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ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS, BOMBAS, LINHAS DE RECALQUE Introdução ■ As bombas são utilizadas nos circuitos hidráulicos, para converter energia mecânica em energia hidráulica; ■ A ação mecânica cria um vácuo parcial na entrada da bomba, o que permite que a pressão atmosférica force o fluido do tanque, através da linha de sucção, a penetrar na bomba. A bomba passará o fluido para a abertura de descarga, forçando-o através do sistema hidráulico. Introdução ■ As normas e especificações do Hydraulic Institute estabelecem quatro classes de bombas: – Centrífugas; – Rotativas; – De êmbolo (ou pistão); – De poço profundo (tipo turbina). Bombas centrífugas Bombas centrífugas ■ Sua classificação é feita segundo vários critérios: – Movimento do líquido ■ Sucção simples (rotor simples); ■ Dupla sucção (rotor de dupla admissão). – Admissão do líquido ■ Radial (tipo voluta e turbina); ■ Diagonal (tipo Francis); ■ Helicoidal. Bombas centrífugas – Números de rotores (ou estágios) ■ Um estágio (um rotor); ■ Estágios múltiplos (dois ou mais rotores). – Tipos de rotores ■ Rotor fechado; ■ Rotor semifechado; ■ Rotor aberto; ■ Rotor a prova de entupimento (non clog). Bombas centrífugas Radial tipo Francis Helicoidal Bombas centrífugas – Posição do eixo ■ Eixo vertical; ■ Eixo horizontal; ■ Eixo inclinado – Pressão ■ Baixa pressão (Hman ≤ 15 m); ■ Média pressão (Hman de 15 a 50 m); ■ Alta pressão (Hman ≥ 50 m) Potência dos conjuntos elevatórios ■ O conjunto elevatório (bomba-motor) deverá vencer a diferença de nível entre os dois pontos mais as perdas de carga de todo o percurso (perdas localizadas e por atrito); ■ Denominam-se: – Hg = altura geométrica (diferença de nível); – Hs = altura de sucção (altura do eixo da bomba sobre o nível inferior); – Hr = altura de recalque (altura do nível superior em relação ao eixo da bomba). Potência dos conjuntos elevatórios Hg = Hs + Hr Potência dos conjuntos elevatórios – Hman = altura manométrica Hman = Hg + hf (perdas de carga totais) – A potência de um conjunto elevatório será: ■ P = potência em cv ou HP (1 cv = 0,986 HP) ■ ɳ = rendimento global do conjunto elevatório. ɳ = ɳmotor . ɳbomba Altura Manométrica - Hman ■ A altura manométrica representa a energia absorvida por unidade de peso do líquido ao atravessar a bomba. ■ É a energia que a bomba deverá transmitir ao líquido para transportar a vazão “Q” do reservatório inferior ao superior. ■ Portanto, Hman deve vencer o desnível geométrico, as perdas de carga e a diferença de pressões nos reservatórios. Altura Manométrica - Hman Altura Geométrica ou Altura Estática (Hg) Curvas características das bombas centrífugas ■ São os diagramas que os fabricantes fornecem aos possíveis usuários, onde estão expressos em forma de gráfico, a altura desenvolvida pela bomba, eficiência, potência no eixo e NPSH em função da capacidade da bomba. Altura de sucção disponível - NPSH ■ Há um limite de pressão de vácuo que pode se atingir na sucção de uma bomba. Caso a bomba trabalhe abaixo desse limite, ocorrerá um fenômeno denominado cavitação. ■ Esse limite existe, pois em uma determinada pressão de vácuo, dependendo da temperatura e volatilidade do líquido pode-se alcançar a ebulição. ■ Assim, formam-se bolhas de vapor que viajam da zona de baixa pressão na bomba (sucção) até a zona de alta pressão (saída do rotor). Neste ponto colapsam, produzindo fortes correntes de líquido que provocam erosão nas partes metálicas da bomba. Durante a cavitação gasta-se energia para acelerar o fluido, o que resulta em uma perda de eficiência da bomba. Alterações nas condições de funcionamento ■ Os efeitos de alterações nas condições de funcionamento de uma bomba não devem ser avaliadas exclusivamente em relação a potencia; ■ É necessário o exame das curvas características que indicam a variação do rendimento; ■ As alterações na altura manométrica real da bomba trazem as seguintes consequências: – Aumentando-se a Hman, a capacidade Q e a potencia absorvida diminuem; – Reduzir a Hman, a descarga Q e a potencia absorvida elevam-se. Alterações nas condições de funcionamento ■ É por isso que, fechando-se o registro de saída de uma bomba centrífuga, reduz-se a potência necessária para o seu funcionamento (aumento da perda de carga e Hman); ■ É recomendável, o fechamento do registro da canalização de recalque ao se dar a partida a uma bomba centrífuga; ■ O aumento