professores	Abandono dos atrasados	Bilhetes nos cadernos
	Baixos salários		Falta e trocas de professores	
			Pedagogia repetitiva e desinteressante	
			Preconceitos sobre pobres e negros	
			Humilhações	
			Encaminhamentos a especialistas	
7
Funcionamentos escolares que 
produzem fracasso escolar
NA AULA ANTERIOR
Perspectiva institucional
Orientação à Queixa Escolar
- perspectiva clínica - 
BREVE, porque o objetivo não é passar a integrar a rede de apoio da criança, mas sim até a superação da configuração na qual a queixa emergiu (8 a 10 encontros).
É FOCAL, porque se centra na queixa escolar. Isto não significa que nos restrinjamos apenas àquilo que diz respeito diretamente a ela, mesmo porque uma abordagem assim restrita não daria conta do objeto. 
O objetivo é conquistar uma movimentação nesta rede dinâmica que se direcione no sentido do desenvolvimento de todos os seus participantes.
8
NA AULA ANTERIOR
Aula de hoje – 27/09/2021
Avaliação psicológica da queixa escolar na perspectiva sistêmica. Intervenções às queixas escolares segundo um enfoque sistêmico e crítico em Psicologia Escolar. 
Texto principal: 
PATTO, M. H. S. Para uma crítica da razão psicométrica. In MACHADO, A.M.; LERNER, A.B.C.; FONSECA, P.F. (orgs.). Concepções e proposições em Psicologia e Educação. São Paulo: Blucher Open Access, 2017. pp.69-86. Disponível: http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-east-1.amazonaws.com/openaccess/9788580392906/00.pdf Acesso 06/06/2021. 
Textos complementares: 
SOUZA, M.P.R de. Prontuários revelando os bastidores do atendimento psicológico à queixa escolar. In SOUZA, B.P. de (org.) Orientação à queixa escolar. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2020. Disponível https://orientacaoaqueixaescolar.ip.usp.br/ Acesso 06/06/2021. 
Atividade: Estudo de Caso (3) - PAULO
9
O que é avaliação psicológica?
De acordo com a Resolução nº 9, de 25 de abril de 2018 - CFP 
Art. 1º - Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas.
Art. 30 - Na Avaliação Psicológica, a psicóloga ou psicólogo deverão considerar os princípios e artigos previstos no Código de Ética Profissional das psicólogas e dos psicólogos, bem como atender aos requisitos técnicos e científicos definidos nesta Resolução.
10
https://www.impi.com.br/uploads/especialidades/1623080110-avaliacao-psicologica-istock-1175309338.jpg
Avaliação psicológica 
da queixa escolar
Psicólogos clínicos em consultórios particulares e Serviços Escola de Psicologia recebem um número crescente de encaminhamentos de crianças e adolescentes para avaliação psicológica com problemas de aprendizagem e de comportamento escolar.
11
Avaliação psicológica 
da queixa escolar
12
Avaliação psicológica em uma perspectiva tradicional
Avaliação psicológica em uma perspectiva crítica
Existe uma distinção entre o modelo clássico tradicional e a perspectiva crítica na avaliação psicológica das queixas escolares.
Avaliação psicológica tradicional
da queixa escolar 
No modelo clássico tradicional o objeto de análise é a criança, nesse sentido busca-se compreender o que ela tem, o problema está na criança, nas suas relações familiares, no seu mundo interno. 
Em concordância com esse paradigma, para a avaliação da queixa escolar, algumas ações são realizadas, tais como: entrevista com os pais, anamnese, sessões lúdicas com a criança, aplicação de testes, diagnóstico, prognóstico, entrevista devolutiva com os pais, encaminhamento para tratamento.
13
https://lh3.googleusercontent.com/proxy/_Q67_oNrp1ZAEyu1SFOxHXdrbCFXUrIjzqxjMwE5zzANMMC5v4dg3mRwLXBOwBRzYApOGxUxD9go_2fQEKQx4Aezz2mjards7iEG3Im3yGtqb_UxYBbEFlgFGQ7C
Avaliação psicológica tradicional
da queixa escolar
Os procedimentos diagnósticos em psicologia seguem, usualmente, uma perspectiva tradicional na avaliação psicológica e o resultado é a atribuição de um laudo que apresenta uma deficiência, distúrbio, patologia no aluno e suas consequências podem variar, de acordo com a classe social do aluno:
Psicoterapia, terapias pedagógicas e orientação aos pais, visando a adaptação do aluno na escola.
Elaboração de um laudo que justificará a exclusão do aluno na escola; a desigualdade e a exclusão são justificadas cientificamente, ignora-se a dimensão política do problema.
