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História Mundial: Romantismo, Indústria e Cultura

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Aula 13
História Mundial p/ CACD (Diplomata)
Primeira Fase - Com Videoaulas -
Pós-Edital
Autores:
Diogo D'angelo, Pedro Henrique
Soares Santos
Aula 13
19 de Agosto de 2020
 
 
 
 1 
 
Sumário 
Apresentação ...................................................................................................................................................... 2 
Os românticos, a indústria e as negações ........................................................................................................... 3 
As expressões dos impérios e o final do século XIX ............................................................................................ 8 
O modernismo e o pós-modernismo nas artes .................................................................................................. 17 
Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 25 
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 38 
Gabarito ........................................................................................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diogo D'angelo, Pedro Henrique Soares Santos
Aula 13
História Mundial p/ CACD (Diplomata) Primeira Fase - Com Videoaulas - Pós-Edital
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 2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Caros alunos, 
 
Chegamos ao fim do curso de História Mundial para o CACD. Neste último movimento, guardamos algumas 
reflexões últimas sobre a vida cultural do século XX. 
Nesta aula mais leve – afinal, as tensões crescem com a proximidade da prova –, pretendemos dar a vocês 
uma visão geral sobre os grandes momentos da cultura mundial nos dois últimos séculos sem entrarmos em 
grandes detalhamentos desnecessários. Os assuntos aqui tratados foram alvo da banca do CACD em diversos 
momentos desde 2010; isto é, podemos considerá-lo um tema de grande relevância para concurso. 
Esperamos, bons alunos, que essa caminhada preparatória se encerre aqui com os ânimos serenados, 
encontrando um último esforço na vida cultural do Ocidente dos séculos XIX e XX. 
Que encontrem a melhor hora no momento da prova e que o momento da aprovação lhes seja justo e lhes 
esteja próximo! 
 
Às artes candidato! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diogo D'angelo, Pedro Henrique Soares Santos
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 3 
 
 
OS ROMÂNTICOS, A INDÚSTRIA E AS NEGAÇÕES 
 
Eric Hobsbawm foi felicíssimo ao focalizar no Romantismo o grande momento cultural do início do século 
XIX. Segundo ele, trata-se de um resultado direto da Revolução Industrial e da crise generalizada do Antigo 
Regime na Europa. Isto é, o período romântico é conectado com fenômenos como o declínio da aristocracia, 
a ascensão burguesa e as profundas transformações das cidades europeias com a industrialização. 
O homem romântico é um ser profundamente diferente dos artistas da Idade Moderna, uma vez que já não 
pode contar com as generosidades da nobreza para executar suas obras, bem como não é protegido por este 
ou aquele nobre. O artista romântico, portanto, passa a estar profundamente ligado com a casa burguesa e 
suas escalas de valores em formação; o que pode ser entendido como um homem acostumado à escassez e 
à incompreensão. 
Se passarmos em revista os grandes nomes do Romantismo europeu na primeira metade do século XIX, 
deparar-nos-emos com uma sucessão de pessoas atormentadas pelas dificuldades da vida burguesa. Fiódor 
Dostoiévski , por exemplo, viveu sufocado por dívidas e pelo vício no jogo, sendo obrigado a escrever 
Memórias do subsolo, uma de suas maiores obras, na cabeceira do leito de morte de sua esposa para pagar 
suas dívidas – e há críticos atuais que o acusem de jamais ter conseguido concluir suas obras completamente 
por sempre tê-las entregue aos editores para pagar adiantamentos. O próprio Beethoven sofreu tormentos 
e privações importantes para compor a 9ª Sinfonia, sua obra maior. Do outro lado do Atlântico, Edgar Allan 
Poe e Herman Melville também não foram conhecidos como homens de vida pacífica e feliz. 
O que queremos deixar claro é que a superação do Classicismo do século XVIII para o Romantismo do século 
XIX marcou uma mudança radical não só no resultado final da obra de arte, como também afetou todos os 
lugares dos artistas. 
Sem ser defendido por casas reais ou mecenas, o artista foi deslocado para uma realidade inédita para a 
humanidade: a Revolução Industrial. A vida na cidade e o nascente proletariado, combinados com o 
esfacelamento dos locais da aristocracia, foram avassaladores para o modo de vida dos artistas europeus de 
uma maneira geral. Os ares de anomia da sociedade industrial e o mal-estar generalizado quanto aos rumos 
da sociedade burguesa foram essenciais para prender o artista numa realidade de escassez de recursos e de 
inapelável preocupação urbana. A contemplação clássica das musas intangíveis e a certeza da venda dos 
trabalhos artísticos para a aristocracia, em algumas décadas, evaporou do horizonte cultural europeu. 
Neste ponto, é fundamental que você tenha muito claro que o artista romântico não é um sonhador perdido, 
mas, antes de tudo, alguém profundamente ligado às misérias de seu tempo e de sua sociedade. Ou seja, 
Diogo D'angelo, Pedro Henrique Soares Santos
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são artistas comprometidos com o social e suas implicações mais profundas. Tendo isto muito claro, 
propomos que você, caro estudante, se questione: quais artes (e os gêneros artísticos) que puderam fazê-
lo mais livremente? Exatamente aqueles que apresentam baixos custos de produção inicial: música e 
literatura. 
Hobsbawm nota que gêneros como as artes plásticas (com a ligeira exceção para a pintura) e a arquitetura 
definharam porque os artistas estavam divorciados dos grandes financiadores. Já a música (enquanto 
composição) e a literatura conseguiram refugiar-se nos talentos e nas solidões de quartos exíguos e simples, 
onde a criação e a contestação podem ser organizadas de maneira relativamente livres. Ainda que as 
populações fossem analfabetas em boa medida, a urbanização e o aumento da complexidade dos Estados 
também levavam ao aumento do público leitor. Dentro deste movimento, a nova organização do núcleo 
familiar com o aumento do ócio feminino em alguns casos também representava uma nova possibilidade de 
penetração literária. 
Por sua vez, a música viu nas grandes cidades novas possibilidades de exibição. Os concertos públicos e, em 
especial na Itália, as óperas passaram a integrar um roteiro cultural que conseguia mobilizar parcelas 
importantes das sociedades urbanas. Ao mesmo tempo, o aumento da complexidade logística e industrial 
permitia uma grande circulação de materiais e de ideias, fazendo com que traduções e edições pudessem 
viver um momento inédito de circulação dentro do Velho Mundo. Desta forma, as literaturas do leste 
europeu assumiam uma robustez inédita ao mesmo tempo que conseguiam avançar sobre praças editoriais 
tradicionalíssimas. 
Quanto aos temas, é importante avançarmos com alguns cuidados. Primeiro, o inevitável tema da vida 
burguesa foi importantíssimo em todo o Romantismo, ainda que este a tenha problematizado de muitas 
maneiras. Seu maior analista, sem sombra de dúvidas, foi Honoré de Balzac, cujos dezessete volumes de A 
Comédia Humana foram essenciais para dar as linhas gerais da nova vida urbana na França em suas muitas 
colorações. A poesia também encontrou três grandes estandartes nacionais em Aleksander Puchkin 
(Rússia), Johan Goethe(Alemanha) e William Wordsworth (Reino Unido) durante o período romântico. 
Marcada pela incompreensão da genialidade e pelo inconformismo com a vida burguesa, todo esse 
momento poético se revelou de uma grande potência criativa, capaz de estabelecer parâmetros duradouros 
e nomes eternos nas literaturas nacionais. 
A crítica romântica, apesar de toda sua força, jamais conseguiu alcançar algum grau de unidade e de 
organização. O mal estar generalizado se manifestou de várias maneiras por toda a Europa, mas sem 
conseguir algo uníssono. Charles Dickens foi precioso nas suas denúncias sobre a capacidade de opressão da 
sociedade burguesa contra o indivíduo, lembrando que as transformações sobre os modos de produção eram 
capazes de crueldades tão inéditas quanto eles. A vida nas cidades, sob esta óptica, era insuportável e deveria 
ser radicalmente transformada. Victor Hugo, por sua vez, também problematizou as misérias urbanas, mas 
virar-se-ia contra as questões políticas e a dominação do homem pelo homem, questionando estruturas 
socioeconômicas e a anomia em Os miseráveis e os poderes de dominação e suas legitimidades em O último 
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dia de um condenado ou O corcunda de Notre Dame. Jane Austen, marcando a presença feminina nas artes 
ocidentais, apontaria para as distorções morais das relações humanas do século XIX. Dostoiévski, por sua 
vez, preferia discutir a liberdade humana dentro do cientificismo e da dupla opressão do século russo (a 
economia e a política); para, por fim, encontrar nos caminhos da fé o grande ponto de libertação do homem. 
Consegue perceber? Há uma crítica potente, mas ela não consegue se organizar de maneira unívoca, sendo 
sempre dispersa em vários caminhos de longos romances. Diagnosticava-se o descompasso entre a vida 
moderna e as estruturas existentes e, mais do que isso, percebia-se que o individualismo radical do 
capitalismo industrial rompera laços profundos de fidalguia e de sociedade que remontavam ao modo feudal 
de organização social. Isto é, as noções de obrigatoriedade com o próximo estavam rompidos e o isolamento 
humano se encaminhava para a concretização. A partir disto, os românticos orbitaram três temas 
fundamentais: a Idade Média, o mito do homem primitivo e a Revolução Francesa. 
Pensar a Idade Média era, de alguma maneira, recuperar estruturas simbólicas que as dinâmicas industriais 
haviam rompido. Desta feita, não é surpresa que Alexandre Dumas (pai) tenha se dedicado a falar de capas 
e espada n’Os três mosqueteiros, um tema ridicularizado no século XVII por Miguel de Cervantes no D. 
Quixote. Ou ainda que as óperas tenham se dedicado a situações fantásticas em cidades ainda não tocadas 
pela força revolucionária da indústria, como em O barbeiro de Sevilha (G. Rossini) ou Aida (G. Verdi). Este 
ponto do pensamento romântico permitia resgatar valores humanos já insuportáveis dentro da lógica do 
século XIX e, à semelhança de uma projeção fantástica, fazia-se uma encenação capaz de problematizar 
vazios do mundo burguês. 
A ideação do homem primitivo, seja dito, já estava presente, no século anterior, no pensamento de Jean-
Jacques Rousseau, que o entendia como o ser não corrompido pela prática humana. No entanto, o 
Romantismo se apropriou no tema na busca da afirmação de valores que já não cabiam no seu mundo. A 
figura do artista genial e incompreendido não era capaz de abalar as massas; então, projetar suas qualidades 
incompatíveis em um ser supostamente puro e com ares de misticismo era uma solução poderosíssima. 
Assim, a Aida, escrava egípcia enamorada por Ramsés, poderia cantar as incompatibilidades entre o amor e 
a união por interesses; mas desde que a cantasse como denúncia sobre o Egito. Da mesma maneira, Melville 
pôde criar seu Moby Dick à semelhança de colocar o homem em contato consigo mesmo, elevando a figura 
do “selvagem místico” na proa do Pequod; criando um complexo de características muito peculiares para 
discutir porções da experiência humana silenciadas pela indústria. 
Poderíamos citar muitos outros exemplos do mesmo fenômeno, mas é fundamental que você entenda que 
o homem primitivo tinha uma função de libertação criativa e de denúncia com relação à realidade brutal da 
primeira metade do século XIX na Europa. O importante continuava sendo a experiência social urbana dos 
grandes centros, mas esta era problematizada em projeções sobre a pureza do primitivo. Em outras palavras, 
as estruturas matrimoniais do Alto Egito ou dos aborígenes das Américas não interessavam diretamente aos 
europeus, mas sim sua capacidade de representação de pureza para entoar o discurso da superioridade do 
casamento por amor. Num mundo ainda marcado por preconceitos e cisões entre burgueses e aristocratas, 
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a insistência no amor como elemento maior para a união conjugal – apesar da obviedade contemporânea – 
era um fator de transgressão profundo, porque, enfim, as condições econômicas permitiram que os espaços 
mais nobres fossem frequentados por elementos estranhos à nobreza. Percebe a engenhosidade da 
proposta romântica? Neste exemplo, fazer o amor triunfar em meio à suposta pureza dos primitivos torna a 
segregação das sociedades europeias uma forma corrompida das relações humanas. 
Sobre a Revolução Francesa, os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade tinham uma grande afinidade 
eletiva com as práticas românticas. Romper com as hierarquias do Antigo Regime sem devassar os laços 
humanos do feudalismo era, em última análise, um objetivo do Romantismo. Veja bem, o ser humano estaria 
mais livre para viver seus ideais ao mesmo tempo que as lógicas medievais de honra e de dever em nome da 
virtude estaria preservados. Desta forma, não é surpresa que o advento revolucionário na França tenha 
representado um grande símbolo para os românticos, cujas convicções em meios às mazelas industriais se 
encontravam representadas. 
 
