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PORTFÓLIO Estágio Supervisionado para o Ensino de Química III 2019.2 Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Departamento de Química - DQJ Isabela Torres Oliveira Colégio Estadual Atheneu Sergipense Diretor: Daniel Mauro Souza Lemos Professora: Márcia Andrade São Cristóvão – SE Agosto de 2019 Portfólio Estágio Supervisionado em ensino de Química III Discente: Isabela Torres Oliveira Matrícula: 201310032527 Instituição Concedente: Colégio Souza Estadual Atheneu Sergipense Diretor: Daniel Mauro Lemos Endereço: Largo Graccho Cardoso, s/n, Bairro São José Estágio supervisionado foi realizado entre os meses de julho e agosto de 2019 no Colégio Estadual Atheneu Sergipense pela discente Isabela Torres. INTRODUÇÃO O Estágio Supervisionado foi realizado no Colégio Estadual Atheneu Sergipense, onde foi aplicada uma sequencia didática de 8 aulas com enfoque CTS sobre ligações químicas em uma turma do 1º ano. A problematização trabalhada foi referente o alto índice de mortes causadas por raios no Brasil. Aporte teórico Estudos mostram a importância do estágio supervisionado para uma boa formação do docente . Hoje se sabe que nas universidades a docência fica, na sua maioria, em segundo lugar, onde se valorizam primeiro as pesquisas científicas tanto na graduação como na pós -graduação . Sendo que a base de todas as profissões é o professor . Mas como melhorar a educação se não se tem incentivo? Segundo a autora Menga Lüdke , deve -se ter uma reforma no currículo que até então não se superam os limites, não se renova. Deve haver incentivo para pesquisas na área do ensino . A política, a ciência e o emocional devem andar entrelaçadas com a pedagógica . O professor deve buscar a implantação de práticas interdisciplinares, entre outros fatores (LÜDKE, 2019 ) . O estágio supervisionado nos permite pôr em prática tudo o que se foi desenvolvido durante a graduação e ter um contato inicial com a educação básica. Conhecer a escola, as práticas escolares, ter uma participação ativa não só em sala de aula, mas também com toda a comunidade escolar, participar de monitorias, atividades diferenciadas e a regência faz com que o estagiário analise de forma mais crítica tanto a sua prática como as atuais condições da educação básica, contribuindo assim, para a sua formação, formação dos futuros professores e pela educação. Utilizar os três momentos pedagógico de Delizoicov (problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do conhecimento) em conjunto com a perspectiva CTS faz com que o aluno a partir dos conhecimentos abordados em sala de aula construa a sua argumentação e possua um pensamento critico a respeito do ou dos problemas apresentados trazendo soluções para o mesmo tendo como suporte o conhecimento científico. Sendo assim o aluno poderá ter um papel significativo perante a sociedade na qual ele pertence. Infográfico Fonte: INPE Aula 1 – Problematização Inicial “Brasil tem maior incidência de raios do mundo; praias e lugares abertos durante tempestades aumentam riscos” Apresentação da problematização inicial foi feita por meio de um texto informativo e um infográfico que foram impressos e entregues aos alunos. Após feita a leitura do texto e apresentado o infográfico, foi entregue aos mesmos um questionário onde individualmente eles responderam as perguntas para a identificação das concepções prévias dos mesmos a respeito do problema apresentado. 2- Qual a relação entre os incidentes de raios com os materiais que são mais atingidos por eles? 3- Quais são as características que um para-raios deve ter? Qual a necessidade deles nos pontos mais altos das cidades? 4- O que faz do banho do mar em dias de chuva algo tão perigoso? Represente em forma de desenho como aconteceria essa condução elétrica. Como resposta na primeira questão a maioria dos alunos responderam que ambos eram condutores de eletricidade Na segunda questão cerce de 41% responderam que os materiais possuíam carga oposta ao dos raios e que por isso acabavam atraindo os raios, 37,5% responderam que eram condutores de eletricidade e os demais responderam que era a forma mais rápida do raio chegar ao solo. A turma tem em média 38 alunos, mas apenas 32 estavam presentes nesse primeiro momento. Foi solicitado que os mesmos respondessem, individualmente, o questionário entregue e que depois devolvessem para uma posterior análise. No questionário continham as seguintes questões: 1- Por que não se deve ficar próximo das águas da praia, de carros, árvores, ou em áreas abertos, quando está tendo temporais? Texto Fonte: O Povo Questionário - Na terceira questão 22% dos alunos responderam que os para-raios deveriam estar nos pontos mais altos para que não atingissem pessoas, 31,5% disseram que os para-raios tinham que ser ótimos condutores de eletricidade, cerca de 30% disseram que tinham que ser de metal e possuir um fio terra para levar a descarga elétrica para baixo do solo, os outro alunos colocara que devem ter a mesma carga que o raio para não atrair o raio. Na quarta e última os alunos desenharam uma pessoa morta no mar, morte esta causada por raios em dias de tempestade, conforme