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1 Lesão de Ligamento Cruzado Anterior Bruno Roberto Silva do Amaral 1 brunofox120787@hotmail.com Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia - Turma 1 – Faculdade FASAM RESUMO Introdução: O Ligamento cruzado anterior é o mais atingido na pratica do dia-a-dia, a perda do LCA, influencia os mecanismos funcionais da articulação do joelho, aumentando a instabilidade do mesmo. Tal fato deve-se ao importante papel biomecânico que este ligamento exerce no joelho e da grande incidência de lesões em atletas de alto nível, exigindo dos pesquisadores estudos mais aprofundados e propostas de tratamento que sejam eficientes.Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo descrever as estruturas que envolvem a articulação do joelho, em especial o LCA.Metodologia: O estudo foi do tipo revisão sistemática qualitativa da literatura, os trabalhos consultados foram localizados por meio de pesquisa eletrônica nas bases de dados LILACS, MEDLINE, SCIELO. Realizou-se estudos sobre lesão de ligamento cruzado anterior.Resultado:Diante das pesquisas realizadas mostram fatos, que é fundamental o tratamento a ser administrado seja baseado nos conhecimentos científicos aliados ao bom senso e ao entendimento de que não há um protocolo absoluto, até porque cada indivíduo é um ser único, dotado de particularidades físicas e psicológicas que, sem dúvida, influenciam no resultado e evolução de qualquer terapia.Conclusão:Conclui que é importante uma análise específica de cada caso e, quando a opção for por um protocolo mais agressivo, se faz necessária a confiança no sucesso da técnica cirúrgica, além do conhecimento dos possíveis riscos de tal opção. O trabalho em conjunto entre a equipe cirúrgica e fisioterapeutas, é, mais uma vez, de suma importância para a qualidade da reabilitação do LCA. Palavras-chave:Ligamento Cruzado Anterior, Diagnostico, Tratamento. 1. INTRODUÇÃO A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho é freqüentemente encontrada na prática ortopédica. O primeiro passo após o entorse de joelho é examiná-lo para que possa ser feito o diagnóstico. Dos quatros ligamentos, o ligamento cruzado anterior é o mais frequentemente lesado, pois ele é responsável por evitar movimentos de “gaveta” e rotação exagerada do joelho. Desta forma, a sua rotura ocorre principalmente em esportes como futebol, basquete e voleibol, que exigem muita rotação e onde muitas vezes o pé pode ficar ________________________________________ 1 – Pós-graduando em Ortopedia e Traumatologia-Turma 1. 2 – Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em Bioética e Direito em Saúde. 2 preso no chão e o corpo rodar sobre o joelho. O uso de testes, como de Lachman, teste da gaveta anterior e teste do pivot shift, é freqüente na prática clínica, sendo necessário conhecer sua sensibilidade e especificidade no reconhecimento da lesão nas fases aguda e crônica. A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho é freqüentemente encontrada na prática ortopédica. O primeiro passo após o entorse de joelho é examiná-lo para que possa ser feito o diagnóstico. Dos quatros ligamentos, o ligamento cruzado anterior é o mais frequentemente lesado, pois ele é responsável por evitar movimentos de “gaveta” e rotação exagerada do joelho. Desta forma, a sua rotura ocorre principalmente em esportes como futebol, basquete e voleibol, que exigem muita rotação e onde muitas vezes o pé pode ficar preso no chão e o corpo rodar sobre o joelho. O uso de testes, como de Lachman, teste da gaveta anterior e teste do pivot shift, é freqüente na prática clínica, sendo necessário conhecer sua sensibilidade e especificidade no reconhecimento da lesão nas fases aguda e crônica. Segundo Camalho (1998), as lesões traumáticas dos joelhos e as suas consequências representam 80% da patologia de joelho, devido a este auto índice exigiu dos pesquisadores estudos mais aprofundados e propostas de tratamento que fossem mais eficientes para este tipo de lesão e que o período de reabilitação fosse mais curto e o retorno as atividades o mais precoce. O LCA é o principal ligamento estabilizador do joelho, ou ainda que este é o ligamento mais forte do joelho e o menos complacente dessa articulação devendo ser considerado “elemento fundamental” que controla o joelho normal.A perda do LCA influenciao mecanismo funcional da articulação do joelho, aumentando a instabilidade do mesmo. Tal fato deve-se a importância da biomecânicaque este ligamento exerce no joelho, pois a estabilidade articular resulta da interação complexa dos diferentes ligamentos do joelho, e a lesão de um deles altera toda essa relação. Assim, como no caso das fibras musculares, as fibras do LCA não são todas solicitadas ao mesmo tempo. Trata-se de um verdadeiro recrutamento no decorrer do movimento devido a desigualdade no comprimento de suas fibras que variam deacordo com a posição e local de inserção. Durante a flexão do joelho entre 90° e 120°, por exemplo, as fibras ântero-inferiores do LCA estão afrouxadas e as póstero-superiores estão tensionadas. Na extensão completa, o LCA como um todo está tenso, sendo, por isso, um dos "freios" da hiperextensão. Os movimentos de rotação, também tensionam o LCA. A rotação interna provoca um contato mútuo entre os ligamentos cruzados que se enrolam tensionando-se mutuamente. A partir dos 15°-20° de rotação externa o LCA começa a tensionar-se cada vez mais, enrolando-se sobre a face axial do côndilo femuralextemo, quando a rotação externa prossegue. (V. C. Dionisio e G.A. Pini1996). O mecanismo de lesão ocorre com a laceração do LCA resultado de uma desaceleração brusca, hiperextensão ou lesão rotacional que geralmente não envolve contato com outro individuo. A lesão pode ser total ou parcial de maneira geral, o rompimento ou a lesão ocorre decorrente de forças rotatórias sem contato associados à fixação do pé e a movimentos rápidos de direção. A lesão do LCA pode estar associada a lesões do LCM, do menisco 3 medial e do menisco lateral, em alguns casos o coto do LCA pode ficar aderido à sinovial do LCP, dando a falsa ideia de um joelho normal (Strobel e Stedtfeld 2000). Segundo ROCKWOOD (1994) citado por Freitas (2010), as lesões do LCA ocorrem geral- mente por mecanismos onde o estresse no ligamento é grande o suficiente para causar uma ruptura. As lesões podem ser parciais ou totais dependendo do movimento, força e alongamento, seu trauma pode ser direto ou indireto. Quase sempre a lesão é dada por uma manobra de torção, e desaceleração súbita geralmente seguida de estalos e hemartroses presente dentro de poucas horas, ou ainda abdução com rotação externa e hiperextensão. 2. REVISÃO DE LITERATURA Segundo Winkel (2001) o ligamento cruzado anterior tem origem na parteanterior da eminência intercondílica da tíbia e se dirige para trás e para cima,inserindo no côndilo externo do fêmur, dentro da fossa intercondílica. Um traumatismo em valgo, mais flexão e rotação externa, acarretam, sucessivamente, seguindo uma força crescente: lesão do LCM, LCA e desinserção do menisco medial. Este mecanismo de lesão é muito comum em esquiadores e pode vir associado à lesão da musculatura da pata de ganso que tenta conter o valgo uma força posterior direta contra a extremidade superior da tíbia provoca um deslocamento anterior enquanto o joelho é fletido, e produz a lesão do LCA geralmente associada com uma lesão oculta do LCP e cápsula articular (TUREK 1991, citado por V. C. Dionisio e G.A. Pini 1996) Durante o movimento forçado de flexão, varo, rotação interna, os ligamentos cruzados enrolam-se, o compartimento lateral se abre e o côndilo interno do fêmur pressiona o LCA, lesando-o. A rotação interna da tíbia quando o joelho é estendido pode produzir uma rotura isolada do LCApois tanto a porção póstero-lateral quanto a ântero-medial deste ligamento estão tensas neste movimento (TUREK 1991, citado por V. C. Dionisio e G.A. Pini 1996). 2.1 Anatomia do Joelho: Strobel e Stedtfeld (2000), relatam que o ligamento cruzado anterior (LCA) origina-se de uma área elíptica, com aproximadamente 15-20 mm de comprimento na superfície póstero-medial do côndilo femoral lateral. Passa ventral, caudal e medialmente à área intercondilar anterior da tíbia, onde se insere entre as fixações anteriores dos meniscos. Tria (2002), diz que o ligamento é intra-articular, porém extra-sinovial. A sinóvia do joelho reveste os dois ligamentos cruzados, isolando-os do líquido sinovial. Uma simples ruptura do revestimento sinovial pode levar à destruição da integridade do ligamento pela exposição ao ambiente líquido e, também, por comprometer o aporte vascular, o qual parece estender-se desde o revestimento até a parte interna do ligamento. Strobel e Stedtfeld (2000), em seu curso de aproximadamente 3 cm, as fibras se entrelaçam de tal maneira que vêm a formar uma área de inserção triangular na área intercondilar anterior. 