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FILÓSOFOS-E-EDUCAÇÃO.

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO ......................................................................... 4 
3 ALGUNS FILÓSOFOS DA EDUCAÇÃO ..................................................... 6 
3.1 ALEXANDER SUTHERLAND NEILL .................................................... 6 
3.2 DELFIM SANTOS............................................................................... 10 
3.3 DERMEVAL SAVIANI ......................................................................... 14 
3.4 ERASMO DE ROTERDÃ ................................................................... 17 
3.5 IMMANUEL KANT .............................................................................. 20 
3.6 JEAN PIAGET .................................................................................... 23 
3.7 JEAN-JACQUES ROUSEAU ............................................................. 26 
3.8 JOHN DEWEY.................................................................................... 28 
3.9 KARL JASPERS ................................................................................. 30 
3.10 MARIA MONTESSORI .................................................................... 31 
3.11 MARTIN BUBER ............................................................................. 34 
3.12 MARTIN HEIDEGGER .................................................................... 36 
3.13 MICHEL FOUCAULT ...................................................................... 40 
3.14 PAULO FREIRE .............................................................................. 42 
3.15 PLATÃO .......................................................................................... 44 
3.16 RUDOF STEINER ........................................................................... 47 
4 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 50 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
As associações entre Filosofia e Educação são tão inerentes que John Dewey 
chegou a afirmar que as Filosofias são, em essência, Teorias Gerais de Educação. 
(TEIXEIRA, 1959). É preciso compreender que Dewey se referia à Filosofia como 
filosofia de vida. Estando a Educação como o procedimento pelo qual os jovens obtêm 
ou desenvolvem "as atitudes e disposições fundamentais, não só intelectuais como 
emocionais, para com a natureza e o homem", ficando manifesto que a Educação 
compõe a área de aplicação das Filosofias, e, também de sua composição e 
atualização. Antes mesmo que as Filosofias se tornassem explicitamente formuladas 
em sistemas, a educação já existia, como metodologia de perpetuamento da cultura, 
sendo então, o meio de se comunicar a visão do mundo e do homem. 
E, para confirmação, não deixa de ser relevante o fato que a primeira grande 
formulação filosófica, no Ocidente, se iniciou com os mais evidentes propósitos 
educativos. Os primeiros filósofos são igualmente os primeiros mestres, buscando 
reestruturar os valores da sociedade e, na realidade, reformar a educação corrente. 
Para Teixeira (1959), “eram, pois, filósofos e reformadores. Os estudos filosóficos 
formais nascem, assim, como estudos de educação. Os sofistas foram os "primeiros 
educadores profissionais" da civilização ocidental”. A linha característica dessa 
civilização, na frase de André Siegfried, apud Teixeira (1959), desde então consistiu 
no "hábito de tratar os problemas à luz da razão, liberta do mágico, do supersticioso 
e do irracional ". 
Desde então, a mentalidade ocidental manteve essa tradição, procurando 
subordinar a própria religião à razão e, “na realidade, toda a vida humana é um 
esquema coerente de ideias, compreendendo teorias do homem, do conhecimento, 
da sociedade e do mundo. ” (TEIXEIRA, 1959). O autor Teixeira, ainda acrescentou, 
“Como tais teorias são, todas elas, fundadas na teoria do conhecimento, faz-se esta 
a teoria-chave, não só para iluminar e esclarecer as demais, como, sobretudo, para 
comandar as consequências da filosofia, como um todo, sobre o processo educativo. 
” (TEIXEIRA, 1959). 
 
 
4 
 
2 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO 
O termo Filosofia apresenta vários conceitos e definições. Diariamente, é 
possível perceber uma infinidade de pessoas utilizando este termo, sem mesmo saber 
o seu verdadeiro significado. Mediante conceitos complexos apresentados pelos 
teóricos, a maioria das pessoas não prestam importância a isto. Silva Júnior apresenta 
um conceito básico para a Filosofia: 
“Conjunto de informações vindo de um esforço feito por parte dos seres 
humanos para a compreensão do mundo que os rodeia, e dar-lhe sentido, um 
significado compreensível”. Ao depararmos com um texto filosófico, nos 
apropriamos do conhecimento que o autor adquire do momento que o norteia, 
dando ênfase aos valores que dão sentido a esse mundo. (SILVA JUNIOR, 
2014). 
A Filosofia, se manifesta então, como um entendimento e que oferece um 
direcionamento para a ação do ser humano, ou seja, somente é possível agir a partir 
de uma concisa ou prolixa elucidação do mundo e da realidade. 
Mediante esse esclarecimento de como se dá o processo de filosofar, fica 
perceptível que não apenas pessoas donas de um grande e extenso conhecimento 
poderá praticar a Filosofia. Para Silva Júnior (2014) “quando não filosofamos, não 
temos um conjunto que nos oriente sobre o mundo, com isso, passamos a assumir o 
que é hegemônico na sociedade cotidiana, onde passamos a viver em ‘senso comum’, 
adquirindo conhecimentos aleatórios, sem a devida orientação sobre o mundo. Esse 
autor ainda acrescenta: 
O processo de filosofar, dar-se primeiro por inventariar valores, os quais 
serviram para orientar a sociedade sobre a prática humana, valores estes que 
são desvendados pela crítica, contudo, vê-se que o exercício de filosofar 
nada mais é que um esforço o qual é imaginado, ou inventário, possuindo o 
auxílio da crítica para a construção de conceitos. (SILVA JUNIOR, 2014). 
Por Educação, entende-se: 
“Uma tipologia de atividade a qual é caracterizada inteiramente por uma 
preocupação em relação a uma meta a ser atingida, a relação entre Filosofia 
e Educação possuem uma semelhança pelo fato de que a Educação tem o 
intuito de trabalhar com o processo de desenvoltura de novas gerações com 
a sociedade, e a Filosofia reflete como isto irá ocorrer na sociedade, com isso, 
a Filosofia acaba fornecendo uma reflexão referente à sociedade que a 
mesma está situada.” (SILVA JUNIOR, 2014). 
 
 
5 
 
Silva Júnior (2014) explana que existem três tendências filosóficas políticas que 
abarcar a Educação, que se fundamentaram ao longo da prática educacional. Tais 
tendências podem ser compreendidas a partir destes conceitos: educação como 
redenção; educação como reprodutora; educação como um meio de transformaçãoda sociedade. A Filosofia e Educação permanecem ligadas seja no tempo ou espaço 
isto jamais poderá ser mudado, por simplesmente está na existência do ser humano. 
Uma Pedagogia precisa ser instituída por subsídios voltados a Filosofia da 
Educação, estes em forma de processos socioculturais, forma de organização 
educacional e etc. É a partir desses pressupostos que poderá ser estabelecida uma 
pedagogia. Conforme Silva Júnior, 
A educação é concebida devido a três concepções, o que se pode questionar 
é a relação de sentido e valor o qual a educação se torna responsável pelo 
andamento que se tem a sociedade, no entanto, outros afirmam que a 
educação de alguma forma reproduz a sociedade, outro conceito que se pode 
citar, é que a educação é uma instância mediadora de uma forma de entender 
e viver na sociedade. (SILVA JÚNIOR, 2014). 
A educação vista sob a ótica da tendência redentora que busca idealizar a 
sociedade como um grupamento de indivíduos que existem e resistem em um 
organismo harmonioso, com desvios de grupos, estando algumas pessoas a margem 
de um todo. Dessa forma, a educação é percebida como um âmbito social a serviço 
da formação social do indivíduo. Ainda pode ser percebida como uma educação 
composta de forma integral e determinada parte da sociedade a repete em seu modo 
de vigência, abordando a educação como uma área dentro da sociedade, e assim 
continuada. 
De forma divergente da tendência redentora, a tendência reprodutora procura 
considera a sociedade como um componente dela própria. Essa tendência busca na 
educação algum entendimento que funcionará como intermédio a um projeto social, 
projeto conservador ou transformador, que serão utilizados na sociedade cotidiana. 
Esta tendência não se aplica ao serviço conservador, mas busca demonstrar que a 
educação é compreensível dentro da sociedade. 
Os teóricos da terceira tendência sustentam “que a educação não tem, e nunca 
terá um papel realmente ativo perante sociedade apenas considera a possibilidade de 
uma ação feita a partir de seus condicionantes históricos. ” Silva Júnior (2014). 
Mediante isto é possível entender que a terceira tendência pode ser entendida como 
 
 
6 
 
“crítica” tendo em vista ser uma área social por lutar por uma transformação coerente 
na sociedade. 
3 ALGUNS FILÓSOFOS DA EDUCAÇÃO 
As contribuições dos filósofos para a Educação começam por ajudar na 
compreensão dos papéis do professor e no desenvolvimento dos alunos, os limites e 
as potencialidades de sua atuação, além de o que fazer para melhorar suas práticas 
educacionais e pedagógicas. 
3.1 ALEXANDER SUTHERLAND NEILL 
 
Fonte: infoescola.com 
A.S. Neill foi um educador e escritor escocês, fundador da escola Summerhill. 
Tornou-se conhecido por defender a liberdade das crianças na Educação Escolar e 
também por ser pioneiro na aplicação teórica da Gestão Democrática nas escolas. No 
campo da Educação, Neill desconstrói as supostas “verdades” que formavam parte 
do quadro de valores da época quando despreza a visão cientificista de 
 
