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1 EXCELENTISSOMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVIL DA COMARCA DE NATAL Processo nº 1. 0001842-67.2017.5.01.0246 Tício Cardoso Araújo, brasileiro, representante comercial autônomo e Lara Eventos LTDA, pessoa jurídica de direito privado, ambos já devidamente qualificados nos autos, vem respeitosamente à presença de vossa excelência, por intermédio de seu procurador, Fabio Guthemberg Penha, advogado, OAB/RN 890765, casado, com endereço na rua são josé, nº 1242, bairro Lagoa nova, em Natal – RN, endereço eletrônico fabioguthembergadv@hotmail.com, onde recebe intimações, tempestivamente, apresentar: CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE COBRANÇA Nos autos da ação que lhes move o Hotel Natal, pessoa jurídica de direito privado, neste ato representado por seu procurador Ruy Acioli, com maiores qualificações no processo em epígrafe, pelos fatos e motivos que passaremos a expor. 1. DA SÍNTESE INICIAL Alega o autor na exordial que o réu esteve entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015 por 12 vezes no Hotel Natal, sendo 4 vezes em cada mês. Alega ainda que toda vez o requerido comprovava sua estadia por meio da assinatura de um documento em que constava a data e o valor da diária. Versa ainda que por não ter sido liquidados os pagamentos das diárias, teve por obrigação ajuizar ação contra o réu, Tício Cardoso Araújo, e contra a empresa para o qual, Tício, presta serviço, Lara Eventos LTDA, pleiteando, assim, o valor do débito. Acrescido de multa de 10% (dez por cento). mailto:fabioguthembergadv@hotmail.com,onde 2 2. DAS PRELIMINARES Antes de adentrar no mérito, imprescindível se faz apontar algumas defesas em sede de preliminar. 1) DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA EMPRESA LARA EVENTOS LTDA O autor afirma na peça processual inicial que o representante comercial, Tício Cardoso Araújo, foi quem se utilizou na dos serviços do hotel. Contudo, cumpre relatar Excelência que a relação de direito material aqui discutida é entre o requerente e o requerido pessoa física, não consubstanciando assim a empresa Lara Eventos LTDA polo solidário neste processo. Ademais o requerido é representante comercial, não havendo, assim, qualquer liame entre este e a empresa. Portanto resta provado que a empresa não deve responder solidariamente, pois não se comprova a participação material da empresa em tela, sendo cabível nestes termos a sua ilegitimidade passiva além da extinção do processo sem resolução de mérito de acordo com (art. 485, VI e 337, XI, ambos do CPC). 2) DO DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO DA PARTE - FALTA DE PROCURAÇÃO Extrai-se dos documentos juntados com a petição inicial, a ausência de procuração, defeito esse que impossibilita o prosseguimento da exordial. Haja vista que o autor não possui capacidade postulatória. Pois nos termos do artigo 287 do CPC a petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico. Com isso, por ser perceptível o defeito de representação (CPC 337, IX), requer-se a intimação do autor para juntar o instrumento do mandato no prazo de 15 dias, sob pena de extinção do feito sem resolução de mérito de acordo com os artigos 76 e 321 do CPC. 3 Considerando já haver litisconsórcio com Tircio, e que o mesmo seria a parte legitima não se faz oportuno indicação de parte a figurar no polo passivo (art. 339 do CPC). 3. DO MÉRITO Apresentadas as preliminares o que se admite apenas para argumentar, tampouco no mérito merece prosperar as pretensões do autor. Outrossim, é de pontar também que, no caso, há questão prejudicial a ser analisada (prescrição). 1) DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DO AUTOR De acordo com artigo 206, § 1º, I do CC, prescreve em um ano a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos. Prazo este que resta provado que entre a utilização dos serviços e a data do ajuizamento da ação não foi observado o tempo de 1(um) ano. Assim, a utilização dos serviços do hotel ocorrido entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015 e o ajuizamento da ação confirmado em maio 2016, torna o pedido da ação prescrita. Nos moldes do artigo 147, II do CPC peço o acolhimento da prescrição com a consequente extinção do processo com resolução do mérito. 2) DO DESCABIMENTO DE MULTA Acaso afastada a prescrição, o que se admite apenas ad argumentandum tantum, impõe-se o afastamento da multa pleiteada pelo autor. É certo que houve um contrato verbal de prestação de serviços, contudo não houve a formalização de qualquer instrumento contratual com a previsão de multa, nem tampouco houve qualquer informação ao corréu sobre al existência. 4 Como bem destaca o art. 409 do código civil, a clausula penal deve ser estipulada conjuntamente com a obrigação ou em ato posterior; tal situação não se configurou na situação sob análise porque não foi estipulada consensualmente tal vontade acessória. Portanto, ante a existência de qualquer acerto prévio entre as partes, impossível alegar a incidência de multa sob pena de ensejar considerável insegurança jurídica e violação ao principio da legalidade (CF, art. 5º , II) e da boa-fé objetiva (CC, art. 422). 4. DO PEDIDO Ante o exposto, requer-se: a) Preliminarmente, o reconhecimento da ilegitimidade passiva da Empresa, com base no Art. 485, VI, do CPC/2015; b) Que o Autor apresente nos autos a Procuração de outorga de poderes, preliminarmente, Art. 485, I, do CPC/2015; c) O reconhecimento da existência de prescrição referente da petição inicial; d) De forma subsidiária que seja afastada a multa pleiteada; e) A condenação do autor quanto ao ônus de sucumbência (10% do valor da causa), Art. 85, §§ 2º e 6º, do CPC/2015; f) Provar o alegado por todos os meios de prova especificados em lei (CPC, Art. 369) especialmente pelos documentos juntados nos autos. Nestes termos, pede, espera e confia deferimento, Natal/RN, 24 de maio de 2016. FABIO GUTHEMBERG PENHA OAB/RN890765
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