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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT LICENCIATURA EM QUÍMICA MATHEUS CEZAR FAGUNDES RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO III JOINVILLE 2022 | 2 MATHEUS CEZAR FAGUNDES RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III Este relatório apresenta as vivências proporcionadas durante o estágio curricular supervisionado III e discute-se sobre o ensino de química no âmbito da educação básica, a partir da análise documental e observacional, do planejamento e produção de materiais docentes, bem como da reflexão sobre as atividades realizadas. Professor de ECS3004: Fabíola Corrêa Viel Orientador: Professora Fabíola Corrêa Viel JOINVILLE | 3 Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 1.1. OBJETIVOS ....................................................................................... 8 2. REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO ....................................... 9 2.2 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E ASPECTOS CURRICULARES DA DISCIPLINA DE QUÍMICA ............................................................................ 10 2.2.1 Projeto político pedagógico da escola (PPP) .................................... 10 2.2.2 Programa da disciplina de Química .................................................. 11 2.3 DIMENSÃO DA SALA DE AULA NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE QUÍMICA ....................................................................................................... 13 2.3.1 Descrição das aulas observadas ...................................................... 13 2.3.2 Descrição das aulas observadas – DOCENTE 1”............................. 13 2.4 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA E OFICINA TEMÁTICA OU MATERIAIS DE AUXÍLIO DOCENTE .................. 22 2.4.1 Sequência didática realizada no estágio e videoaulas – “Isomeria e equilíbrio químico” ..................................................................................... 22 2.4.2 Oficina Temática – “Química e cotidiano” ......................................... 27 3. DISCUSSÃO DO ESTÁGIO ...................................................................... 31 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 37 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38 Apêndice A – planejamento da(s) sequência(s) didática(s) ............................. 39 Apêndice B – planejamento da oficina temática materiais do auxílio docente 59 Apêndice C – slides das aulas de equilíbrio químico ....................................... 68 Apêndice D – slides das aulas de isomeria ...................................................... 78 Anexo A – plano de estágio.............................................................................. 90 Anexo B – termo de compromissodo estágio ................................................... 94 Anexo C – avaliação do estagiário pela escola .............................................. 100 Anexo D – diario de estágio ........................................................................... 101 | 4 RESUMO O presente relatório tem como objetivo principal relatar todas as experiências vividas pelo estagiário do curso de licenciatura em química da universidade estadual de Santa Catarina. O estágio ocorreu de forma não-presencial, e a unidade escolar escolhida foi a E.E.B. Olavo Bilac, Localizada em Piraberaba, em Joinville. Durante o período de estágio, a professora supervisora Fernanda Raulino cedeu duas turmas da unidade escolar para a realização do período de observação e de regência. A regência foi aplicada em formato de videoaulas para turmas do 2º ano e 3º ano, com enfoque nos conteúdos de equilíbrio químico e isomeria. Foram desenvolvidas sequencias didáticas com os planos de aula sobre esses conteúdos, junto a uma oficina temática que aborda o tema “química e cotidiano”, que não foi aplicada, mas desenvolvida e apresentada para a turma de ECS III. Este relatório irá detalhar as experiências do acadêmico com o desenvolvimento dos materiais didáticos, oficina didática e as demais atividades previstas no plano de ensino da disciplina. O objetivo principal é relatar as observações das aulas feitas pelo aluno, tanto quanto descrever os resultados obtidos através da aplicação das sequências didáticas elaboradas para a etapa da regência. Neste contexto de pandemia, as diferenças do estágio remoto para o presencial fizeram com que a experiência do estagiário se tornasse mais fria, ocasionado pela falta de contato direto com os discentes durante o período de regência, uma vez que precisamos partir do ponto de vista que a realidade e o ensino dos alunos são ainda mais diferentes no contexto remoto do que eram no presencial. Palavras-chave: “Estágio Curricular Supervisionado”; “Química”; Docência”, “Regência” | 