 
7 
 
origem positivista que exalta a primazia do(s) método(s) de ensino cartesiano na 
formação do indivíduo por este esquecer-se de dar valor à sensibilidade e aos afetos, 
condutores da felicidade do individuo enquanto aprendiz 
Neill fazia parte de uma numerosa família. Seu pai, um professor de Ensino 
Primário na zona rural, que usava um bastão de ferro para disciplinar a classe. Embora 
inserido nesse contexto, não fez o curso secundário no período regular como seus 
sete irmãos. Era uma pessoa tímida e pouco amigo dos livros, seu prazer era o 
trabalho com as mãos, mas resolveu trabalhar um tempo como auxiliar do seu pai e 
aos 25 anos de idade foi para a Universidade de Edimburgo onde se graduou em 
Inglês, e foi editor de arte de uma revista em Londres. 
Em 1914, se tornou diretor de uma pequena escola em Gretna Greem e lá 
escreveu seu primeiro livro: A Dominie Log (Diário de um Mestre-Escola). Nessa 
publicação, já manifestou sua insatisfação com a escola tradicional. Em 1917 ao 
visitar Little Commonwealth, uma instituição para jovens delinquentes que funcionava 
com base no princípio do autogoverno ou autogestão, Neill teve acesso a esses dois 
elementos que foram essenciais em sua prática pedagógica: o autogoverno e a 
importância do bem-estar emocional das crianças. Com o término da Primeira Guerra 
Mundial, deu aulas em King's Alfred, um colégio londrino considerado progressista, 
porém lá não foi possível fazer grandes transformações no ensino. Em Agosto 
de 1921 resolveu fundar a International School, que se estabeleceu num casarão de 
estilo vitoriano em Leiston, condado de Suffolk, a 160 quilômetros de Londres, 
passando então a se chamar definitivamente até hoje Summerhill School. 
Casou-se duas vezes. Sua segunda mulher, Ena Wood Neill, administrou 
Summerhill junto com ele por algumas décadas até que a filha do casal, Zoe 
Readhead, assumiu o cargo. 
Na área da Educação, teve no educador britânico Homer Lane, sua principal 
influência. Era também era amigo e um grande admirador do psicanalista Wilhelm 
Reich e se dedicava aos estudos da teoria freudiana. O autor acreditava que a 
felicidade é primordial para o bom desenvolvimento das crianças e que essa felicidade 
origina de um sensode liberdade das mesmas. Para ele, as escolas tradicionais ao 
privar a liberdade de seus alunos tem como consequências a infelicidade vivenciada 
pelas crianças, que reprimidas dão arigem a problemas psicológicos da vida adulta. 
 
 
8 
 
Com a fundação de Summerhill, Neill deu formato a suas propostas 
pedagógicas, que eram distintas da linha hegemônica daquela época, sustentando a 
ideia de que os jovens devem ser estimulados a aprender em um ambiente de 
liberdade e de responsabilidade. Suas concepções era opostas até às propostas 
da Escola Nova, considerada de vanguarda, pois, para ele, ela propunha mudanças 
didáticas porém, não fazia ainda referência a modificações na sociedade como 
gostaria que acontecesse. Isso é devido o autor pensar que os representantes do 
referido novo movimento escolar foram equivocados ao desenvolver métodos 
qvoltados primordialmente ao desenvolvimento cognitivo do ser humano, sem dar 
importância ao que para ele era o mais importante, ou seja, a dimensão afetiva. 
Portanto, ele não só rompeu com a divisão cartesiana corpo e mente, intelecto e 
emoções, como ele desprezou os métodos (da maneira como eram concebidos 
teoricamente) por completo em sua escola. Segundo Neill, a única maneira de se 
conceber a educação era pensá-la como uma etapa essencial e favorável à formação 
de seres humanos felizes. 
Influenciado pelo pós- I Guerra Mundial, o autor parte do princípio de que a 
humanidade está doente e essa doença decorre do tratamento repressivo que as 
crianças recebem. Responde a isso afirmando que toda criança tem direito à liberdade 
e que um grupo de crianças se autorregula, estabelecendo em conjunto as próprias 
normas. 
"Para resumir, meu ponto de vista é que a educação sem liberdade resulta 
numa vida que não pode ser integralmente vivida. Tal educação ignora quase 
inteiramente as emoções da vida, e porque essas emoções são dinâmicas, a 
falta de oportunidade de expressão deve resultar, e resulta, em 
insignificância, em fealdade, em hostilidade. Apenas a cabeça é instruída. Se 
as emoções tivessem livre expansão, o intelecto saberia cuidar de si próprio." 
(NEILL, 1963). 
Em Summerhill, as crianças não possuem obrigações de assistir as aulas e, 
quando necessárias, as decisões da escola são definidas em assembléias onde todos 
participam com voz e voto, tanto os professores como os alunos e funcionários. Para 
o autor, esta experiência na Summerhil mostrou que, sem a coerção das escolas 
tradicionais, os estudantes norteiam sua aprendizagem através do seu próprio 
interesse e não pelo que lhe é imposto. Neill acreditava que as crianças eramnaturalmente sensatas, realistas, boas e criativa e por isso quando educadas sem 
 
 
9 
 
interferências dos mais velhos, se tornariam capazes de se desenvolver de acordo 
com sua capacidade, seus limites e seus interesses, sem nenhum tipo de trauma. 
"Toda e qualquer interferência por parte dos adultos só as torna robôs", afirmava. As 
intervenções, segundo ele, roubavam a alegria da descoberta e a autoconfiança 
necessária para a superação de obstáculos, causando sentimentos de inferioridade e 
dependência, duas fortes barreiras para a felicidade completa. 
Mediante tais ideias, na escola Summerhill, todos tem direitos iguais e nenhum 
adulto tem mais direitos que uma criança. É nesse sentido que o autor aponta a 
diferença entre os conceitos de liberdade e liçença, onde ninguém deverá sentir-se 
sobre licença para interferir no espaço de outra pessoa e, mesmo assim todos devam 
ter a liberdade para fazerem o que quiser com respeito a si próprio. Por isso que 
ninguém deve determinar quais aulas uma criança deve frequentar. Mas, ao mesmo 
tempo, ninguém tem direito de atrapalhar uma atividade coletiva. Para Neill todos 
devem ser livres, porém isso não implica numa liberdade sem limites. Liberdade não 
pode significar direito de fazer o que bem quiser a hora que quiser. Excesso de 
liberdade se transforma em licenciosidade. 
Neill fez críticas a escola tradicional por entender que enfatizava demais o lado 
racional das pessoas, em detrimento do lado emocional. Em sua escola o teatro, a 
dança, os trabalhos manuais, eram destacada frente às disciplinas tradicionais. As 
aulas das matérias convencionais, embora existentes, não se tornarvam centrais na 
escola. Como diretor, ele deu aulas de Álgebra, Geometria e Trabalhos Manuais. 
Expressava admiração mairo queles que possuíam habilidades para o trabalho 
manual do que aqueles que se restringiam ao trabalho intelectual. Durante 
determinado tempo trabalhou de forma individual com alguns alunos numa espécie de 
sessão de terapia, porém algum tempo depois abandonou esse trabalho individual, 
pois determinou que independente das sessões os alunos solucionavam seus 
problemas de qualquer forma, pois a liberdade se responsabilizava por isso. 
 
 
10 
 
3.2 DELFIM SANTOS 
 
Fonte: wikipedia.org 
Delfim Pinto dos Santos masceu no Porto, na freguesia da Sé. Começou a 
trabalhar aos onze anos de idade, como ajudante de seu pai, Arnaldo Pinto, em sua 
oficina de ourivesaria. Pouco após a morte de seu pai, em 1922, Delfim com apenas 
quinze anos, entendeu que a sua vocação seriam os estudos e inscreveu-se no ensino 
liceal noturno, concluindo em 1927 o Curso Complementar de Ciências e o de Letras. 
Foi um participante empenhado nas atividades culturais e desportivas da Associação 
Cristã da Mocidade, de caráter protestante. Em 1931 licenciou-se em Ciências 
Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Teve como 
professor e amigo, Leonardo Coimbra, tornando-se seu admirador, mas não discípulo. 
Outros professores ifluenciadores foram Teixeira Rego, Newton de Macedo, Luís 
Cardim e Aarão de Lacerda e foram seus condiscípulos Agostinho da Silva, Álvaro 
Ribeiro, Adolfo Casais Monteiro, Sant'Anna Dionísio e José Marinho, entre outros. 
Após o curso iniciou estágio no Liceu Nacional José Falcão, em Coimbra, 
porém interrompeu a docência no ano letivo seguinte para completar as cadeiras 
pedagógicas na Universidade de Coimbra, concluindo o segundo e último ano do 
estágio já em Lisboa, no Liceu Normal de Pedro Nunes onde fez o Exame de 
Estado para habilitação à docência liceal no ensino oficial. Prosseguiu a carreira em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_da_Silva
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvaro_Ribeiro_(fil%C3%B3sofo)
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvaro_Ribeiro_(fil%C3%B3sofo)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolfo_Casais_Monteiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sant%27Anna_Dion%C3%ADsio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Marinho
http://www.uc.pt/rualarga/anteriores/19/11
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coimbra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Coimbra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liceu_Pedro_Nunes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Delfim_Santos_01.jpg
 