4 Neste local, as fibras ântero-mediais mais longas situam-se anteriormente e as póstero- laterais, mais curtas, posteriormente. No joelho estendido, as fibras ântero-mediais originam- se da parte mais superior da área de inserção femoral do LCA, enquanto as fibras póstero- laterais originam-se da parte mais inferior. 2.2 Diagnostico de LCA: Oteste de instabilidades devem ser realizado buscando identificar estruturas ligamentares lesadas, sendo que o teste de lachman é um dos mais fidedignos para a avaliação do LCA como também o teste de gaveta anterior. A característica clinica das instabilidades crônicas geralmente tem uma historia em que o paciente relata a ocorrência de uma grave entorse que, na maioria das vezes foi seguida de derrame articular imediato, sendo classificada quanto a gravidade e o tipo de lesão (COSTA, 2012). Os testes clínicos a seguir são os mais frequentemente empregados para diagnosticar a insuficiência do LCA. Teste de Lachman – O paciente deita-se em Decúbito dorsal e o examinador estabiliza o fêmur distal com uma mão e segura a tíbia proximal com a outra mão. Com o joelho mantido em flexão leve, a tíbia é movimentada para frente sobre o fêmur. O teste é positivo quando há uma sensação final macia e um movimento excessivo da tíbia. Sinal da Gaveta Anterior - O paciente deita-se em Decúbito dorsal com os joelhos dobrados a cerca de 90º. O examinador senta-se em ambos os pés do paciente e coloca suas mãos em torno da tíbia superior da perna a examinar. Os polegares de ambas as mãos devem ficar na tuberosidade anterior da tíbia. A partir desta posição o examinador puxa a tíbia para si. Este teste é considerado positivo se houver translação anterior excessiva e uma sensação de fim de movimento mole, que é indicativo de que o movimento é parado não pelo LCA, mas sim por estruturas secundárias. O examinador deve fazer o mesmo teste com a outra perna como comparação. Pivot-Shift Test – O paciente deita-se em Decúbito dorsal o examinador deve levantar a perna testada com o joelho totalmente estendido, colocar a palma de uma das mãos por trás da cabeça da tíbia e usar a outra mão para agarrar a tíbia, enquanto palpa a linha articular medial. Enquanto mantém uma força em valgo e rotação interna da tíbia durante o teste, lentamente flexionar o joelho do paciente. Um teste positivo ocorre quando o prato tibial lateral começa a subluxar anteriormente e volta para a posição neutra quando flexiona o joelho até cerca de 30 graus. Jerk Test–O paciente deita-se em Decúbito dorsal com o membro inferior colocado em 45º de flexão do quadril e 90º de flexão do joelho. O examinador com uma das mãos, segura o pé ou a perna em rotação interna e, com a outra, pressiona o terço superior da perna para frente, fazendo um discreto valgo do joelho. Nesta posição, o joelho é estendido lenta e progressivamente, é notado um repentino ressalto articular e a representação da subluxaçãoantero-lateral do joelho se mantém subluxada até a extensão total da articulação. 5 Segundo Santana (1994). Além desses exames clínicos, e na impossibilidade de realizar exames mais sofisticados como Tomografia, Ressonância Magnética, etc., dispõe-se atualmente do SAD (Subluxação Anterior Diferencial) que é uma medida radiológica. Radiografias em AP ortostático, perfil e túnel mostram alterações que são sugestivas das lesões do ligamento cruzado anterior Assim, na fase aguda, podemos observar fratura com impactação do côndilo lateral do fêmur , onde afundamentos maiores de 1,5 mm são sinal patognomônico de lesão do ligamento cruzado anterior e devemos estar atentos para fratura – arrancamento da cortical do terço médio da borda externa do planalto tibial lateral (fratura de Segond) esta também patognomônica de lesão deste ligamento (STUMP, 2000). A Ressonância magnética é frequentemente utilizada para confirmar o diagnóstico da lesão do LCA. Porém, de acordo com alguns estudos americanos, nem sempre é um exame pré- operatório fundamental quando a história clínica e o exame físico deixam claro o diagnóstico(STUMP, 2000). 