14
Avaliação psicológica tradicional
da queixa escolar
Portanto, a produção de laudos psicológicos apresenta diagnósticos reducionistas, com uma avaliação no plano do indivíduo e de sua família – produzem estigmas e justificam a exclusão escolar, reduzindo os alunos a ‘portadores’ de defeitos, anormalidades.
As dificuldades escolares não podem ser entendidas sem considerar-se as práticas e os processos escolares que dificultam o processo de aprendizagem, produzindo nos alunos determinados comportamentos e atitudes, erroneamente interpretados por professores e psicólogos, como indisciplina, agressividade, distúrbio, hiperatividade, apatia – visão medicalizante das dificuldades de escolarização de crianças.
15
Crítica aos testes de inteligência e de personalidade (Patto, 2017)
Uso exclusivo por psicólogos
Atuação técnica em psicologia
Conteúdo dos testes não correspondem à realidade brasileira
As perguntas (adultos) tem significados e funções diferentes para a criança
Avaliação de aptidão com mensuração de resultados
Falta de clareza para o indivíduo durante a aplicação do teste
Rapidez da resposta como definição deinteligência
Mensuração do psiquismo e produção de laudos
16
Crítica aos testes de inteligência e de personalidade (Patto, 2017)
Em resumo...
problemas relativos ao conteúdo das provas/testes, à conceituação de inteligência e à lógica da situação de avaliação fazem com que os testes se transformem em ‘artimanha’ do poder, que prepara uma ‘armadinha’ para a criança, que acaba vítima de um resultado que não passa de um ‘artefato’ da própria natureza do instrumento e de sua aplicação, situação tanto mais verdadeira quanto mais o examinando for uma criança pobre e portadora de uma história de fracasso escolar produzida na escola (Patto, 2017).
17
Para pensar...
A frase a seguir é constituída por duas proposições unidas por uma implicação lógica (portanto). 
Para facilitar a identificação, a implicação lógica está grafada em negrito na frase. Para a perspectiva crítica as explicações para o fracasso escolar não podem ser encontradas apenas no indivíduo encaminhado para a avaliação psicológica, portanto, para compreendermos o fracasso escolar é necessário estar atento ao campo de forças no qual esse fenômeno se manifesta.
Assinale a alternativa correta:
(A) somente a 1ª proposição é verdadeira.
(B) somente a 2ª proposição é verdadeira.
(C) ambas são falsas.
(D) ambas são verdadeiras, mas a implicação lógica torna a frase falsa.
(E) ambas são verdadeiras e mantém a relação lógica estabelecida na frase.
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Para pensar...
A frase a seguir é constituída por duas proposições unidas por uma implicação lógica (portanto). 
Para facilitar a identificação, a implicação lógica está grafada em negrito na frase. Para a perspectiva crítica as explicações para o fracasso escolar não podem ser encontradas apenas no indivíduo encaminhado para a avaliação psicológica, portanto, para compreendermos o fracasso escolar é necessário estar atento ao campo de forças no qual esse fenômeno se manifesta.
Assinale a alternativa correta:
(A) somente a 1ª proposição é verdadeira.
(B) somente a 2ª proposição é verdadeira.
(C) ambas são falsas.
(D) ambas são verdadeiras, mas a implicação lógica torna a frase falsa.
(E) ambas são verdadeiras e mantém a relação lógica estabelecida na frase.
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O que os laudos psicológicos não dizem sobre as crianças que não conseguem se escolarizar na escola pública? (Patto, 2017)
20
https://ead.unifeob.edu.br/hs-fs/hubfs/bem-vindo-ou-bem-vindo.jpg?width=706&name=bem-vindo-ou-bem-vindo.jpg
- que em uma sociedade de classes o Estado defende os interesses das classes dominantes, com poder político.
- que o ensino público brasileiro tem uma história marcada pelo descaso do Estado pela escola para o povo.
- que uma política educacional tecnicista sucateou a rede pública de escolas.
- que a burocratização da escola eliminou uma avaliação fecunda de qualidade do ensino oferecido.
- que a política salarial desestimula os professores e, frustrados, fazem dos alunos bodes expiatórios.
- que grande parte dos professores representa o preconceito, a raiva e o desrespeito aos pobres, traço de uma sociedade escravocrata, violenta e dominadora.
21
- que a vida escolar concretiza (os fatores acima) por meio de práticas e processos pedagógicos e administrativos produtores de dificuldades de aprendizagem dos bens culturais que cabe a escola transmitir.