5 1. INTRODUÇÃO A vida em contexto acadêmico é um momento único para que o aluno enfrente desafios que possam o preparar para atuar como um futuro profissional, realizando trocas de conhecimentos e adquirindo experiências em campo que o tornarão capacitado para atuar em sua futura profissão, seja no ramo da licenciatura ou em quais áreas de química seguir, devido as habilidades desenvolvidas no período do estágio. O Estágio Supervisionado é uma das exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96 nos cursos de formação de docentes. O estágio não se configura apenas como uma mera obrigação formal que o discente deve participar, serve também para construção da identidade profissional do acadêmico que pode a vir se tornar um futuro docente. O estágio curricular tem o objetivo oportunizar ao aluno a observação, o desenvolvimento, o planejamento, a execução e a avaliação de diferentes atividades pedagógicas, isso faz com que o estagiário tenha uma aproximação da teoria acadêmica com a prática docente em sala de aula, aplicando o que foi lhe oferecido durante todo o período acadêmico. Durante o estágio, entende-se a importância não apenas das aulas ou do planejamento didático, mas também de sua aplicabilidade. É fundamental o estagiário aprender a estruturar um planejamento docente previamente para a aplicação de uma sequência didática com objetivos, materiais e métodos, recursos didáticos, assim como trabalhar novas metodologias que se adaptem ao ambiente escolar em que está inserido, para que a experiencia do estágio seja desafiadora e vantajosa. Oliveira (2011) traz o plano de aula como um instrumento didático-pedagógico é necessário à execução da atividade docente no cotidiano escolar colocando-o como elemento básico. [...] o ato de planejar exige aspectos básicos a serem considerados. Um primeiro aspecto é o conhecimento da realidade daquilo que se deseja planejar, quais as principais necessidades que precisam ser trabalhadas; para que o planejador as evidencie faz-se necessário fazer primeiro um trabalho de sondagem da realidade daquilo que ele pretende planejar, para assim, traçar finalidades, metas ou objetivos daquilo que está mais urgente de se trabalhar. (OLIVEIRA, 2007) | 6 Ao mesmo tempo, estimular a criatividade para desenvolver novas formas de transmitir o conhecimento aos alunos, tudo isso para elevar a experiencia de lecionar. O estagiário deve ter autonomia para adaptar o que foi planejado com o professor supervisor conforme a necessidade da turma, do contexto e de situações atípicas, como a pandemia do novo coronavírus em que vivemos no ano de 2021.As disciplinas de educação nos cursos de licenciaturas discutem como elaborar recursos didáticos e metodologias inovadoras para serem aplicadas nas instituições de ensino quando os discentes atuarem como futuros docentes. As realidades de muitas instituições não permitem a aplicação dessas metodologias ou recursos didáticos, algumas por falta de infraestrutura, materiais ou outras peculiaridades de cada uma. O estágio propositalmente prepara o aluno para enfrentar esses desafios discutidos em teoria durante as disciplinas, sendo que cada projeto de estágio do aluno deve ser trabalhado de acordo com as particularidades do meio em que ele está inserido. Portanto, alguns autores afirmam que o estágio supervisionado é de extrema importância, pois, coloca o acadêmico a realidade vivida pelos professores. A regência trata-se de um momento engrandecedor para o estagiário no trabalho pedagógico da escola, pois oportuniza o acadêmico a analisar a sua didática na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio (Oliveira, 2010). Segundo Souza (2018), pensar e refletir sobre a prática docente são consequências e necessidades diretas de experiências como o estágio supervisionado. É a partir dessas reflexões que o acadêmico da licenciatura tem condições de desenvolver uma postura atenta, sendo capaz de analisar e problematizar o contexto em que atua a fim de incentivar e criar mudanças na sala de aula. O estágio permite ao acadêmico a interação dentro da escola pela visão do profissional da docência, sendo que o aluno participou ativamente do núcleo escolar durante toda a sua formação inicial, mas sempre no papel de discente. Pensar e refletir sobre a prática docente são consequências e necessidades diretas de experiências como o estágio supervisionado. A partir disso, o estagiário atual no papel de professor, assumindo suas responsabilidades e encarando os desafios propostos de atuar nessa área. É a partir dessas reflexões que o acadêmico da licenciatura tem condições de | 7 desenvolver uma postura reflexiva, sendo capaz de analisar e problematizar o contexto em que atua a fim de propor intervenções na sala de aula. (SOUZA; FERREIRA, 2018) Além de trabalhar o planejamento docente, o estágio deve