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AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SEUS ESTÍMULOS EM SALA DE AULA

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AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SEUS ESTÍMULOS EM SALA DE AULA
AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E SEUS ESTÍMULOS EM SALA DE AULA
UILZA, constancio1
AYRES DA SILVA, Jayme2[1]                   
RESUMO
Em seus estudos Gardner aponta para um ser humano com relações sociais e todas as atividades que ele desenvolve nesse meio e a influência da cultura sobre as ações humanas. Atente para a definição que ele dá para inteligência: “Uma inteligência é a capacidade de resolver problemas ou criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais critérios culturais.” Assim, segundo ele, o meio cultural contribui para o desenvolvimento da inteligência.  Estudos apontam para uma grande preocupação com a inteligência em sala de aula com foco exclusivo nas áreas já estabelecidas na grade curricular. Porém Gardner descreve considerações sobre desenvolvimento das inteligências e como motivá-las em sala de aula. Preocupado em atender as áreas das inteligências múltiplas, Celso Antunes propõe a utilização de jogos tanto de natureza material quanto verbal para estimular as inteligências múltiplas de maneira interdisciplinar sem desprezar os princípios dos parâmetros curriculares nacionais. Haetinger (1998), em seu livro Criatividade Criando Arte e Comportamento, (p. 9) diz que o professor como facilitador do processo ensino aprendizagem deve ter uma postura e relacionamento de confiança entre os envolvidos em um trabalho que visa o desenvolvimento de habilidades. Haertinger, afirma também que a criar é tirar dessa experiência novas respostas, outros caminhos para ação e a seguir. Por tanto, o bom trato do desenvolvimento das inteligências múltiplas depende do professor uma vez que é ele quem trabalha as competências nos alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Inteligência, estímulos, habilidades, múltiplas, competência.
ABSTRACT
In their study Gardner suggests a human being with social relationships and all activities that it develops in this environment and the influence of culture on human actions. Note the definition he gives to intelligence: "An intelligence is the ability to solve problems or create products that are valued within one or more cultural criteria. According to Gardner the culture medium contributes to the development of intelligence. Studies show a great concern with the intelligence in the classroom with exclusive focus on areas already established in grid curriculum. But Gardner describes considerations for development of the intelligence and how to motivate them in the classroom. Anxious to meet the areas of multiple intelligences, Celso Antunes proposes the use of games both substantial and verbal to stimulate multiple intelligences in an interdisciplinary manner without neglecting the principles of national curriculum guidelines. Haetinger(1998), in his book Creating Art and Creativity Behavior, (p. 19) says the teacher as facilitator of the learning process should have an attitude and relationship of trust between those involved in work that aims to develop skills. Haertinger, also states that the build out of this experience is new answers, and other avenues of action to follow. Therefore, the good treatment of the development of multiple intelligences depends on the teacher as it is he who works skills in students.
 KEY-WORDS: Intelligence, incentives, skills, multiple, competence.
1.0     INTRODUÇÃO
Este estudo tem como ponto de partida a necessidade de chamar a atenção para a concepção de inteligência concebida pela escola historicamente e expandir a visão uma educação baseada no novo paradigma das tendências intelectuais que enfatiza as inúmeras capacidades humanas passando desde a inteligência musical até o próprio conhecimento interior.
Uma aprendizagem, segundo a teoria das inteligências múltiplas, exige que as escolas renovem suas filosofias seculares e seu ponto de vista sobre a inteligência e medite sobre a particularidade de cada indivíduo e seu intelecto, colocando a educação centrada no indivíduo cujo plano superior seja necessidade do pensamento crítico e criativo bem como o entendimento.
Em 1993, Howard Gardner apresenta sua teoria das inteligências múltiplas. Esta constitui um desafio às teorias clássicas da inteligência que era medida por testes que visavam definir a capacidade intelectual da pessoa, porém pouco abrangentes e que não avaliavam adequadamente a sucessão de habilidades humanas que merecem investigação. Em seus estudos concluiu então que avaliar a mente humana vai muito mais além de um resultado de teste que visa verificar as habilidades para justificar o desempenho escolar. Segundo ele, o indivíduo, é permeado pela sua cultura e desenvolve-se influenciado por ela muito mais que sua própria autoridade intelectual. Fundamentalmente, este estudo visa chamar a atenção para a diversidade que existe em uma sala de aula com as mais diferentes capacidades que vão além das expressas em uma grade curricular.
