Buscar

ABORDAGEM DO PACIENTE COM ESPLENOMEGALIA

Prévia do material em texto

1 Maria Clara Cavalcante 
Abordagem da pessoa com esplenomegalia 
Caso clínico: 
• Paciente, FRS, 23ª, masculino, 
natural e procedente de Coreaú, 
solteiro, católico, vendedor, pardo, 
superior incompleto 
• QP: “Febre e aumento da barriga” 
há 1 mês 
• HDA: Há aprox. 1 mês passou a 
sentir febre diária constante e vem 
percebendo o aumento do volume 
abdominal. Relata ainda perda de 
peso de 8kg no período, tendo 
como peso anterior 70kg. Além dos 
sintomas iniciais, percebeu a 
presença de palidez cutânea-
mucosa. Procura atendimento 
médico por persistência dos 
sintomas 
Qual o diagnóstico sindrômico? 
• Síndrome consumptiva 
• Síndrome febril 
Hipótese diagnóstica? 
• Leishmaniose visceral 
O baço: 
Localização: 
• Hipocôndrio esquerdo 
• Posteriormente ao estômago e 
anteriormente ao 
hemidiafragma esquerdo ao nível 
das costelas 9-10 
 
 
Funções: 
• Manutenção do controle de 
qualidade dos eritrócitos – Para 
não circular “defeituosos” pelo 
corpo 
• Síntese dos anticorpos na polpa 
branca 
• Remoção das bactérias recobertas 
por anticorpos e das células 
sanguíneas também recoberta por 
anticorpos de circulação – auxílio 
do sistema imunológico 
Sinais clínicos da esplenomegalia: 
• Dor no quadrante superior 
esquerdo - QSE 
• Sensação de peso – Sensação de 
empachamento 
A partir do momento que tem um aumento 
do baço, tem uma redução do volume do 
estômago 
• Saciedade precoce 
Informações adicionais: 
É válido ressaltar que o BAÇO NÃO É 
PALPÁVEL e se, caso ele ficar, é sinal de 
alguma patologia. 
Sinais clínicos: 
➔ Ao exame físico: 
• Um baço palpável é o principal 
sinal físico produzido por doenças 
que afetam o baço e sugere o 
aumento do tamanho do órgão 
Baço palpável = Baço patológico 
• O ideal é que se proceda 
inicialmente a percussão e, se 
positiva, em seguida a palpação 
 
 
2 Maria Clara Cavalcante 
1º) Percussão 
2º) Palpação 
 
• Inspeção: 
Análise 
• Percussão do baço: 
É feita no espaço de Traube – Delimitado 
pelo 6º espaço intercostal, inferiormente 
pelo rebordo costal esquerdo e pela linha 
axilar anterior 
 
Ao fazer a percussão no espaço de Traube 
o normal é que o som seja TIMPÂNICO. 
Caso o baço esteja aumentado, pode-se 
encontrar um espaço de Traube com som 
MACIÇO, uma vez que o baço passa a 
ocupar esse espaço 
Na percussão: 
Baço normal: Timpânico – Espaço de 
Traube normal 
Baço anormal: Maciço – Baço ocupa o 
Espaço de Traube 
• Palpação: 
O baço tende a crescer da esquerda para a 
direita – Cresce do rebordo costal em 
direção à cicatriz imbulical (umbigo) 
Palpação Bimanual: 
Com a mão esquerda tenta apoiar o baço e 
com a mão direita ele vai da cicatriz 
umbilical até o rebordo costal esquerdo – 
Sempre acompanhando o movimento de 
inspiração do pacientecm 
 
Posição de Schuster: 
O paciente ao deitar-se em decúbito lateral 
o baço “cai” na mão do médico que está 
fazendo o exame – É uma palpação mais 
fácil. 
 
MACICEZ NO ESPAÇO 
DE TRAUBE PODE SER 
DECORRENTE DE: 
- Alimentação recente 
- Esplenomegalia 
- Fecaloma 
- Adenocarcinoma 
gástrico 
- Ascite volumosa 
- Extenso derrame 
pleural à esquerda 
 
➔ Nem todas as massas no 
quadrante superior esquerdo são 
baço aumentado. 
➔ Tumores do estômago ou colón e 
cistos pancreáticos ou renais 
podem imitar a esplenomegalia 
 
Diagnóstico: 
• Ultrassom para ter a certeza 
• Diâmetro cefalocaudal (normal) de 
13cm, se for maior que isso é 
considerado esplenomegalia 
O diâmetro normal do baço é de 13 cm 
 
 
 
 
 
3 Maria Clara Cavalcante 
 
 
 
 
A esplenomegalia é sempre secundária a algum processo, ou seja, o baço só aumenta em 
decorrência de algum outro problema, podendo ser: 
 
Doenças 
infecciosas 
 
Febre tifóide, septicemia, mononucleose infecciosa, endocardite bacteriana, 
tuberculose, sífilis, malária, leishmaniose visceral, histoplasmose, sarcoidose, LES 
 
Doenças 
congestivas 
 
Cirrose hepática, trombose de veia porta, obstrução de veia esplênica 
 
Reativas ou 
hiperplásicas 
 
Anemias hemolíticas, púrpura trombocitopênica crônica, neutropenia esplênica 
primaria, hiperplasias linfocitárias benigna 
 
Metaplasia 
mieloide do baço 
 
Mielofibrose primária, Policitemia vera, doença hemolítica do recém-nascido 
 
Doenças de 
depósito 
 
Doença de Gaucher, Doença de Nieman-Pick, mucopolissacaridoses, amiloidose 
 
Linfomas, 
leucemias e 
histiomonocitoses 
malignas 
 
Linfoma Hodgkin e não-Hodgkin, leucemias agudas e crônicas 
Cistos e neoplasias Cistos verdadeiros e falsos, metástases, hamartomas 
 
Doenças associadas à esplenomegalia maciça (Com o baço bastante aumentado): 
• Leucemia mieloide crônica 
• Linfomas 
• Leucemia de células pilosas 
• Mielofibrose com metaplasia 
mieloide 
• Policitemia vera 
• Doença de Gaucher 
• Leucemia linfocítica crônica 
• Sarcoidose 
• Anemia hemolítica autoimune 
Exames laboratoriais: 
• Os exames são determinados pela doença sistêmica subjacente 
• O hemograma pode revelar citopenia de um ou mais tipos de células sanguíneas, 
sugerindo hiperesplenismo 
• O hiperesplenismo é confirmado pelo mielograma, que evidencia hiperplasia celular e 
descarta afecções na medula óssea e pela contagem de reticulócitos, que será elevada em 
grande parte dos casos 
Considerações finais: 
• A avaliação de um paciente com esplenomegalia é baseada na coleta eficiente da 
anamnese (por se tratar de um problema secundário) e do exame físico 
 
4 Maria Clara Cavalcante

Continue navegando