 
Figura 1 - Delacroix: A liberdade guiando o povo 
 
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Mesmo pintando em 1830, pela queda de Carlos X na França, Delacroix insistiria em temas revolucionários 
de 1789, mesmo depois de todos os problemas vividos pela Revolução Francesa. O ideário da união de todos 
contra as forças da tirania ainda estava radicalmente vivo na memória artística europeia. O povo superando 
suas misérias sob a liderança inconteste da liberdade, eis o ideal revolucionário encontrando-se com as 
forças românticas sob a interpretação de Delacroix. A capacidade de ação das massas na alteração dos 
destinos do mundo, criando uma realidade que supere a imposição das teias sociais e das relações 
produtivas. 
Por que insistimos tanto no Romantismo numa aula curta? Porque estão no Romantismo muitas das 
chaves interpretativas para século, além de uma profusão ímpar de artistas. Na música, como aponta 
Hobsbawm, o Romantismo foi responsável por praticamente toda a base das programações artísticas da 
música instrumental contemporânea: Beethoven, Liszt, Chopin, Mozart (sua fase final), Wagner e Haydn. 
As literaturas nacionais de toda a Europa ganharam um novo ânimo após a fase romântica. A formação 
germânica, pela aproximação gótica dos românticos, passaria a ser fortemente marcada pela posição de 
inconformismo e questionamento dos românticos mesmo antes da unificação alemã – a qual foi buscar no 
nacionalismo de Wagner uma expressão importante. Intelectuais como Hegel e Marx foram severamente 
marcados por essapostura de distanciamento com relação ao individualismo mais rasteiro das sociedades 
industriais, inserindo em seus esquemas de pensamento valores muito distantes, por exemplo, de correntes 
como o utilitarismo britânico. 
Além disso, as artes brasileiras são profundamente identificadas com o período romântico. Vários grandes 
estudiosos – em especial, a literatura – entendem no Romantismo a primeira grande expressão nacional das 
artes, já mais divorciadas dos movimentos portugueses. É a partir da onda romântica no Brasil, que só 
ocorreria na segunda metade do século XIX, que os nacionalismos e os valores brasileiros passam a ser 
discutidos de maneira mais distanciada com relação a Portugal. O nacionalismo e o romantismo estão 
profundamente ligados dentro da experiência brasileira, sendo que ambos primaram pelo rompimento de 
vínculos com as lógicas portuguesas. Percebe, então, a capacidade explicativa que há dentro do 
Romantismo? Sempre será uma grande fonte de questionamentos por parte da banca e, portanto, é muito 
prudente que você tenha estas informações todas bem organizadas na hora da prova. 
 
 
 