2.0     PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
           Este artigo tem como embasamento uma consideração séria e ampla através de pesquisas bibliográficas à literatura do criador da teoria das inteligências múltiplas Howard Gardner e Celso Antunes importante estudioso da inteligência no Brasil e outras literaturas que tratam do assunto exposto neste estudo. Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66), “a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado", estudo em livros, revistas, jornal, monografias, teses, dissertações, busca na internet serão o suporte imprescindível para que esta pesquisa seja munida de elementos para apresentar a argumentação fornecida através do contato direto com todo material já escrito sobre o tema a discorrer. Por isso, e para uma melhor compreensão das obras escolhidas para fundamentar este estudo favorecendo uma melhor abordagem temática sobre as inteligências múltiplas, bem como suas aplicações e implicações em sala de aula, a leitura e análise de obras dos autores que desenvolvem estudos sobre as ações a serem desenvolvidas para estimular as inteligências múltiplas.
3.0      DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
3.1      Inteligências múltiplas
Inteligência, faculdade de aprender, intelecto. Esta é a definição dada por Aurélio (2009). A etimologia deste vocábulo é de origem latina e formado pela união de duas palavras: inter = entre e eligere = escolher. Porém esta visão é demasiadamente limitada diante da dimensão que Gardner deu a ela em seus estudos definindo-a como capacidade mental de natureza própria, capaz de realização e implica em mais de um sistema sensorial prontos para processamento de informações, onde os desempenhos intelectuais capacitam o indivíduo para resolver problemas. Ela não se desenvolve isoladamente, pois os seres humanos vivem em sociedade, então as relações e experiências no conjunto estão intrínsecos no desenvolvimento de uma inteligência. É proeminente que os profissionais da educação saibam “a identificação da história desenvolvimental da inteligência e a análise de sua susceptibilidade à modificação e treinamento”. Gardner (1994 pag.49). Ou seja, é justamente ela que apontará a melhor forma de proceder para se chegar à solução que seja válida de uma cultura.
Segundo Gardner, Kornhaber e Wake (1998 pag. 61) em 1900 o psicólogo francês Alfred Binet, explorador da compreensão, julgamento, raciocínio e invenção investiga estas habilidades em crianças das séries iniciais. Destes estudos resultou o primeiro teste de inteligência. A finalidade deste teste era investigar habilidades em crianças retardadas e crianças normais com níveis graduados de dificuldades para crianças de idades cronológicas diferentes.  Conhecimento prático e cotidiano constituíam a questões do teste. Descobriu então, a individualidade infantil. A partir desta constatação, Binet passa a defender a necessidade de diferentes testes para investigar as várias capacidades que são peculiares em cada criança.
        Aproximadamente em 1913, as investigações psicológicas de Binet foram afrontadaspor Watson que alegava a subjetividade dos relatos introspeccionistas. Na década de vinte a quarenta, psicologia experimental, ganha força centrando suas investigações em como os comportamentos são prendidos ou adquiridos. Através do biombo estímulo/resposta os estudiosos concluem que as respostas especificas eram reações a eventos do meio ambiente. Os comportamentalistas enfatizam o meio como determinante para desenvolvimento das capacidades humanas. “A teoria comportamentalista teve impacto sobre as ideias acerca da inteligência e da educação”. (Howard Gardner, Mindy L. Kornhaber-Warren K. Wake pag. 66, 1996). Na busca sobre as leis que regem a aprendizagem e a inteligência, os comportamentalistas tem como opositores os eugenicistas defendendo a biologia como regente da inteligência Humana. Várias tentativas de explicar examinar a inteligência aconteceram ao longo do tempo. Gardner, p. 66, 1996 cita Descartes, filósofo racionalista que afirmava que os seres humanos possuíam conhecimento inato, Lucke, um empirista defensor do conhecimento adquirido através de experiências sensoriais do mundo e a capacidade de refletir sobre as próprias operações mentais. Os cientistas do século XIX, com a descoberta das relações entre os sentidos e o sistema nervoso, entre o cérebro e as habilidades humanas.
