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FARMACOLOGIA DO TRATO GASTROINTESTINAL Prof. Eugênio Yokoya Controles Neuronal e Hormonal do TGI: plexos mioentérico e submucoso (SNE); papéis da Gastrina e Histamina. Principais funções: Secreção gástrica, Controle do vômito (efeito emético); Motilidade e , Formação e excreção da bile. SECREÇÃO GÁSTRICA Regulação da secreção ácida pelas células parietais (H+ , Cl- ): [Gastrina, Acetilcolina e Histamina]. Drogas que inibem ou neutralizam a secreção gástrica: [Úlcera péptica, esofagite de refluxo] Antagonistas H2 (cimetidina, ranitidina), Inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol), antiácidos (hidróxido e trissilicato de magnésio, hidróxido de alumínio, bicarbonato de sódio, alginatos). Drogas que protegem a mucosa: [quelatos de bismuto; sucralfato (hidróxido de alumínio e sacarose sulfatada); misoprostol (análogo de PGE2)] CONTROLE DOS VÔMITOS Agentes eméticos: ipeca (alcalóides emetina e cefalina). Agentes antieméticos: antagonistas H1 (cinarizina, ciclizina, prometazina); hioscina; antag. da 5-HT (granisetron); fenotiazinas (clorpromazina); metoclopramida (antag. dopam.); canabinóides e glicocorticóides. MOTILIDADE DO TGI • Agentes purgativos - aceleram o trânsito intestinal de vários modos: Laxativos formadores de bolo fecal (metilcelulose, ágar); Laxativos osmóticos (salinos - MgSO4 - e lactulose); Emolientes fecais (docusato de sódio); Purgativos estimulantes (bisacodil, picossulfato de sódio). Agentes que aumentam a motilidade do TGI: Domperidona, metoclopramida e cisaprida. Agentes antidiarrêicos: Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico; Uso de drogas antiinfecciosas (antibióticos); Agentes antimotilidade (opiáceos - codeína, antimuscarínicos - hioscina); Adsorventes (caulim, pectina, metilcelulose). AGENTES QUE AFETAM O SISTEMA BILIAR Colelitíase induzida por colesterol (cálculos): ác. quenodesoxicólico e ác. ursodesoxicólico (dissolvem os cálculos); Espasmo biliar: morfina, buprenorfina, petidina, atropina, nitratos orgânicos. SECREÇÃO DE HCl PELAS CÉLULAS PARIETAIS Trato Gastrointestinal Principal sistema endócrinos do organismo. Possui sua própria rede neuronal Controle hormonal -secreções endócrinas (gastrina) -Secreções parácrinas (histamina) Trato Gastrointestinal s principais funções do TGI que são importantes do ponte de vista farmacológico: secreção gástrica vômito (êmese) motilidade do intestino e expulsão das fezes formação e secreção da bile Regulação da Secreção Gástrica A secreção das células parietais é uma solução de HCl (150 mmol/l), com pH <1. O Cl- é transportado ativamente para o interior de canalículos existentes nas cels. A entrada do Cl- é acompanhada pela entrada de K+. O K+ é trocado por H+ através da bomba de prótons. O H2CO3 é formado no interior da cel e dissociado através da anidrase carbônica, formando H+ e HCO3- O HCO3- é trocado por Cl- através da membrana basal. Principais estímulos que atuam sobre as células parietais: gastrina acetilcolina histamina as prostaglandina E2 e I2 inibem a secreção gástrica GASTRINA Estimula a secreção de ácidos pelas células parietais. Aumenta indiretamente a secreção de pepsinogênio e estimula o fluxo sangüíneo e motilidade gástrica. O conteúdo gástrico rico em aa e pequenos peptídeos atuam diretamente sobre as cels gástricas. O leite e o cálcio tb estimulam a secreção gástrica. ACETILCOLINA Liberada por neurônios, estimula receptores muscarínicos específicos presentes nas cels. parietais e nas células que contêm histamina. HISTAMINA As cels. parietais são estimuladas pela histamina que atua sobre receptores H2. Estes receptores respondem a quantidades inferiores à conc. limiar que atua sobre os receptores H2 nos vasos. A histamina provém dos mastócitos. ÚLCERA PÉPTICA A gênese da úlcera péptica envolve: infecção na mucosa por Helicobacter pylori desequilíbrio entre os mecanismos de lesão da mucosa (ácido, pepsina) e mecanismos protetores (muco, bicarbonato, síntese de PGE2 e PGI2) Principais condições patológicas que requerem redução da secreção ácida: ulceração péptica (duodenal ou gástrica) esofagite de refluxo Síndrome de Zollinger-Ellison (tumor de gastrina). Terapêutica utilizada para inibir ou neutralizar a secreção de ácido gástrico Considerações importantes: Helicobacter pylori – bacilo Gram negativo provoca gastrite crônica. Adm AINES - ↓ síntese de prostaglandinas, ↓ secreção de muco e de bicarbonato. Terapêutica utilizada para inibir ou neutralizar a secreção de ácido gástrico