 
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AS EXPRESSÕES DOS IMPÉRIOS E O FINAL DO SÉCULO XIX 
 
A segunda metade do século XIX assistiu à transformação de muitos dos valores defendidos pelos 
românticos. A partir da Segunda Revolução Industrial, o aumento da quantidade de produtos 
industrializados e as transformações sobre a qualidade de vida das populações urbanas forneceram outros 
padrões para a atuação artística. A expansão das classes médias nas cidades e o surgimento de uma 
juventude com acesso à educação formal e aos recursos financeiros acabou por alterar os padrões sociais 
europeus de maneira importante. 
Além disso, as burguesias estabelecidas se viram em condição de sofisticar-se, educando seus filhos já fora 
da condição arrivista de acumulação de capital. O interior das casas também se transformava com o 
barateamento generalizado propiciado pelos novos produtos industriais e pela diminuição custos de vida. A 
um só tempo, havia mais informações e mercadorias circulando, bem como havia mais pessoas em condições 
de absorvê-las. Para o nosso assunto, o artista era deslocado daquela lógica romântica da abnegação 
engajada para ser levado à discussão de uma nova sociedade burguesa. 
A literatura passou por um momento importantíssimo quando passou a reinterpretar a posição romântica 
frente à ciência. Enquanto os românticos combatiam o cientificismo nascente por ver nele uma forma de 
aprisionamento humano – as especialidades seriam, para eles, uma forma de tomar o poder de escolha do 
indivíduo –, os escritores da segunda metade do século passaram a ver nas ciências uma maneira de 
radicalizar suas investigações sobre o ser humano, representando-o de maneira mais profunda e complexa. 
A ciência deixava de ser uma inimiga do homem para assumir a posição de uma ferramenta potente para a 
revelação da alma humana. 
As cinco décadas que focalizamos aqui compreendem desde o assentamento dos princípios positivistas no 
inconsciente das elites intelectuais europeias até os primeiros passos da psicanálise de Sigmund Freud. 
Isto é, as artes foram expostas a um período de intensa transformação científica com grandes revelações 
sobre o comportamento humano, florescendo áreas como a Sociologia. E, se as ciências pareciam dar 
respostas fortes, as artes poderiam potencializá-las de maneira única. 
Na literatura, o momento do Realismo/Naturalismo converge com todas estas transformações científicas. 
Por toda Europa, as noções sobre a multiplicidade de possibilidades sobre as novas descobertas científicas 
sobre o ser humano conquistam muitos grandes escritores. 
Abandonava-se a idealização e a prolixidade românticas para ir em busca da objetividade, da precisão concisa 
capaz de tocar a alma humana. Émile Zola, grande expoente do naturalismo francês, repetiria o trajeto de 
Balzac numa obra de fôlego – A saga dos Rougon-Macquart –, mas, desta vez, investiria nas descrições 
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ambientais e psicológicas. As ações não estariam mais submetidas ao impulso, ao ideal ou à lição moral, mas 
sim ao condicionamento psicológico inapelável, aos impulsos bestiais da natureza humana. O crime passional 
não era mais explicado pela vontade amorosa, mas sim pela pulsão psicológica num encadeamento muito 
bem explicado. As belezas industriais passaram a fazer parte dos romances, bem como as mazelas humanas, 
compondo um quadro no qual o caráter normativo do Romantismo estava proscrito. 
Ainda que o Realismo guardasse algumas reservas com relação ao Naturalismo, como a confiança na força 
humana frente ao meio, ambas as correntes literárias tinham um compromisso científico bastante 
marcado. As estruturas psicológicas das personagens não pertenciam mais tão somente à vontade do autor, 
porque este dialogava abertamente com as ciências. Machado de Assis e Eça de Queirós coloriam com 
ironias os heroísmos das tardias personagens românticas das experiências lusófonas: nada poderia ser 
considerado puro, porque as realidades do meio social são irresistíveis. Os conflitos humanos tinham, agora, 
colorações e convívios absolutamente novos, porque as transformações que a indústria realizava na vida 
humana já não era omitida, mas sim plenamente absorvidas dentro de um complexo explicativo. 
Nestes caminhos de experimentação e de diálogo com as ciências, Hobsbawm observa três conflitos 
fundamentais. Primeiro, a representação objetiva. Se a realidade existe e é objetiva, como traduzi-la em 
termos artísticos de maneira igualmente objetiva? Isto é, como manter todos os rigores científicos dentro 
da arte sendo que havia um inevitável sobressalto entre as linguagens? 
Segundo, se a arte depende da criação, como conciliar a imaginação com a realidade objetiva? As escolhas 
de caminhos para conversão de ideias para uma arte finalizada sugeriam uma série de intervenções 
imaginativas, gerando inúmeras insatisfações com o roteiro já estabelecido pela cultura europeia. Isto é, 
criou-se, paulatinamente, a necessidade de buscar-se novas expressões para compor esta angústia 
imaginativa. Por fim, os choques entre a realidade e a subjetividade, já que a primeira depende da percepção 
da segunda. Isto é, no longo prazo, as pressões cientificistas representavam problemas graves para a 
continuidade das artes. 
Organizemos esta discussão novamente. A segunda metade do século XIX conseguiu apaziguar as 
vanguardas artísticas com os processos econômico-científicos de seu tempo, com a criação dialogando 
diretamente com o mundo técnico-comercial ao mesmo tempo que as sociedades se sofisticavam (e se 
expandiam) intelectualmente. Ou seja, as grandes óperas poderiam avançar nas discussões morais sem 
apelar para o passado sem que isto necessariamente fosse traduzido em fracassos comerciais. As comédias 
parisienses poderiam avançar sobre os costumes e representar prostitutas sedutoras sem afugentar o 
público burguês; mas os artistas também começavam a tatear os limites do gosto de seus públicos. Então as 
ousadias artísticas já não mais resultavam de uma ruptura generalizada com a realidade, mas sim pela sua 
interpretação extrema dentro dos próprios termos da modernidade. 
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A art nouveau da arquitetura e da decoração conseguia combinar a função estético-artesanal com a 
produção industrial, gerando ornamentos e fachadas capazes de romper como classicismo acadêmico e 
apontando para a modernização funcional das cidades sem perder os elementos poéticos da estética. 
 
Figura 2 - Hotel Tassel - Bruxelas, 1892. 
 
O constante jogo duplo entre o ornamento e a funcionalidade abria as portas para toda sorte de 
experimentação estética dentro das possibilidades científicas e industriais. Rompia-se, ao mesmo tempo, 
com o exclusivismo do clássico sem deixar que os valores estéticos fossem abandonados em definitivo. A 
possibilidade de criar o luxo para as elites ao mesmo tempo que os subúrbios recebiam reproduções 
mecânicas deste mesmo complexo estético permitiu, pela primeira vez, a generalização de um estilo, o qual 
alcançaria até mesmo o mundo colonial. Gestava-se, portanto, algo parecido como uma sociedade de massas 
com direção a todo o globo graças às possibilidades industriais de reprodução. 
 
 
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Figura 3 - Confeitaria Colombo - Rio de Janeiro, 1894. 
 
As artes plásticas e a literatura, com a proximidade do fim do século e as dificuldades de superação das 
contradições com as ciências, passaram a questionar as possibilidades de representação. Já que a 
representação pura era impossível no campo artístico, havia de abrir-se caminho para as possibilidades de 
abstração. Mesmo mantendo o vínculo direto entre arte e natureza/realidade, os artistas começaram a 
apontar na direção da superação da transferência literal entre os dois polos. Neste sentido, a literatura se 
reencontrou com a poesia dentro do simbolismo. 
As preocupações de Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e de Charles Baudelaire se descolavam da 
representação direta do cientificismo naturalista porque mergulhavam nas insinuações, na reflexão pela 
sugestão sobre os precipícios existenciais humanos. As crises científicas do positivismo já se anunciavam 
nestes poetas dentro de uma ótica distanciada da representação tradicional porque esta passou a ser 
entendida como imperfeita e incapaz de alcançar as inquietações mais profundas do ser. O obscuro não se 
rendia à empiria tampouco ao método, sendo necessária a intervenção interpretativa do indivíduo, o qual 
avançava sensorialmente por meio das sugestões. 
Dentro das interpretações sobre o imperialismo, há um distanciamento bastante icônico entre dois nomes: 
Rudyard Kipling (Nobel de literatura) e Joseph Conrad. Enquanto Kipling, revolucionando a estrutura do 
conto moderno, dá interpretações bastante empíricas sobre o imperialismo britânico, posicionando-o dentro 
de lógicas de ordem e de progresso; Conrad olha para o silêncio absoluto das colônias, para o Coração das 
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trevas, preferindo encontrar aquele exato ponto onde a organização europeia é incapaz de entrar. Tratava-
se de dois excelentes intérpretes do mesmo fenômeno, mas um o faz de acordo com as ciências e os termos 
europeus, enquanto o outro prefere subverter os jogos de representação e de compreensão para falar do 
intraduzível profundo das lógicas imperialistas. 
As artes plásticas também passaram por estas transformações quanto às representações em dois grandes 
momentos: impressionismo e expressionismo. Nenhuma das duas frentes se propôs a uma ruptura radical 
com a representação do real, mas ambas enveredaram pelas possibilidades da abstração com o diálogo 
direto com o observador. Nos dois casos, abria-se mão de se representar certos aspectos da realidade para 
se reforçar sensações e possibilidades que a pura representação formal não seria capaz. Para a época, era o 
equivalente a dizer que a recém-nascida fotografia não seria capaz de solapar todas as possibilidades da 
criatividade e da percepção humanas. 
Entre os impressionistas, podemos citar: Claude Monet, Édouard Manet, Auguste Renoir e Edgar Degas. 
De modo geral, pode-se dizer que os impressionistas (e, posteriormente, os pontilistas) optaram por 
aprimorar a técnica pictográfica no sentido de abstrair os limites das formas, aproximando-se do borrão e 
da imaginação na criação de imagens desfocadas. As cores, as luzes e as distâncias passaram a assumir 
significados inéditos dentro das lógicas do impressionismo. A representação abdicava dos valores da precisão 
em favor da liberdade artística da criação de “deformações” frente à realidade representada. Mesmo sem 
deixar o tema da natureza, as sensações passavam a emergir mais das intenções do artista do que 
propriamente do objeto sendo representado. 
 
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Figura 4 - Claude Monet 
 
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Figura 5 - Auguste Renoir 
 
Por sua vez, os pós-impressionistas (também confundidos como expressionistas) preferiam radicalizar as 
cores e as formas de representação como uma maneira de reforçar sensações e possibilidades inicialmente 
subjacentes ao objeto retratado. 
Buscando cores que não propriamente coincidam com o observado, mas que exponha definitivamente 
emoções contidas na natureza e na interação entre artista e objeto, os expressionistas buscaram uma nova 
região de expressão dentro das artes plásticas. Dentre eles, podemos destacar: Vincent Van Gogh, Paul 
Gauguin, Edvard Munch e Henri Matisse. 
 
