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PARTO NORMAL E PUERPÉRIO EM GRANDES ANIMAIS PROFª MSC KAMILA PINHEIRO PAIM DISCIPLINA DE OBSTETRÍCIA VETERINÁRIA INTRODUÇÃO • Parto: processo fisiológico através do qual o feto e seus envoltórios fetais são expulsos do útero • Envolvimento da via de expulsão do feto (via fetal mole e óssea), contrações uterinas e abdominais DESENCADEAMENTO DO PARTO Quem domina o mecanismo de estímulo do parto? Eventos endócrinos que caracterizam o periparto incluem: estádios finais da maturação fetoplacentária, preparação da glândula mamária para amamentação, involução uterina pós-parto e reinício da função ovariana DESENCADEAMENTO DO PARTO CL e/ou placenta → P4 Miométrio em estado de quiescência durante gestação Luteólise e produção de P4 abolida do CL e placenta Contração do miométrio ATIVA DESENCADEAMENTO DO PARTO Hipotálamo fetal passa a responder aos efeitos dos hormônios placentários Fatores estressantes= hipóxia, mudança de PA e disponibilidade de glicose Aumento na secreção de CORTISOL pela adrenal do feto Conversão de P4 em estrógeno Aumenta responsividade do miométrio à ocitocina Relaxamento cérvix e estimula produção de PGF pelo complexo útero-placenta DESENCADEAMENTO DO PARTO Ovelha, égua e gata → produção P4 placentária - Com a proximidade do parto, cortex adrenal do feto fica mais sensível ao ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) Ao redor dos 125 dias, células adrenocorticotróficas fetais são substituídas por células adultas, o que é acompanhado de aumento significativo de ACTH – aumenta corticoides fetais Embora ACTH se eleve 20 a 25 dias antes do parto, pico ocorre 3 dias antes do nascimento DESENCADEAMENTO DO PARTO-OVELHAS - Aumento de corticóide fetal é responsável por ativação de sistema enzimático nos cotilédones – aumenta capacidade da placenta em converter P4 em estrógeno através da 17α-hidroxilase - Aumento de estrógeno inicia processo de lise do CL: aumenta receptores para ocitocina – Oc interage com seus receptores – aumento de PGF2α - Estrógeno promove relaxamento da cervix alterando a estrutura das fibras de colágeno DESENCADEAMENTO DO PARTO-VACAS - Eventos similares aos da ovelha - Com aumento da sensibilidade a ocitocina e PGF2α, contrações se tornam mais coordenadas e intensas - Ocorre relaxamento da cervix e de ligamentos pélvicos, expansão do canal de nascimento 1 a 2 dias antes do parto – ação da relaxina, estrógeno placentário e PGE - Durante estresse do parto, niveis de corticoides aumentam na vaca – essenciais para o estabelecimento da lactogênese DESENCADEAMENTO DO PARTO-CABRA - Produção de P4 só depende do CL, diferentemente da ovelha, mas mecanismo de desencadeamento do parto é similar ao da ovelha - Elevação cortisol – aumento conversão P4 em estrógeno – aumento da PGF2α – luteólise – queda níveis P4 DESENCADEAMENTO DO PARTO-PORCA - Processo semelhante ao das ovelhas, com a exceção de que o estrógeno aparentemente não é o responsável pelo aumento da liberação da PGF2α DESENCADEAMENTO DO PARTO-ÉGUA - Mecanismo responsável pelo início do parto não está totalmente entendido - No entanto, acredita-se que o feto é responsável pelo desencademento do parto através do aumento da atividade da cortex da adrenal - Estrógeno se mantem baixo próximo ao momento do parto DESENCADEAMENTO DO PARTO-ÉGUA • Provavelmente alta relação estrógeno/P4 após queda da P4 proxima ao parto é importante para o parto • No entanto, esses hormônios não parecem desempenhar papel fundamental na determinação do momento do parto • Foi sugerido que ocitocina seria o hormônio desencadeador: causa dilatação cervical, contração uterina e aumento da produção de PGF2α DESENCADEAMENTO DO PARTO-ÉGUA • Papel da relaxina no início do parto: - Produzida pelo CL e placenta -Atua sobre sínfise