Buscar

Contratilidade uterina

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Contratilidade uterina
1. INTRODUÇÃO 
· A fisiologia da contração uterina durante a gravidez é de fundamental importância para que se possa compreender o mecanismo do parto, bem como praticar assistência clínica adequada. 
· Somente compreendendo suas nuances, será possível o correto diagnóstico das alterações patológicas que poderão surgir durante o ciclo gravídico/puerperal.
· A tocometria, registro gráfico da atividade uterina, é de suma importância para o correto diagnóstico dos desvios fisiológicos, como também das variações da frequência cardíaca fetal, principalmente no transcurso do trabalho de parto.
2. MÚSCULO UTERINO 
· Miométrio é composto por células musculares lisas;
· A unidade geradora de contração uterina é formada por um complexo proteico (actina-miosina) disposto em fuso dentro do citoplasma;
· Fibras estão dispostas em feixes e envoltas por uma matriz de tecido conjuntivo composta por colágeno função: facilitar a transmissão das forças contráteis geradas pelos feixes musculares.
2.1 Ciclo contrátil
· O desencadeamento da contração muscular baseia-se no deslizamento do filamento;
· Um ciclo contrátil se inicia estando a cabeça globular da miosina firmemente ligada ao filamento da actina, em configuração de rigidez (rigor). Esse estado é rapidamente terminado quando uma molécula de ATP se liga à cabeça da miosina.
2.1.1 Fases do ciclo contrátil
· Fase 0: Repouso 
· Fase 1: O ATP se liga à cabeça da miosina promovendo a sua liberação da actina.
· Fase 2: O ATP é hidrolisado, determinando mudança conformacional da cabeça da miosina, que assume posição energizada. ADP e Pi permanecem ligados à cabeça da miosina.
· Fase 3: A cabeça da miosina se liga ao filamento de actina (ponte cruzada) e o P é dissociado.
· Fase 4: A dissociação do P aciona o power stroke, uma mudança conformacional na cabeça da miosina que ocasiona o movimento do filamento de actina, fazendo-o deslizar sobre o da miosina, encurtando a fibra muscular e determinando a contração. O ADP é liberado no processo.
3. DEFINIÇÕES
· Tônus uterino: menor valor registrado entre as contrações uterinas observadas em trabalho de parto;
· Intensidade: elevação da pressão intrauterina basal acima do nível definido como o tônus;
· Frequência: número de ocorrências de contrações em 10 minutos;
· Atividade uterina: produto da intensidade das contrações por sua frequência, sob a unidade de mmHg/10 minutos ou Unidades Montevidéu (UM);
· Trabalho uterino: somatório de todas as contrações uterinas para uma dada função, como o trabalho de parto.
4. ANALISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DAS CONTRAÇÕES UTERINAS
· Uma maneira de avaliar o trabalho uterino durante o parto é por meio da atividade uterina expressa pelo produto entre a intensidade e a frequência de contrações em 10 minutos, cuja unidade de medida é denominada Unidade Montevidéu (mmHg/10 minutos).
· Dessa forma, a análise quantitativa da pressão amniótica avalia as contrações uterinas quanto a sua intensidade e sua frequência em determinado intervalo. O tônus uterino representa a menor pressão entre duas contrações. A intensidade de cada contração é dada pela elevação que ela determina na pressão amniótica acima do tônus uterino, e a frequência corresponde ao número de contrações no período de 10 minutos.
5. COMPORTAMENTO DAS CONTRAÇÕES UTERINAS
5.1 Até 28 semanas 
	SMI II – OBSTETRÍCIA
CONTRATILIDADE UTERINA
	3
· 
PÂMELA MARTINS BUENO
· Atividade uterina muito baixa;
· Diminutas contrações em pequenas áreas uterinas;
· Indolores;
· Variam de 2 a 8 mmHg.
5.2 Após 30 semanas 
· As contrações uterinas se tornam mais frequentes e perceptíveis, até que quatro semanas antes do parto, chamado de período pré-parto, ganham intensidade e se difundem por área maior no globo uterino. Essas contrações denominam-se contrações de Braxton-Hicks. Sua intensidade chega a 8 mmHg em média, com frequência de três contrações por hora.
 