 
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Figura 6 - Van Gogh 
 
 
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Figura 7 - Edvard Munch - "Skrik" ("O Grito") - 1893 
 
O caráter eminentemente existencialista das reflexões do final do século XIX e do início do século XX nos dá 
uma importante pista sobre as proporções da crise que se anunciava nas artes para o século seguinte. 
 
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O MODERNISMO E O PÓS-MODERNISMO NAS ARTES 
 
O final da Primeira Guerra Mundial e a explosão capitalista nos “loucos anos 20” foram essenciais para as 
grandes transformações da arte moderna no século XX. A Primeira Guerra expôs de maneira cabal a 
capacidade nociva da técnica industrial para o ser humano, já que a guerra governada pela técnica é capaz 
de se estender indefinidamente ao mesmo tempo que alcança populações civis. Isto é, as dificuldades entre 
ciência e arte entram numa fase completamente nova de relação. Por sua vez, a explosão capitalista e 
industrial da década seguinte liberou recursos para dinamizar as vidas das grandes cidades, com novos 
mecenas e transformações urbanísticas fundamentais. 
"Em busca do tempo perdido" (Marcel Proust), "Ulisses" (James Joyce) e "Finnegans Wake" (idem), os 
principais romances do início do século XX, explodiram as relações de objetividade científica com a literatura. 
O narrador e toda a estrutura narrativa passaram a ser pontos ativíssimos na construção da história, capazes 
de solapar informações de acordo com interesses e sensações que subvertem toda a lógica cientificista. O 
campo de experimentação da linguagem foi aberto de maneira irreversível dentro da literatura ocidental 
logo no início do século sob a premissa de que qualquermovimento de neutralidade é uma fuga ao próprio 
dever da obra de arte. Isto é, a literatura moderna, rompendo a neutralidade, assumiu uma posição de 
espanto frente ao caos da vida, antes querendo experimentá-lo em todos os seus matizes do que 
propriamente controlá-lo dentro de linhas rígidas de narrativas. 
Nesta mesma esteira, vieram outros grandes escritores como William Faulkner (O som e a fúria) e Oswald 
de Andrade, cujas problematizações sobre o papel ativo do narrador e a relação entre meio, mensagem e 
linguagens rompiam definitivamente com muitos dos pontos pacíficos da literatura. Ao final da década de 
1930, nem mesmo o milenar paradigma do herói grego conseguiria escapar incólume: os heróis passaram a 
ter remorsos sobre os atos heroicos. 
As artes plásticas sofreriam um estilhaçar irreversível durante o período entreguerras (1919-1939). As 
questões de representação foram subvertidas de maneira tão profunda que a pintura rompeu com a 
natureza e se lançou na representação do espírito humano por meio da arte abstrata capitaneada por 
Kandinsky. As formas eram abolidas e a representação feita na tela se divorciava do mundo sensorial: não 
queria dizer nada físico, mas sim discutir sensações. 
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Figura 8 - "Composição VIII" - 1923 (Wassily Kandinsky) 
 
Em outra frente, os surrealistas de Salvador Dalí usavam o real para representar o impossível. Ou seja, a 
representação era uma subversão do real, ainda que utilizasse seus próprios elementos. Tudo o que estava 
na tela fazia referência a coisas existentes, mas nada no processo artístico respeitava as lógicas instituídas 
ou as práticas estabelecidas. O existente se abria para o impossível e a própria percepção sensorial passava 
a ser desafiada. De uma certa maneira, as loucuras do período entreguerras permitia a estes artistas uma 
experimentação absolutamente inédita, desafiando o “gosto médio” ao mesmo tempo em que circulavam 
em condições socioeconômicas bastante vantajosas. 
 
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Figura 9 - "Tentação de Santo Antônio" - 1946 (Salvador Dalí) 
 
 
Mais radicais ainda, os dadaístas questionavam até mesmo o que poderia ou não ser arte, propondo uma 
reinterpretação radical de toda a experiência. O sentido racional, para o Dadaísmo, era um aprisionamento 
da criatividade, devendo ser implodido. Da mesma forma, todos os discursos de autoridade e de legitimação 
da arte deveriam ser enfrentados por não existir um padrão-ouro para a criação: tudo era invenção. O grande 
ponto do Dadaísmo foi quando Marcel Duchamp propôs a reinterpretação radical de um urinol, mudando 
sua posição, assinando a peça e expondo-a no Museu do Louvre em 1917. Se o que validava a arte era a 
instalação do museu, as estruturas estavam questionadas. Mas também havia o valor intrínseco do artista 
no questionamento radical e na reinterpretação da experiência: apenas com a criatividade e sem 
intervenções na estrutura da peça, Duchamp fez obra de arte a partir de um produto eminentemente 
industrial. 
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Figura 10 - " A Fonte" - 1917 - Marcel Duchamp 
 
Numa posição menos radical, mas muito incisiva contra a fidelidade da representação e o abandono 
completo da natureza, pintores como Pablo Picasso (cubismo) e Amadeo Modigliani (modernismo) 
enveredavam em investigações sobre as possibilidades das formas e as sensações. Picasso se tornaria célebre 
por seus painéis, principalmente após pintar "Guernica", representando os horrores da Guerra Civil 
Espanhola sem recorrer propriamente à representação direta dos acontecimentos, mas usando da forma 
geométrica, fator distanciado das outras vanguardas modernas. 
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Figura 11 - "Guernica" - 1937 (Pablo Picasso) 
 
Consegue perceber que até os limites entre o real e o falso estavam sendo forçados? Tudo parecia estar 
sendo colocado em questão num intervalo de tempo bastante exíguo. Havia uma euforia no ar, que se 
estendia pelas transformações da cidade. A arquitetura moderna de Le Corbusier projetava o belo sobre as 
formas sem ornamentos da indústria valendo-se dos avanços da técnica (como o concreto armado) e da 
engenharia civil no seu processo criativo. Contestando a noção da cidade como um lugar fechado às 
invenções e à superação da decadência, o belo arquitetônico passaria ser representado pela superação da 
linha reta e dos ângulos retos nas fachadas, abrindo as construções, por meio da técnica, as possibilidades 
estéticas da curva, desafiando o costume sensorial. A beleza urbana ao alcance dos olhos ao mesmo tempo 
que as funcionalidades arquitetônicas olham para a melhora da qualidade de vida humana dentro e fora dos 
prédios são grandes marcas deste novo momento arquitetônico, que será financiado tanto pela tônica 
capitalista no período entreguerras quanto pelas políticas keynesianas da década de 1930. 
Por outro lado, a pujança capitalista na década de 1920 nos Estados Unidos fomentou o surgimento do art 
déco, que, sendo herdeiro da art nouveau, combinava elementos cubistas à arquitetura, além de outras 
influências vanguardistas da época, criando, assim, uma estética inovadora capaz de traduzir as euforias da 
época. A técnica e as possibilidades do capitalismo deram à luz, na década de 1930, arranha-céus icônicos 
como o prédio da Chrysler e o Empire State em Nova Iorque. Símbolos incontestes de poder associados com 
a arte e a indústria num novo complexo muito potente para a vida cultura: o mundo parecia não ter limites 
para a modernidade. 
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Figura 12 - Empire State Building (1931) 
 