púbica, ligamentos pélvicos e cervix, sob influência dos níveis de estrógeno/P4 VIA DE EXPULSÃO FETAL - Formada pelos ossos íleo, ísquio, pubis, sacro e primeiras vertebras coccigeanas, constituindo a pelve - Forma da pelve é espécie-específica, podendo facilitar ou dificultar o parto VIA FETAL ÓSSEA • Equinos: pelve curta, abertura circular, com parede ventral plana – não dificulta o parto • Vaca: forma ovalada, assoalho côncavo, mais elevado caudalmente – dificulta o parto VIA FETAL ÓSSEA • Próximo ao momento do parto, sínfise púbica sofre desmineralização, com dissolução do tecido conjuntivo, permitindo alguma separação no momento do parto • Pode não ocorrer nas fêmeas mais velhas – mais mineralização VIA FETAL ÓSSEA - Constituída pela cervix, vagina, vulva e ligamentos sacro-isquiáticos - Possui 3 pontos críticos que pode dificultar o parto: vulva, anel himenal e cervix VIA FETAL MOLE FASES DO PARTO PRODRÔMICA OU DE PREPARAÇÃO • Fêmea apresenta modificações morfofuncionais • Sinais de aproximação do parto variam de espécie para espécie • Conduta maternal começa a aparecer antes do parto e fêmea, em geral, busca solidão FASE DE PREPARAÇÃO • Próximo ao parto, todas as fêmeas têm inapetência, ansiedade, agitação e procuram isolar-se dos outros animais • Início das contrações uterinas pode provocar agitação • Iniciam-se também modificações estruturais e bioquímicas na cervix: dispersão fibras colágeno e aumento ácido hialurônico (liquefaz tampão mucoso), dilatação cérvix FASE DE PREPARAÇÃO • VACAS - 1 a 2 semanas pré-parto: afrouxamento das articulações e ligamentos da pelve, relaxamento musculatura garupa - Andar inseguro e característico - Dilatação cervix, aumento edema de vulva e hiperemia da mucosa vaginal FASE DE PREPARAÇÃO • 1 dia pré-parto: presença corrimento vaginal – liberação tampão mucoso • Glândula mamária: imediatamente antes do parto secreção se modifica de aquosa para viscosa, semlhante a mel – colostro! FASE DE PREPARAÇÃO • OVELHAS E CABRAS - Micção e defecação frequentes - Inapetência - Desenvolvimento do úbere FASE DE PREPARAÇÃO • ÉGUA - Relaxamento ligamentos sacroisquiáticos (não é tão evidente quanto nos bovinos, em função da musculatura da garupa) - Mamas se desenvolvem consideravelmente 3 a 6 semanas antes do parto e se enchem de colostro 2 a 3 dias antes - Presença do colostro nas mamas: parâmetro mais utilizado. Exceção primíparas FASE DE PREPARAÇÃO FASE DE PREPARAÇÃO FASE DE PREPARAÇÃO PH>7 Aumenta cálcio e potássio e diminui sódio e cloreto • Sistema de alerta ligado à vulva - Dilatação da vulva faz disparar alarme FASE DE PREPARAÇÃO • SUÍNOS - Procuram fazer ninho - Ocorre aumento de 1°C na temperatura corporal nas 12 a 15 h que antecedem o parto, ao contrário das outras espécies - Elevação da temperatura persiste durante toda a lactação FASE DE PREPARAÇÃO FASEDE DILATAÇÃO DA VIA FETAL • Tem início concomitante com as contrações uterinas e dura até o rompimento das membranas fetais • Duração variável nas diferentes espécies 2 horas 6 a 16 hs DILATAÇÃO DA VIA FETAL • Insinuação das bolsas fetais dilatando completamente a via fetal mole • Égua: sinais clínicos semelhantes aos de cólica – dor da contração uterina DILATAÇÃO DA VIA FETAL • Pressão causada pelo útero empurra o alantocório para o interior da cervix, e este normalmente se rompe • Líquido se assemelha a urina! DILATAÇÃO DA VIA FETAL - Inicialmente são irregulares e pouco intensas, depois se tornam rítmicas e enérgicas - Contrações: - Início: 25 a 50 segundos - Meio: 50 a 90 s - Final do parto: até 120 s – 6 contrações por 15 min (normal) CONTROLE DAS CONTRAÇÕES UTERINAS • Contrações são controladas pelo sistema neuroendócrino: - Hipotálamo – sintetiza ocitocina – armazenada na hipófise posterior – capacidade de despolarizar a membrana do miométrio (na ausência de P4) – CONTRAÇÃO! - SNA: libera adrenalina nos receptores miométrio adreno-receptores adreno-receptores β adreno-receptores CONTROLE DAS CONTRAÇÕES UTERINAS FASEDE EXPULSÃO • Inicia-secom o rompimento das bolsas fetais e completa-se com o nascimento dos fetos ou feto • Feto no interior da via fetal mole estimula receptores nervosos localizados na porção dorsal da vagina – neurônios levam estímulos aos centros motores da medula espinhal – reflexo da contração da musculatura abdominal • Associação de duas forças: contrações uterinas e abdominais FASE DE EXPULSÃO • Éguas e vacas: durante fase de dilatação permanecem em estação, agitadas – fase de expulsão deitam-se • Vacas: algumas situações podem terminar de parir em pé • Potro nasce com cordão umbilical intacto e âmnion se rompe com movimentação do feto • Membranas fetais são expulsas com auxílio de contrações uterinas que se iniciam no topo do corno, causando inversão do alantocório FASE DE EXPULSÃO FASE DE EXPULSÃO • Duração do parto e tempo para expulsão da placenta: Éguas: parto – 30 min/ expulsão placenta: 15 min a 2 h Vacas: parto – 1 a 3 h, podendo chegar a 6 h/ expulsão da placenta: 30 min até 8 h A)Perto do termo o feto encontra-se deitado em posição ventral ou ventrolateral, com a cabeça e membros anteriores flexionados. B)Antes do estágio 1 os movimentos estão confinados apenas á cabeça, pescoço e extremidades dos membros anteriores. C)Durante o estágio 1, a cabeça e os membros anteriores se estendem e se rotacionam para a posição dorsal, para saída normal. D)No estágio 2 o feto passa através do canal do parto. Note que a coluna vertebral e membros posteriores ainda se encontram na posição ventral. ÉGUAS - Ruptura do alantóide e do amnion na vagina - Nascimento pode ocorrer sem envoltórios fetais VACAS • Posição normal do feto bovino no momento do nascimento VACAS • Ovelha: - Expulsão dura até 1h e em caso de partos gemelares de 15 a 30 minutos por feto OVELHAS OVELHAS - Expulsão dura em média 3 a 4 horas - Intervalo de nascimento de 15 a 20 minutos - Nesta espécie a placentofagia é comum PORCAS PUERPÉRIO E PUERPÉRIO PATOLÓGICO • Conceito: modificações fisiológicas que ocorrem no útero, na fase imediatamente pós-parto, quando órgão se recupera das transformações que sofreu durante a gestação, preparando-se para nova prenhez • Puerpério fisiológico dividido em duas fases: - Delivramento - Involução uterina PUERPÉRIO • Inicia-se imediatamente após o parto, terminando com a eliminação das membranas fetais • Dois mecanismos envolvidos: atividade contrátil do miométrio e perda da aderência materno-fetal DELIVRAMENTO • Diminuição do volume do útero é total • Em consequência das contrações, músculos lisos do miométrio diminuem de comprimento: observa-se espessamento da parede uterina e formam-se inúmeras pregas na mucosa • Nessa fase, útero apresenta-se com metade do volume atingido durante o parto DELIVRAMENTO • Contrações uterinas continuam após o nascimento do produto – diminui volume do órgão • Após a passagem do feto, desfaz-se o reflexo nervoso de expulsão fetal – determina parada das contrações da parede abdominal DELIVRAMENTO • Com a diminuição do volume uterino, vilos coriônicos fetais são forçados a deixar as criptas carunculares - Vilos se prendem às criptas pela pressão sanguínea - Após o parto, há diminuição do fluxo sanguíneo para o útero - Com as contrações, placenta se desprende DELIVRAMENTO • Além disso, ocorre o rompimento do cordão consequentemente modificações homeostáticas que umbilical e facilitam a separação do alantocório - Ocorre degeneração e necrose dos vilos antes da liberação da placenta DELIVRAMENTO • Toda essa preparação se inicia antes do momento do parto • Placenta madura é aquela que teve tempo suficiente para sofrer transformações