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Hemorragia digestiva → Alta – acima do ângulo de Treitz → Baixa – abaixo do ângulo de Treitz → Oculto – não se sabe da onde vem → Obscuro – investigou e não achou a origem Ângulo de Treitz = junção duodeno-jejunal TRIPÉ → Estabilização clínica → Investigar a etiologia → Tratar e prevenir ANAMNESE DIRIGIDA → Idade – causas específicas de acordo com determinadas faixas etárias / formas como essas faixas etárias vão responder ao sangramento → HMA - apresentação do sangramento*, tempo de apresentação / (intermitente/contínuo), presença de outros sintomas associados (síncope, emagrecimento, febre, dor abdominal, alteração do hábito intestinal, púrpura, etc) *TERMOS: Enterorragia = HD vultuosa (MUITO sangue e poucas fezes) – pode ser HDA ou HDB Hematoquezia = sangue vivo em pequena quantidade (+fezes do que sangue) – dçs anorretais, hemorroidas, fissuras Hematêmese = vômito com sangue Melena = sangramento alto (HDA) metabolizado pelas bactérias do intestino, incorporado as fezes = fezes enegrecidas e fétidas *Atenção à – epistaxe, hemoptise, vômica, gengivorragia – podem simular HD → AP – CA colorretal familiar? PAF (Gene APC)? → Medicações – anticoagulantes (marevan), antiplaquetários (AAS, clopidogrel), AINEs EXAME FÍSICO DIRECIONADO → Hipovolemia – choque hipovolêmico (trauma = ABCDE) → Pesquisar a causa SINAIS DE ALARME → >60 anos (idosos, beta-bloqueados, gestantes fazem sangramento sem alterar FC) → Choque / hipotensão postural → Comorbidades associadas → Medicações – AINE e anticoagulantes → Hematêmese/enterorragia volumosa → Melena persistente → Hemorragia em pcts internados – doentes críticos - queimados, VM, choque séptico (úlcera gástrica de estresse / lesão aguda de mucosa gástrica - LAMG) → Ressangramento em pcts já tratados endoscopicamente (Forrest) → Necessidade de transfusão sanguínea *Idosos/beta-bloqueados (ex. uso de propranolol) – sintomatologia atrasada não faz taquicardia *Pediátrico/gestante – apresentam sintomas com uma perda MAIOR ESTIMAR PERDAS → CORRIGIR → Oxigênio – se Sat<92% ou choque → Monitorizar FC, PA (alvo 100)-“100 problemas” → RL 1500-2000ml (500/reavaliar/500); 20ml/kg em cça → Exames seriados de Hb / Ht? – não é um bom parâmetro para perdas agudas (Ht demora de 2-3 dias para cair) → SVD – alvo diurese 0,5ml/kg/h; cça 1ml/kg/h LABORATÓRIO → HMG (6/6h) → Tipagem → Função renal, hepática → Coagulograma CONCENTRADO DE HEMÁCIAS → Ht<20% (Idosos Ht<30%) 1º ESTABILIZAÇÃO CLÍNICA PLASMA FRESCO CONGELADO (PFC) → INR>1,5 / plaquetas <50.000 → Se >10u hemácias = PFC + plaquetas + Ca (transfusão maciça) A-B-C → Acesso venoso → Laboratório → Cristaloide/sangue (choque III) → Monitorização → JEJUM → SNG-Sifonagem (sangue parado no estômago tem efeito catártico) – avaliar a drenagem (Sangue? Bile?) / lavagem com SF *EXCETO – cirrose, ascite, história de varizes esofágicas, estigma de insuf. hepática → Drogas? – Bromoprida (pró-cinética = melhora esvaziamento gástrico) / análogos da somatostatina (octreotide) Apresentação do sangramento sugere a localização HDA (80%) iniciar investigação pela EDA → Hematêmese → Melena → Enterorragia* – HDA volumosa (ex. úlceras duodenais de parede posterior – úlcera terebrante – perfuração da a. gastroduodenal) HDB (20%) → Hematoquezia vs enterorragia Atenção à estase (vômito enegrecido), epistaxe, hemopsite/vômica, alimentação (beterraba, sulfato ferroso, bismuto) podem simular HD Teste da catalase (sangue borbulha c/ peróxido de oxigênio) SNG – lavagem/drenagem EDA (procedimento de urgência) Drogas pró-cinéticas (30min antes da endoscopia, ajudam na visualização) – Bromoprida, eritromicina, metoclopramida → EDA (diagnóstica/terapêutica) → Drogas (IBP, análogos de somatostatina) → Cirurgia U = Úlcera Vu = Varizes La = Lesão aguda de mucosa gástrica (LAMG) NÃO VARICOSA (80%) → Úlceras gástricas/duodenais → Lesões agudas de mucosa (gastrite/ duodenite) → Mallory-Weiss → Tumores → Esofagites erosivas VARICOSA (20%) → Varizes esofágicas → Varizes esôfago-gástricas → Varizes gástricas isoladas → Gastropatia hipertensiva portal (alteração na mucosa gástrica devido à hipertensão portal – mucosa friável, em mosaico, sangramento em babação) → Varizes ectópicas (duodenais) ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA (EDA) • Urgência (24h) • Alto risco*: 0-6h • Baixo risco: 6-12h FORREST Ressangramento Sangramento Ia Pulsátil/jato 90% ativo Ib Não pulsátil/ “babação” 90% Sangramento recente IIa Vaso visível não sangrante 50% IIb Coágulo aderido 30% IIc Hematina na base (ponto enegrecido) 10% Sem sangramento III Base limpa/clara <5% 2º INVESTIGAR ETIOLOGIA 3º TRATAR E PREVENIR HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA TRATAMENTO CLÍNICO-ENDOSCÓPICO → Controle ácido → Controle de (re)sangramento Clínico → IBP (controle ácido; pH gástrico >6 – reduz risco de ressangramento) - Omeprazol 80mg bolus (ataque) + BIC 8mg/h (72h) → Suspender drogas (anticoagulantes/ anti- agregantes, AINE) → Tratar H. Pylori Endoscópico → Químico (adrenalina) → Mecânico (clipar) → Térmico (cauterizar) → Tratamento da úlcera é feito combinação de 2 técnicas diferentes (ex. adrenalina + clip) – apenas na HDA não varicosa! CIRURGIA Quando operar? • Instabilidade hemodinâmica (transfusão >6 concentrados de hemácias) • Choque + recorrência do sangramento • Falha endoscópica • Recorrência (>2 EDA) • Sangramento lento + transfusão >3 concentrados de hemácia/dia Úlcera duodenal → + grave → + sangrante → Cirurgia de Heineke-Mikulicz (pilorotomia + ulcerorrafia + vagotomia troncular + piloroplastia) → Antrectomia – úlcera de longa data/refratária à rafia – apenas se pcts ESTÁVEIS Úlcera gástrica → + maligna excisão da úlcera → + perfurante → 20% ressangramento se ressecção isolada → Alto risco/pct instável = UD (Heineke-Mikulicz) → Estável = Billroth 1, Billroth 2, Y-de-Roux → Úlcera tipo 1 (pequena curvatura baixa) B1 → Úlcera tipo 2 (corpo gástrico + UD) e tipo 3 (pré-pilórica) B2 → Úlcera tipo 4 (pequena curvatura alta) Y- de-Roux → Lacerações da mucosa esofágica junto a JEG → Hematêmese após vômitos vigorosos → Libação alcóolica *Sd. de Boerhaave (dor torácica) vs Mallory- Weiss (sangramento digestivo) → Hipoperfusão da mucosa gástrica (pcts críticos*) erosão por lesão ácida sangramento Pacientes de risco para LAMG: • UTI • VM>48h • Coagulopatia MALLORY-WEISS LESÃO AGUDA DE MUCOSA GÁSTRICA Ia Ib • Idosos • TCE / Glasgow<10 • Grande queimado (>35% SCQ) • Transplante • Politrauma • IRA → São pcts com indicação de PROFILAXIA com IBP (Omeprazol) → Lembrar que também são pacientes de risco para colecistite alitiásica (pcts críticos)... → Rara → Má-formação vascular em pequena curvatura alta (~6cm da JEG) → Homens, 40-50 anos, assintomáticos (sem história de HD), que abrem quadro de hematêmese → Tratamento endoscópico Hipertensão portal → Gradiente de pressão entre a veia porta e hepática >6mmHg → Se >12mmHg = risco de sangramento! → O aumento de pressão promove a circulação colateral a partir da v. gástrica esquerda, tributária do sistema porta, em direção ao esôfago distal/fundo gástrico → Quanto mais altas (distais) as varizes esofágicas, pior a hipertensão Profilaxia primária → Paciente nunca sangrou, mas tem varizes visualizadas à EDA → Beta-bloqueador (Propranolol) – diminui a FC e a pressão nos vasos, diminuindo o risco de sangramento Profilaxia secundária → Pct já sangrou, mas no momento, não está