as imagens ao lado, alguns descreveram o que poderia causar a atração dos raios no mar. A primeira aula foi muito importante para compreender o que os alunos sabiam sobre os impactos causados por raios, como eles ocorriam e qual a importância dos para-raios. Resolução questão 4 Resolução questão 4 Resolução questão 4 Resolução questão 4 Aula 2 – Atividade experimental sobre condutividade Na aula foi feita uma demonstração de um experimento sobre a condutividade elétrica de alguns materiais utilizando um condutivímetro caseiro, onde os estudantes verificaram a intensidade do brilho da lâmpada ao entrar em contato com esses materiais. No final do experimento os alunos receberam uma folha contendo uma tabela e um questionário sobre o experimento para que pudessem responder o que foi observado durante a aula experimental construindo assim as hipóteses. A aula deveria ter duração de 50 min, porém foi realizada em 20 min, pois a professora liberou os alunos para o almoço. Na aula foi feita apenas a experimentação, que foi interrompida em alguns momentos pela professora para tirar fotos o que de certa forma prejudicou o processo de observação dos alunos e a explicação por minha parte. A atividade proposta para depois do experimento que seria o preenchimento de uma tabela onde os alunos colocariam a intensidade observada na lâmpada de acordo com cada material e outras três questões foi solicitada que os alunos respondessem na aula seguinte. Questionário passado na aula para os alunos: Experimentação Experimentação Aula 3 -Natureza das ligações e comportamento das substâncias O primeiro momento da aula seria destinado para uma discussão das hipóteses dos alunos referente ao que foi observado no experimento e nas respostas do questionário aplicado na aula anterior, porém foi dado um tempo a mais para que os mesmo pudessem responder o questionário uma vez que a aula anterior não tiveram tempo, pois só teve duração de 20 min. Depois de respondido o questionário, foram debatidas as respostas em sala de aula e posteriormente feita a explicação do experimento juntamente com o conceito da natureza das ligações e o comportamento das substâncias, tópico este que continha no livro didático dos alunos. O tópico do livro se chamava “Natureza das ligações e comportamentodas substâncias”, onde era explicado o comportamento de cada ligação química. As explicações das propriedades de cada ligação eram sempre dialogadas com o experimento de forma que eles pudessem perceber o que levava a ocorrer a condutividade de alguns materiais e de outros não. Aula 4 –Ligação Iônica Foi passado para os estudantes um vídeo sobre as ligações químicas disponível no link https://www.youtube.com/watch?reload=9 &v=dzhM7mX0iP8. O vídeo aborda as interações entre alguns átomos, e a formação de ligações entre eles. Conteúdos como ligações covalentes, iônicas, os gazes nobres, atração e repulsão podem ser trabalhados. O vídeo teve como objetivo apresentar a simbologia das ligações. De forma divertida e descontraída. Depois de apresentado o vídeo foram feitas algumas perguntas aos alunos como: “Por que os gases nobres não estão interagindo entre si e nem com os demais na festa?” “O vídeo mostra que o neônio (Ne) e o hidrogênio (H) não sofrem atração. Você sabe explicar por quê?” “Por que o Carbono pôde atrair quatro átomos de hidrogênio?” “No final do vídeo o hidrogênio (H) e o sódio (Na) estão se chocando, porém não ocorre uma interação entre eles. Qual seria a possível causa disso?” Alguns dos alunos souberam explicar boa arte das questões feitas . Em seguida foi explicado o conceito de ligações iônicas e posteriormente solicitado aos alunos uma pesquisa para que fosse entregue na aula seguinte sobre: “como obter soda cáustica a partir da água”. Aula 5 – Ligação Covalente No primeiro momento foi solicitado aos alunos a pesquisa da aula anterior, sobre: “como obter soda cáustica a partir da água”. Apenas 5 alunos entregaram a pesquisa. Como era final de semestre, mais precisamente ultima semana de aula, alguns dos alunos alegaram preocupação com outras matérias e outros disseram que simplesmente haviam esquecido. No segundo momento foi abordado o conceito de ligação de Lewis, para facilitar a compreensão da interação entre os elétrons e explicado o conceito de ligação covalente. No terceiro momento foi realizado uma atividade em grupo. A atividade consistia em representar, utilizando massinha de modelar e palito de dente, a formula molecular de algumas moléculas. Os alunos utilizaram as massinhas de modelar para representar os átomos e os palitos de dente para representar as ligações feitas ou a ligação feita entre cada átomo formando assim a molécula, A sala foi dividida em quatro grupos, cada grupo recebeu uma caixinha de massinha e outra com palitos de dente. Foi copiado no quadro as fórmulas estruturais das moléculas solicitadas. A atividade tinha como objetivo fazer com que os alunos compreendessem melhor as interações que ocorre na ligação covalente. As moléculas solicitadas foram: H2, H2O, CH4, SO2, NH3, CF4, CO, CO2 e HCl. A maioria dos grupos conseguiram acertar boa parte das moléculas, somente um grupo teve