- que as relações pessoais na escola são autoritárias e produtoras de estigma e exclusão.
- que a falta frequente de professores faz com que classes inteiras de alunos fiquem abandonadas por longos períodos, sendo rotuladas no ano seguinte como ‘fracas’.
- que todo esse processo é vivido com dor pelas crianças e causa-lhes danos na autoestima, os quais psicólogos irão entender como dificuldades escolares.
- que os resultados alcançados nos testes psicológicos dependem da história escolar, uma vez que esta exerce influência sobre a reação da criança à situação de avaliação e sobre o resultado obtido em testes saturados de atitudes e informações escolares que não poderiam se exigidas, como prova de inteligência, de crianças que não tiveram garantido o direito a uma escola de boa qualidade.
22
Críticas aos testes psicológicos
Portanto...
os testes psicológicos resultam em um ‘psicologismo’ que pressupõe que a dificuldade de aprendizagem e de adaptação escolar decorrem de distúrbios físicos ou psíquicos encerrados no próprio aluno.
são instrumentos ideológicos criados como forma de controle social e patologização social.
23
Avaliação psicológica da queixa escolar
na perspectiva crítica
Qual objeto de análise quando realizamos o diagnóstico de uma criança que nos foi encaminhada pela escola?
Como realizar essa avaliação psicológica?
Qual o objeto e a função das avaliações psicológicas em crianças encaminhadas com queixas escolares? Qual a prática diagnóstica de psicólogos em psicologia escolar crítica?
24
Avaliação psicológica da queixa escolar
na perspectiva crítica
É importante ao fazer a avaliação psicológica, incluir todos os elementos ampliando assim o espectro de causas para aquilo que pretendemos avaliar. 
Investigar a rede de relações e de práticas cotidianas produtoras do fracasso escolar – relações institucionais, relação professor aluno, procedimentos didáticos, relacionamento entre os alunos, a história escolar do aluno, professoras sobrecarregadas e mal remuneradas, etc.
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Avaliação psicológica da queixa escolar
na perspectiva crítica
Pensar o processo de avaliação da queixa escolar em harmonia com a perspectiva crítica requer uma mudança paradigmática.
Observem que ao alterarmos nosso paradigma alteramos nosso olhar e consequentemente as nossas ações. 
Assim, na perspectiva crítica o objeto de análise passa a ser o contexto das relações que produzem o fenômeno (não aprender) o objetivo do nosso trabalho será intervir no processo de produção da queixa escolar para rompê-lo. 
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Avaliação psicológica da queixa escolar
na perspectiva crítica
Questiona-se a ação comum da escola em encaminhar o aluno para avaliação psicológica pelos Serviços-Escola de Psicologia
Questiona-se a ação comum da psicologia em realizar um psicodiagnóstico neste aluno encaminhado
Cuidado com a avaliação, cuidado em não estigmatizar, compromisso ético-político, olhar não reducionista, olhar não patologizante, humanizar o humano, não coisificação do aluno, cuidado ao medicalizar para cuidar da diferença, cuidado ao compreender as características de personalidade como transtorno.
Necessária a reinvenção da avaliação psicológica (Adriana Marcondes, 2000)
27
Estudo de caso (3) - Paulo (9 anos) 
Relato da profa.:
Paulo é distraído, recusa-se a fazer as lições de casa, agressivo com os colegas, briga no recreio; não sabe ler e escrever; está no 4º ano do Ensino Fundamental I e será reprovado no final do ano. É gentil com a professora, mas agressivo com os colegas. É largado pelos pais e sua mãe frequentou ‘classe especial’ quando criança. No 1º ano escolar, Paulo teve quatro professoras. Nas aulas de educação física, a profa. relata que Paulo participa de todas as atividades com interesse, sendo respeitoso com os colegas. Quando estava no 2º ano fez psicodiagnóstico e no laudo consta: dificuldades para se concentrar e produzir coisas por si próprio, sempre dependendo da opinião de outra pessoa; baixa autoestima, sente-se ameaçado pelo mundo externo, defendendo-se deste com atitudes agressivas; intolerante a frustração, revelando medo, frente ao desconhecido; sente a figura paterna ausente e a figura materna como uma pessoa fraca. Paulo foi encaminhado para uma sala mais fraca, sala especial. (Marcondes, 2000)
28
Estudo de caso (3) - Paulo (9 anos)
Relato da profa.:
Paulo é distraído, recusa-se a fazer as lições de casa, agressivo com os colegas, briga no recreio; não sabe ler e escrever; está no 4º ano do Ensino Fundamental I e será reprovado no final do ano. É gentil com a professora, mas agressivo com os colegas. É largado pelos pais e sua mãe frequentou ‘classe especial’ quando criança. No 1º ano escolar, Paulo teve quatro professoras. Nasaulas de educação física, a profa. relata que Paulo participa de todas as atividades com interesse, sendo respeitoso com os colegas. Quando estava no 2º ano fez psicodiagnóstico e no laudo consta: dificuldades para se concentrar e produzir coisas por si próprio, sempre dependendo da opinião de outra pessoa; baixa autoestima, sente-se ameaçado pelo mundo externo, defendendo-se deste com atitudes agressivas; intolerante a frustração, revelando medo, frente ao desconhecido; sente a figura paterna ausente e a figura materna como uma pessoa fraca. Paulo foi encaminhado para uma sala mais fraca, sala especial. (Marcondes, 2000)
29
Avaliação psicológica da queixa escolar
na perspectiva crítica
O que o aluno tem que produz nele problemas de aprendizagem ou atitudes agressivas? 