2.3 Cirurgia O objetivo da reconstrução do LCA é permitir ao doente ter uma articulação funcional, estável e indolor. Devido ao aumento da esperança média de vida e da qualidade de vida da população mundial, com maior atividade física por parte das pessoas com mais idade, a idade deixou de ser um critério major para a exclusão da opção cirúrgica, sendo essa abordagem cada vez mais comum em doentes com idade superior a 40 anos. A idade fisiológica e o nível de atividade têm uma maior importância do que a idade real, como fatores decisivos para a reconstrução cirúrgica. Quando os doentes apresentam marcadas anomalias na marcha, a correr ousubir escadas e se queixam de instabilidade recorrente do joelho em atividades básicas do dia a dia, são, àpartida, candidatos à reconstrução cirúrgica. Outra das indicações para o tratamento cirúrgico é avontade de voltar à prática desportiva. Os indivíduos motivados podem obter considerável recuperação dafunção e estabilidade após a cirurgia, com um aumento do retorno a atividades físicas que envolvam rotação dojoelho. Não devem ser intervencionadas articulações com sinais evidentes de osteoartrite. É de crucialimportância que os profissionais de saúde apresentem todas as alternativas de tratamento, quer cirúrgicas, quernão cirúrgicas, bem como as vantagens e desvantagens de cada intervenção, de modo a obter um consentimentoinformado por parte do doente e a capacitá-lo para uma recuperação mais eficaz (Mendes, 2012). 2.4 Tratamento: A reconstrução do Ligamento cruzado anterior é um dos tratamentos mais utilizados que tem o objetivo de substituir o LCA lesado por uma estrutura que possua características biomecânicas superiores ou semelhantes a do ligamento original tentando assim promover uma fixação anatômica. (S. JÚNIOR, COSTA, GONÇALVES E PAIZANTE, 2009 citado por COSTA, 2012). 6 Fase Aguda: O tratamento nesta fase inicia-se logo após o trauma e visa principalmente diminuir dor e inflamação, restaurar amplitude de movimentos e restabelecer o controle muscular e proteção contra novas agressões. Tais objetivos podem ser alcançados adotando-se o método (PRICE sugerido por Camanhocitado por Nunes 2006) 1-Uso de compressão e gelo associados ou não a analgésicos e\ou AINH (Anti Inflamatórios não Hormonais) 2-Exercícios de flexo-extensão assistidos e alongamentos visando aumentar o ADM (Arco de Movimento). Atenção deve ser dada na demora para se atingir este objetivo, especialmente extensão, pois isso pode significar outras lesões associadas, (lesão meniscal), o que modificaria temporariamente a conduta. 3- Uso de muletaspara descarga parcial do peso, até que se restabeleça completamente a ADM e cesse o processo inflamatório. Fase Crônica: Esta etapa do tratamento inicia-se logo depois de atingidas as metas anteriores (3 semanas), e tem por base 3 parâmetros : Trabalho Muscular O inicio de um trabalho muscular mais intenso após a fase aguda, visa aumentar a resistência e força dos grupos musculares que cruzam o joelho.Ênfase maior deve ser dada àqueles que posteriorizam a tíbia (isquiotibiais e gastroc), devendo-se transformar o joelho lesado em um “isquiotibial dominante” (Palmitier 1991). Treino de Propriocepção Definimos a propriocepção como a capacidade inconsciente de sentir o movimento e posição de uma articulação no espaço.No joelho ela é mediada por mecano-receptores situados nas suas principais estruturas como LCA, LCP, ligamentos colaterais, cápsula articular, tendão patelar ,meniscos etc. No paciente com lesão de LCA ao qual se institui um tratamento conservador , deve-se “treinar” o mesmo a usar os mecanoreceptores íntegros, principalmente os capsulares que seriam aqueles, (segundo Solomonov Citado por Nunes 2006) , os responsáveis pela co-contraçao dos isquiotibiais e gastrocnêmicos levando a uma proteção do joelho contra os ¨falseios¨. Segundo Nunes, 2006. Um bom exemplo de propriocepção é quando pisamos no Bosu. Ao pisar, nosso o pé entorta e automaticamente contraímos os músculos para endireitarmos o pé e recuperar o equilíbrio. Esse estimulo provoca uma maior consciência corporal, protege as articulações e coordena melhor os