 
11 
 
Lisboa como Professor Associado no Liceu Gil Vicente até 1935. No ano de 
1935 partiu para Viena por dois anos, como bolseiro do Instituto para a Alta 
Cultura (IAC) para estudar com os filósofos Moritz Schlick, Karl Bühler e Othmar 
Spann, sendo um dos poucos alunos estrangeiros convidados a assistir aos 
seminários do célebre Círculo de Viena. Escreveu então uma obra crítica sobre 
o Neopositivismo, intitulada Situação valorativa do positivismo, que apresentou como 
relatório final de bolsa de estudo ao IAC. Em 1937 foi enviado pelo IAC a Alemanha 
como leitor de língua portuguesa na Universidade de Berlim, onde frequentou 
novamente os seminários de Nicolai Hartmann e familiarizou-se com o pensamento 
de Martin Heidegger, de cuja obra se tornou atento leitor e comentador. Recebeu em 
1940 o grau de doutor pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com 
uma dissertação versando sobre Conhecimento e Realidade, voltando novamente 
para Berlim até 1942, data em que regressou definitivamente a Portugal. 
Após uma breve passagem pelo Liceu Camões foi convidado a integrar o 
quadro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde ingressou no início 
de 1943 na Seção de Ciências Pedagógicas com a categoria de primeiro assistente e 
aí iniciou uma brilhante carreira de professor. Em 1950 torna-se o primeiro professor 
catedrático de Pedagogia em Portugal. Regeu as cadeiras de História da Educação, 
Organização e Administração Escolar; Moral; e História da Filosofia Antiga bem como, 
desde 1948, o curso de Pedagogia e Didática. Também foi professor de Psicologia e 
Sociologia no Instituto de Altos Estudos Militares em diversos anos letivos entre 1955 
e 1962. Participou em numerosos congressos internacionais de filosofia na Europa e 
em 1949 integrou a delegação oficial portuguesa ao Congresso Nacional de 
Filosofia em Mendoza, Argentina; em 1954 tomou parte, com outros intelectuais 
portugueses, na representação oficial portuguesa às comemorações do IV Centenário 
da Fundação da Cidade de São Paulo, que então decorreram na capital paulista, 
sendo convidado para orador na sessão plenária inaugural do Congresso 
Internacional de Filosofia. Idêntica distinção lhe foi conferida no Primeiro Congresso 
Nacional de Filosofia em Portugal, realizado em Braga em 1955. 
Mediante ao seu destaque devido sua abordagem filosófica aos temas 
pedagógicos, em 1962 foi convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian a 
apresentar uma proposta para a criação do Centro de Investigação Pedagógica dessa 
https://web.archive.org/web/20131225095109/http:/www2.esec-gil-vicente.rcts.pt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/1935
https://pt.wikipedia.org/wiki/1935
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_de_Alta_Cultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_de_Alta_Cultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moritz_Schlick
https://de.wikipedia.org/wiki/Karl_B%C3%BChler
https://en.wikipedia.org/wiki/Othmar_Spann
https://en.wikipedia.org/wiki/Othmar_Spann
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADrculo_de_Viena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neopositivismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Berlim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolai_Hartmann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger
https://pt.wikipedia.org/wiki/Faculdade_de_Letras_da_Universidade_de_Coimbra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Liceu_Cam%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Faculdade_de_Letras_da_Universidade_de_Lisboa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_de_Altos_Estudos_Militares
https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_Calouste_Gulbenkian
 
 
12 
 
Fundação, sendo seu diretor desde 1963 até à sua morte ocorrida em 1966.Foi um 
dos pioneiros na adoção dos meios audiovisuais na Educação e por isso convidado a 
presidir o Conselho Pedagógico do Instituto de Meios Audiovisuais de Ensino 
(IMAVE), criado em dezembro de 1964 pelo Ministério da Educação Nacional para dar 
que no mês seguinte iniciou com à Telescola, vigente até 2003. Delfim Santos foi 
membro efetivo da Academia das Ciências de Lisboa, onde ocupou a cadeira n.º 37, 
precedido por Aquilino Ribeiro e sucedido por Domingos Monteiro, bem como 
Presidente da Sociedade Portuguesa de Escritores (SPE) em 1962. Colaborou em 
grandes revistas nacionais e internacionais, foi diretor da Revista A Águia, durante 
quinze anos manteve a sua principal tribuna pública no lisboeta Diário Popular, 
contribuindo com a sua reflexão para os grandes debates públicos, tendo também 
colaborado na revista Litoral e ainda na revista luso-brasileira Atlântico. Sendo um 
professor carismático, com genuina habilidade maiêutica, ficou renomado devido suas 
aulas que atraiam ouvintes como alunos regulares. Mediante seu empenho como 
educador além de atuar na extensão universitária este filósofo apoiou, promoveu e 
participou de inúmeras iniciativas como debates, ciclos de conferências, palestras, 
principalmente estudantil bem como o teatro universitário. Manteve contato com 
personalidades europeias e sul-americanas, estando entre os seus correspondentes 
estrangeiros Sigmund Freud, Mircea Eliade e especialmente Hermann Hessee. 
Recebeu uma homenagem, tendo seu nome atribuído a uma escola em Lisboa 
e a diversas ruas em Portugal. Em 2016, devido o Cinquentenário de sua morte, 
o Município de Cascais conferiur o seu nome à nova Rotunda Prof. Delfim Santos que 
remata a A5. No mesmo ano a Biblioteca Nacional de Portugal promoveu uma ampla 
exposição evocativa, intitulada “Delfim Santos, O Filósofo do Diálogo”, acompanhada 
de um ciclo de conferências. 
Sua obra filosófica, pedagógica, crítica e epistolar foi publicada em 4 volumes 
pela Fundação Calouste Gulbenkian, com 3 edições já disponibilizadas. Com sua 
sensibilidade ao valor pedagógico do cinema e às suas potencialidades didáticas, 
realizou comentários e palestras voltadas a vários filmes, entre eles O Filho 
Pródigo (Luis Trenker, Alemanha 1934), O Terceiro Homem (Carol Reed, USA 1949) 
e Umberto D. (Vittorio de Sica, Itália 1952). Os aspectos filosóficos de suas obras 
foram especialmente influenciados pela filosofia alemã no século XX. Inicialmente sua 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_das_Ci%C3%AAncias_de_Lisboa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aquilino_Ribeiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Domingos_Monteiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_Portuguesa_de_Escritores
https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1rio_Popular_(Portugal)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Litoral_(revista)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atl%C3%A2ntico:_revista_luso-brasileira
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mircea_Eliade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermann_Hesse
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cascais
http://www.delfimsantos.net/2016/11/18/inaugurada-a-rotunda-prof-delfim-santos-em-cascais/
https://pt.wikipedia.org/wiki/A5_(autoestrada)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_Nacional_de_Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Funda%C3%A7%C3%A3o_Calouste_Gulbenkian
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Terceiro_Homem
https://en.wikipedia.org/wiki/Umberto_D.
 
 
13 
 
pesquisa centrou-se na inconveniência da aplicação dos métodos matemáticos ou das 
ciências naturais à filosofia e ao estudo das humanidades, onde realizou críticas as 
teses dos neopositivistas de Viena. Posteriormente intereseou-se pela 
ontofenomenologia de Nicolai Hartmann, seu orientador de dissertação de doutorado 
em Berlim, influenciador na caraterização do real não como unidade, mas como 
multiplicidade, ideia que desenvolveu com reflexão própria, foi em Hartmann que 
aderiu a "filosofia dos problemas", aporética, e não à via sistémica e solucionista. No 
ciclo final de sua obra explorou as possibilidades de uma antropologia filosófica de 
cunho existencial e a sua aplicação à pedagogia, onde ocupou-se de temas da filosofia 
das ciências, em particular da física. Ao buscar um condensação existencial entre 
Filosofia e Pedagogia, elaborou um importante trabalho de atualização e de renovação 
do pensamento pedagógico português, apresentou diversas propostas de orgânica 
escolar e curricular desde o jardim de infância à universidade. Creditou sua especial 
reflexão as questões do ensino técnico-profissional, da orientação vocacional. 
Publicou estudos sobre a paidea grega vinculada a História da Educação e ainda 
publicou sobre educadores estrangeiros como Pestalozzi e Maria Montessori e o 
português Adolpho Coelho, entre tantos outros. Estudou também a história do 
pensamento filosófico português e brasileiro. Santos foi entusiasta da relação 
portuguesa com o Brasil, realizou visitas e manteve contatos com intelectuais 
brasileiros como os filósofos Vicente Ferreira da Silva, Miguel Reale e Luís 
Washington Vita. 
Delfim Santos, ainda caminhou na literatura, colaborando com revistas literárias 
e culturais buscando falar sobre o valor do elemento espiritual para a vida humana, 
nas possibilidades da criação individual e na consciência da transitoriedade. 
Demonstrou-se um crítico literário à poesia e ao ensaio de autores portugueses. 
Interviu na imprensa periódica com temas da cultura e da literatura portuguesas, 
assuntos de atualidade e questões pedagógicas, para além da reflexão sobre um 
tempo ameaçado por crescentes instâncias de desumanização. Foi um filósofo, 
pedagogo, escritor e professor universitário português, autor de uma extensa obra 
abrangendo os géneros do tratado filosófico, do ensaio, do memorialismo, da oratória, 
da crítica (literária e alguma cinematográfica) e da crónica, difundida em numerosas 
publicações da imprensa periódica, científica, cultural e da especialidade. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolai_Hartmann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pestalozzi
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Montessori
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolpho_Coelho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Reale
 