Dentro deste contexto moderno, duas outras transformações importantes estavam sendo gestadas. 
Primeiro, o cinema, que era uma invenção limitada no final do século XIX, tornou-se uma febre norte-
atlântica sem precedentes, com uma surpreendente proliferação de salas pela Europa e pelos Estados 
Unidos, criando um novo lugar na vida cultural do centro do capitalismo. Em 1927, com "O cantor de jazz", 
a nova arte sofreria um salto qualitativo crucial: o cinema passava a ser falado. Com sua característica dual 
entre entretenimento e arte, o cinema se instalou na cultura ocidental de maneira definitiva ainda na 
primeira metade do século XX, criando toda uma indústria. 
O complexo cultural formado em torno do cinema atraiu toda sorte de investidores e de práticas para dentro 
da nova arte, na qual os Estados Unidos assumiram a liderança com rapidez invejável, sendo capazes de 
atrair nomes de toda a Europa. Os impressionantes saltos tecnológicos e a concentração de talentos 
cinematográficos na Califórnia fez com que, muito rapidamente, o cinema assumisse formas clássicas muito 
bem definidas e de alto valor comercial, bem como agregando importantes valores artísticos. Menos de vinte 
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anos após a invenção do cinema falado, clássicos eternos como "Casablanca" e "E o vento levou" já tinham 
feito fortunas para os seus estúdios e novas superproduçõesestavam sendo gestadas. 
A bem da verdade, a Europa fez avanços artísticos até mais sofisticados do que os Estados Unidos, mas jamais 
alcançou a mesma fluidez comercial. O expressionismo alemão de Fitz Lang, o surrealismo de Luís Buñuel 
(que contou com a participação do próprio Dalí) e de Jean Cocteau, o cinema revolucionário soviético de 
Sergei Eisenstein ou o neorrealismo italiano foram vanguardas essenciais para o avanço filosófico do 
cinema, mas este jamais alcançou de fato as grandes massas, como fazia o cinema americano. As 
experimentações europeias, por mais virtuosas que fossem, ficaram restritas às elites intelectuais. 
O segundo grande avanço da época foi a proliferação do rádio. A integração territorial e cultural 
proporcionada pelo rádio a partir da década de 1930 foi essencial para a dinamização da música. É verdade 
que a música instrumental estava em plena ebulição no primeiro quarto do século, com novas possibilidades 
operísticas e a implosão generalizada da harmonia. Mas o rádio permitiu o florescimento acelerado da 
canção popular em várias partes do mundo. Basicamente, o músico virtuoso, mas sem educação musical 
formal, poderia expressar sua arte e ser reproduzido para os seus iguais: os oprimidos poderiam gritar suas 
músicas e elas se espalhariam por ondas invisíveis sobre as distâncias. 
E é neste momento que a era do jazz vai tomando forma de maneira mais sólida. Negros e judeus, excluídos 
da sociedade americana, voltam-se para a expressão de suas dores na música e essa se espalha pelo rádio. 
O jazz, em todas as suas síncopes, assume a forma do protesto virtuoso e incontestável, fazendo com que os 
excluídos das sociedades entrassem nas casas do país do todo e fossem conhecidos pelo mundo. Em verdade, 
este é, grosso modo, o caminho de toda música popular na primeira metade do século XX: os excluídos 
alcançam o rádio e subvertem o jogo por meio da arte. A facilidade de distribuição do conteúdo saltaria 
várias barreiras sociais, apontando no sentido da libertação do indivíduo. 
Evidentemente, houve toda sorte de retração a esta atmosfera libertária. Os regimes nazifascistas se 
esforçaram por criar um “gosto oficial”, tentando educar suas populações em sentidos determinados e 
adequados. No caso alemão, exposições chegaram a ser montadas para acusar a arte subversiva como 
veículo judeu para a corrupção das sociedades superiores. No Brasil, a ditadura varguista entrou em amplas 
negociações com o samba carioca para que este passasse a louvar a modernização do país, renegando a 
“malandragem” afrancesada e improdutiva marcante das décadas anteriores. Na União Soviética, Stalin 
destruiu o cinema soviético sob o signo do jdanovismo, que determinava os parâmetros proletariados da 
ação. Nos EUA, os departamentos de censura moral funcionaram contra o cinema até a década de 1960, da 
mesma maneira que os anunciantes de rádio e televisão sufocaram muitas vezes tentativas de afirmação 
negra no contexto da luta pelo fim da segregação racial. 
Finda a Segunda Guerra e estabelecidos os rumos da nova ordem internacional, as vanguardas artísticas 
foram minguando frente à força dos novos conglomerados comerciais que dominam o audiovisual. A ligação 
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estreita entre o comércio e a arte criou situações inusitadas no momento do pós-modernismo: os grandes 
contestadores são os maiores vendedores de obras de arte. 
Nomes como Andy Warhol, que pensou os problemas da modernidade, acabaram se tornando símbolos 
para consumo, sequestrados pela força do mercado. A estruturação das televisões e a cultura de massas 
afastou o mundo das vanguardas, ainda que muitos artistas tenham revolucionado linguagens que o próprio 
mercado não conseguiu desenvolver sozinho. A mundialização da música pop americana, o videoclip, a 
explosão do realismo fantástico na América Latina, o cinema indiano ultracomercial, as transformações da 
cinefilia na Europa central; muitos polos, muitas frentes, mas nenhuma vanguarda capaz de questionar as 
forças do próprio capitalismo. Com a derrota do comunismo e “fim da História”, as artes já tinham anunciado 
sua exaustão criativa algum tempo antes. 
Sem respostas definitivas para o futuro, encerramos aqui este breve passeio sobre as artes do Romantismo 
ao pós-modernismo. 
À prática de exercícios? 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
CACD 2011 
 
Questão 55 
 
Na pós-modernidade, a cultura expandiu-se a ponto de se tornar praticamente coextensiva à própria 
economia, não apenas como base sintomática de algumas das maiores indústrias do mundo, mas de maneira 
muito mais profunda, uma vez que todo objeto material ou serviço imaterial vira, de forma inseparável, uma 
marca trabalhável ou produto vendável. A cultura, nesse sentido, como inevitável tecido da vida no 
capitalismo avançado, é agora a nossa segunda natureza. Enquanto o Modernismo extraía seu propósito e 
energias de persistência do que ainda não era moderno, do legado de um passado ainda pré-industrial, o 
Pós-modernismo é a superação dessa distância, a saturação de cada poro do mundo com o soro do capital. 
 
Perry Anderson. As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, p. 13 (com adaptações. 
 
 
A partir do texto acima, julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos à dinâmica cultural dos séculos XX e XXI. 
 
1. Os teóricos que se dedicam à análise da estética da pós-modernidade consideram-na basicamente um 
esforço coletivo de retomada da atitude vanguardista de rejeição do mundo da mercadoria e do espetáculo. 
 
 
Comentário: 
 
 
O pós-modernismo, como o próprio enunciado aponta, é uma radicalização do espetáculo como forma de 
arte e da mercantilização de valores imateriais. Portanto, não se pode esperar da arte pós-moderna um 
divórcio com as lógicas mais agressivas do capitalismo. Item errado. 
 
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2. O modernismo europeu é o primeiro movimento estético derivado de vanguardas estéticas organizadas 
por grupos marginalizados da periferia do capitalismo, tais como aqueles que organizaram, no Brasil, em 
1922, a Semana de Arte Moderna. 
 
 
Comentário: 
 
 
O modernismo europeu já estava muito desenvolvido e diversificado entre diversas vanguardas quando as 
manifestações modernistas periféricas ocorreram pelo mundo. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi 
realizada por jovens profundamente influenciados pelas vanguardas europeias, tendo uma proposta cultural 
antropofágica, em parte, por reconhecer os avanços artísticos já realizados em outros países. Item errado. 
 
 
3. Uma faceta do alcance utópico da plasticidade das formas modernistas revela-se na arquitetura, que 
impõe a experiência estética ao cenário urbano cotidianamente degradado. 
 
 
Comentário: 
 
 
A experiência estética modernista na arquitetura propõe sempre a sua presença inesperada nos espaços 
urbanos, criando um diálogo entre a experimentação concretizada e a degradação cotidiana dos espaços. 
Isto é, não se trata de uma arquitetura distanciada fisicamente dos contrastes que a cidade oferece, mas 
antes se insere nesta para expor sua proposta estética. Item correto. 
 
 
4. As vanguardas europeias do início do século XX caracterizaram-se pela atitude de rompimento formal com 
as estruturas estéticas cristalizadas da arte ocidental. 
 
 
Comentário: 
 
 
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Os questionamentos generalizados feitos pelas vanguardas do início do século XX pretendiam uma nova 
inserção das artes na vida humana, rompendo com os padrões mais distanciados e oníricos das artes. 
Questionando as noções de perfeição representativa e de seleção de valores, estas vanguardas se lançaram 
num processo de questionamento absoluto de valores estéticos estabelecidos, propondo um futuro novo. 
Item correto. 
 
 
CACD 2012 
 
Questão 50 
 
O Romantismo representa uma crítica à modernidade, isto é, à civilização capitalista moderna, em nome de 
valores e ideais do passado (pré-capitalista, pré-moderno). Podemos dizer que, desde sua origem, o 
Romantismo é iluminado pela dupla luz da estrela da revolta e do “sol negro da melancolia” (Nerval). O 
elemento central dessa estrutura – da qual dependem todos os outros – é uma contradição, ou oposição, 
entre dois sistemas de valor: os do Romantismo e os da realidade social dita moderna. 
 
M. Löwy e R. Sayre. Revolta e melancolia – o romantismo na contramão da modernidade. Petrópolis, RJ: 
Vozes, 1995, p. 34-5 (com adaptações). 
 
 
Tendo o texto acima como referência e considerando as questões por ele suscitadas, assinale a opção 
correta. 
 
 A. O Romantismo apoiou no idealismo, na imaginação e na fuga para o exótico, entre outras bases estéticas, 
a sua reação crítica à realidade capitalista. 
 
Comentário: 
 
A observação sobre o social foi um ponto fundamental para o romantismo, mas esta não se deu 
propriamente pelo envolvimento direto com a realidade capitalista do século XIX, mas sim pela proposição 
de idealismos e de fugas para temas exóticos como maneiras de problematização. A realidade, portanto, não 
era abordada em seus próprios termos, mas sim contrastada com outros elementos imaginativos. Alternativa 
correta. 
 