movimentos. Órteses 7 O uso de “órteses” protetoras pode ser útil na volta do paciente ao esporte Teoricamente tais órteses bloqueiam a anteriorização da tíbia apenas quando são submetidas a pequenos esforços e não o fazem quando submetidas a esforços funcionais ou acima deles. A possível ação da órtese seria aumentar e melhorar a propriocepção do joelho através da estimulação de mecanoreceptores cutâneos, situados nas suas áreas de apoio. Os pacientes em sua maioria, relatam melhora funcional com o uso das órteses , que consciente ou inconscientemente aumentam a atenção do paciente para com seu joelho, diminuindo assim as oportunidades de novos falseios. Nunes, (2006). Protocolo Fisioterapeutico de Reabilitação de LCA São designadas algumas metas durante o processo de reabilitação pós-operatória de reconstrução ligamentar, sendo elas restaurar a estabilidade e mobilidade articular, obter apoio de peso indolor e estável, força e resistência suficientes para suprir as demandas funcionais e habilidade de retornar às atividades. Para isso é necessário um bom programa de reabilitação, na qual podemos encontrar uma gama de protocolos de tratamento propostos, o que devemos levar em consideração antes da escolha de qual protocolo seguir é observar a gravidade da lesão, as lesões associadas caso haja e ainda é válido ressaltar o respeito à individualização do paciente para que possa haver sucesso no decorrer do tratamento. A seguir será descrito alguns protocolos de reabilitação pós-cirúrgica de reconstrução de ligamento cruzado anteriorKISNER, (2009). Protocolo de reabilitação pós-cirúrgica do LCA elaborado por Ferreira e Madureira (2009). FASE I (1ª e 2ª SEMANAS) Marcha com duas canadianas com apoio proprioceptivo. Electroestimuação (vasto interno). Mobilização da rótula (vertical e horizontal). Contracções isométricas do quadricípete. TENS. Crioterapia. FASE II (3ª e 4ª SEMANAS) Marcha com duas canadianas, carga parcial (50% do peso corporal). Electroestimulação. Mobilização da rótula. Mobilização passiva de 0ºa 120º. Mobilização activa de 0º a 90º. Fortalecimento muscular do quadricípete e isquiotibiais. Exercícios proprioceptivos sentado. Fortalecimento muscular de flexores, abdutores, adutores e extensores da anca. Alongamento da cadeia posterior (isquiotibiais e gémeos). Massagem com especial incidência sobre a cicatriz e “portões de entrada”. TENS. Crioterapia. 8 Hidroterapia Mobilização passiva e activa do joelho. Treino de marcha. Exercícios proprioceptivos em apoio bipodal. Fortalecimento de quadricípete, isquiotibiais e gêmeos (utilização de Aquafins e step). Alongamento da cadeia posterior (isquiotibiais e gémeos). FASE III (5ª e 6ª SEMANAS) Carga total, marcha com uma canadiana (só na quinta semana). Electroestimulação. Mobilização passiva de 0º a 135º. Mobilização activa de 0º a120º. Bicicleta estática (sem resistência). Fortalecimento muscular do quadricípete e isquiotibiais. Fortalecimento muscular de flexores, abdutores, adutores e extensores da anca. Exercícios proprioceptivos em apoio bipodal. Alongamentos da cadeia posterior (isquiotibiais e gémeos). Massagem. TENS. Crioterapia. FASE IV (7ª a 9ª SEMANAS) Inicio da musculação em cadeia cinética aberta (legcurl, legextension, legpress, gémeos e anca). Electroestimulação. Mobilização passiva do joelho (amplitude completa). Bicicleta com resistência progressiva. Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal. Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos). Massagem. TENS. Crioterapia. Hidroterapia Bicicleta subaquática. Mobilização passiva e activa do joelho. Treino de marcha. Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal. Fortalecimento de quadricípete, isquiotibiais e gêmeos (utilização de Aquafins e step). Alongamento da cadeia posterior (isquiotibiais e gémeos). FASE V (10ª à 12ª SEMANAS) Musculação em cadeia cinética aberta. Trabalho excêntrico do quadricípete. Electroestimulação. 9 Mobilização passiva do joelho. Bicicleta com resistência. Corrida na passadeira. Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos). Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal. Massagem. TENS. Crioterapia. Hidroterapia Trabalho pliométrico na cama elástica com apoio bipodal. Corrida. Exercícios de técnica de corrida. Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal. Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos). FASE VI (13ª à 16ª SEMANAS) Musculação em cadeia cinética aberta e fechada. Electroestimulação. Mobilização passiva completa. Bicicleta. Corrida na relva ou na praia. Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal. Trabalho pliométrico na cama elástica com apoio bipodal. Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos). TENS. Crioterapia. Hidroterapia Trabalho pliométrico na cama elástica com apoio bipodal. Corrida. Exercícios de técnica de corrida. Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal. Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos). FASE VII (17ª à 24ª SEMANAS) Musculação. Bicicleta. Corrida, treino condicionado e progressivo (na respectiva modalidade). Exercícios proprioceptivos adaptados à modalidade. Trabalho pliométrico. Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos). Crioterapia. Hidroterapia Trabalho pliométrico na cama elástica com apoio bipodal. 10 Corrida. Exercícios de técnica de corrida. Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal. Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos). 3. METODOLOGIA Este estudo consiste em uma revisão sistemática da literatura onde foram utilizados os mais variados recursos disponíveis como pesquisas bibliográficas selecionando artigos da internet com bases de dados no Medline, Lilacs e Scielo, revistas especializadas, manual, livros, Google Acadêmico publicações, bem como outros meios e prospectos que oferecem informações que enriqueceram o conteúdo sobre Lesões de Ligamento Cruzado Posterior. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tria (2002), citado por Lima (2007), descreve que o tratamento cirúrgico da ruptura completa do LCA deve se levar em considerações fatores relativos ao paciente, tais como idade, sexo, estilo de vida, lesões do joelho concomitantes e expectativas parao futuro. O estilo de vida é um fator dos mais importantes. Pacientes que praticam regularmente esportes vigorosos correm sério risco de repetição da instabilidade. Isso inclui esportes que requeiram salto, corrida com mudança de direção, torção e arranque rápido. As demandas desse nível de participação forçam o joelho e, por isso, é menos provável que o atleta possa superar a perda do LCA. Embora a idade não seja uma clara indicação ou contra-indicação para a reconstrução, os pacientes com mais de 40 anos têm menor probabilidade de participar de esportes altamente competitivos. Macnicol(2002), citado por Lima (2007).Afirma que: “Em crianças, adolescentes e atletas com menos de 30 anos, é adequada a refixação do LCA, particularmente nos casos de avulsão da eminência intercondilar em que o fragmento não é passível de redução. Se a placa de crescimento ainda estiver aberta, devem ser evitados orifícios broqueados através da fise, a menos que falte, no máximo, um a dois anos para a maturidade do adolescente”. Thomee(2008), Citado por Mendes (2012). A motivação está positivamente associada com a presença nas sessões de reabilitação, conclusão de protocolos de tratamento prescritos e realização de exercícios em casa. Há importantes fatores intrínsecos ao doente, como o interesse e satisfação, que são independentes do valor essencial do exercício. Por outro lado, o suporte por parte dos fisioterapeutas e uma motivação para a autonomia no tratamento são preditores positivos para uma recuperação de sucesso. A autoperceção das limitações da função do joelho antes da cirurgia tem um valor preditivo significativo para o seu regresso a níveis aceitáveis de atividade física, sintomas e função muscular. Trabalhos científicos brasileiros, publicados nos últimos anos na Revista Brasileira de Ortopedia, reconhecem como boa essa técnica de reconstrução intra-articular, praticada como procedimento único. Esses trabalhos nacionais referem bons resultados, o que permite que a técnica cirúrgica de reconstrução isolada do LCA mantenha sua indicação. No entanto, a 11 observação mais atenta, nota-se que esses trabalhos são deficientes em seus desenhos e apresentam vieses, entre os quais a avaliação dos resultados feita a prazos variados, às vezes curtos demais, a não definição dos casos excluídos e as perdas de seguimento, entre outros