 
14 
 
3.3 DERMEVAL SAVIANI 
 
Fonte: fe.unicamp.br 
Dermeval Saviani nasceu em Santo Antônio de Posse/SP em 25 de 
dezembro de 1943. É um filósofo e pedagogo brasileiro. Neto de imigrantes 
italianos e filho de trabalhadores rurais. Em 1948 mudou-se para a cidade de São 
Paulo, juntamente com os seus pais que se tornaram operários industriais. 
Em 1966, terminou o curso de bacharel em Filosofia. Em 1967 atuou como 
professor do curso de Pedagogia da PUCSP e lecionou filosofia e história da arte num 
colégio estadual e História e Filosofia da Educação na Escola Normal do Colégio Sion. 
Tendo concluído o Doutorado na área de Ciências Humanas: Filosofia da Educação, 
na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São Bento da PUCSP, ajudou a criar 
o programa de mestrado em Filosofia da Educação nessa instituição. Em 1975 foi 
lecionar na recém-criada Universidade Federal de São Carlos onde ajudou a implantar 
o mestrado em Educação, em convênio com a Fundação Carlos Chagas. Em 1978 
retornou como professor da PUCSP e ajudou a consolidar o doutorado em Educação 
nesta instituição. Em 1979 participou da fundação da Associação Nacional de 
Educação (ANDE) tendo sido, também, sócio-fundador da Associação Nacional de 
Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) criada e do Centro de Estudos 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ant%C3%B4nio_de_Posse
https://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_dezembro
https://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_dezembro
https://pt.wikipedia.org/wiki/1943
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fil%C3%B3sofo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigra%C3%A7%C3%A3o_italiana_no_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulohttps://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Sion
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_S%C3%A3o_Carlos
 
 
15 
 
Educação e Sociedade (CEDES). Em 1986 concluiu a livre docência na área de 
História da Educação na Faculdade de Educação da UNICAMP. Também em 1986 
criou o Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" que 
se consolidou como um Grupo Nacional com grupos de trabalho na maioria dos 
estados brasileiros. Coordenou o programa de Pós-Graduação em Educação da 
UNICAMP. 
Considerado filósofo da educação e/ou pedagogo lato sensu, é fundador de 
uma pedagogia dialética, que denominou Pedagogia Histórico-Crítica. Saviani 
vivenciou um período de mudanças no país, como exemplo a mudança na educação 
durante a solidificação do período democrático. Este filósofo tem uma visão 
progressista sobre a educação. É icentivador da teoria histórico-crítica que tem o 
intuito de transmitir conhecimentos significativos que possam contribuir para a 
formação de indivíduos críticos e emancipados assegurando a inclusão social dos 
educandos. Na obra Educação e Democracia, escrita em 1987, com muita 
transparência e veracidade em sua ideologia e pressupostos, o autor retratou variadas 
falhas e problemas no sistema educacional brasileiro em diversos momentos 
históricos, onde afirmou que esta fortaleceu as desigualdades e privilegiou a classe 
dominante. Ele também versou sobre a relação entre política, sociedade e educação, 
apresentando um análogo entre as teorias da educação. É nesta fração que Saviani 
trouxe para a discussão temas como a exclusão e marginalidade, sinalizando que a 
educação é um importante instrumento para retificar estes desvios. Conforme Saviani: 
 Nesse quadro, a causa da marginalidade é identificada com a 
ignorância. É marginalizado da nova sociedade quem não é esclarecido. A 
escola surge como um antídoto à ignorância, logo, um instrumento para 
equacionar o problema da marginalidade. Seu papel é difundir a instrução, 
transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade e sistematizados 
logicamente. (SAVIANI, 2001). 
Para que isso ocorra é fundamental a elaboração de políticas públicas que 
venha garantir a qualidade da educação. Estas necessitam da participação de todos 
aqueles que estão envolvidos nesse processo, a fim de que possam buscar 
alternativas combatentes a estas falhas com o propósito da promoção do bem-estar 
individual e coletivo, resultante de um desenvolvimento social. 
O autor denotou duas linhas teóricas: As teorias não-críticas (pedagogia 
tradicional, pedagogia tecnicista e a pedagogia nova) que recebeu maior ênfase de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Livre_doc%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/UNICAMP
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Teoria_hist%C3%B3rico-cr%C3%ADtica&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inclus%C3%A3o_social
 
 
16 
 
sua parte e as teorias crítico-reprodutivistas (teoria do sistema de ensino como 
violência simbólica, teoria da escola como aparelho Ideológico de estado (AIE) e teoria 
da escola dualista). Saviani faz uso de uma metáfora para explicar suas afirmações 
no que diz respeito às tentativas de correções dos desvios do sistema de educação: 
“A Teoria da Curvatura da Vara”, onde expressou que a vara estando torta, ela fica 
curva de um lado e para que possa endireitá-la, não basta apenas colocá-la na 
posição correta, sendo necessário curvá-la para o lado oposto. E partindo deste 
princípio dentre outras teses citadas na obra, Saviani chama atenção para a reflexão 
quanto ao processo de tentativas de correção das falhas e desvios da educação 
brasileira, enfatizando a necessidade da valorização da reflexão quanto aos 
conteúdos e disciplinas estabelecidos para a escola. Nessa obra, o autor menciona 
alguns assuntos sobre a educação e a política e nestes assegura que apesar de 
possuírem conceitos diferentes, são indissociáveis e interagem entre si. Pois, uma vez 
que a educação quanto a política existem, podem conviver em harmonia, não 
precisando uma estar subordinada à outra. 
Saviani concluiu que o ensino não se limita à disseminação do conhecimento, 
mas, mais importante, é uma ferramenta que deve ser utilizada com sabedoria e que 
propõe atividades problematizadoras, pois por meio dessas atividades o aluno pode 
assumir suas próprias responsabilidades e capacidade de pensamento. 
 
 
17 
 
3.4 ERASMO DE ROTERDÃ 
 
Fonte: aulazen.com 
Erasmo de Roterdão foi um teólogo e filósofo humanista neerlandês que viajou 
por toda a Europa, como Portugual, Espanha, Croácia, Bulgária, Dinamarca e outros. 
Cursou o seminário com os monges agostinianos e realizou os votos monásticos aos 
25 anos, vivendo como tal, sendo um grande crítico da vida monástica e das 
características que julgava negativas na Igreja Católica. Frequentou o Collège 
Montaigu, em Paris, e continuou seus estudos na Universidade de Paris. Erasmo 
escolheu por ter uma vida acadêmica independente, livre de restrições do estado, 
conexões acadêmicas, lealdade religiosa e todas as influências que possam interferir 
em sua liberdade intelectual e expressão literária. Ele foi professor de Teologia na 
Universidade de Cambridge e, embora tenha conquistado muitos cargos honoríficos 
e lucrativos no mundo acadêmico, rejeitou. Desidério Erasmo nasceu em 28 de 
outubro da década de 1460 por diferenças na data de nascimento. Apesar de seus 
laços com Rotterdam, ele só viveu lá por quatro anos e nunca mais voltou. As 
informações sobre sua família e o início da vida vêm principalmente de referências 
vagas em seu trabalho. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_de_Santo_Agostinho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Paris
 
 
18 
 
Apesar de ser um clérigo e um cristão profundo, o filósofo holandês entrou para 
a história por causa de sua oposição às regras da Igreja na educação, cultura e 
ciência. Ao longo da Idade Média, a influência religiosa dificilmente foi contestada e, 
mesmo na era de Erasmo, uma oposição corajosa foi necessária. Em todo caso, a 
coragem pessoal fez parte da atitude de vários intelectuais que começaram a ser 
enfatizada durante a transição para a era moderna, incluindo o filósofo holandês. O 
novo pensamento defendeu a liberação da criatividade e da vontade humanas, ao 
contrário do pensamento acadêmico, onde todas as coisas terrenas deveriam estar 
sujeitas à religião. O antropocentrismo - a superioridade dos seres humanos sobre o 
transcendente - é o eixo dessa nova filosofia, que mais tarde foi chamada de 
humanismo. Esta palavra é derivada da expressão latina "studia humanitatis", que se 
refere ao estudo de poética, retórica, história, ética e filosofia na universidade. Eles 
são chamados de artes liberais porque as pessoas acreditavam que eles forneceriam 
aos humanos, ferramentas para exercer sua liberdade pessoal. 
A cultura humanística mais típica se desenvolveu nas cidades do norte da Itália, 
mas o mesmo espírito se espalhou pela Europa. Entre os não italianos, Erasmo é o 
representante mais influente dessa tendência de pensamento. A fonte original de todo 
humanismo é a literatura clássica. Esta era é uma das redescobertas e 
reinterpretações dos produtos da antiga cultura greco-romana. O interesse por este 
período da história foi acompanhado por uma série de mudanças profundas na vida 
europeia: o renascimento das cidades, a formação de redes comerciais entre centros 
distantes, a consolidação de classes de negócios muito ricas, o estabelecimento de 
bancos e a centralização do poder político em torno de cidades e reinos. Tudo isso 
levou ao surgimento de brechas na autoridade da igreja, que antes existiam em toda 
parte. Por razões óbvias, esse importante período de transição na história é chamado 
de Renascimento,que produziu o produto cultural mais rico e fecundo de todos os 
tempos. 
Erasmo se insere no panorama cultural como um símbolo da nova era. Quando 
o papa lançou guerras e acumulou riqueza, e o clero mostrou sinais de ostentação, 
hipocrisia e arrogância, Erasmo pregou os valores cristãos primitivos que começavam 
com a paz. Sua obra mais famosa " Elogio da Loucura" é uma sátira da inversão de 
valores que ele encontrou na sociedade daquela época. A moralidade é o centro das 
 