Howard Gardner propôs inicialmente sete inteligências. Em estudos posteriores admitiu a existência de um número maior ou até mesmo menor de inteligências. Defende inteligências relativamente autônomas para explicar os diversos papéis assumidos pelos seres humanos no seu meio, como professor, psicólogo, fazendeiro, economista, artista.  Evidências para dar suporte à teoria da IM de Gardner foram buscadas diversos estudos feitos por ele. Em pessoas que sofreram lesão cerebral por derrame ou trauma. Nos quais encontra evidências de inteligências. Mesmo tendo uma área do cérebro afetada, prejudicando a fala, esta mesma pessoa apresenta outras capacidades preservadas, ajuda Gardner sustentar a noção de inteligências separadas. Ao estudar populações especiais como os prodígios e os savants, onde o primeiro apresenta admiráveis realizações em matemática, xadrez e outras disciplinas cedo demais e o segundo apresenta QI baixo, evidenciaram para Gardner que as inteligências são capacidades separáveis. Ao utilizar a psicologia experimental e a psicologia cognitiva para apoiar a sua teoria descobriu que certas capacidades atuam de forma autônoma e outras não. Mesmo tendo criticado a avaliação psicométrica Gardner afirma “que os padrões de correlação, ou a ausência de correlações elevadas, ajudam a indicar a relativa autonomia de algumas inteligências”. (Howard Gardner, Mindy L. Kornhaber-Warren K. Wake pag 216, 1996). A trajetória  desenvolvimental característica  é outra fonte de evidência para sua teoria. Também se valeu da biologia evolutiva na qual buscava as origens das inteligências humanas nas inteligências  dos seus predecessores. Apoiou-se também nos sistemas simbólicos por considerar estes os meios que por possuírem características distintas podem ser, aprendido, assimilado ou armazenado pela mente humana.
O uso de símbolos foi a chave na evolução da natureza humana, dando surgimento ao mito, à linguagem, à arte, `a ciência; ele foi também central nas mais elevadas conquistas criativas dos seres humanos, todas as quais exploram a faculdade simbólica humana. (GARDNER, 2009, p. 20).
Após criterioso estudo destas evidências, e Gardner chegar à conclusão de que a inteligência é um potencial que permite ao indivíduo desencadear o pensamento necessário para tipos específicos de conteúdo, ele passa a defender sete inteligências: inteligência linguística, inteligência musical, inteligência lógico-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência intrapessoal e inteligência interpessoal.
3.2      Síntese das inteligências múltiplas
3.2.1     Inteligência linguística
 A linguagem parece depender do lóbulo temporal esquerdo intacto. Avarias a esta área neural ou anomalias que afetam seu desenvolvimento podem ocasionar problemas de linguagem. Defende Gardner. No entanto, segundo ele, uma criança que nos seus primeiros anos de vida teve parte do cérebro retirado ela desenvolverá a capacidade de falar por ser esta de suma importância e muito necessária na comunicação, a linguagem se desenvolverá no lado direito que a partir de então passa a utilizar estratégias linguísticas de forma diferenciada das demais pessoas normais. Um exemplo notório da inteligência linguística são os poetas. Através deles Gardner percebeu que para construir os versos ou estrofes implicaria o funcionamento de alguns aspectos centrais da inteligência linguística, para ter tanta habilidade e sensibilidade quanto ao significado das palavras a ponto de mexer com as emoções tanto de quem compõe quanto do leitor. Esta é a competência intelectual que os seres humanos mais compartilham. Gardner, autor da teoria das inteligências múltiplas ressalta ainda quatro aspectos do conhecimento linguístico que é de grande relevância para na sociedade humana:
- Aspecto retórico da linguagem: habilidade para usar a linguagem para convencer as pessoas, influenciando nas suas atitudes. Lideres políticos e especialistas em direito são os melhores exemplos desta capacidade porque neles ela se desenvolveu num grau elevadíssimo.
- Aspecto mnemônico da linguagem: presente em pessoas capazes de lembrar informações como listas, regras, procedimentos e instruções.