O que a escola pode fazer frente a uma criança que reage agredindo quando algo lhe frustra, se recusa a cooperar, com baixa autoestima e medo do novo?
O que ocorre no processo de produção da queixa escolar?
30
Avaliação psicológica da queixa escolar
na perspectiva crítica
As perguntas da escola, o encaminhamento que a escola faz ao psicólogo e a avaliação psicológica produzida (laudo), buscam descobrir um atributo individual como justificativa para o fracasso escolar; trazem uma concepção de que o problema está NA criança e em sua família, sendo estas as causas das atitudes agressivas e do problema de aprendizagem.
Todas as conclusões sobre o fracasso escolar dizem respeito ao Paulo e a sua família (causas individuais), não permitindo entender COMO as atitudes de Paulo estão sendo produzidas.
Em psicologia escolar crítica a avaliação está no processo de produção da queixa.
31
Avaliação psicológica na escola em uma perspectiva crítica
A queixa escolar é constituída em uma história coletiva (e não em uma história individual). Avaliar a produção da queixa escolar implica buscar o quanto é possível alterar essa produção, afetando os fenômenos nos quais ela se viabiliza. O objeto, portanto, de investigação são ‘os fenômenos em intervenção’. (Marcondes, 2000, p.163)
No caso do aluno Paulo, os atravessamentos institucionais fizeram-se presentes, na produção da queixa; e a intervenção buscou um processo que potencializasse os alunos, as famílias e as professoras.
Ao intervir no processo de produção da queixa escolar com o intuito de romper com essa produção, entramos em contato com uma série de acontecimentos institucionais (não mais de Paulo), mas sobre o funcionamento das relações escolares, nas quais Paulo também está inserido.
32
A partir da perspectiva crítica quais seriam as possíveis ações do psicólogo escolar?
Pesquisar os bastidores dos encaminhamentos, as versões dos vários profissionais e a história de vida da criança. Para tanto pode-se pedir ao professor que escreva a queixa, ler o prontuário dos alunos, verificar a versão e as expectativas dos diversos segmentos envolvidos no processo, as práticas pedagógicas cotidianas, etc.;
Realizar encontros com o grupo de crianças e com os pais. Com o intuito de pensar o processo de produção da queixa e o que poderia se feito para modificá-la, pode-se verificar a participação dos pais e dos alunos nos processos de decisão na vida escolar, conhecer as diferentes versões dos fatos, observar as relações de poder, obter o consentimento dos pais para o trabalho a ser realizado, entre outras ações.
33
A partir dessa perspectiva quais seriam as possíveis ações do psicólogo escolar?
Conversas com os professores para discussão dos acontecimentos em classe.
Devolver os aspectos percebidos no processo aos professores, pais e crianças, verificar as possibilidades, as modificações, problematizar as questões, colher e oferecer sugestões para que a queixa possa vir a ser superada.
Por fim, cabe ressaltar que avaliar o processo de produção da queixa implica em buscar o quanto é possível alterar essa produção afetando os fenômenos nos quais ela se viabiliza.
34
Encontro com grupo de alunos
O aluno tem uma compreensão sobre si mesmo como ‘fracassado’ e ‘incapaz’; compreende o ‘não saber’ como fracasso e impotência e não como uma situação de desafio. O diálogo com o aluno é na direção de entender o que acontece na escola e como pode ser o espaço escolar: o que não está indo bem na vida escolar e o que podemos fazer para melhorar? Problematizar os temas que estão sendo vividos.