 
19 
 
atenções dos filósofos, que acredita que a moralidade deve ser a fonte e o objetivo 
final da educação. 
Erasmo criticava as escolas de seu tempo, que geralmente eram dirigidas pelo 
clero, e sua pedagogia era baseada em manuais rígidos, conceitos repetitivos e 
princípios disciplinares e abusividade. O filósofo viu um grande tesouro cultural no 
livro, que deveria ser usado como base de ensino. Para ele, não era apenas uma 
questão de alfabetização, mas também de interpretação crítica dos textos, prática 
adotada por humanistas e reformadores religiosos na história da pedagogia. Ele 
acreditava que um bom estudo das artes liberais até os 18 anos pode fazer com que 
os jovens entendam tudo facilmente. Como qualquer humanista, os pensadores 
holandeses defenderam a possibilidade da perfeição pelo conhecimento. 
Para o filósofo, ao ensinar, é necessário levar em consideração a idade da 
criança - e, portanto, cuidar especialmente dela - e a natureza de cada criança. 
Segundo ele, só a educação religiosa é adequada a todos, e o estudo das artes 
liberais se limitará aos filhos das elites, que futuramente terão cargos de decisão. No 
campo propriamente pedagógico, o interesse de Erasmo pelo conhecimento de 
línguas antigas lançou a base para os primeiros pensadores que estudaram o 
passado, especialmente o Novo Testamento e a fé cristã. A ênfase na história humana 
e no estudo dos eventos passados propuseram um dos principais pilares da educação 
moderna. Pelo contrário, a cultura medieval é baseada em ideais eternos. 
Com a invenção da impressora pelo alemão Johannes Gutenberg, Erasmo 
ficou entusiasmado devido a promessa de ampla circulação de textos da literatura 
clássica. Ele percebia o conhecimento dos livros como alternativa saudável à 
educação religiosa que recebera. Para ele, o ensino que havia conhecido "tentava 
ensinar humildade destruindo o espírito das crianças". 
Outros valores do Renascimento, como a beleza sublime e o prazer, são 
abundantemente encontrados nos clássicos greco-romanos. Para Erasmo, esses 
princípios são mais interessantes do que as abstrações da filosofia acadêmica. Além 
disso, ele disse que o prazer físico e o senso de humor não conflitam com o 
Cristianismo. Apesar de sua notoriedade ao longo de sua vida, Erasmo foi desprezado 
por gerações seguintes. Cerca de um século depois, o educador tcheco João Comênio 
adotou suas ideias e é considerado o pai da didática moderna. 
 
 
20 
 
3.5 IMMANUEL KANT 
 
Fonte: saladefilosofiaunisal.blogspot.com 
Immanuel Kant nasceu, viveu e morreu em Königsberg, atual Kaliningrado, na 
altura pertencente ao Reino da Prússia. Ele foi o quarto de nove filhos do fabricante 
de correias, compontente de carroças daquela época, Johann Georg Kant, e sua 
esposa Regina. Nascido no seio de família protestante luterana, recebeu uma 
educação rigorosa na escola poetista, que frequentou por intervenção de um pastor. 
No entanto, embora mantivesse sua fé em Deus, ele era muito cético em relação à 
religião organizada quando adulto. Foi estudante durante a maior parte da 
adolescência, sólido mas discreto, preferia bilhar a estudar. Tinha convicção que uma 
pessoa só pode tomar decisões firmes sobre a vida depois dos 39 anos. Nessa idade, 
era apenas metafísico em uma universidade prussiana, mas devido a uma breve crise 
existencial teve sua direção de certa forma influenciada. 
Depois de um longo período de trabalho como professor secundário de 
geografia, Kant passou a estudar filosofia, física e matemática na Universidade de 
Königsberg e, em 1755, começou a ensinar ciências naturais. Em 1770, tornou-se 
professor da Universidade de Königsberg, cidade da qual nunca saiu, levando uma 
vida monotonamente pontual e dedicada exclusivamente ao estudo da filosofia. Ele 
conduziu vários trabalhos no campo das ciências naturais e exatas. Ele foi um 
https://pt.wikipedia.org/wiki/K%C3%B6nigsberg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kaliningrado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_da_Pr%C3%BAssia
 
 
21 
 
professor universitário competente durante a maior parte de sua vida, mas nada do 
que fez antes dos cinquenta anos lhe rendeu qualquer reputação histórica.. 
O filósofo é conhecido principlamente pela criação do assim chamado idealismo 
transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos transcendentais (aqueles que 
não são derivados da experiência) para a experiência concreta do mundo, caso 
contrário, não podemos ter certeza. A filosofia da natureza e da humanidade de Kant 
sempre foi uma das principais fontes da relatividade conceitual dominante da vida 
intelectual no século XX. Kant também é famoso por sua filosofia moral e pela primeira 
proposta sobre a formação do sistema solar, esta é a hipótese de Kant-Laplace. 
Kant falou sobre a ideia de educação, que pode promover todas as condições 
para o amadurecimento e desenvolvimento da natureza humana entre as pessoas. O 
primeiro exemplo de disciplina e orientação é para os pais, mas essa educação é 
limitada porque as crianças precisam de outros exemplos. Para Kant (1996), a 
“educação é uma arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações”. 
Assim, afirmava que: 
Com a educação presente, o homem não atinge plenamente a finalidade da 
sua existência. Na verdade, quanta diversidade no modo de viver ocorre entre 
os homens! Entre eles não pode acontecer uma uniformidade de vida, a não 
ser na medida em que ajam segundo os mesmos princípios, e seria 
necessário que estes princípios se tornassem como que uma outra natureza 
para eles. Podemos trabalhar num esboço de uma educação mais 
conveniente e deixar indicações aos pósteros, os quais poderão pô-las em 
prática pouco a pouco (KANT, 1996). 
 Ele compreendia educação como o cuidado da infância, ou seja, “a 
conservação, o trato, a disciplina e a instrução com a formação” (KANT, 1996). Desse 
movo, o ser humano está em processo de aprendizado e desenvolvimento. Para ele 
cuidado com a infância indicava “as preocupações que os pais tomam para impedir 
que as crianças façam uso nocivo de suas forças” (KANT, 1996). Kant dividia a 
pedagogia em física e prática. A educação física está relacionada ao cuidado com o 
corpo e com a vida. Por outro lado, a educação prática ou moral é a educação 
relacionada à construção humana ou física para que as pessoas possam viver 
livremente em um ambiente social. Kant entendia a moral como uma “prática no 
sentido objetivo, enquanto totalidade de leis que ordenam incondicionalmente, de 
acordo com as quais devemos agir...” (KANT, 2009) 
 
 
22 
 
 Além disso, ele acredita que a educação é privada e pública. A educação 
pública deve combinar instrução e a formação moral. Por outro lado, a educação 
privada é ministrada em casa por meio dos pais ou pessoas que os auxiliam no 
cumprimento dessa tarefa. Kant perguntou que tipo de educação os pais deveriam 
repassar aos filhos. Ele responde dizendo que: 
(...) em geral, a educação pública parece mais vantajosa que a doméstica, 
não somente em relação à habilidade, mas também com respeito ao 
verdadeiro caráter do cidadão. A educação doméstica, além de engendrar 
defeitos do âmbito familiar, os propaga. (KANT, 1996). 
Para Kant, a disciplina é a base da educação. Os seres humanos precisam 
formar conceitos sobre comportamento, moralidade, comportamento, etc. Para isso, 
é necessária outra pessoa que o auxilie nesse treinamento. Kant afirmava que: 
 A (...) disciplinaé o que impede ao homem de desviar-se do seu destino, de 
desviar-se da humanidade, através das suas inclinações animais [...] Mas, a 
disciplina é puramente negativa, porque é o tratamento através do qual se tira 
do homem a sua selvageria; a instrução, pelo contrário, é a parte positiva da 
educação. (KANT, 1996). 
A disciplina e a educação devem começar cedo na vida da criança para que 
ela possa se tornar um adulto disciplinado e bem-educado. Essa tensão entre a 
disciplina como parte negativa e a orientação como parte positiva irá promover a 
formação da pessoa e emancipar a educação, ou seja, a formação de um sujeito 
autônomo. Além destes, Kant inclui o tema da religião, quando afirma que “a religião 
que estiver fundamentada unicamente na Teologia nada pode conter da moralidade” 
(KANT, 1996) e “se a religião não vem acompanhada pela consciência moral, 
permanece ineficaz” (KANT, 1996). 
Kant sugere como parte positiva da educação física a cultura, pois é através 
dela “que o homem se distingue dos animais” (KANT,1996). Ele dividiu essa cultura 
(fruto da educação física) em dois tipos: gratuita e acadêmica. A liberdade é como a 
alegria de aprender quando uma criança está brincando. O trabalho escolar é o 
resultado da obrigação da criança. Ele afirma: “a educação deve ser impositiva; mas 
nem por isso deve ser escravizante” (KANT, 1996). 
É importante ressaltar que, para Kant, a característica da educação é cuidar da 
vida das crianças, mas também o desenvolvimento e cultivar os bons costumes e 
 
 
23 
 
hábitos. Depois, há períodos em que o assunto requer a atenção dos pais e 
educadores em termos de instrução, a fim de aprender a controlar os impulsos e 
distinguir os humanos dos animais. Além da disciplina, a pedagogia também deve ser 
dedicada à educação moral ou à formação das pessoas, que é a condição básica da 
vida familiar e social. 
3.6 JEAN PIAGET 
 