5.3 Período pré-parto
· No período pré-parto, as contrações têm a função de encurtar o corpo uterino e tracionar longitudinalmente o segmento e o colo uterino, que progressivamente se apaga e gradativamente se dilata. 
· As contrações do pré-parto adaptam e insinuam a apresentação fetal na bacia. Depois, a cada contração do corpo uterino, o segmento inferior é estirado no sentido longitudinal. Há adelgaçamento de suas paredes. 
· Ao termo da gravidez, o orifício externo cervical atinge em média 2 cm de dilatação com apagamento de 70% nas nulíparas, e 2,5 cm de dilatação e pagamento de 50%, nas multíparas.
· As contrações só passam a ser percebidas à palpação abdominal depois que sua intensidade ultrapassa o valor de 10 mmHg.
· As contrações são habitualmente indolores até que a sua intensidade ultrapasse 15 mmHg.
5.4 Parto
· No trabalho de parto, as contrações uterinas são frequentes, intensas e dolorosas. Ocorre transição gradativa com acréscimo da intensidade e da frequência, de forma a passar do período pré-parto para o franco trabalho de parto. 
· As contrações atingem 30 mmHg, com frequência de duas a três em 10 minutos e duração média de 30 segundos, durante o período inicial da dilatação (2 a 3 cm), até atingir 40 mmHg de intensidade com frequência de quatro a cinco contrações em 10 minutos no período final da dilatação. Durante o período expulsivo, as contrações chegam a 5 em 10 minutos, com duração média de 50 segundos e intensidade de 50 mmHg.
· Os ligamentos redondos se contraem como o útero, tracionando o fundo para diante, colocando o eixo longitudinal da matriz na direção do eixo da escavação pélvica, facilitando a progressão do feto. 
· Também durante o trabalho de parto, o útero vai encurtando e espessando na região do fundo, à medida que as contrações vão evoluindo e o colo uterino dilatando. O istmo é tracionado para cima e, em conjunto com a pressão exercida pela bolsa amniótica ou pelo polo cefálico, contra o colo, atuando em forma de cunha, constitui também fator determinante para a dilatação cervical. 
· Em média, o trabalho de parto de uma primípara demora 10 a 12 horas e o de multíparas 6 a 8 horas.
5.5 Secundamento 
· Após a expulsão do feto, as contrações uterinas se mantêm, a fim de promover o desprendimento da placenta da sua área de inserção, para que ocorra a dequitação. 
· Geralmente as três primeiras contrações desinserem a placenta da sua topografia, e demora em média 6 minutos até que ela atinja o segmento inferior, chamado de tempo corporal. O segmento inferior não tem força contrátil para expulsá-la. Para tanto, a mulher sente novamente necessidade dos puxos ou, em alguns casos, é necessária a intervenção do obstetra. 
· Contrações indolores;
5.6 Puerpério 
· Após 12 horas de ocorrido o parto, as contrações uterinas diminuem até a frequência de 1 a cada 10 minutos. 
· A atividade uterina nessa fase é indispensável para inibir a hemorragia pós-parto, sendo as contrações uterinas que selam os vasos sangrantes da zona de inserção placentária, sem as quais, a mulher sangraria até a morte. 
· São também as contrações uterinas responsáveis pela expulsão dos coágulos e dos lóquios durante o puerpério. 
· Após as primeiras 24 horas, em geral, essas contrações são perceptíveis no momento do aleitamento, quando a puérpera sente cólicas, chamadas de dores de tortos. São responsáveis pelo retorno uterino gradativo para a pelve feminina durante o transcurso das fases puerperais.
6. TRIPLO GRADIENTE DESCENDENTE
· No útero da mulher, próximos de cada inserção tubária, existem marca-passos (à direita e à esquerda). 
· Até o momento, acredita-se que o marca-passo direito seria soberano, contudo alguns estudos demonstraram que esses poderiam funcionar independente e/ou conjuntamente. 
· O estímulo elétrico que deflagraria a atividade muscular uterina se propagaria na velocidade de 2 cm/s e percorreria todo o útero em torno de 15 segundos. A constatação de que as ondas contráteis uterinas têm início, são mais intensas e mais duradouras nas partes superiores do útero e vão decrescendo até as partes mais baixas denomina-se “triplo gradiente descendente”.Vale ressaltar que a capacidade contrátil termina no orifício interno do colo: além dessa área, na direção do orifício cervical externo, é zona sem atividade contrátil. 
· O triplo gradiente descendente auxilia inquestionavelmente à medida que o colo dilata para que as contrações sejam de fato expulsivas, e não constritivas.

Continue navegando