- Seu papel na explicação: fundamental no processo ensino aprendizagem, pois na forma verbal ou escrita é um veículo ideal para transmissão de conceitos.
- Metalinguística: constitui na capacidade de usar a própria linguagem para raciocinar sobre a linguagem.
            A inteligência linguística, que é a capacidade para a fala e própria de todas as culturas e se desenvolve muito rápido entre pessoas normais é exemplificada por poetas, advogados, jornalistas, publicitários.
             Fundamentado nos estudos de grupos de cientistas do Centro do Aprendizado e da Atenção, juntamente à análise feita nos estudos da Doutora Sally Shaywitz, Celso Antunes (2010, p. 44), escreveu que “as crianças necessitam entender os sons da língua e as relações entre estes e as letras que simbolizam a fonética para aprender ler.” Sendo assim, os alfabetizadores devem fazer uso da fonética para que o domínio da inteligência linguística seja eficaz como instrumento indispensável ao homem moderno.
            Segundo Celso Antunes (2010, p. 46) a postura do regente é ser constante incentivador da oralidade e interlocução. Fazer da sala de aula um espaço estimulador com possibilidades de expressões verbais para se conhecer os intentos do outro e desenvolver a habilidades para ouvir e falar. Expressar opiniões, inventar e ter ouvintes que estimulem a exteriorização das suas intenções proporcionam à criança o desenvolvimento da inteligência linguística. Antunes ainda reforça a necessidade de propor atividades escritas como diário e uso de dicionário. Ele ressalta que a partir dos sete anos, os jogos operatórios como jogo de palavras são importantes estimuladores da inteligência linguística, da mesma forma que a leitura e a reescrita de história, sejam elas da própria vivência da criança ou não, reais ou imaginárias.
3.2.2   Inteligência musical
            Apenas fazendo um empréstimo do senso comum para abordar esta temática estudada por Gardner, esta habilidade é própria das pessoas que “tem a musica à flor da pele”. A inteligência musical permite às pessoas criar, comunicar e compreender toda a expressão que os sons comportam. Crianças com notória habilidade musical precoce surpreendem pela facilidade para tocar um instrumento, memorizar e cantar dentro do tom de uma música. Um ambiente onde a família é envolvida pela musica estimula o desenvolvimento desta habilidade. Logo o trabalho com sons, ritmos, variações harmônicas, melodias se seguirá com naturalidade.  A maioria das capacidades musicais, inclusivea capacidade central da sensibilidade ao tom, está localizada, na maioria dos indivíduos normais, no hemisfério conforme explica Gardner (2009). No entanto é importante revelar um fator que Gardner definiu como complicante, que ao propor tarefas desafiadoras para pessoas bem treinadas as implicações no hemisfério esquerdo são crescentes enquanto no hemisfério direito são decrescente. Esta inteligência revela-se em instrumentalistas, os maestros, compositores, peritos em acústica e engenheiros de áudio.
             Perceber a alfabetização musical como uma das habilidades que a escola precisa estimular na criança para que o encantamento da linguagem sonora lhe seja significativa. Celso Antunes cita que os jogos para o estimulo à inteligência musical diferenciados em três linhas:
A primeira voltada a “ensinar a criança a ouvir” (jogos estimuladores da inteligência auditiva); outra “explorando de maneira mais fina sua sensibilidade para diferenças entre timbres e ruídos” (jogos estimuladores da discriminação entre timbres e sons); e a terceira para a compreensão de sons e para a compreensão dos sons e para o progressivo domínio da estrutura rítmica. (ANTUNES, p. 135. 2010).
Momentos no pátio para ouvir os diversos sons do ambiente, jogos operatórios e lúdicos do tipo Apito Oculto, excursões especificas para coletas de sons, programa de alfabetização sonora, emprego de gincanas sonoras, jogos musicais são sugeridos pelo pesquisador Celso Antunes como importantes estratégias para a estimulação da inteligência musical.