 B. Apoiado em valores filosóficos de afirmação da subjetividade e do idealismo, o Romantismo promoveu 
uma estética de equilíbrio e racionalidade. 
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Comentário: 
 
Justamente o apoio subjetivista do Romantismo fez com que fosse rompidos os equilíbrios com o racional, 
num relativo descolamento com algumas porções da realidade. Não se pode dizer dos românticos, portanto, 
que primassem pelas práticas de apego da realidade, uma vez que sempre a extrapolavam pela imaginação 
num contraste marcante com o subjetivo. A realidade capitalista não era confortável para o Romantismo, 
exigindo lógicas de libertação e de fuga. Alternativa errada. 
 
C. O Romantismo celebrou esteticamente a urbanidade e os avanços tecnológicos alcançados com a 
industrialização europeia verificada durante o século XIX. 
 
Comentário: 
 
 
 
A urbanidade e os avanços técnicos do século XIX eram ora substratos para questionamentos ora símbolos 
a serem negados radicalmente pelo Romantismo. A vida gerada pelo capitalismo e as mazelas humanas da 
cidade industrial eram constantemente contrapostas pelos românticos. Alternativa errada. 
 
 
D. O Romantismo reunia a revolta contra estruturas estéticas e filosóficas medievais e a melancolia diante 
dos fundamentos ideológicos da modernidade, ou seja, combinava alienação com fetichismo da mercadoria. 
 
 
Comentário: 
 
 
De fato, os românticos, não raro, guardavam relações especiais com valores medievais – ressurgindo, por 
exemplo, a literatura de “capa e espada” – e afastavam a modernidade por considerá-la vazia de grandes 
valores humanos. No entanto, a alternativa é insustentável ao equiparar isso com a alienação do homem sob 
o fetichismo da mercadoria. A alienação ocorreria se não houvesse a preocupação social, mas esta é uma 
marca do Romantismo. Alternativa errada. 
 
 
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E. Movimento que apregoava a alienação, o Romantismo desvinculou-se das transformações sociais pelas 
quais a Europa passou durante o século XIX. 
 
 
Comentário: 
 
 
As transformações sociais da Europa do século XIX foram essenciais para o surgimento do Romantismo, da 
mesma maneira que, de novo, a alienação não era um de seus valores. Alternativa errada. 
 
 
 
CACD 2016 
 
Questão 52 
 
 
Tendo em vista que, na primeira metade do século XX, houve importantes inovações nos padrões culturais 
e estéticos, julgue (C ou E) os seguintes itens. 
 
1. Le Corbusier propunha que a arquitetura superasse o desnível entre a modernidade tecnológica, presente 
na indústria, e o atraso nas cidades sem estética e nas residências populares com conforto precário. 
 
 
Comentário: 
 
 
A proposta arquitetônica de Le Corbusier enxergava nas inovações tecnológicas um campo aberto para a 
experimentação arquitetônica, uma forma de libertação das linhas da construção. O concreto armado, por 
exemplo, passou a dar aos arquitetos uma série de liberdades criativas impensáveis no início do século XX. 
A adoção generalizada destes valores estéticos foi, por sua vez, associada aos avanços dos cálculos de 
engenharia e às preocupações com o conforto humano na composição urbanística. Vem da arquitetura 
moderna a noção de combinar o conforto das habitações com o planejamento urbano que proporcione 
conforto térmico e liberdade de movimentação para as tarefas cotidianas. Item correto. 
 
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2. Na década de 40, o movimento denominado jdanovismo estabeleceu como diretriz para a organização 
intelectual e artística, na URSS e entre seus simpatizantes no mundo, a adoção dos princípios do 
Modernismo, por estarem em harmonia com o desenvolvimento industrial do país. 
 
Comentário: 
 
 
O jdanovismo foi instituído na União Soviética após a Segunda Guerra Mundial como o padrão soviético para 
o Realismo. Isto é, estabeleceu padrões para as arte e para as ciências sobre o que era o desejável e o 
aceitável dentro da doutrina do partido (e, portanto, do país). Não se trata, portanto, de uma conexão 
soviética com a Modernidade europeia, mas sim uma noção de depuração das artes e da ciência no sentido 
da exaltação e da defesa do proletariado. Item errado. 
 
 
3. O painel Guernica, de Pablo Picasso, representa o impacto social do uso de armas de destruição em massa, 
como os bombardeios aéreos e as metralhadoras, durante a Primeira Guerra Mundial. 
 
 
Comentário: 
 
 
A Guernica de Pablo Picasso se debruça sobre o massacre promovido pelas armas nazi-fascistas na cidade 
espanhola de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola na década de 1930. Os horrores da guerra e a 
crueldade das tropas nacionalistas foram o mote para o painel de Picasso. Item errado. 
 
 
4. A Revolução Russa de 1917 pôs fim ao conservadorismo cultural e, nos anos 20, com o apoio do Partido 
Comunista, artistas e intelectuais de vanguarda desenvolveram o construtivismo, em consonância com a 
edificação da sociedade socialista. 
 
Comentário: 
 
 
Revolução de 1917, em muitas áreas, não conseguiu impor soluções definitivas e não foi diferente quanto às 
artes. O conservadorismo estético passou a ser questionado pelas artes revolucionárias durante a década de 
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1920. No entanto, a rigidez da vanguarda do proletariado leninista não poderia ser conciliada com noções 
de construtivismo para se discutir o proletariado; pelo contrário, a noção de exaltação da causa e da 
educação do povofoi sendo progressivamente endurecida pelo Partido Comunista. Item errado. 
 
 
Questão 61 
 
Acerca da vida cultural no mundo moderno, julgue (C ou E) os itens subsequentes. 
 
 
1. Uma das mais significativas rupturas promovidas pelo modernismo na tradição arquitetônica ocidental foi 
a rejeição de elementos ornamentais exteriores e o incremento de uma preocupação funcional com a 
ambientação do espaço interno das edificações. 
 
Comentário: 
 
Ainda que os exteriores da arquitetura modernista se dedicassem à sua proposta estética em meio à 
realidade urbana, houve sim a simplificação ornamental das fachadas. Por outro lado, o conforto dos 
interiores passou a ser interpretado de múltiplas formas dentro da funcionalidade, propondo soluções para 
diversos aspectos, como o conforto térmico e a luminosidade. Item correto. 
 
 
2. A pintura abstrata, inaugurada no ocidente moderno na virada do século XIX para o século XX por artistas 
como Paul Cézanne, Vincent van Gogh e Arthur Kokoschka, pretende expressar emoções ou estados de 
espírito por meio de cores e formas, sem recorrer à representação de objetos do mundo exterior. 
 
Comentário: 
 
A definição do item sobre arte abstrata está correta: a representação de emoções e de estados de espírito 
sem o recurso à construção de imagens do mundo exterior. No entanto, erra ao atribuir à pintura abstrata 
os nomes de Van Gogh (expressionista), Cézanne (pós-impressionista) e Kokoschka (expressionista), já que 
os três seguiam trabalhando com o mundo exterior para expressar. Item errado. 
 
 
3. Característica comum a diferentes meios de expressão artítistica do Romantismo europeu foi a crítica ao 
racionalismo cientificista associado, entre outras, à figura de Isaac Newton. 
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Comentário: 
 
O cientificismo do século XIX foi visto como um dos grandes obstáculos para a liberdade do homem, sendo 
sempre problematizado pelo Romantismo. Ainda que seja, de certa forma, surpreendente a referência a 
Charles Darwin no item, está correto, sim, associar a sua imagem ao pensamento cientificista do período. 
Item correto. 
 
 
4. Uma das preocupações legadas pelo Romantismo a diversos movimentos de vanguarda nas artes visuais 
do final do século XIX e início do século XX, como o Expressionismo e o Cubismo, foi a tendência a idealizar 
o passado medieval europeu, combinada à crítica à tecnificação das relações entre os seres humanos e a 
natureza. 
 
Comentário: 
 
As vanguardas europeias do século XX se afastam destas críticas românticas por entenderem haver nos 
avanços técnicos ferramentas potentes para suas expressões artísticas. As noções de futuro e de melhora da 
vida humana estão muito presentes nos pensamentos destas vanguardas, que passam a recusar as ligações 
medievais dos românticos para, em troca, discutir o presente e o futuro em seus próprios termos. Item 
errado. 
 
 
CACD 2017 
 
Questão 65 
 
 
A respeito da vida cultural nos séculos XIX e XX, julgue (C ou E) os itens a seguir. 
 
 
1 A pop art de meados do século XX caracteriza-se pelo frequente recurso à ironia e à paródia e pela utilização 
de objetos e símbolos provenientes da sociedade de consumo e da indústria cultural. 
 
Comentário: 
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 33 
 
 
Item tranquilo. De fato, a pop art retratará a sociedade industrial moderna e sua cultura a partir de seus 
próprios símbolos e práticas, frequentemente com graus de ironia. Item correto. 
 
 
2 No século XIX, artistas e autores alinhados ao Romantismo adotavam uma atitude individualista e 
introspectiva, a qual contribuía para afastá-los dos grandes temas da política e dos esforços de construção 
de identidades nacionais. 
 