Encontro com grupos de alunos para brincar e conversar sobre o cotidiano da escola, sobre sua história escolar e problematizar a questão do aprendizado. Para isso, escolhemos para realizar nos encontros, jogos e atividades que os alunos gostam de realizar e que já tenham aprendido. Com isso, identificar e desenvolver potencialidades para novos aprendizados. O trabalho em grupo de alunos visa potencializar a diversidade.
35
Encontro com grupo de alunos
As crianças não revelam nos encontros as atitudes pelas quais haviam sido encaminhadas. 
Se a criança é capaz de produzir algo de maneira diferente daquela que apresenta em sala de aula, não estamos falando de algo crônico e individualizado no corpo dela. 
A criança é capaz de outros aprendizados. Algo acontece no contexto de sala de aula que está impedindo da criança aprender (e a causa não está nela).
36
Portanto,
Avaliar o processo de produção da queixa a partir da proposta de diálogo com a instituição escolar, compreensão sobre suas práticas escolares e construção coletiva de estratégias para superação.
Incluir a escola na investigação e na intervenção (interlocução com a escola).
Desconstrução da queixa escolar trazida pelos professores e alunos.
Potencialização e fortalecimento de recursos internos tanto do aluno encaminhado quanto de seus professores.
37
Para pensar...
O psicólogo é chamado a uma escola de ensino fundamental, em função de problemas de indisciplina em uma quinta série. A partir desta demanda, baseado em concepções recentes de Psicologia Escolar que consideram como fundamental a análise da constituição da queixa escolar, na sua dimensão institucional, o profissional deverá atuar: 
(A) de maneira individual, ouvindo cada aluno, avaliando-o particularmente para buscar em aspectos de sua personalidade as causas do comportamento da indisciplina.
(B) como interlocutor qualificado, levantando diferentes versões sobre as questões escolares com pais, educadores e alunos, discutindo com tais protagonistas as possibilidades de intervenção.
(C) de maneira tão somente grupal, reunindo os alunos indisciplinados e realizando sessões terapêuticas em grupo, tendo a indisciplina como tema.
(D) como psicoterapeuta, encaminhando os alunos indisciplinados para atendimento em psicoterapia individual e grupal fora do ambiente escolar.
(E) como educador, organizando um ciclo de pelo menos três palestras com pais e professores sobre indisciplina escolar.
38
Para pensar...
O psicólogo é chamado a uma escola de ensino fundamental, em função de problemas de indisciplina em uma quinta série. A partir desta demanda, baseado em concepções recentes de Psicologia Escolar que consideram como fundamental a análise da constituição da queixa escolar, na sua dimensão institucional, o profissional deverá atuar: 
(A) de maneira individual, ouvindo cada aluno, avaliando-o particularmente para buscar em aspectos de sua personalidade as causas do comportamento da indisciplina.
(B) como interlocutor qualificado, levantando diferentes versões sobre as questões escolares com pais, educadores e alunos, discutindo com tais protagonistas as possibilidades de intervenção.
(C) de maneira tão somente grupal, reunindo os alunos indisciplinados e realizando sessões terapêuticas em grupo, tendo a indisciplina como tema.
(D) como psicoterapeuta, encaminhando os alunos indisciplinados para atendimento em psicoterapia individual e grupal fora do ambiente escolar.
(E) como educador, organizando um ciclo de pelo menos três palestras com pais e professores sobre indisciplina escolar.
39
Leitura próxima aula – 04/10/2021
A medicalização e a judicialização da educação e da sociedade.Dificuldades de escolarização em uma dimensão psicossocial por oposição a perspectivas biologizantes. Mitos e preconceitos sobre a criança que não aprende na escola. A patologização e biologização do que é pedagógico. 
Texto principal: 
COLLARES, C. A. L; MOYSES, MOYSES, M. A. A. Transformação do Espaço Pedagógico em Espaço Clínico (A Patologização da Educação). In Cultura e Saúde na Escola. São Paulo: FDE, p.025-031. (Série Ideias, 23). Disponível http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_23_p025-031_c.pdf Acesso 06/06/2021.
Texto complementar: 
FÓRUM SOBRE MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO E DA SOCIEDADE. Recomendações de práticas não medicalizantes para os serviços e profissionais de educação e saúde. 
Disponível em: http://medicalizacao.org.br/recomendacoes/ Acesso 06/06/2021.
Atividade: Estudo de Caso (4) - REGINALDO
40
ATÉ SEMANA QUE VEM!!!
41
Psicologia Escolar
Curso Psicologia
Universidade Paulista - UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Profa. Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
Prof. Dr. Rodnei Pereira
42

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