dificuldade, porém os alunos não estavam prestando atenção na aula. Estruturas moleculares Estruturas moleculares Estruturas moleculares Aula 6 – Carga formal, polaridade das ligações e geometria O primeiro momento da aula foi reservado para a apresentação e discussão sobre uma simulação do Labvirt cujo o conteúdo abordado era polaridade das moléculas. A simulação está disponível no link (http://www.labvirtq.fe.usp.br/simulacoe s/quimica/sim_qui_aguaeoleo.htm), porém não foi possível apresentar a simulação, pois a internet não estava funcionando no dia e a professora só chegou com o Datashow quase no final da aula, ou seja, mesmo que tivesse internet não daria para seguir a sequência. A aula foi iniciada com o conceito de polaridade, em seguida, foi abordado a diferença de eletronegatividade das ligações polar e apolar, com o conceito de Linus Carl Pauling, abordado pelo livro didático. Na sequencia também foi abordado geometria da molécula e por fim carga formal (esse dois últimos conteúdos foram solicitados pela professora, pois não tinha no livro didático). Foram passados para os alunos duas questões para que os mesmo fizessem em casa e entregassem no dia seguinte, porém a atividade não foi feita e muito menos entregue. Na atividade continha uma questão para representar a formula estrutural das moléculas informando a geometria das mesmas e a polaridade das ligações, e outra questão para realizar o calculo da carga formal e dizer qual molécula de CO2 era mais provável existir. Aula 7 –Ligação Metálica No primeiro momento foi questionado aos alunos se todos os metais conduziam eletricidade. A resposta da maioria dos alunos foi que sim. A partir daí foi dado início a aula no qual foi abordado o conceito de ligações metálicas, fazendo relação com a condutividade elétrica e com o que foi visto no experimento da aula dois. No final da aula foi lançada a seguinte pergunta: Qual o metal que conduz melhor a eletricidade o cobre ou alumínio? Por que é utilizado fio de cobre nas residências e nos postes os fios são de alumínio? Apenas 5 alunos estavam interagindo na aula e somente eles responderam as questões. A aula deveria ser na sala, porém a professora da turma solicitou que os alunos fossem para o laboratório de Física. O tempo de deslocamento dos alunos atrasou a aula e a minha dupla atrasou um pouco o termino da aula dele que também estava acontecendo no laboratório. Quando os alunos entraram na sala a professoram solicitou que os mesmo fossem de um por um mostrar as atividades feitas para que ela pudesse dar os vistos, resultado, a aula não foi tão eficaz, pois grande parte dos alunos estavam preocupados em entregar o caderno e fizeram um aglomerado ao redor da professora. Apenas uns 30% dos alunos prestaram atenção na aula. Aula 8 – Aplicando o conhecimento Foi feita uma relação entre a tecnologia dos para-raios e as ligações químicas. No primeiro momento foi passado para aos alunos um vídeo explicando do que é constituído um para-raios. O vídeo foi editado deixando apenas a explicação das partes que constituem um para-raios, a parte de conhecimento científico foi excluída para que os alunos posteriormente pudessem explicar. Em seguida foram feitos alguns questionamentos sobre os para-raios (vide quadro ao lado) e solicitado que os alunos respondessem com base no que foi compreendido nas ultimas aulas as questões e nas suas explicações deveriam contem as seguintes palavras: interações, atração, repulsão, cátions, ânions, ligação metálica, ligação iônica, ligação covalente. As questões foram discutidas oralmente e em sala de aula, a maioria dos alunos apresentaram respostas coerente e com o conhecimento científico visto. Em seguida apresentei para os mesmos um segundo vídeo explicando cada etapa, detalhadamente, para a instalação de um para-raios e sua função, confirmando assim o que os mesmos haviam explicado durante o questionamento. No final da aula foi solicitado aos estudantes soluções para a diminuição de ocorrência de mortes causadas por raios. Os mesmos sugeriram panfletagem e cartazes em locais de risco, anúncios em TV para um maior alcance e conscientização da população. 0 2 4 6 8 10 12 Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4Aula 5 Aula 6Aula 7 Aula 8 Resultados obtidos referente a relação entre contextualização, conhecimento científico, professor, aluno. Contexto Conhecimento Científico Professor Aluno Conclusão Ao aplicar a sequência didática foi possível presenciar mais de perto como é reger uma sala de aula da rede estadual.Mesmo já participando do PIBID na mesma escola, foi uma experiência única, pois nunca havia dado aula em sala de aula, apenas monitoria. Uma sequência com perspectiva CTS trouxe uma maior participação dos alunos, a maioria deles demonstraram interesse no problema apresentado, pois era algo que eles conheciam, e em compreender o conteúdo abordado, realizaram as atividades que eram propostas em sala de aula e sempre que podiam questionavam sobre ou tiravam alguma dúvida. Mesmo com todas as interferências e outros problemas mencionados nas aulas foi possível concluir o estágio com êxito.
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