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ILUSTRE MAGISTRADO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO IZABELA, cidadania, estado civil, ocupação, detentora da cédula de identidade RG n. (DOC. 01) e inscrita no CPF sob n. (DOC. 02), endereço eletrônico, residente e domiciliada em (DOC. 03), e RAFAEL, cidadania, estado civil, ocupação, detentor da cédula de identidade RG n. (DOC. 04) e inscrito no CPF sob n. (DOC. 05), endereço eletrônico, residente e domiciliado em (DOC. 06), vêm respeitosamente, por intermédio de seu advogado, mediante procuração (DOC. 07), propor a presente AÇÃO RESCISÓRIA com solicitação de MEDIDA CAUTELAR, embasada nos dispositivos legais do artigo 966, VI e VII do CPC, em oposição a BUFFET CASÓRIUS LINDUS, pessoa jurídica de direito privado, registrada sob o CNPJ (DOC. 08), endereço eletrônico, estabelecida em Tatuapé, São Paulo – SP, CEP (DOC. 09), representada neste ato por seu representante legal (DOC. 10), com base nos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. I. DA TEMPESTIVIDADE: 1º REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE A sentença rescindenda alcançou sua autoridade de coisa julgada em 24/04/2020, enquanto os Autores tomaram conhecimento de novas provas em 10/04/2022. Portanto, a presente ação rescisória está dentro do prazo legal, conforme estabelecido pelo artigo 975, § 2º do CPC. II. DO RECOLHIMENTO DE 5% DO VALOR DA CAUSA: 2º REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE Segue anexada a guia de depósito caução de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, de acordo com o estipulado pelo artigo 968, II do CPC. Dessa forma, estão presentes os requisitos de admissibilidade da ação rescisória, permitindo a apreciação do mérito. III. DOS FATOS Os Autores iniciaram uma ação de rescisão contratual com pedido de restituição de valores indevidos e indenização por danos morais, além de solicitar uma medida de urgência, perante a 1ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo do Estado de São Paulo. Na referida ação, os Autores contrataram os serviços de fotografia e filmagem para o seu casamento, prestados pelo réu, de acordo com o contrato (DOC. 11). No entanto, os serviços foram prestados de forma incompleta e com falhas, resultando na não cobertura fotográfica do dia da noiva e na omissão de momentos importantes da celebração, como a troca de alianças. Os Autores solicitaram uma medida de urgência para suspender a cobrança do contrato em questão e evitar que seus nomes fossem incluídos em órgãos. Após o trâmite processual, o juízo de primeira instância proferiu a sentença favorável aos Autores, concedendo a tutela de urgência e reconhecendo a não exigibilidade das parcelas futuras, bem como a não inclusão nos cadastros de inadimplentes. Após a exaustão dos recursos cabíveis, em //_, o Réu apresentou contestação com reconvenção, buscando indenização material no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), atualizados monetariamente e com juros de mora. Alegou rescisão contratual de três clientes devido a publicações realizadas pelos Autores sobre a conduta do Réu. A sentença foi proferida em //__ (DECISÃO COM ALGUNS PEDIDOS PROCEDENTES E OUTROS IMPROCEDENTES), acolhendo a reconvenção e condenando os Autores ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Alegou-se que uma postagem nas redes sociais dos Autores teria levado à rescisão de três contratos, cada um no valor de R$ 10.000,00, sendo esses contratos anexados aos autos da decisão rescindenda. A referida decisão transitou em julgado em 24/04/2020, conforme cópia apresentada nos autos (DOC.12). Os Autores foram contatados por uma ex-funcionária do Réu, que informou, em 10/04/2022, que os referidos contratos supostamente rescindidos, utilizados como fundamento para a alegação de dano material na contestação com reconvenção do Réu, eram falsos e, portanto, provas ilegítimas, como comprovado pela nova prova apresentada (DOC.13). Dessa forma, demonstraremos que a sentença deve ser rescindida e substituída por um novo julgamento. IV. FUNDAMENTOS