ou redução da velocidade (rpm) pode ser avaliado pelas equações: Alterações nas condições de funcionamento ■ Ex: Uma bomba centrífuga de 20 HP, 40 l/s e 30 m de altura manométrica está funcionando com 1750 rpm. Quais serão as consequências de uma alteração de velocidade para 1450 rpm? Bombas trabalhando em série e em paralelo ■ ƒ Podemos avaliar algumas razões para a associação destes dispositivos: – Razões técnicas: quando um desnível elevado acarretar em um rotor de grande diâmetro e alta rotação, e com isso altas acelerações centrífugas e dificuldades na especificação de materiais. – Razões econômicas: quando o custo de duas bombas menores é inferior ao de uma bomba de maiores dimensões para fazer o mesmo serviço. Bombas trabalhando em série e em paralelo ■ A potência consumida na associação é igual a soma das potências individuais → para qualquer associação de bombas hidráulicas (série ou paralelo); ■ Assim, supondo-se uma associação de duas bombas hidráulicas, A e B, pode-se escrever: ■ Substituindo pela fórmula da potência: Bombas trabalhando em série e em paralelo ■ Bombas em série: – Várias bombas podem ser operadas em série, ou seja, conectadas sucessivamente, em linha, com a finalidade de fornecer alturas maiores do que forneceriam individualmente. – Operam à mesma vazão, sendo a altura fornecida igual à soma das alturas desenvolvidas por cada bomba. Bombas trabalhando em série e em paralelo Bombas trabalhando em série e em paralelo ■ Bombas em paralelo: – A adição de duas ou mais bombas em paralelo é útil nos sistemas em que se requer vazões variáveis. As bombas ajustam suas vazões de tal maneira que mantém constante as diferenças de pressão entre os pontos 1 e 2. Essas bombas devem fornecer alturas praticamente iguais. Bombas trabalhando em série e em paralelo Dimensões dos poços de sucção ■ As bombas de eixo vertical do tipo axial, por serem mais sensíveis às condições de tomada de água nos poços de sucção, exigem um estudo mais cuidadoso. ■ A área mínima de um poço de sucção individual (isolado) deve ser 12,5 vezes a área da seção de entrada na tubulação. A área da seção de escoamento na parte inicial do poço deve ser pelo menos 10 vezes a área da seção de entrada na tubulação de sucção. Dimensões dos poços de sucção ■ A altura mínima de água acima da boca de sucção, para a formação de vórtices, deve ser maior ou igual a uma vez e meia o diâmetro (h > 1,5 D). Dimensões dos poços de sucção Canalização de sucção ■ A canalização de sucção é executada com um diâmetro imediatamente superior ao do recalque; ■ A canalização de sucção deve ser a mais curta possível, evitando-se ao máximo as peças especiais; ■ A altura máxima de sucção acrescida das perdas de cargas deve satisfazer as especificações estabelecidas pelo fabricante das bombas; ■ Teoricamente, a sucção máxima seria de 10,33 m no nível do mar (1 atm); ■ Na prática, é muito raro atingir 7,00 m. Para a maioria das bombas centrifugas, a sucção deve ser inferior a 5 m. Canalização de sucção Disposição satisfatória das bombas Funções de Alguns aparelhos da instalação elevatória ■ Válvula de pé: Mantém cheia a tubulação de sucção quando o motor não está em funcionamento ( fluxo unidirecional); ■ Crivo: Acoplado à válvula de pé (evita a entrada de partículas sólidas); ■ Redução Excêntrica: Adéqua o tubo de sucção (de maior diâmetro) à entrada da bomba (de menordiâmetro). Evita acúmulo de bolhas de ar, separação da coluna líquida e cavitação. Funções de Alguns aparelhos da instalação elevatória ■ Motor: Fornece energia mecânica à bomba (une-se à bomba pelo eixo). ■ Válvula de Retenção: Evita o retorno da água mantendo a coluna líquida na tubulação. ■ Registro: Controle da vazão, fechamento para manutenção da bomba ou tubulação de sucção (registro de gaveta -> mais utilizado). Velocidades Máximas nas Tubulações ■ A velocidade da água na boca de entrada das bombas, geralmente, está compreendida entre 1,5 a 5 m/s, podendo-se tomar 3 m/s como um termo médio representativo. ■ Na seção de saída das bombas, as velocidades são mais elevadas, podendo atingir o dobro destes valores. Influência da viscosidade ■ As curvas características de uma bomba centrífuga são obtidas para água a temperatura ambiente. Quando a bomba é usada para deslocar outro fluido, sua performance não será a mesma. Se o fluido é viscoso há mudanças: – (1) a bomba desenvolverá menor altura; – (2) a capacidade será reduzida; – (3) a potência requerida no