sangrando → Ligadura elástica Sangramento ativo → EDA (1ªs 24h) o Escleroterapia (melhor em grandemonta) – Polidocanol (polimerização c/ o sangue) o Ligadura elástica → Drogas análogas da somatostatina o Terlipressina, Somatostatina, Octreotide o Vasodilatadores esplâncnicos com atividade biológica – diminuem o fluxo local e reduzem a pressão varicosa - o Manter por 5-7 dias = medicação EV, utilizada APENAS no quadro agudo (risco de IAM); saiu do sangramento agudo, suspender a medicação o Prevenção de novos episódios (>chance de ressangramento neste período) o 85% de eficácia em parar o sangramento, se associada a EDA → ATB (5 dias) – profilaxia PBE (cirróticos) – Ceftriaxona/Ciprofloxacino/Norfloxacino o Ascite drenar (PMN>250 / cultura+) = tratar PBE (peritonite bacteriana espontânea) – assintomática (não tem sinais de irritação peritoneal) Se falha? → Balão de Sengstaken-Blakemore o Paciente INSTÁVEL, com sangramento incontrolável/EDA indisponível o “Ponte” = máx 24h o Balão gástrico – 200-400ml + tração o Balão esofágico 30-50mmHg (cuffometro) – esvaziar a cada 8h, por 15’ (risco de necrose da mucosa esofágica) o Rx controle → TIPS (shunt portossistêmico intra-hepático transjugular) o Stent v. porta – v. hepática o Idealmente, 1ªs 24-48h de sangramento o “Ponte” até o transplante hepático o Child C, pressão portal >20mmHg o Contraindicações absolutas – insuficiência cardíaca direita, doença hepática policística Di = Divertículo C = Câncer/Cu A = Angiodisplasia CÓLON (95%) → Doença diverticular do cólon (40%) → Doenças anorretais (15%) → Isquemia colônica → Neoplasia → Colite infecciosa → Doença inflamatória intestinal LESÃO DE DIEULAFOY VARIZES ESOFÁGICAS HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA DELGADO (5%) → Angiodisplasias (malformações vasculares) → Doença de Crohn → Divertículo de Meckel EXAMES DE IMAGEM Cintilografia → Mais sensível, detecta fluxos pequenos → Localização grosseira → Não invasivo → Feita em até 24h possibilita melhor diagnóstico em casos intermitentes Arteriografia → 1ª escolha nos sangramentos maciços (- sensível) → Em sangramentos moderados, pode ser guiada após cintilografia → Femoral > mesentérica superior → Pode ser terapêutica – injeção de vasopressina, embolização → Complicações (10%) – hematoma local, trombose femoral, reação ao contraste, IRA Colonoscopia → Sangramentos mínimos, pct estável → Requer preparo = NÃO é feito na urgência → Permite intervenção terapêutica → >Frequência de diverticulose/diverticulite à esquerda → Sangramentos volumosos +comuns à direita (base > dos divertículos) → Sangramento indolor → 80% autolimitado → 10% ressangram em 1 ano, 50% em 10 anos Tratamento → Estabilização/localização do sangramento → Colonoscopia (epinefrina, eletrocoagulação, clipes – 2 métodos) → Arteriografia e embolização em pacientes com risco cirúrgico alto → Vasopressina – controle do sangramento → Colectomia subtotal (localizado) → Colectomia total + anastomose ileorretal – doentes com sangramento de difícil controle que não se identifica a fonte do sangramento → Malformação venosa, sangramento menos intenso → Origem desconhecida → Mais comum no ceco e sigmoide → Hematoquezia indolor → Mais comum >60 anos → HMG alterado, sangue oculto nas fezes+ = sangramento oculto? → Investigou e não achou a causa = sangramento obscuro → Capsula endoscópica/enteroscopia → Ectopia de mucosa gástrica que sangra com a passagem do suco entérico, devido ao pH alcalino → Enterorragia vultosa, indolor → Lactente (<2 anos) → Palidez, síncope, choque → Diagnóstico – cintilografia DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON ANGIODISPLASIA DIVERTÍCULO DE MECKEL
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