Os Autores foram condenados, por sentença transitada em julgado, ao pagamento de danos materiais ao Réu no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), em virtude das supostas provas apresentadas pelo Réu referentes à rescisão contratual de três clientes. Tais provas não possuem qualquer validade jurídica, uma vez que se trata de provas falsas. Através da nova prova apresentada no processo, fica evidente a litigância de má-fé do Réu. Nesse sentido, o artigo 966, VI do Código de Processo Civil (CPC) estabelece que a decisão de mérito transitada em julgado pode ser rescindida quando o autor da ação rescisória obtiver nova prova cuja existência desconhecia e que seja relevante para modificar a decisão.Além disso, observa-se que a prova em questão foi demonstrada pelos documentos anexados e pela declaração direta da ex-funcionária do Réu, constituindo prova falsa. Portanto, também se aplica o inciso VII do artigo 966 do CPC, que permite a rescisão da referida sentença. Destaca-se que, nesses autos, é possível e desde já se requer a produção de provas para comprovar a falsidade das provas que convenceram o magistrado da decisão rescindenda a condenar os Autores ao pagamento de danos materiais ao Réu com base em contratos de clientes supostamente rescindidos, no valor de R$ 10.000,00 cada. Portanto, diante da nova prova fundamental para modificar a decisão transitada em julgado, a sentença deve ser rescindida e um novo julgamento deve ser proferido. V. TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA É evidente que a mera propositura da ação rescisória não impede a fase de cumprimento da sentença. No entanto, o artigo 969 do CPC permite a concessão de tutela provisória. Os pressupostos para as medidas cautelares são o fumus boni iuris (aparência do bom direito) e o periculum in mora (perigo da demora), conforme disposto no artigo 300 do CPC. No caso em questão, é evidente que existe perigo de dano ou risco de resultado inútil do processo, conforme previsto no artigo 303 do CPC. Encontra-se em andamento o cumprimento de sentença iniciado pelo Réu, que em breve resultará no pagamento voluntário pelos Autores ou na adoção de medidas de execução patrimonial. No entanto, se esta ação rescisória for procedente, o cumprimento de sentença relativo aos danos materiais não poderá ser realizado. Se os valores referentes ao pedido rescindendo forem pagos antecipadamente, ocorrerá um esgotamento patrimonial dos Autores sem a decisão final neste processo e sem observância do devido processo legal, que determina que ninguém pode ser privado de seus bens sem o devido processo legal. Além disso, os fundamentos jurídicos que autorizam o pedido e a concessão da tutela de urgência também estão presentes. Portanto, os Autores solicitam a concessão da tutela provisória antecipada para suspender o cumprimento de sentença promovido pelo Réu em relação à indenização por danos materiais discutida nesta ação. Requer-se, ainda, que em caso de descumprimento da tutela provisória antecipada, seja aplicada multa diária ao Réu. Requer-se a citação do Réu por via postal para apresentar sua peça de defesa dentro do prazo legal. Em relação ao mérito, requer-se: a. a rescisão da sentença no que se refere à condenação dos Autores ao pagamento de danos materiais em favor do Réu; b. a realização de um novo julgamento por este Egrégio Tribunal; c. subsidiariamente, caso este Egrégio Tribunal entenda que não deve realizar o novo julgamento, que os autos sejam remetidos à Vara de Origem para esse fim; d. a confirmação da tutela de urgência pleiteada. Requer-se a produção de provas por todos os meios admitidos em direito. Os Autores não se opõem à realização de uma audiência de conciliação prévia. Por fim, caso os pedidos desta ação sejam procedentes, solicita-se o levantamento do depósito caução de 5%, realizado deacordo com o art. 968, II, do CPC. Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Termos em que, pede deferimento Local/data Nome do advogado Número de inscrição na OAB do advogado.
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