Comentário: 
 
Item muito simples! Quando pensar em Romantismo, do ponto de vista histórico, lembre-se sempre de 
saudosismo, coletivismo, busca das raízes históricas e relação com a construção das nacionalidades. Item 
errado. 
 
 
3 Os romances históricos oitocentistas de Walter Scott e de Alexandre Herculano valorizam o legado político 
do absolutismo e criticam a idealização do passado medieval europeu, comum em outros autores da época. 
 
Comentário: 
 
Em verdade, ambos os autores não criticaram a Idade Média, mas a resgataram a partir de uma visão 
positiva. Item errado. 
 
 
4 Aspecto essencial às vanguardas literárias da Europa ocidental nas primeiras décadas do século XX era o 
compromisso com ideias e programas à esquerda do espectro político. 
 
Comentário: 
 
Nem todas as vanguardas literárias da Europa Ocidental estavam ligadas aos movimentos da esquerda. 
Exemplo típico disso é o movimento futurista, bastante ligado ao fascismo italiano. Item errado. 
 
 
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 34 
 
 
Questão 59 
 
A arte de hoje é composta por arte moderna (e, às vezes, até arte clássica) e arte contemporânea. Além do 
mais, algumas das principais figuras da arte contemporânea já morreram: Yves Klein, por exemplo, e Andy 
Warhol. A arte contemporânea não pode, portanto, ser reduzida à arte de artistas vivos, já que ela inclui 
artistas já falecidos e não inclui grande parte da produção artística atual. Arte contemporânea é uma 
categoria estética de arte, um tipo de gênero artístico, mas em um sentido mais amplo do que aquilo que se 
costuma chamar de gênero: como categoria artística, a arte contemporânea se encontra no mesmo nível da 
arte clássica ou moderna, sendo que cada uma possui suas características próprias. 
 
Nathalie Heinich. Práticas da arte contemporânea: uma abordagem pragmática a um novo paradigma 
artístico. In: Sociologia e Antropologia. Rio de Janeiro, v. 4, 02:373-90, out./2014, p. 376. 
 
Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) os próximos itens, a respeito da arte produzida 
nos séculos XX e XXI. 
 
 
1 A ausência de representação dos indígenas pré-hispânicos foi uma das marcas do Muralismo mexicano. 
Esse movimento foi patrocinado pelo Estado e buscava aglutinar a modernidade artística europeia, a 
experiência histórica mexicana e os projetos de futuro para a nação elaborados no período pós-
revolucionário. 
 
Comentário: 
 
Ao contrário do que se afirma o Muralismo mexicano (movimento artístico surgido na esteira da Revolução 
Mexicana) esteve em profundo contato com a tradição popular, resgatando para tanto as raízes do passado 
nacional, em especial a influência dos povos indígenas na construção da nação. Item errado. 
 
 
2 As relações entre arte e projetos políticos foram claramente definidas no século XIX e permaneceram no 
século XX. Nesse sentido, a expansão do Expressionismo Abstrato, no contexto da Guerra Fria, conecta-se à 
política de expansão cultural norte-americana, que teve na ação do MoMA importante impulsionador, uma 
vez que os museus se estabeleceram, ao longo do século XX, como um dos principais definidores do que 
seria arte. 
 
Comentário: 
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O Expressionismo abstrato, também conhecido como “Escola de Nova Iorque”, surgiu no contexto do pós- 
Segunda Guerra, sendo fortalecido e propagado como parte de uma “propaganda cultural” norte-americana 
por ação dos curadores do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova Iorque). Como apontado no site do 
MoMA: “É irônico, mas não contraditório, que numa sociedade em que a repressão política pesou tantoquanto nos Estados Unidos, o expressionismo abstrato era para muitos a expressão da liberdade: a liberdade 
de criar obras controversas de arte: a liberdade simbolizada pela pintura de ação”. Item difícil, porém correto 
 
3 As intervenções artísticas visuais urbanas têm estado cada vez mais presentes nos grandes centros. Sua 
difusão retoma discussões sobre o lugar da autoria, o papel político-social das artes, a ocupação dos espaços 
urbanos e os efeitos da mercantilização da obra artística; Banksy é um dos principais nomes dessa vertente. 
 
Comentário: 
 
Banksy, pseudônimo de Robert Banks, é conhecido no meio underground justamente por sua arte graffiti 
satírica e subversiva, características que exemplificam a sua forma própria de ressignificação e apropriação 
do meio urbano. Item correto 
 
 
4 A difusão da fotografia foi de pouco impacto na vida artística europeia do período em questão: o forte 
papel da subjetividade, do autor e do observador, aclamado pelos representantes da vanguarda artística, 
desqualificava a concretude da imagem fotográfica. 
 
Comentário: 
 
Pelo contrário, a difusão da fotografia foi de impacto não somente para a vida cultural europeia, como 
também para a vida política. Item errado 
 
 
 
CACD 2019 
 
Questão 64 
 
 
A respeito do panorama das artes no século 20, julgue (C ou E) os itens a seguir. 
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 36 
 
 
 
1 Uma das características marcantes foi o uso de objetos do cotidiano, que passaram a ser investidos de 
interesse artístico. Nesse contexto, Marcel Duchamp despontou como um dos principais defensores de um 
critério de beleza alinhado aos interesses do mercado econômico. 
 
 
Comentário: 
 
 
Duchamp caminhou na contramão do que está exposto no texto. Item errado. 
 
 
 
2 Artistas como Paul Klee e Wassily Kadinsky foram relevantes no processo de consolidação da figura do 
artista contemporâneo. Entre os elementos mais importantes do movimento conceitual em que se inseriam, 
é corretor destacar a soberania do ato criador como expressão da interioridade do indivíduo, a originalidade 
das obras de arte como traço distintivo dessa interioridade e a recusa de um diálogo imediato entre os 
artistas e os respectivos públicos. 
 
 
Comentário: 
 
 
O item resume o básico sobre a produção desses dois artistas. Correto. 
 
 
 
3 A atribuição da beleza às máquinas é um fenômeno relativamente recente. No século 20, assistiu-se à 
emergência de uma estética industrial, no interior da qual as funcionalidades técnicas previstas no design 
associaram-se à estetização das formas, de modo a suscitar admiração e interesse público. 
 
 
 
Comentário: 
 
 
 
De fato, o século XX assistiu ao encontro entre arte e estética industrial. Item correto. 
 
 
 
4 Um elemento significativo no cenário das artes do início do século 20, sobretudo na França, foi a imprensa 
cultural. As revistas ilustradas frequentemente difundiam rótulos estilísticos como o “cubismo”. 
 
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Comentário: 
 
 
A literatura da Belle Époque foi marcada pela difusão das revistas ilustradas, incluso no Brasil. Item correto. 
 
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 38 
 
LISTA DE QUESTÕES 
 
CACD 2011 
 
Questão 55 
 
Na pós-modernidade, a cultura expandiu-se a ponto de se tornar praticamente coextensiva à própria 
economia, não apenas como base sintomática de algumas das maiores indústrias do mundo, mas de maneira 
muito mais profunda, uma vez que todo objeto material ou serviço imaterial vira, de forma inseparável, uma 
marca trabalhável ou produto vendável. A cultura, nesse sentido, como inevitável tecido da vida no 
capitalismo avançado, é agora a nossa segunda natureza. Enquanto o Modernismo extraía seu propósito e 
energias de persistência do que ainda não era moderno, do legado de um passado ainda pré-industrial, o 
Pós-modernismo é a superação dessa distância, a saturação de cada poro do mundo com o soro do capital. 
 
Perry Anderson. As origens da pós-modernidade. Riode Janeiro: Jorge Zahar, 1999, p. 13 (com adaptações. 
 
 
A partir do texto acima, julgue (C ou E) os itens a seguir, relativos à dinâmica cultural dos séculos XX e XXI. 
 
1. Os teóricos que se dedicam à análise da estética da pós-modernidade consideram-na basicamente um 
esforço coletivo de retomada da atitude vanguardista de rejeição do mundo da mercadoria e do espetáculo. 
 
2. O modernismo europeu é o primeiro movimento estético derivado de vanguardas estéticas organizadas 
por grupos marginalizados da periferia do capitalismo, tais como aqueles que organizaram, no Brasil, em 
1922, a Semana de Arte Moderna. 
 
 
3. Uma faceta do alcance utópico da plasticidade das formas modernistas revela-se na arquitetura, que 
impõe a experiência estética ao cenário urbano cotidianamente degradado. 
 
 
4. As vanguardas europeias do início do século XX caracterizaram-se pela atitude de rompimento formal com 
as estruturas estéticas cristalizadas da arte ocidental. 
 