3.2.3   Inteligência lógico-matemática
            Conforme sustenta Gardner, esta inteligência implica na sensibilidade para usar e avaliar relações abstratas, padrões, ordem e sistematização. Constitui a habilidade de pessoas capazes de tratar com a abstração, rigor e ceticismo, criar padrões, capacidade de manejar com propriedade cadeias de raciocínios, de distinguir problemas significativos e resolvê-los. Gardner explica que o cientista precisa da matemática. Porém matemática e ciências são bem distintas. Enquanto uma está interessada na exploração de sistemas abstratos, a outra, no caso a ciência, deseja explicar a realidade. A criança com aptidão para a inteligência lógico-matemática apresenta facilidade para contar e fazer caçulos matemáticos, criar notações praticas de seu raciocínio. Esta inteligência se desenvolve no lado esquerdo, mas o hemisfério direito que afetam a linguagem pode influenciar nas operações matemáticas do hemisfério direito.
A capacidade de ler e produzir os sinais da matemática é mais frequentemente uma função do hemisfério esquerdo enquanto o entendimento das de relações numéricas e conceitos parece acarretar o envolvimento do Hemisfério direito. Dificuldades elementares na linguagem podem prejudicar o entendimento de termos numéricos. ( GARDNER, 2009, p.1 ).
            Apresentam esta inteligência matemático, programadores de computador, analistas financeiros, contadores, engenheiros e cientistas.
            O estímulo dessa inteligência será efetivo se os professores souberem “matematizar”, ou seja, levar o aluno a perceber que a matemática faz parte da vida das pessoas, (ANTUNES, 2010). Desenvolver na criança a ideia de conjunto, grandezas, espaço, tempo, instrumentos de medidas, classificação, seriação, relacionamento são requisitos importantes para o desenvolvimento da inteligência lógico-matemática que implica nas habilidades de conceituação, sistema de numeração, operações e conjuntos, instrumentos de medida, pensamento lógico. Celso Antunes observa que os alunos mediados por estratégias e jogos que visam o desenvolvimento mental voltado para capacidade do conhecimento matemático terão a oportunidade de ordenar, separar, comparar, identificar conceitos, agrupar, selecionar, sequenciar, calcular, associar. Desta forma, os alunos apropriarão de instrumentos que a escola utilizou e que ampliou sistematicamente a capacidade de manipular todos os símbolos matemáticos na resolução de problemas.
3.2.4   Inteligência espacial
            Descrita como a capacidade de perceber informações visuais ou visuais de maneira precisa, “efetuar transformações e modificações sobre as percepções iniciais e ser capaz de recriar aspectos da experiência visual, mesmo na ausência de estímulos importantes”. (GARDNER, p. 135, 2009).  As áreas cerebrais envolvidas na inteligência espacial segundo o citado estudioso é o hemisfério direito do cérebro, sendo as porções posteriores  do hemisfério direito o ponto mais determinante no  processamento espacial. Os estudos de Gardner com savants e prodígios comprovam que esta inteligência e independente. Pode-se comprovar esta sensibilidade à forma, ao espaço e à cor em pessoas como Picasso e Van Gogh.
3.2.5   Inteligência corporal-sinetésica
            Esta inteligência abrange o corpo ou partes do corpo e proporciona à pessoa a habilidade de manipular objetos, desenvolver e aperfeiçoar as habilidades físicas permitindo o controle sobre as atividades motoras amplas e finas. A atividade motora é predominante no hemisfério esquerdo do cérebro. Áreas do córtex cerebral, o tálamo, os gânglios basais e o cerebelo trabalham articulados fornecendo informações à medula espinhal e esta fará a ponte até que ação desejada seja efetiva. “Os gânglios basais e o cerebelo que contém as formas mais abstratas e complexas de representação de movimentos; o córtex motor está diretamente ligado à medula espinhal e à execução física de movimentos musculares específicos”. GARDNER (2009, p. 164). Bailarinos, cirurgiões, artesãos, dançarinos, alpinistas, malabaristas, ginastas e outros são exemplos de pessoas que patenteiam a inteligência corporal-cinestésica.
            Conforme Celso Antunes (2010) relatou o estímulo à inteligência cinestésica corporal vai muito mais além do que os jogos corporativos ou a prática da educação física adotada nas escolas ou mesmo atividades pedagógicas que estimulam a sensibilidade dos cinco órgãos dos sentidos e até mesmo a leitura em braile. Segundo ele, atividades ligadas à habilidades manuais, consertos elétricos domésticos, mímicas, desenvolvem esta inteligência com mais eficiência que aquelas que obrigam o aluno a permanecerem horas estáticos. A necessidade de se aplicar jogos que estimulem o desenvolvimento da inteligência corporal cinestésica conforme afirma Celso Antunes.