eixo aumentará. NPSH: energia disponível no líquido na entrada da bomba (Net Positive Suction Head) ■ Carga positiva e efetiva na sucção; ■ Há dois valores a considerar: – NPSH requerido: característica hidráulica da bomba, fornecida pelo fabricante; – NPSH disponível: característica das instalações de sucção, calcula por: NPSH: energia disponível no líquido na entrada da bomba ■ Onde: – H= A distância vertical entre a superfície do líquido e a linha da bomba. +H = carga ou altura de água na sucção (positiva nos casos em que o tanque se encontra acima da linha da bomba) -H = altura de aspiração (negativa nos casos em que o tanque se encontra abaixo da linha da bomba) – Patm = pressão atmosférica no local – Pvapor = pressão de vapor (tabela) – hf = soma de todas as perdas de carga na sucção. NPSH: energia disponível no líquido na entrada da bomba ■ Para que uma bomba funcione bem, é preciso que: Cavitação ■ Quando a altura de sucção ultrapassando certos limites, podem apresentar problemas para a bomba hidráulica, com aparecimento do fenômeno da cavitação; ■ Quando a pressão absoluta em um determinado ponto se reduz a valores abaixo de um certo limite, alcançando o ponto de ebulição da água (para esta pressão) esse líquido começa a ferver e os condutos ou peças (de bombas, turbinas ou tubulações) passam a apresentar, em parte, bolsas de vapor dentro da própria corrente; ■ O fenômeno de formação e destruição dessas bolsas de vapor, ou cavidades preenchidas com vapor, denomina-se cavitação. Cavitação ■ O critério usualmente adotado para o exame das condições de funcionamento de uma instalação é devido a Thoma, aplicando a fórmula: ■ H = altura efetiva da bomba (manométrica); ■ Ha = altura correspondente à pressão atmosférica local; ■ Hv = altura devido à pressão de vapor de água; ■ Hs = altura de sucção da bomba. Cavitação ■ O gráfico da Figura a seguir dá indicações sobre as condições perigosas, em função da velocidade específica, em unidades americanas.: ■ N = Rotação(rpm) Canalização de recalque ■ Para determinar o diâmetro de recalque tem que definir anteriormente o tipo de operação do sistema moto- bomba, isto é, se o mesmo é continuo ou não. ■ Sistema operado continuamente: – O diâmetro de recalque (diâmetro econômico) é calculado pela Formula de Bresse a seguir apresentada; – D é o diâmetro, dado em metros, – Q é a vazão, em m3/s, – K é uma constante que depende da velocidade do recalque (no Brasil entre 0,7 e 1,5). Canalização de recalque Canalização de recalque ■ Sistema não operado continuamente (menos que 24 horas ao dia): – Para o dimensionamento das linhas de recalque de bombas que funcionam apenas algumas horas por dia, Forchheimer propôs a seguinte formula: – X = a relação entre o número de horas de funcionamento diário do conjunto elevatório e 24 horas. – Q = a vazão em m3/s. Figura: Gráfico para seleção de bombas Worthington (o primeiro número indica o diâmetro de saída) Exemplo 1 ■ Dimensionar a linha de recalque esquematizada na figura, com o critério de economia, e calcular a potência do motor para as condições seguintes. Q = 30 l/s Período de funcionamento = 24 h Altura de sucção = 2,5 m (Hs) Altura de recalque = 37,5 (Hr) Altura geométrica = 40 m (Hg). Exemplo 2 ■ Estima-se que um edifício com 35 pequenos apartamentos seja habitado por 275 pessoas. A água de abastecimento é recalcada do reservatório inferior para o superior por meio de conjuntos elevatórios. Dimensionar a linha de recalque, admitindo um consumo diário provável de 200 l/hab (máximo). As bombas terão capacidade para recalcar o volume consumido diariamente, em apenas 6 horas de funcionamento? Exemplo 3 Suponhamos que uma bomba de modelo hipotético seja colocada para operar com 35 mca de Hman, vazão de 32,5 m3 /h, altura de sucção de 2,5 metros e perda por atrito na sucção de 1,6 mca. A altura em relação ao nível do mar onde a mesma será instalada é de aproximadamente 600 metros, e a temperatura da água é de 30ºC. Qual será o NPSH requerido e o disponível, terá problema de cavitação? • VERIFICAÇÃO DO NPSHr: Conforme curva característica, para os dados de altura (mca) e vazão (m³/h) indicados, o NPSHr da bomba é 4,75 mca, confira a seguir. • CÁLCULO DO NPSHd:: • CÁLCULO DO NPSHd:: • A bomba nestas condições funcionará normalmente, porém, deve-se evitar: Aumento da vazão; Aumento do nível dinâmico da captação; Aumento da temperatura da água.
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