preparatórias do parto • Eliminação da placenta deve ocorrer rapidamente, antes do fechamento da cérvix DELIVRAMENTO • Caracteriza-se pela volta do útero à condição normal e aptidão para nova gestação • Ocorre por reabsorção e dissolução tecidual, diminuindo o volume do útero e espessura da parede • Fenômeno histoquímico da involução é observado após desaparecimento da atividade da progesterona INVOLUÇÃO UTERINA • Durante gestação, P4 estabiliza membrana de enzimas lisossomais que contêm enzimas proteolíticas produzidas pelas células • Quando desaparece atividade de P4 após o parto, membrana dos grânulos lisossomais se desestabiliza e proteases iniciam digestão das células que proliferaram durante a gestação • O processo é irreversível após o parto, mas pode ser inibida pela administração de P4 INVOLUÇÃO UTERINA • Nos primeiros 4 a 5 dias pós-parto, musculatura uterina perde a capacidade de reagir a estímulos indutores de contração • Nesse período apresenta involução de 60% do seu volume da gestação • Além da diminuição da superfície e formação de inúmeras pregas mucosas, há produção intensa de secreção chamada lóquio INVOLUÇÃO UTERINA • Lóquio se acumula na cavidade uterina, de onde é eliminado através da cervix pela contração uterina, ou é absorvido pelo endométrio • Quantidade de lóquio varia conforme espécie • Coloração varia entre espécies INVOLUÇÃO UTERINA Espécie Coloração lóquio pós-parto Vaca Vermelho-vinho Égua Vermelho amarronzado à amarelo-claro Cabra e ovelha Vermelho vinho Porca Esbranquiçado Cadela Esverdeado Gata Marrom INVOLUÇÃO UTERINA • Delivramento Dura de 30 min a 8 h A não expulsão da placenta 12 h após o parto é considerada patológica Fator essencial para liberação da placenta é a isquemia das vilosidades coriônicas após expulsão do feto e ruptura do cordão umbilical – leva a diminuição do diâmetro dos vasos e redução da superfície do epitélio PUERPÉRIO EM BOVINOS • Involução uterina ou puerpério propriamente dito - Intervalo entre parto e aparecimento do primeiro estro - Duração de 30 a 60 dias (média 45 dias) - Dividido em 3 fases: - 1a: hipófise refratária ao GnRH ( até 14 dia pós parto) - 2a: Sensibilidade ao GnRH até primeira ovulação - 3a: Fase pós-ovulatória, termina com involução uterina completa PUERPÉRIO EM BOVINOS - Contrações uterinas cessam 5 dias após parto - Cervix ainda não está totalmente fechada 48 hs após parto, involução se completa em torno dos 30 dias - Corno não gestante regride quase completamente, mas corno gravídico e cervix permanecem maiores que antes, mesmo depois da completa involução - Involução mais rápida em vacas que amamentam e retardada após distocias, partos gemelares e retenção de placenta PUERPÉRIO EM BOVINOS Trinta dias pós-parto: útero na cavidade pélvica Fonte: milkpoint • Lóquios: - Constituido de restos de fragmentos teciduais, juntamente com sangue e fluido de hemorragias no endométrio - Observado nas duas primeiras semanas pós-parto - Inicialmente coloração avermelhada e posteriormente marrom-escuro, sem odor – hemorragia do tecido caruncular - Desaparece totalmente cerca de 30 dias pós-parto PUERPÉRIO EM BOVINOS 12 dias pós-parto Aproximadamente 1 semana pós-parto PUERPÉRIO EM BOVINOS Restabelecimento dos ciclos estrais Amamentação retarda desenvolvimento folicular pós-parto e ovulação Intervalos maiores para gado de corte porque vacas amamentam seus bezerros Depende do plano nutricional e manejo dos animais Intervalo ótimo entre partos de 12 meses, em que a concepção ocorra até 90 dias pós parto PUERPÉRIO EM BOVINOS • Ocorre de forma semelhante ao dos bovinos • Placenta eliminada até 8 h após nascimento do ultimo produto • Involução uterina dura de 4 a 6 semanas • Lóquio inicialmente mucosanguinolento, depois turvo e desaparece em 8 a 15 dias PUERPÉRIO EM PEQUENOS