vieses que invalidam as conclusões apresentadas. O artroscópio é o instrumento preferido para execução dessas reconstruções ligamentares, na grande maioria das vezes.Método considerado pouco invasivo e de pouca morbidade, esbarra, no entanto, nas suas próprias limitações, entre as quais e talvez a mais importante, a de somente permitir procedimentos intra-articulares, onde a ótica e o instrumental são manobrados em meio líquido ou eventualmente gasoso; um procedimento extra-articular de reparação ou de reconstruçãoé praticamente impossível de ser feito com segurança, por via artroscópica.Amatuzzi e Colaboradores (2007) Nunes (2006), cita que na fase crônica o início do tratamento é atingido depois das metas anteriores, e tem por base quatro parâmetros que são: a) Treinamento muscular, tem seu inicio de uma maneira mais intensa após a fase aguda, sua intenção é aumentar a resistência e força dos grupos musculares que cruzam o joelho, deve ser dado maior destaque aos grupos musculares posteriores como isquiotibiais e gastrocnêmio. Os exercícios são realizados em cadeia aberta e fechada, visando aumentar a resistência e força dos músculos trabalhados, os exercícios de cadeia aberta devem ser usados com muito discernimento, pois podem provocar lesões na articulação femoropatelar, e os de cadeia fechada não provocam a anteriorização da tíbia, sendo por isso os mais recomendados. b) Treinamento proprioceptivo é definido como a capacidade inconsciente de sentir o movimento e posição de uma articulação no espaço. A propriocepção é trabalhada por meio de exercícios de equilíbrio, postura do joelho no espaço, tempo correto de atuação dos músculos flexores e outros. A repetição extenuante deste treinamento consciente fará com que o mesmo se torne automático, e inconsciente preparando o paciente a usar seus músculos flexores antes de colocar o pé contra qualquer obstáculo, mesmo o solo.Varias técnicas existem para se treinar a propriocepção do joelho e em média se necessita de quatro a seis semanas de trabalho para um bom resultado final. c) Tratamento conservador com órteses protetoras que pode ser utilizado na volta do paciente ao esporte, visto que as mesmas impedem a anteriorização da tíbia apenas quando são submetidas a pequenos esforços e não o fazem quando submetidas a esforços funcionais. É relato uma melhora funcional com o uso das órteses, que consciente ou inconscientemente aumentam a atenção do paciente para com seu joelho, diminuindo assim as oportunidades de novos falseios. d) Reeducação esportiva visto que todas atividades esportivas que envolvem saltos, giros, mudanças bruscas de direção e velocidade ocasionam stress ao joelho com deficiência de ligamento cruzado anterior, adequando com isso chances de aparecimento dos falseios de repetição. A prática de atividades esportivas deve ser estimulada com baixo risco para o joelho. 12 5. CONCLUSÃO Conclui-se, portanto, que a atuação da fisioterapia no Tratamento de LCA deve ser direcionada tanto para a prevenção quanto para o tratamento da doença. Inicialmente podemos instituir para possíveis correções e/ou alterações no modo de vida, dos membros inferiores e principalmente no que diz respeito à região do joelho, evitando assim a incidência da patologia. Portanto, quanto mais precoce o diagnóstico da doença mais rapidamente podemos evitar a lesão do ligamento, evitando assim o tratamento cirúrgico. Observei que os autores pesquisados têm uma mesma opinião sobre como avaliar a lesão, tendo somente divergências em quais os teste e graus dos mesmos que devem ser aplicados. Fica claro que uma anamnese completa e detalhada é ainda o melhor método de diagnosticar as lesões do ligamento cruzado anterior. A fisioterapia quando aplicada de maneira ponderada e cuidadosa contribui muito para o sucesso da resolução do problema, tendo a lesão indicação cirúrgica ou não. Quanto aos tratamentos, todos tem um mesmo objetivo, sendo as diferenças somente na conduta aplicada, variando de acordo com a idade, sexo e atividade exercida. Sendo assim cabe a cada fisioterapeuta escolher a conduta a ser seguida desde que tenha um bom embasamento anâtomo-patológico e consiga desta maneira atingir os objetivos propostos para cada paciente. 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