As linhas de estimulação em que se buscou classificar os jogos para a inteligência cinestésico-corporal são a motricidade, associada à coordenação manual e à atenção, a coordenação visomotora e tátil, a percepção de formas e percepção tridimensional ou estereognóstica, a percepção de peso e tamanho e jogos estimuladores do paladar e da audição. (ANTUNES, 2010, p. 153).
3.2.5      Inteligência intrapessoal
            Gardner (1993) enfatiza que esta inteligência refere-se à aptidão de uma pessoa para o conhecimento de si mesma, cujos processos mentais utilizados admitem a ciência dos próprios sentimentos tornando-a capaz de organizar a própria vida. A capacidade de discriminações de suas próprias comiserações, intenções e motivações oferecem ao personagem desta inteligência autoconhecimento proporcionando excelentes decisões na vida de quem a possui. Recursos interiores como motivação, altruísmo, identidade com o outro, reputação ilibada e mais uma soma de virtudes farão com que a pessoa tenha êxito na vida. Logo a experiência humana condicionada pelo bom relacionamento com o seu mundo interior e exterior, dentro do contexto social, deve aumentar a consciência ética, produtiva e criativa tanto no aspecto individual quanto coletivo. Gardner cita que indícios apontam os lóbulos frontais como as estruturas da maior importância em várias formas de conhecimento pessoal.
            Celso Antunes (2010, p. 81) reforça que na escola o estímulo à inteligência intrapessoal não pode ser desvinculado das outras inteligências. Considerar a individualidade de cada estudante e respeitar o ritmo de desenvolvimento da inteligência de cada um é um fator fundamentalpara estimulação desta habilidade. Segundo ele, a partir do momento que a criança estende suas relações da casa para a escola o docente deve criar oportunidades para a sociabilidade entre os membros da classe. Desenvolver esta inteligência implica em usar estratégias de sensibilização ajudando a criança a perceber e identificar suas emoções. Levar o estudante a perceber experiência que pode nos trazer as emoções, falar sobre elas orientá-las no sentido de desenvolver no aluno a capacidade de identificar-se com o outro. Antunes manifesta a necessidade de esclarecer os limites e evidenciar meios para que os alunos consigam resolver seus problemas.
3.2.6    Inteligência interpessoal
             Esta inteligência pessoal, conforme os estudos de Gardner é convergida para fora, manifestando-se na capacidade de compreender os sentimentos e atitudes dos outros. Pessoas com esta inteligência altamente desenvolvida são conseguintemente hábeis para agir em função das intenções e desejos do outro os fazendo comportar-se de acordo com as suas próprias expectativas. Exemplos marcantes desta inteligência são os líderes políticos e religiosos, pais lideres de empresas administradores, professores e indivíduos envolvidos com altruísmo.
            Conforme Celso Antunes, trabalhar as inteligências emocionais requer muito desvelo e persistência por ser esta uma atividade em a morosidade dos resultados prevalecem, mas atenuará implicações negativas. Em sua concepção, a estimulação a esta inteligência interpessoal não é muito difícil e complementa esclarecendo a importância do uso de métodos com fundamentos apropriados. Segundo ele:
Esses métodos integram em verdadeira multidisciplinaridade alguns fundamentos da educação, da psicologia, da neuroliguística e da psicopedagogia, e devem esclarecer diferenças claras e nítidas entre o seu enfoque “pedagógico”, a ser empregado com todos os alunos, da educação infantil á terceira idade, um enfoque “clínico”, voltado para casos específicos e que necessitam de ajuda psicológica e, algumas vezes, de tratamento neurológico e psiquiátrico. (ANTUNES, 2010, p. 89).
            Admitindo o alcance da influência da escola no campo emocional, é imprescindível que ela elabore um projeto de alfabetização emocional voltado também para o treinamento dos pais para que os mesmos possam ser tornar parceiros na estimulação da inteligência interpessoal. Vale lembrar as sugestões de Celso Antunes “sensibilização, oportunidade para que o aluno possa externar suas impressões e coletivamente, construir uma hierarquia de valores pessoais”.