RUMINANTES PUERPÉRIO EM PEQUENOS RUMINANTES • Delivramento - Placenta eliminada em 15 a 90 minutos pós-parto - A passagem do alantoâmnion e do cordão umbilical através do canal do parto, juntamente com o feto, causa pressão no alantocorio e em sua fixação - Continuidade do trabalho de parto causa a expulsão do alantocório invertido PUERPÉRIO EM EQUINOS • Em alguns casos ocorredescolamento precoce da placenta e alantocório não se rompe na estrela cervical • Égua começa a expulsar unidade feto placentária com cório intacto – RED BAG ou placenta prévia PUERPÉRIO EM EQUINOS • Exame da placenta - Leva em consideração sua integridade e identificação de marcas anatômicas com ou sem anormalidades - Deve ser expulsa invertida: face alantoideana evidente! - Deve-se estendê-la sobre superfície lisa para identificação da estrela cervical e ambos os cornos - É organizada na forma de F PUERPÉRIO EM EQUINOS PUERPÉRIO EM EQUINOS Normal: invertida (face alantoideana) Normal: face coriônica Alterações por placentite • Involução uterina - Rápida, útero retorna ao seu tamanho normal 10 a 14 dias pós parto • Lóquio - Eliminado em pequenas quantidades na 1a semana pós-parto - Coloração marrom-avermelhada a amarelo-clara PUERPÉRIO EM EQUINOS • Restabelecimento dos ciclos estrais - Reinicia 7 a 14 dias pós-parto – cio do potro - Se puerpério ocorrer normalmente, esse cio é fértil - Cio acelera o recondicionamento do endométrio - Se houver lóquio ou infecção, não ocorre prenhez PUERPÉRIO EM EQUINOS • Delivramento e Involução Uterina - Placentas podem ser eliminadas imediatamente após o nascimento dos leitões, ao mesmo tempo ou até 4 h após a expulsão do ultimo produto - Involução uterina é rápida - Lóquio é escasso e claro, sendo observado na primeira semana - Restos placentários no útero são reabsorvidos frequentemente sem manifestações sintomáticas PUERPÉRIO EM SUÍNOS • Restabelecimento do ciclo estral - Cios anovulatórios ocorrem 3 a 5 dias pós parto - Na maioria dos animais cio e ovulação são inibidos durante lactação - Remoção dos leitões ou seu desmame em qualquer época induzem o cio e ovulação em 3 a 5 dias PUERPÉRIO EM SUÍNOS PUERPÉRIO PATOLÓGICO RETENÇÃO DE PLACENTA, INFECÇÕES UTERINAS E TOXEMIA DA PRENHEZ • Resulta da disfunção da liberação normal dos placentomas ou da inércia uterina, devido a fatores nutricionais, ambientais, gestação curta ou prolongada, fatores hereditários, infecciosos, hormonais ou intervenção obstétrica • Varia de 5 a 40% em partos normais e 40 a 80% nos induzidos em bovinos RETENÇÃO DE PLACENTA RETENÇÃO DE PLACENTA NAS ÉGUAS Retenção considerada a partir de 3 h pós-parto Associada com distocias, cesariana, fetotomia, abortamento, parto prematuro ou gêmeos Diagnóstico: envoltórios pendentes pela vulva, embora partes podem permanecer dentro do útero Consequências: metrite, toxemia, laminite • Tratamento: - Placenta deve ser amarrada nela mesma e protegida com luvas de palpação para reduzir contaminação - Aplicação de ocitocina IM a cada 2 h (20 UI) - Infusão de solução salina hipertônica – liberação endógena de ocitocina e contração - Remoção manual deve ser EVITADA! - Após expulsão da placenta, realizer lavagens uterinas e cobertura antibiótica, antiinflamatória e “anti-laminite” RETENÇÃO DE PLACENTA NAS ÉGUAS - Retenção considerada se placenta permanecer por mais de 12 h pós parto - Ocorre com maior frequência nos bovinos: mais frequente em gado de leite do que corte - Está geralmente associada à doenças infecciosas, distúrbios metabólicos, deficiência nutricional, parto distócico, cesária, distúrbios hormonais, hidropsia, gestação gemelar, abortamento, parto prematuro… RETENÇÃO DE PLACENTA NAS VACAS • Causas: - Placentoma imaturo, edema das vilosidades, necrose entre vilos e criptas, involução prematura dos