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Emergências Cirúrgicas Aula 14 - Trauma de face

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Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 14: TRAUMA DE FACE 
1
1. Introdução 
 O atendimento inicial do paciente traumatizado, pelo cirurgião Bucomaxilofacial, é 
importante para que hemorragias sejam controladas, fraturas que comprometam as vias 
aéreas superiores e causem compressão do globo ocular sejam tratadas, entre outras 
lesões de tecido mole e tecido duro que possam apresentar risco à vida. 
 O trauma facial é a área mais desafiadora da Especialidade de Cirurgia e Traumatologia 
Bucomaxilofacial, e apesar de todo o avanço na compreensão da cicatrização dos tecidos, 
biomateriais e técnicas cirúrgicas, o tempo no tratamento inicial do paciente ainda 
permanece como um fator primordial na melhora do paciente (PERRY, 2008). Para se 
cuidar e prevenir o trauma, este deve ser encarado como uma “doença” que ocorre 
através da interação entre o ambiente, hospedeiro e um agente causador (NATIONAL 
ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, NAEMT 2004), onde o tempo, as 
decisões críticas e a habilidade do socorrista afetam o resultado do resgate (HOWARD; 
BROERING, 2009). 
 Este tipo de lesão é a principal causa de morte entre a primeira e quarta décadas de vida, 
sendo que em sua maioria ocorrem nos primeiros minutos do evento, mesmo com os 
recursos médicos mais avançados disponíveis. A outra parcela de óbitos ocorre na primeira 
hora após o trauma e é responsável por cerca de 30% das mortes provenientes de 
acidentes automobilísticos, tendo como causas principais a hipóxia e o choque 
hipovolêmico (KIRAN; KIRAN, 2011). A face, por ser a parte mais exposta do corpo, está 
sujeita a inúmeros traumas podendo estes ocorrerem isoladamente ou associados a 
outros tipos de injúrias (CARVALHO, T.B.O. et al., 2010), acontecendo de forma comum em 
certos grupos como pacientes epiléticos (NONATO; BORGES, 2011). 
 Entre as principais causas do trauma facial, principalmente em centros urbanos, destacam-
se os acidentes automobilísticos, agressões físicas e quedas da própria altura (MELIONE; 
MELLO-JORGE, 2008), originando custos hospitalares, perda de função laborativa além de 
outras consequências funcionais e emocionais permanentes ou não, afetando 
principalmente homens e podendo levar a sequelas irreversíveis (BARROS et al., 2010). A 
alta incidência de lesões faciais (cerca de 7,4 a 8,7% dos atendimentos de emergência) leva 
a uma necessidade de saber como tratar de forma adequada este tipo de trauma, sendo 
fundamental, para isso, entender o mecanismo da lesão (LELES et al., 2010). A abordagem 
de maneira inadequada e a demora no atendimento podem acarretar um aumento no 
número de dias de internação hospitalar além de aumentar a complexidade das lesões a 
serem tratadas e levar a sequelas muitas vezes irreversíveis (MONTOVANI et al., 2006). 
Entre os tipos de atendimento à vítima do trauma destaca-se o Suporte Avançado de Vida 
no Trauma (ATLS) onde, atualmente, é considerado como um padrão de atendimento de 
reconhecimento internacional e uma referência para outros cursos de suporte de vida 
(DRISCOLL; WARDROPE, 2005). 
 No Brasil, o acolhimento ao paciente politraumatizado é realizado pela unidade de 
remoção de urgência/emergência, que é geralmente quem realiza o atendimento pré-
hospitalar (APH) ou por demanda espontânea, sendo realizado posteriormente a avaliação 
secundária e condução do caso em ambiente hospitalar (CARVALHO, M.F., 2010). 
2. Anatomia facial 
 A face, ou o rosto, é uma janela para o mundo, que revela muito sobre o que somos e 
como nos sentimos. Trata-se de uma região delimitada pelos espaços entre testa e queixo 
e de uma orelha à outra. Procedimentos estéticos, invasivos ou não, podem trazer ótimos 
resultados, e melhorar a autoestima e a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 14: TRAUMA DE FACE 
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exigem qualificação e preparo. Afinal, na face existem estruturas nobres que, quando 
lesadas podem gerar sequelas irreversíveis para os pacientes. Portanto, o conhecimento 
da anatomia da face é fundamental. 
 Os músculos da face são responsáveis pela mímica facial e têm a peculiaridade de 
inserirem na pele. Assim, com a contração dessa musculatura, formam-se as rugas de 
expressão ao longo do tempo. O domínio desta anatomia é importante na aplicação da 
toxina botulínica, pois aplicação em determinados grupos musculares pode gerar efeitos 
inestéticos temporários na face. 
 A inervação da face é dividida em sensitiva e motora. A inervação sensitiva é feita 
predominantemente pelo nevo trigêmeo, que se divide em diversos “ramos”, que correm 
por planos mais superficiais. A inervação motora pelo nervo facial costuma correr em 
planos mais profundos, exceto áreas que superficializam e têm maior risco de serem 
lesionados. Seccionar um nervo sensitivo é menos grave do que seccionar um nervo motor. 
 O conhecimento anatômico é essencial na realização de procedimentos cirúrgicos e no uso 
de algumas tecnologias. Pode evitar lesões desses nervos em locais onde se superficializam 
e em seus trajetos mais comuns. A lesão de nervos motores pode trazer assimetrias faciais 
permanentes. 
 A vascularização da face deriva principalmente da artéria carótida externa, com uma 
pequena contribuição da artéria carótida interna. Na face, esses vasos geram uma rede de 
anastomoses que interconecta o sistema carotídeo externo com o sistema carotídeo 
interno que irriga sistema nervoso central e retina. 
 Em procedimentos estéticos, como o preenchimento com ácido hialurônico, deve-se 
atentar para o risco de embolização desses vasos, pois pode trazer consequências como 
cegueira e necrose tecidual. Áreas como a região da glabela e nasal são consideradas de 
maior risco, pois são irrigadas por vasos com anastomoses, com a artéria oftálmica 
podendo provocar cegueira por oclusão vascular. 
 Camadas 
❖ Pele 
❖ Subcutânea 
❖ Musculoaponeurótica 
❖ Ligamentos de retenção e espaço 
❖ Periósteo e fáscia profunda 
 A cabeça humana é mais do que um fardo responsável por suas cefaleias. Ela é uma 
estrutura anatômica complexa, que pesa até cinco quilogramas e repousa sobre as 
estruturas ósseas do crânio e do pescoço. Além dos evidentes olhos, orelhas, nariz e boca, 
a cabeça sustenta uma variedade de outras importantes estruturas 
 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 14: TRAUMA DE FACE 
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 Os nervos da cabeça se originam de três fontes principais: 
❖ Nervo trigêmeo (NC V) 
❖ Nervo facial (NC VII) 
❖ Plexo cervical 
 Principais artérias 
 