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 39 
 
 
 
CACD 2012 
 
Questão 50 
 
O Romantismo representa uma crítica à modernidade, isto é, à civilização capitalista moderna, em nome de 
valores e ideais do passado (pré-capitalista, pré-moderno). Podemos dizer que, desde sua origem, o 
Romantismo é iluminado pela dupla luz da estrela da revolta e do “sol negro da melancolia” (Nerval). O 
elemento central dessa estrutura – da qual dependem todos os outros – é uma contradição, ou oposição, 
entre dois sistemas de valor: os do Romantismo e os da realidade social dita moderna. 
 
M. Löwy e R. Sayre. Revolta e melancolia – o romantismo na contramão da modernidade. Petrópolis, RJ: 
Vozes, 1995, p. 34-5 (com adaptações). 
 
 
Tendo o texto acima como referência e considerando as questões por ele suscitadas, assinale a opção 
correta. 
 
 
 A. O Romantismo apoiou no idealismo, na imaginação e na fuga para o exótico, entre outras bases estéticas, 
a sua reação crítica à realidade capitalista. 
 
 B. Apoiado em valores filosóficos de afirmação da subjetividade e do idealismo, o Romantismo promoveu 
uma estética de equilíbrio e racionalidade. 
 
C. O Romantismo celebrou esteticamente a urbanidade e os avanços tecnológicos alcançados com a 
industrialização europeia verificada durante o século XIX. 
 
D. O Romantismo reunia a revolta contra estruturas estéticas e filosóficas medievais e a melancolia diante 
dos fundamentos ideológicos da modernidade, ou seja, combinava alienação com fetichismo da mercadoria. 
 
E. Movimento que apregoava a alienação, o Romantismo desvinculou-se das transformações sociais pelas 
quais a Europa passou durante o século XIX. 
 
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 40 
 
 
 
CACD 2016 
 
Questão 52 
 
 
Tendo em vista que, na primeira metade do século XX, houve importantes inovações nos padrões culturais 
e estéticos, julgue (C ou E) os seguintes itens. 
 
 
1. Le Corbusier propunha que a arquitetura superasse o desnível entre a modernidade tecnológica, presente 
na indústria, e o atraso nas cidades sem estética e nas residências populares com conforto precário. 
 
 
2. Na década de 40, o movimento denominado jdanovismo estabeleceu como diretriz para a organização 
intelectual e artística, na URSS e entreseus simpatizantes no mundo, a adoção dos princípios do 
Modernismo, por estarem em harmonia com o desenvolvimento industrial do país. 
 
 
3. O painel Guernica, de Pablo Picasso, representa o impacto social do uso de armas de destruição em massa, 
como os bombardeios aéreos e as metralhadoras, durante a Primeira Guerra Mundial. 
 
4. A Revolução Russa de 1917 pôs fim ao conservadorismo cultural e, nos anos 20, com o apoio do Partido 
Comunista, artistas e intelectuais de vanguarda desenvolveram o construtivismo, em consonância com a 
edificação da sociedade socialista. 
 
 
 
Questão 61 
 
Acerca da vida cultural no mundo moderno, julgue (C ou E) os itens subsequentes. 
 
 
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 41 
 
1. Uma das mais significativas rupturas promovidas pelo modernismo na tradição arquitetônica ocidental foi 
a rejeição de elementos ornamentais exteriores e o incremento de uma preocupação funcional com a 
ambientação do espaço interno das edificações. 
 
2. A pintura abstrata, inaugurada no ocidente moderno na virada do século XIX para o século XX por artistas 
como Paul Cézanne, Vincent van Gogh e Arthur Kokoschka, pretende expressar emoções ou estados de 
espírito por meio de cores e formas, sem recorrer à representação de objetos do mundo exterior. 
 
3. Característica comum a diferentes meios de expressão artítistica do Romantismo europeu foi a crítica ao 
racionalismo cientificista associado, entre outras, à figura de Isaac Newton. 
 
4. Uma das preocupações legadas pelo Romantismo a diversos movimentos de vanguarda nas artes visuais 
do final do século XIX e início do século XX, como o Expressionismo e o Cubismo, foi a tendência a idealizar 
o passado medieval europeu, combinada à crítica à tecnificação das relações entre os seres humanos e a 
natureza. 
 
 
 
CACD 2017 
 
Questão 65 
 
 
A respeito da vida cultural nos séculos XIX e XX, julgue (C ou E) os itens a seguir. 
 
 
1 A pop art de meados do século XX caracteriza-se pelo frequente recurso à ironia e à paródia e pela utilização 
de objetos e símbolos provenientes da sociedade de consumo e da indústria cultural. 
 
 
2 No século XIX, artistas e autores alinhados ao Romantismo adotavam uma atitude individualista e 
introspectiva, a qual contribuía para afastá-los dos grandes temas da política e dos esforços de construção 
de identidades nacionais. 
 
 
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3 Os romances históricos oitocentistas de Walter Scott e de Alexandre Herculano valorizam o legado político 
do absolutismo e criticam a idealização do passado medieval europeu, comum em outros autores da época. 
 
 
4 Aspecto essencial às vanguardas literárias da Europa ocidental nas primeiras décadas do século XX era o 
compromisso com ideias e programas à esquerda do espectro político. 
 
 
CACD 2018 
 
Questão 59 
 
A arte de hoje é composta por arte moderna (e, às vezes, até arte clássica) e arte contemporânea. Além do 
mais, algumas das principais figuras da arte contemporânea já morreram: Yves Klein, por exemplo, e Andy 
Warhol. A arte contemporânea não pode, portanto, ser reduzida à arte de artistas vivos, já que ela inclui 
artistas já falecidos e não inclui grande parte da produção artística atual. Arte contemporânea é uma 
categoria estética de arte, um tipo de gênero artístico, mas em um sentido mais amplo do que aquilo que se 
costuma chamar de gênero: como categoria artística, a arte contemporânea se encontra no mesmo nível da 
arte clássica ou moderna, sendo que cada uma possui suas características próprias. 
 
Nathalie Heinich. Práticas da arte contemporânea: uma abordagem pragmática a um novo paradigma 
artístico. In: Sociologia e Antropologia. Rio de Janeiro, v. 4, 02:373-90, out./2014, p. 376. 
 
 
Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) os próximos itens, a respeito da arte produzida 
nos séculos XX e XXI. 
 
 
1 A ausência de representação dos indígenas pré-hispânicos foi uma das marcas do Muralismo mexicano. 
Esse movimento foi patrocinado pelo Estado e buscava aglutinar a modernidade artística europeia, a 
experiência histórica mexicana e os projetos de futuro para a nação elaborados no período pós-
revolucionário. 
 
 
2 As relações entre arte e projetos políticos foram claramente definidas no século XIX e permaneceram no 
século XX. Nesse sentido, a expansão do Expressionismo Abstrato, no contexto da Guerra Fria, conecta-se à 
política de expansão cultural norte-americana, que teve na ação do MoMA importante impulsionador, uma 
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vez que os museus se estabeleceram, ao longo do século XX, como um dos principais definidores do que 
seria arte. 
 
3 As intervenções artísticas visuais urbanas têm estado cada vez mais presentes nos grandes centros. Sua 
difusão retoma discussões sobre o lugar da autoria, o papel político-social das artes, a ocupação dos espaços 
urbanos e os efeitos da mercantilização da obra artística; Banksy é um dos principais nomes dessa vertente. 
 
 
4 A difusão da fotografia foi de pouco impacto na vida artística europeia do período em questão: o forte 
papel da subjetividade, do autor e do observador, aclamado pelos representantes da vanguarda artística, 
desqualificava a concretude da imagem fotográfica. 
 
 
 
CACD 2019 
 
Questão 64 
 
 
A respeito do panorama das artes no século 20, julgue (C ou E) os itens a seguir. 
 
 
 
1 Uma das características marcantes foi o uso de objetos do cotidiano, que passaram a ser investidos de 
interesse artístico. Nesse contexto, Marcel Duchamp despontou como um dos principais defensores de um 
critério de beleza alinhado aos interesses do mercado econômico. 
 
 
2 Artistas como Paul Klee e Wassily Kadinsky foram relevantes no processo de consolidação da figura do 
artista contemporâneo. Entre os elementos mais importantes do movimento conceitual em que se inseriam, 
é corretor destacar a soberania do ato criador como expressão da interioridade do indivíduo, a originalidade 
das obras de arte como traço distintivo dessa interioridade e a recusa de um diálogo imediato entre os 
artistas e os respectivos públicos. 
 
 
3 A atribuição da beleza às máquinas é um fenômeno relativamente recente. No século 20, assistiu-se à 
emergência de uma estética industrial, no interior da qual as funcionalidades técnicas previstas no design 
associaram-se à estetização das formas, de modo a suscitar admiração e interesse público. 
 
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4 Um elemento significativo no cenário das artes do início do século 20, sobretudo na França, foi a imprensa 
cultural. As revistas ilustradas frequentemente difundiam rótulos estilísticos como o “cubismo”. 
 
 
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GABARITO 
 
1. ECC 
2. A) 
3. CEEE 
4. CECE 
5. CEEE 
6. ECCE 
7. ECCC 
 
 
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