3.2.7    Inteligência naturalista
            A inteligência naturalista foi a última que Gardner incluiu em seus estudos em 1995. Para ele é qualquer um que aplica esta atividade intelectual ao perceber objetos e compreender os sistemas naturais e artificiais, destacando o botânico, o ecologista, o paisagista, o granjeiro, o fazendeiro e até o exímio caçador, conforme relaciona Maria Esmeralda Ballestero – Alvarez (2008, p. 13).  No mesmo parágrafo escreve que qualquer um de nós aplica a inteligência naturalista quando reconhece pessoas, plantas, animais e outros elementos em nosso entorno.
            É sensato trabalhar com a educação ambiental na mais tenra idade escolar para que a estimulação a esta inteligência ocorra. Adiar este processo pode-se correr o risco de não se ter tanto interesse pelo mundo natural. O professor atento sabe que as crianças tem curiosidade e sensibilidade pela descoberta de tudo que se relaciona com a natureza. Por tanto, se souber aproveitar este peculiar aspecto as aulas serão para os estudantes muito fascinantes. Ensinar as crianças a olhar a natureza apreciando-a como quem aprecia a mais linda joia, buscando nela o seu valor. Envolver em jogos que acentue de forma muito divertida o interesse pela natureza. Envolver também a família no projeto de educação da inteligência naturalista. Não desprezar as atividades extraclasses como visita a rios próximos à escola, parques sítios, projetos de horta e jardinagem contribuirão para o potencial voltado à natureza.
4.0      CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo neste trabalho foi fornecer ao leitor uma oportunidade de refletir o aluno em primeiro lugar como uma pessoa que desempenha diferentes papéis no decorrer da vida. A teoria das Inteligências Múltiplas sintetizada neste artigo oferece argumentos para que o os responsáveis pela formação da criança passe a pensar na educação além do currículo escolar e incorpore a concepção construtivista em que o aluno elabora o seu conhecimento a partir das oportunidades criadas em sala de aula para o desenvolvimento das inteligências múltiplas que bem trabalhadas exerce seu papel original que oferece ao estudante a oportunidade de estabelecer autonomia e capacidade para resolver os seus problemas. Admitir e estimular essas inteligências representa respeitar as peculiaridades de cada aluno e torná-lo capaz de enfrentar a vida plenamente. As referencias bibliográficas adotadas para este trabalho não impõem uma nova ordem, mas levar à reflexão que faça o leitor a identificar o aluno como ser biológico, psicológico inserido histórica e culturalmente no seu contexto social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das inteligências múltiplas. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2010.
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 16ª Ed. São Paulo: Papirus, 2010.
BALLESTRO – ALVAREZ, María Esmeralda. Exercitando as Inteligências Múltiplas. Dinâmicas de grupo fáceis e rápidas para o ensino superior. 3ª Ed. São Paulo: Papirus, 2008.
BASSEDAS, Eulália; HUGUET, Tereza; MORRODÁN, Maite; OLIVÁN Marta; PLANAS, Mireia; ROSSEL, Montesserat; SEGUER, Manuel; VILELLA, Maria.  A intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. Ed. Rio Grande do Sul: Artmed 1996.
BUARQUE, Aurélio de Holanda Ferreira. Mini Aurélio, O Dicionário da Língua Portuguesa. 7ª Ed. Paraná: Positivo 2009.
CORREIA, Marcos Miranda. Trabalhando com jogos corporativos. 2ª Ed. São Paulo: Papirus, 2010.
HAERTINGER, Max. G. Criatividade, criando arte e comportamento.  2ª Ed. Rio Grande do Sul: Mm Produtores, 1998.
 GARDNER, Howard. Estruturas da Mente. A teoria das inteligências múltiplas. 6ª Ed. Rio Grande do Sul: Artmed, 2009.
GARDNER, Howard; KORNHABER, Mindy L.; WAKE, Warren K. Inteligências: Múltiplas Perspectivas. 1ª Ed. Rio Grande do Sul: 1998
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 1987.

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