Fonte: todamateria.com.br 
Jean William Fritz Piaget foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, 
considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Ele defendeu o 
método interdisciplinar de pesquisa epistemológica e fundou a genética 
epistemológica, uma teoria do conhecimento baseada no estudo da origem 
psicológica do pensamento humano. Ele primeiro estudou biologia na Universidade 
de Neuchâtel e obteve o doutorado, e depois se dedicou às áreas de Psicologia, 
epidemiologia e educação. De 1929 a 1984, foi professor de Psicologia na 
Universidade de Genebra e ficou conhecido mundialmente por sua revolução 
epistemológica. Escreveu mais de 50 livros e centenas de artigos em sua vida. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bi%C3%B3logo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psic%C3%B3logo_cl%C3%ADnico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Epistem%C3%B3logo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
 
 
24 
 
Piaget também teve uma influência considerável no campo da ciência da 
computação. Seymour Papert usou o trabalho de Piaget como base para o 
desenvolvimento da linguagem de programação de logo. Alan Kay usou a teoria de 
Piaget como base para o sistema de programação conceitual Dynabook, que foi 
inicialmente discutido no Xerox PARC. Essas discussões levaram ao desenvolvimento 
do protótipo Alto, que primeiro explorou os elementos da GUI ou interface gráfica de 
usuário e influenciou a criação de interfaces de usuário na década de 1980. 
O trabalho de Jean Piaget foi criado ao longo de mais de 50 anos de pesquisa, 
e sua vida foi dedicada a analisar o processo de aquisição do conhecimento humano. 
Ele se formou com especialização em ciências naturais e criou um campo de pesquisa 
baseado no crescimento das crianças para explicar como os humanos alcançam um 
nível superior de conhecimento. Para alcançar o pensamento adulto, Piaget recorreu 
à origem do pensamento infantil para acompanhar seu desenvolvimento até a idade 
adulta, quando a compreensão do pensamento das pessoas se tornou cada vez mais 
profunda. Segundo ele, antes de atingir habilidades de raciocínio suficientes no início 
da adolescência, as crianças passam por quatro estágios de desenvolvimento, sendo: 
 ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (0 a 2 ANOS) – O bebê começa a 
construir esquemas de ação a partir de reflexos neurológicos básicos. A 
inteligência é prática e as noções de tempo e espaço são construídas 
pela ação direta com o meio como, por exemplo, pegar objetos e levá-
los a boca. 
 ESTÁGIO PRÉ-OPERATÓRIO (2 a 7 ANOS) – Estágio da inteligência 
simbólica, caracterizado pela interiorização dos esquemas de ação 
elaborados a partir do estágio sensório-motor e pela aquisição da 
linguagem como forma de expressão. 
 ESTÁGIO OPERATÓRIO CONCRETO (7 a 11 ANOS) - 
Desenvolvimento da noção de tempo e espaço e capacidade de 
abstração da realidade. A criança já não se limita a uma representação 
imediata, mas ainda depende muito do mundo concreto para chegar à 
abstração. 
 ESTÁGIO OPERATÓRIO FORMAL (12 ANOS EM DIANTE) – Nesta 
fase a criança amplia as capacidades conquistadas na fase anterior e é 
 
 
25 
 
capaz de pensar em todas as relações possíveis a partir de hipóteses 
que não dependam necessariamente da observação da realidade. A 
representação permite, portanto, a abstração total e o organismo 
atingem assim seu equilíbrio. 
O autor descobriu então características singulares do desenvolvimento 
humano, concluindo que a inteligência é específica da adaptação biológica aonde, à 
medida que os sujeitos desenvolvem sua capacidade de se adaptar às condições 
ambientais, os sujeitos continuam a progredir, criando ferramentas para superar os 
obstáculos encontrados no processo de maturação. 
Dessa forma, o desenvolvimento psicológico e o desenvolvimento orgânico 
estão orientados para o equilíbrio, pois o processo de desenvolvimento representa 
uma transição contínua de um estado de equilíbrio inferior para um estado de 
equilíbrio superior, sempre em direção ao equilíbrio final. Desta forma, os organismos 
usam a interação entre dois mecanismos importantes: assimilação e adaptação. Por 
um lado, a assimilação é responsável por incorporar a informação aos programas que 
o indivíduo já possui; pelo contrário, a adaptação facilitará a modificação dos 
programas individuais a partir da resistência imposta ao alvo pelo objeto assimilado. 
E o resultado dessa dinâmica é que no processo de enfrentamento ao meio ambiente, 
a adaptação e o equilíbrio entre os processos de assimilação e adaptação vão gerar 
sabedoria. Portanto, quando um novo desafio é colocado à prova, o desequilíbrio por 
ele causado coloca o aparelho mental novamente em funcionamento. Portanto, nas 
palavras de Piaget, o conhecimento é o resultado da interação constante entre a 
bagagem hereditária e a experiência adquirida. 
 
 
26 
 
3.7 JEAN-JACQUES ROUSEAU 
 
Fonte: usjt.br 
Jean-Jacques Rousseau, foi um importante filósofo, teórico político, escritor e 
compositor autodidata genebrino. Ele é considerado um dos principais filósofos do 
Iluminismo e um pioneiro do Romantismo. Na verdade, sua filosofia política influenciou 
todos os aspectos do Iluminismo em toda a Europa, a Revolução Francesa e o 
desenvolvimento moderno da economia, da política e do pensamento educacional. 
Para ele, as instituições educacionais tradicionais corromperam as pessoas e o 
privaram de liberdade. Para construir um novo homem e uma nova sociedade, é 
necessário educar as crianças de acordo com a natureza e desenvolver gradualmente 
seus sentidos e racionalidade para ganhar liberdade e julgamento. 
Autor suíço, nascido em Genebra no século XVIII, foi um dos mais importantes 
escritores do Iluminismo francês, precursor das ideias socialistas e do romantismo, 
contestador da propriedade privada. Foi considerado o grande teórico da educação, 
um marco na Pedagogia Contemporânea, seus pensamentos influenciaram a 
Revolução Francesa.(ARANHA,1989). 
Rousseau apresentou uma nova proposta educacional, enfatizando a 
necessidade de educar as crianças para se tornarem autônomas, ou seja, para se 
tornarem sujeitos e donos de seu próprio destino e começarem a pensar por si 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_de_Genebra
 
 
27 
 
mesmas. Para isso criou um personagem, o Emílio, que redefine o princípio da 
educação no contexto de sua época, expondo um método de ensino libertador, na 
Pedagogia natural, o Emílio é totalmente livre, que brinca, as vezes cai e até se 
machuca, argumentando assim que a educação é ensinar as crianças a viver, 
aprender e exercer a liberdade (ROUSSEAU, 1999). 
Para Rousseau, o princípio básico da boa educação é cultivar o divertimento 
da ciência e seus métodos entre as crianças. E os professores devem incitar esses 
sentimentos. Rousseau acredita que a educação não se pauta pelo sagrado ou pelo 
destino, mas pela razão. Ele propôs uma educação baseada no conhecimento 
humano e na moralidade ao mesmo tempo, ou seja, uma pessoa ideal para a 
sociedade. 
Já no século XVIII, o autor propunha que as crianças brincassem e se 
exercitassem primeiro, pois, brincando, ela aprenderia a linguagem, o canto, a 
aritmética e a geometria, estabelecendo assim os princípios da autonomia. Rousseau 
acredita que o ser humano não está fixo em um solo único, e que a educação permite 
que as crianças tenham contato com o mundo maior, não apenas com quartos, 
cidades ou mesmo países. 
Rousseau tem outras obras importantes, além de Emílio ou da Educação, como 
a nova Heloísa, era um romance que ressaltava a vida familiar, a moral, criticando a 
sociedade da época. Na obra o Contrato Social, Rousseau propagou sua opinião 
sobre o governo. Ele revolucionou a educação, com suas concepções de infância, 
influenciou e influencia pessoas com seus conceitos de Governo, de Estado, senso 
de liberdade, de justiça, e de democracia. 
 
 
28 
 
3.8 JOHN DEWEY 
 
https:comunidadeculturaearte.com 
John Dewey foi um filósofo e pedagogista norte-americano. Dewey nasceu em 
20 de outubro de 1859 em Burlington, Vermont, em uma família de comerciantes 
religiosos protestantes, e ele estava mais preocupado em educá-lo para realizar 
tarefas diárias, trabalho e trabalho. Valores comunitários e religiosos, ao invés de 
oferecer educação escolar considerada excelente na época. Mesmo assim, ainda se 
ingressou na Universidade Estadual de Vermont aos 15 anos. Aos 20 anos, já havia 
recebido treinamento em seu país de origem e iniciado sua carreira docente, ao 
mesmo tempo em que era também um praticante ativo de atividades religiosas cristãs, 
o que o levou a escrever muitos artigos e discutir a Bíblia e muitos temas religiosos. 
Foi um professor universitário, produziu muito. Estudou Filosofia e Educação e 
teve interesse principalmente pela Pedagogia, além de política, movimentos sociais, 
religião, Psicologia e Sociologia. O movimento Escola Nova no Brasil em meados da 
década de 1930, também conhecido como Escola Progressista, teve forte influência 
de Dewey, no campo da educação. Várias dessas ideias atualizaram o ensino e, 
assim, defenderam a combinação entre teoria e prática. 
Para este autor o conteúdo ministrado em sala de aula é mais facilmente 
absorvido quando relacionado às tarefas realizadas pelos alunos. Desta forma, o seu 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fil%C3%B3sofo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedagogista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
 