 Estrutura óssea 
 
 Os músculos faciais são os principais constituintes da sua face, possuindo um papel 
importante na expressão facial. Também conhecidos como musculatura mímica, estes 
músculos esqueléticos permitem que você sorria, pisque, franza a testa, expresse medo, 
entre outras expressões. Existem cinco grupos principais de músculos faciais, cada um 
consistindo em vários músculos menores que são responsáveis pelo movimento de uma 
região particular da face 
❖ Grupo orbitário 
❖ Grupo nasal 
Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 14: TRAUMA DE FACE 
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❖ Grupo oral 
❖ Grupo auricular 
❖ Grupo do couro cabeludo e pescoço 
 Os músculos da mastigação estão envolvidos na digestão mecânica, conhecida 
simplesmente como mastigação. São quatro músculos no total 
 
3. Aspectos gerais 
 Epidemiologia 
❖ O trauma é a quarta causa de morte em pessoas de 1 – 44 anos 
❖ Trauma em cabeça e pescoço equivale a cerda de 50% dos casos 
❖ Etiologia 
➢ Violência, especialmente a domestica 
➢ Acidentes automobilísticos 
➢ Quedas 
❖ Homens entre 20 – 30 anos são os mais acometidos 
 Espectro do trauma de face 
 
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4. Atendimento inicial 
 Avaliação primária – ABCDE → Avaliar o paciente e estabilizar; manter o pacientevivo 
❖ A → Aspiração da via aérea (com aspirador de ponta rígida) 
❖ B → Retirada de corpos estranhos em cavidade oral; via aérea segura 
❖ C → Choque; conter sangramentos (compressão ou sutura) 
❖ D → Aspectos neurológicos 
❖ E → Avaliação de outros agravos de trauma 
 Avaliação secundária → Diagnosticar e tratar o paciente 
❖ Exame clínico completo 
❖ Exames complementares 
❖ Avaliação de especialistas 
❖ Sutura de lesões de partes moles 
 Epistaxe anterior → A epistaxe anterior é mais comum e acomete principalmente crianças 
e adultos jovens. Sangra apenas pela cavidade nasal. Plexo de Kiesselbach. Área de Little. 
 Epistaxe posterior → A epistaxe posterior, apesar de menos frequente, está associada a 
maior gravidade e muitas vezes necessita de medidas intervencionistas. Sangra pelo nariz 
e pela boca. Área de Woodruff. 
 