Antagonistas dos receptores H2 . Inibidores da Bomba de Prótons. Antiácidos ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 Inibem competitivamente as ações de histamina em todos os receptores H2. Inibem a secreção ácida estimulada pela histamina e pela gastrina e reduzem a secreção ácida estimulada pela Ach (acetilcolina). Podem ocorrer recidivas quando suspende o tratamento. Principais representantes: cimetidina ranitidina Famotidina ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 Aspectos farmacocinéticos: Bem absorvidos por v.o. cimetidina e ranitidina – (2x dia) preparações IM e EV famotidina e nizatidina – (1x dia) ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2 EFEITOS INDESEJADOS: Raros: Diarréia, tontura, dores musculares, erupções cutâneas transitórias e hipergastrinemia. Cimetidina – pode provocar ginecomastia em homens por afinidade moderada em receptores Cimetidina – inibe citocromo P 450 e pode retardar o metabolismo (potenciando a ação) de algumas drogas: anticoagulantes orais, fenitoína, carbamazepina, quinidina, nifedipina, teofilina e ADT. Ranitidina – tem menor ef. sobre os receptores androgênicos e sistema P450. Principais indicações: úlceras pépticas resistentes aos antagonistas H2. esofagite de refluxo terapia para infecção Helicobacter pylori INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTON Omeprazol – inbidor irreversível da H+ /K+ - ATPase (bomba de prótons). Acumula-se preferencialmente em áreas de pH muito baixo, nos canalículos secretórios das cels parietais gástricas – ef específico sobre essas cels. Lansoprazol e pantoprazol INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTON INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTON Aspectos farmacocinéticos: Adm VO – cápsula revestidas, rapidamente degradado em pH baixo. Dose diária – ef prolongado 2-3 dias devido ao acúmulo nos canalículos. INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTON Efeitos indesejáveis: Cefaléia, diarréia (às vezes graves) Erupções cutâneas Tonteiras, sonolência e confusão mental Ginecomastia Dor nos músculos e nas articulações ANTIÁCIDOS Atuam ao neutralizar o ácido gástrico, elevando o pH. Inibe a atividade péptica (cessa com pH 5,0) Mais comuns: sais de magnésio e de alumínio ANTIÁCIDOS Sais de magnésio – provocam diarréia. Sais de alumínio – provocam constipação Útil a utilização da mistura destes sais ANTIÁCIDOS Principais preparações: Hidróxido de alumínio (não produz alcalose sistêmica) Trissilicato de magnésio Gel de hidróxido de alumínio Bicarbonato de sódio (provoca alcalose, provoca eructação e estimula a secreção de gastrina ↑ secundária da secreção) DROGAS QUE PROTEGEM A MUCOSA Quelatos de bismuto – utilizado em esquemas de combinação no tratamento da infecção por H. pylori, reveste a base da úlcera, adsorve a pepsina, potencializa a síntese local de prostaglandinas e estimula a secreção de bicarbonato. Sucralfato (Al(OH)3 + sacarose sulfatada Misoprostol (análogo estável da PGE1) FÁRMACOS ANTIEMÉTICOS Antagonistas dos receptores serotoninérgicos (5-HT3) Compostos pela ondansetrona, dolasetrona e granisetrona. São os mais indicados na êmese provocada por radioterapia e quimioterapia do câncer. Antagonistas dos receptores D2 Os antidopaminérgicos atuam bloqueando os receptores dopaminérgicos na zona quimiorreceptora de disparo. Os receptores dopaminérgicos que ativam o centro do vômito são do subtipo D2. Uma vez ativados, provocam a náusea e êmese. Os fármacos que atuam nesta via são antagonistas desses receptores. Metoclopramida Trata-se de um medicamento gastrocinético, com propriedades antieméticas.Promove o aumento da motilidade gástrica, sem aumentar as secreções. Atua como antagonista dos receptores dopaminérgicos D2, que agem como estimulatórios sobre o centro do vômito, relacionada com apomorfina. Tem ação como antagonista de receptores serotoninérgicos 5-HT3. Bromoprida Ação central e periférica. Atua como antagonista de receptores domaminérgicos no centro do vômito e, como estimulante do sistema nervoso autônomo a nível do TGI, equilibrando a motilidade gástrica, quando alterada. Domperidona Age como antagonista da dopamina, apresentando ação antiemética similar à da metoclopramida. Fenotiazinas (proclorperazina, clorpromazina, tietilperazina) Antagonistas do receptor D2, na zona de gatilho quimiorreceptor. Também possuem atividade anti-histamínica e anticolinérgica, que contribuem para o efeito antiemético. fim
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