 
29 
 
pensamento sobre a educação recaiu no campo da educação progressiva, que 
entende que a educação dos filhos deve ser feita de forma integral, entende o 
desenvolvimento do corpo, da emoção e da inteligência, ou seja, a educação deve 
incluir o desenvolvimento geral da criança. 
Sua contribuição para a educação de adultos é valorizar a capacidade de 
pensar e estimulá-los a pensar, principalmente nas discussões em grupo, pois isso 
pode facilitar o acúmulo de conhecimentos. Essa nova concepção de ensino tem 
preconceitos progressistas e visa romper com o modelo tradicional de educação 
vertical, onde o professor é o dono do conhecimento e continua o fato de que os alunos 
também têm a capacidade de pensar pode gerar conhecimento individual ou 
coletivamente, seja um adulto ou uma criança. 
Portanto, John Dewey impactou a educação na teoria e na prática, e acredita 
que o espaço escolar é um ambiente democrático de compartilhamento e geração de 
experiência. Para este filósofo, a educação é uma experiência compartilhada de 
compartilhamento de novos conhecimentos. 
Dewey é um dos principais representantes da tendência pragmática que 
Charles Sanders Pierce, Josiah Royce e William James propuseram pela primeira vez. 
Ele também escreveu extensivamente sobre pedagogia, que é um livro de referência 
no campo da educação moderna. Dewey tem fortes compromissos políticos e sociais, 
muitas vezes expressos em publicações da Nova República. 
John Dewey é um defensor ferrenho de uma sociedade democrática. A sua 
teoria educacional é entendida como a reconstrução e reorganização contínua da 
experiência, e está ligada à teoria da investigação, teoria dos valores e teoria 
democrática, a fim de melhorar a consciência das pessoas sobre as atividades atuais, 
passadas e futuras, a conexão entre nossas atividades e outras atividades, e para 
melhorar a capacidade dos indivíduos de guiar o processo de sobrevivência (Reale; 
Antiseri, 1991). 
 
 
 
 
 
 
30 
 
3.9 KARL JASPERS 
 
https:pinterest.com 
Karl Theodor Jaspers, nascido em 1883 foi um filósofo e psiquiatra alemão. 
Estudou medicina e, posterior ao seu trabalho no Hospital Psiquiátrico 
da Universidade de Heidelberg, tornou-se professor de Psicologia da Faculdade de 
Letras dessa instituição. Foi desligado de seu cargo pelo regime nazista em 1937 e 
readmitido em 1945. Três anos depois, passou a lecionar filosofia na Universidade de 
Basileia. 
O pensamento de Jasper foi influenciado por seu conhecimento de 
psicopatologia e, em parte, pelo pensamento de Kilkegaard, Nietzsche e Max Weber. 
Ele sempre se interessou por integrar a ciência ao pensamento filosófico, porque para 
Jasper, a ciência em si não é suficiente e requer uma inspeção crítica, que só pode 
ser feita pela filosofia. Por sua vez, isso deve se basear na elucidação mais completa 
possível da existência de pessoas reais ao invés de pessoas abstratas. O resultado 
dessas reflexões foi a primeira formulação de sua filosofia existencial, se tornando 
autor do livro de dois volumes: "Psicopatologia Geral" , grande marco em sua carreira 
e na evolução da psicopatologia. 
De acordo com Jasper (1973), o existencialismo ou filosofia existencial, 
constitui o escopo de todos os conhecimentos e descobertas possíveis. É por isso que 
a filosofia existencial se tornou metafísica. A existência é o oposto de "objeto" em 
qualquer aspecto, porque pode ser definida como "o que é para si encaminhada". A 
https://pt.wikipedia.org/wiki/1883
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psiquiatria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Heidelberg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nazismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/1937
https://pt.wikipedia.org/wiki/1945
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Basileia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Basileia
 
 
31 
 
questão central é como pensar sobre a existência sem fazer da existência um objeto. 
Entende-se que a existência das pessoas está intimamente ligada ao conceito de 
história e de situação: existência é a transcendência da liberdade, que abre caminho 
para uma série de situações históricas específicas. 
Jaspers preocupou-se em estabelecer as relações entre existência e razão, o 
que levou-o a investigar em profundidade o conceito de verdade.Para ele, a verdade 
não é entendida como característica de nenhum enunciado particular: é antes uma 
espécie de ambiente que envolve todo o conhecimento. 
3.10 MARIA MONTESSORI 
 
Fonte: smilingdimplespreschool.com 
Maria Tecla Artemisia Montessori Montessori nasceu em 31 de agosto de 1870 
em Chiaravalle, Itália. Seu pai, Alessandro Montessori era funcionário do Ministério 
das Finanças, trabalhava em uma fábrica de tabaco estatal. Sua mãe Renilde 
Stoppani era bem-educada na época. Desde muito jovem se interessou por disciplinas 
científicas, principalmente matemática e biologia, ocasionando atrito com os pais, que 
queriam que ela se dedicasse ao ensino. Contrariando às expectativas da família, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Maria_Montessori.jpg
 
 
32 
 
ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Roma, escolha que a tornou 
uma das primeiras mulheres italianas a formar-se em medicina em 1896. 
Após a formatura, ela não poderia ser médica porque nenhuma mulher tinha 
permissão para examinar o corpo de um homem. Então começou a trabalhar com 
crianças com necessidades especiais na clínica da universidade, e mais tarde se 
dedicou a fazer experiências com crianças sem qualquer compromisso para educá-
las sobre o uso de pessoas com deficiência. Também observou crianças brincando 
na rua e criou um espaço educacional para essas crianças - a Casa dei Bambini. 
Foi uma educadora, médica e pedagoga italiana. Ficou conhecida devido ao 
método educativo que desenvolveu e que ainda é utilizado até o dia de hoje em 
escolas públicas e privadas mundo afora. Ela enfatizou a importância da liberdade, da 
atividade e do incentivo ao desenvolvimento físico e mental das crianças. Para ela, 
liberdade e disciplina estão em equilíbrio e não se pode conquistar uma sem a outra. 
Adotou o princípio da autoeducação, que inclui a intervenção mínima do professor, 
pois a aprendizagem será baseada no espaço da escola e nos materiais didáticos. 
A idealizadora do Método Montessori de Aprendizagem, se interessou pelos 
mecanismos de desenvolvimento do aprendizado infantil. Igualmente se interessou 
pelos estudos de Ittard sobre o Menino Selvagem (Selvagem de Aveyron) e ainda 
pelos trabalhos de Édouard Séguin sobre a educação dos anormais. Ao ser convidada 
para acompanhar uma turma de crianças com deficientes mentais, aplicou o material 
de Séguin obtendo ótimos resultados. Quando testou a aplicabilidade deste material 
em crianças normais, estabeleceu o ponto de partida para a criação de seu próprio 
método. 
Na era da educação rígida e até mesmo do castigo físico severo, Montessori 
mudou a direção da educação tradicional, incentivando o desenvolvimento do 
potencial criativo da primeira infância, desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas de 
aprendizagem destinadas a correlacionar e coordenar atividades, liberdade e 
personalidade. Em 1907 criou a primeira “Casa dei Bambini” e nos anos 1940 seu 
método se propagou pelo mundo. 
O método Montessori tem como foco o desenvolvimento das crianças na 
primeira infância e é amplamente utilizado, pressupondo que todas as crianças 
tenham a capacidade de aprender por meio do processo de desenvolvimento 
 
 
33 
 
espontâneo que deve ser aprendido com a experiência no ambiente, organizar-se 
para expressar os interesses naturais da criança e estimular o lado infantil , 
estimulando sua capacidade de aprender fazendo e aprendizagem experimental, 
respeitando fatores como tempo e ritmo, individualidade, liberdade dos alunos. A 
autora defende a realização de atividades propícias ao movimento e ao tato, pois 
acredita que, nessa fase, o caminho da inteligência se faz pelas mãos, desde a 
experimentação do concreto à compreensão da abstração, buscando constantemente 
explorar e compreender pelas características. O mundo existe em diferentes 
atividades em objetos selecionados: tamanho, forma, cor, textura, peso, cheiro, ruído, 
etc. 
Além de propiciar um ambiente adequado de estímulo e preparar os adultos 
para ajudar no desenvolvimento das crianças sem interferir ou afetar suas escolhas, 
esse método também é reconhecido pela utilização de materiais que podem 
proporcionar experiências concretas e a abstração é realizada gradativamente. Os 
materiais usados neste método incluem: jogos sensoriais que ajudam a formar 
atividades mentais e sensoriais; cilindros com inserções sólidas para melhorar o 
desenvolvimento motor, visão, raciocínio, associação e atenção; plug-ins planos para 
formas associadas e reconhecimento formas geométricas; atividades do dia a dia para 
ajudar as crianças a adquirir conhecimentos sobre cuidados pessoais e meio 
ambiente; materiais dourados, especialmente desenvolvidos para o trabalho 
matemático. 
As escolas Montessori estão localizadas em quase todos os países do mundo, 
e algumas atividades educacionais foram realizadas sob a orientação da descoberta 
de Maria Montessori. O método Montessori é conhecido como o antecessor da 
"Pedagogia das Ciências", colocando as crianças no centro de um processo 
educacional que respeita as necessidades individuais dos pais e destaca a 
capacidade natural de aprendizagem dos filhos. Além disso, também fornece recursos 
científicos para a educação a partir de observações empíricas e pressupostos sobre 
o processo de ensino, pois, ao observar as crianças, os educadores podem refletir 
sobre métodos que as auxiliem no seu desenvolvimento. 
 