 
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 Avaliação secundária → História AMPLA + Exame físico completo 
❖ Avaliar 
➢ Diplopia 
➢ Déficit visual 
➢ Epistaxe 
➢ Trismo 
➢ Otorreia 
➢ Rinorreia 
➢ Crepitações e assimetrias faciais 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Exame físico 
➢ Diagnosticar lesões de partes moles 
 Avulsão → Perda de suprimento vascular da pele 
 Abrasão (escoriação) → Lesão superficial; não podem ser suturadas 
 Perfurante-cortante → Lesão perfurante (objeto pontiagudo); lesão cortante 
 Corto-contuso → Contuso (lesão dos tecidos profundos) 
 
As fraturas por blowout resultam de trauma na região do olho. Quando um objeto atinge o 
olho, a força é transmitida aos ossos que o circundam (órbita). Se a força é grande o 
suficiente, os ossos podem se fraturar (fratura por blowout). Geralmente, o assoalho da 
órbita é fraturado. Os sinais mais comuns são hematoma, sensibilidade e inchaço ao redor 
dos olhos; vermelhidão do olho; visão dupla (ver duas imagens ao mesmo tempo); 
dormência da bochecha, nariz ou dentes; e hemorragias nasais. Os sintomas que 
normalmente indicam uma lesão mais séria são: dor no movimento ocular, náusea ou 
vômito, visão dupla, ar sob a pele ao redor dos olhos e dormência da bochecha / boca / nariz 
ao lado da lesão. O trauma grave pode causar fraturas ósseas faciais, lesões no próprio olho 
e / ou lesões no crânio / cérebro. 
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 Conduta 
 Antissepsia 
 Anestesia local 
 Desbridamento 
 Síntese por planos → Priorizando, ao menos, três planos 
 Curativos 
 Antibiótico → Espaço livre de Friedrich; cefalosporina de primeira geração 
➢ Atentar para hematoma do septo nasal → Compressão da cartilagem septal podendo 
causar isquemia/ necrose; trata-se de uma urgência que necessita de drenagem no 
primeiro momento; correção definitiva em ambiente cirúrgico pelo especialista 
➢ Atentar para lesões no ducto parotídeo 
 Lesões entre tragos e lábio superior 
 Conduta → Cateterização 
 Sialocele → A sialocele é o acúmulo de extravasamento salivar numa cavidade 
subcutânea, ocorrendo, principalmente, após, um episódio traumático ou infeccioso 
no parênquima da glândula parótida, lesão do ducto parotídeo ou estenose ductal 
com subsequente dilatação. 
 Avaliar a perveidade através da inserção do cateter duplo lúmen na abertura do ducto 
parotídeo drenando para a cavidade oral → Prevenção da sialocele 
➢ Atentar para mordeduras de animais 
 Antibioticoprofilaxia → Beta-lactâmicos e cefalosporinas de primeira geração 
 
 
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 Profilaxia para raiva 
 Avaliar estado do animal 
 Avaliar tipo de lesão 
 Definir sobre estratégia 
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5. Tratamento definitivo 
 Tratamento de patologias oculares ou neurológicas 
 Tratamento de lesões ósseas 
❖ Fraturas nasais 
❖ Fraturas da órbita 
❖ Fraturas da maxila 
❖ Fraturas da mandíbula 
 Tratamento de sequelas 
 Radiografia de face e saios da face 
 
 
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 Tomografia de face e seios da face 
 
6. Resumo do atendimento 
 
 
Referências bibliográficas 
Aula de Dr. Felipe Góis (22/11/2021) 
Santos, A. M. B., & Meurer, E. (2013). Trauma de face: eventos agudos na atenção básica. 
da Silva, A. A. D. M. (2012). Atendimento emergencial ao trauma de face em ambiente hospitalar: revisão de literatura. 
Santos, A. M. B., Meurer, E., Schuelter, G., Sawczen, F., Fiala, A. M., Sanfelici, A., & Falqueiro, S. M. (2013). Trauma de face: tomada de decisão. 
Fantini, M. B., Cervantes, L. C. C., Machado, T., Reis, E. N. R. C., Souza, F. A., & Garcia Júnior, I. R. (2018). Atendimento inicial do paciente com trauma em face: relato de caso. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 
7.

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