placentomas, placentite, cotiledonite, hiperemia dos placentomas - Atonia uterina, obstrução vaginal, dupla cérvix., sutura da placenta durante cesariana, deficiência de vitamina A e E, dificiência de selênio, iodo, cálcio e fósforo, distensão excessiva do útero… RETENÇÃO DE PLACENTA NAS VACAS • Tratamento - Remoção manual deve ser evitada, tracionar apenas se estiver solta e livre - Lavagens uterinas são contra-indicadas: sifonagem do líquido, aumentando seu defesas naturais não se consegue total conteúdo e removendo - Aplicar gluconato de cálcio a 10 ou 25% diluido em soro fisiológico via venosa e/ou ocitocina (10-50 UI) nas primeiras 24 h pós parto RETENÇÃO DE PLACENTA NAS VACAS • Colocar bolus de tetraciclina no útero enquanto cérvix estiver aberta, em dias alternados • Uma vez liberada a placenta, pode ocorrer endometrite RETENÇÃO DE PLACENTA NAS VACAS • No parto de vacas, útero é contaminado por bactérias ambientais, as quais são eliminadas durante processo de involução uterina quando a vaca possui bons mecanismos de defesa • Alterações nos mecanismos de defesa locais e consequente persistência de bactérias patogênicas resulta em infecções uterinas • Diferentes tipos de infecções baseadas no período de ocorrência e nos sinais clínicos INFECÇÕES UTERINAS EM VACAS • Principais causas: retenção de placenta, distocias, partos gemelares, abortamento e curtos períodos de gestação • Estabelecimento, gravidade e persistência dos diferentes tipos de infecção são influenciados pelo ambiente uterino, fatores genéticos e da imunidade inata e adquirida INFECÇÕES UTERINAS EM VACAS • Diagnóstico 1) Palpação transretal: avaliam-se tamanho, simetria e consistência dos cornos, mas é um método subjetivo 2) Vaginoscopia: volume, aspecto e odor da secreção cérvico-vaginal - Umas das ferramentas mais importantes para o diagnóstico - O aspecto e o odor podem indicar grau de comprometimento do endométrio, dependendo da quantidade de bactérias presentes INFECÇÕES UTERINAS EM VACAS Fonte: Marques Junior et al., 2011 - Há forte correlação entre achados na avaliação da secreção cérvico- vaginal e resultados de cultura bacteriana, histopatologia e citologia uterina - Secreção de animais com puerpério normal: E.coli, Streptococcus spp. e Staphylococcus coagulase negativa - Secreção aspecto purulento: Arcanobacterium pyogenes, Fusobacterium necrophorum e Proteus sp. - Secreções com odor fétido: A. pyogenes, E.coli e Manheimia haemolytica INFECÇÕES UTERINAS EM VACAS 3) Ultrassonografia - Permite verificar presença de conteúdo uterino e aspecto do endométrio - Quanto maior a quantidade de fluido presente, maiores são o grau de contaminação bacteriana e gravidade do quadro de infecção 4) Cultura, citologia e histopatologia INFECÇÕES UTERINAS EM VACAS • Tratamento Metrite puerperal: antibioticoterapia sistêmica, antitérmicos e fluidoterapia oral Endometrites: podem apresentar recuperação espontânea, mas é preferível tratar com antibioticoterapia local ou sistêmica Piometra: há presença de corpo lúteo, utilizar PGF2alfa INFECÇÕES UTERINAS EM VACAS • Desequilíbrio energético com formação de ácidos graxos que se transformam em corpos cetônicos – podem intoxicar o animal e deprimir o SNC • Causas: - Fêmeas com grande volume abdominal (gêmeos ou feto grande) - Alimentação de má qualidade - Baixas concentrações de glicose no sangue TOXEMIA DA PRENHEZ • Sintomas - Anorexia, sonolência, depressão, paralisia - Hipoglicema, acetonemia e acetonúria - Queda de peso e na produção leiteira - Sintomas nervosos TOXEMIA DA PRENHEZ • Diagnóstico - Odor de acetona na urina - Quadro clínico - Grande volume abdominal em ovelhas TOXEMIA DA PRENHEZ • Tratamento - Injeção de glicose com administração oral de propilenoglicol - Cesariana TOXEMIA DA PRENHEZ
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