 
34 
 
3.11 MARTIN BUBER 
 
Fonte: paxonbothhouses.blogspot.com 
Martin Buber é um filósofo, escritor e educador austríaco e naturalizado 
israelita, nascido em uma família judia ortodoxa sionista. Buber é um falante 
multilíngue. Em casa, ele aprendeu ídiche e alemão. Na escola judaica, ele estudou 
hebraico, francês e polonês / polaco. Sua educação universitária ocorreu em Viena. 
Martin Mordechai Buber nasceu em Viena em 8 de fevereiro de 1878. Ele vinha 
de uma família judia de observadores. Uma crise pessoal o levou a romper com as 
práticas religiosas judaicas e se engajar na pesquisa de filosofia secular. Começou a 
ler Immanuel Kant, Søren Kierkegaard e Friedrich Nietzsche, inspirando-se 
especialmente nos dois últimos. Em 1896, Buber vai estudar em Viena, dedicando-se 
a filosofia, história da arte, estudos germânicos e filologia. Em 1896, Buber foi estudar 
em Viena, dedicando-se à filosofia, história da arte, estudos germânicos e linguística. 
Em 1898, juntou-se ao movimento sionista e participou do congresso e atividades do 
movimento organizacional. Em 1899, enquanto estudava em Zurique, Buber conheceu 
sua futura esposa Paula Winkler, uma escritora sionista e não judia em Munique. Mais 
tarde, ela teria seguido o judaísmo. 
Em 1902, tornou-se editor do semanário Die Welt, órgão central do movimento 
sionista, posteriormente abandonou as atividades de organização do movimento. Em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B8ren_Kierkegaard
https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_arte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estudos_germ%C3%A2nicos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_sionista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_sionista
 
 
35 
 
1923, escreveu seu famoso ensaio sobre a existência, Ich und Du (Eu e Tu). Em 1925, 
inicia a tradução da Bíblia Hebraica para o idioma alemão. Em 1930, se tonou um 
professor honorário da Disciplina de Ética e Religião da Universidade de Frankfurt , 
porém se demitiu seguidamente a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933. Em 
1935, foi excluído da “Câmara de Cultura do Reich". Em seguida, Buber criou o 
Gabinete Central para a Educação de Adultos Judeus, que veio a se tornar muito 
relevante quando o governo alemão proibiu aos judeus frequentaremo ensino público. 
Em 1938, Buber deixou a Alemanha se estabelecendo em Jerusalém e 
ingressou na Universidade Hebraica - onde lecionou antropologia e sociologia até 
1951. Nesse mesmo período aproximou intimamente de alguns intelectuais sionistas, 
como o filósofo Felix Weltsch, o escritor Max Brod e políticos como Chaim 
Weizmann e Hugo Bergman, que havia ainda conhcido na Europa. 
As publicações filosóficas foi enfática à sua ideia de que não é possível existir 
sem comunicação e diálogo, e que os objetos necessitam de interação entre eles 
oara existirem. As palavras-princípio, Eu-Tu (relação), Eu-Isso (experiência), revelam 
as duas dimensões da filosofia do diálogo que, segundo Buber, dizem respeito à 
própria existência. 
Buber declara que o homem nasce com a a intersubjetividade, ou seja com a 
capacidade de interrelacionar com seu semelhante. Intersubjetividade é a relação 
entre sujeito e sujeito e/ou sujeito e objeto. O relacionamento, segundo o filósofo 
Martin Buber, acontece entre o Eu e o Tu, e denomina-se relacionamento Eu-Tu. A 
interrelação segundo Martin Buber, envolve o diálogo, o encontro e 
a responsabilidade, entre dois sujeitos e/ou a relação que existe entre o sujeito e o 
objeto. Intersubjetividade é umas das áreas que envolve a vida do homem e, por isso, 
precisa ser refletida e analisada pela filosofia, em especial pela Antropologia 
Filosófica. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_Hebraica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Idioma_alem%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Frankfurt
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolf_Hitler
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jerusal%C3%A9m
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Hebraica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sionistas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Brod
https://pt.wikipedia.org/wiki/Chaim_Weizmann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Chaim_Weizmann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunica%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intersubjetividade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sujeito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Objeto
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Relacionamento&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1logo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_Filos%C3%B3fica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia_Filos%C3%B3fica
 
 
36 
 
3.12 MARTIN HEIDEGGER 
 
Fonte: folha.uol.com.br 
Martin Heidegger foi um filósofo, escritor, professor universitário e reitor 
alemão. Foi um pensador produtivo na tradição continental e hermenêutica filosófica, 
e foi amplamente reconhecido como um dos filósofos mais originais e importantes do 
século XX. Seu maior reconhecimento está relacioando a suas contribuições para a 
Fenomenologa e Exstencialismo, embora, como a Enciclopédia de Stanford de 
Filosofia adverte, "seu pensamento deve ser identificado como parte de tais 
movimentos filosóficos apenas com extremo cuidado e qualificação"( WHEELER, 
2012). 
Nasceu na pequena cidade de Meßkirch, distrito de Kaden, no interior da 
Alemanha. A princípio quis ser padre, chegando a estudar teologia na Universidade 
de Freiburg. Depois, estudou filosofia na mesma Universidade, com Edmund Husserl, 
o fundador da Fenomenologia. Em 1913, doutorou-se em Filosofia. Por estudar os 
clássicos protestantes de Martinho Lutero, João Calvino, entre outros, enfrentou uma 
crise espiritual e rompeu com o catolicismo. Em 1917 se casa com a Luterana Elfrid 
Petri. No ano de 1916, publicou A Doutrina das Categorias e do Significado em Duns 
Escoto como tese de habilitação ao ensino universitário. Posteriormente foi 
descoberto que as obras de Escoto consideradas por Heidegger, ou seja, a gramática 
especulativa, não são de Duns Escoto. Mas isso não tem nada a ver com os 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escritor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Professor_universit%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermen%C3%AAutica
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Stanford_Encyclopedia_of_Philosophy
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Stanford_Encyclopedia_of_Philosophy
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Freiburg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Freiburg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmund_Husserl
https://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Calvino
 
 
37 
 
pensamentos de Heidegger, porque as obras de Heidegger têm grandes interesses 
metafísicos e teológicos e são mais importantes na teoria do que na história. 
Durante este período, Husser foi convidado a lecionar em Friburgo e Heidegger 
o acompanhou como assistente. Em 1929, Heidegger serviu como professor na 
Universidade de Marburg, sucedendo Husserl como professor de filosofia em 
Friburgo, e abriu o primeiro curso sobre "O que é metafísica?". No mesmo ano 
publicou o artigo "A Essência do Fundamento" e o livro "Kant e o Problema da 
Metafísica ". No entanto, em 1927, o trabalho básico de Heidegger "Ser e Tempo" foi 
lançado. Este trabalho foi seguido pela segunda parte, mas como os resultados 
alcançados na primeira parte dificultaram o seu desenvolvimento, a segunda parte 
não apareceu. "Ser e Tempo" foi dedicado a Husserl, que mais tarde se recusou a 
aprovar o trabalho, o que causou uma ruptura entre os dois. No entanto, Heidegger 
afirmava trabalhar com métodos fenomenológicos. 
Heidegger considera seu método a fenomenologia e a hermenêutico. Ambos 
os conceitos referem-se a orientar a atenção (a circunvisão) para fazer as pessoas 
entenderem a intenção da maior parte do conteúdo oculto no conteúdo exibido, mas 
é exatamente isso que é exibido no conteúdo exibido. Portanto, o propósito da 
hermenêutica é explicar o que é mostrado, revelando o que ali é mostrado, mas não 
é visível no início e na maioria das vezes. Esse método analisa diretamente o 
fenômeno e esclarece sua manifestação. Heidegger apontou que essa metodologia 
corresponde ao modelo kantiano ou copernicano de colocar ou projetar vistas em 
perspectiva. Nesse sentido, sua metodologia é uma abordagem tortuosa do ponto de 
vista, pois o foco deve mudar do Dasein para a Existência. Esta mudança centra-se 
na existência de entidades, o que corresponde à inversão da ontologia tradicional. 
Além da relação com a fenomenologia, a influência de Heidegger é igualmente 
importante para o existencialismo e o desconstrucionismo. 
O ponto de partida do pensamento de Heidegger, principal representante da 
filosofia existencial alemã, é a questão do sentido existencial. Heidegger usa o homem 
como exemplo para resolver esse problema. A característica do homem é perguntar 
a si mesmo. O homem é especialmente mediado por seu passado: a existência do 
homem é uma "ser que caminha para a morte" e sua relação com o mundo é formada 
a partir dos conceitos de preocupação, angústia, conhecimento e complexo de culpa. 
 
 
38 
 
O homem deve tentar "saltar" e escapar de sua situação cotidiana para chegar ao seu 
verdadeiro "eu". 
A base de sua filosofia de existência foi exposta no livro inacabado "Ser e 
Tempo" de 1928 (publicado em Marburg em 1927), que o tornou famoso fora da 
universidade. Heidegger veio de uma família humilde, recebeu mesada religiosa e 
concluiu o ensino fundamental, o que também lhe permitiu iniciar estudos teológicos 
e filosóficos. Sob a profunda influência do estudioso fenomenológico Edmund Husserl, 
ele permaneceu seu assistente após a Primeira Guerra Mundial (até 1923), e então 
começou a realizar pesquisas sob a tendência atual do existencialismo. 
Em seu livro livro Ser e Tempo (2001), o filósofo Martin Heidegger, descreve 
sobre conceitos como ser, mundo, dasein, ente e existecnciais. Heidegger afirma que 
o ser seria a essência humana, porém, verdadeiramente, não pode ter uma definição 
exata, pois

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