ser de extrema importância para que o ensino de ciência seja desenvolvido, especificamente o ensino de química e sua relevância para o desenvolvimento do estagiário e dos alunos. O ensino de química deve possibilitar aos alunos a compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada, para que os estes possam julgar, com fundamentos, as informações adquiridas na mídia, na escola e no seu cotidiano. A partir disso, o aluno pode tomar suas decisões e dessa forma, interagirá com o mundo enquanto indivíduo e cidadão (PCN's. MEC/SEMTEC, 1999). Ao trabalhar química na prática docente, o estagiário deve entender que esse conteúdo vem a ter uma relevância sociocultural a partir do momento em que a química é utilizada como um instrumento para desenvolver um senso crítico a partir de evidências cientificas nos alunos. Isto é, o ensino de química deve ser trabalhado muito além de meros conceitos científicos, e sim, de forma onde o conteúdo venha a ser aplicável e relevante no cotidiano dos alunos, construindo cidadãos com capacidade de analisar conceitos científicos em situações reais quando necessário. Chassot (2000) cita que ensinar ciência é procurar que nossos alunos e alunas se transformem, como o ensino que fazemos, em homens e mulheres mais críticos. Nesta perspectiva, as contextualizações dos conteúdos são de extrema importância, como fator motivacional e para a construção do conhecimento de uma forma holística Para Krasilchik (2005) o estágio de regência é aquele em que o estagiário tem a responsabilidade da condução da aula. A regência então se torna a parte mais desafiadora da disciplina de estágio, onde a aplicação de todo o conhecimento desenvolvido durante o período de graduação é realizada. A regência mostra ao estagiário os resultados das metodologias aplicadas pelos mesmos, possibilita uma revisão sobre a forma em que elas foram trabalhadas em aula e uma autoavaliação por parte do estagiário. Há a necessidade de explorar e estudar os meios de transmitir os conceitos para assim melhorar as aulas, principalmente quando se trata de química que traz conteúdos muitos abstratos. | 8 Este relatório irá tratar sobre toda a observação, descrição e análise das atividades propostas no plano de ensino da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado III do curso de Licenciatura em Química da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). As aulas serão descritas e analisadas conforme a adaptação feita para a disciplina devido a atual situação em que vivemos, a pandemia do novo coronavírus. O estágio foi realizado em parceria com a instituição de ensino básico Olavo Bilac, onde foram cedidas 2 turmas de ensino médio para o estagiário poder realizar as observações necessárias e aplicar a sequência didática desenvolvida durante o período de regência. 1.1. OBJETIVOS 1.1.1 Objetivos gerais O presente relatório tem como principal objetivo o de refletir sobre as atividades realizadas e os resultados oriundos das mesmas durante a realização do estágio supervisionado III. Discutir sobre a vivência da realidade escolar no âmbito do professor de Química, visando o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades fundamentais a carreira docente. 1.1.2 Objetivos específicos observação e análise documental das condições de ensino para a disciplina de química; planejamento e execução de atividades docentes, tais como sequência didática e outras intervenções Descrição e análise do período de estágio, contemplando todas as etapas, desde aulas, período de observação e regência. | 9 2. REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO 2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA O presente relatório faz reflexão ao estágio realizado durante o período de 27/09/2021 a 23/12/2021, tendo como unidade concedente a Escola de Educação Básica Olavo Bilac, localizada no bairro de Piraberaba, em Joinville (SC). A instituição oferece aulas para 361 estudantes de ensino fundamental II, e no ensino médio para 440 estudantes. A instituição de ensino é administrada pela diretora Viviane Lenschow Nehls e pelos assessores de direção Marlus Cecatti e Josiane Aparecida Jacinto Joaquim. O estágio foi supervisionado na escola pela professora Fernanda Raulino, egressa do curso de licenciatura em Química da Universidade do estado de Santa Catarina (UDESC). Fernanda atua como professora de ensino médio, lecionando química para os segundos e terceiros anos da instituição no período noturno. A supervisora cedeu duas turmas para a realização da regência, uma turma de 3º ano e uma de 2º ano, ambos com aulas nas quarta-feiras no período noturno. As atividades que seriam realizadas com ambas as turmas eram síncronas e assíncronas, totalizando o total de 6 aulas síncronas, 3 aulas para cada turma, e 6 aulas assíncronas, também 3 aulas pra cada turma. Devido a pandemia do novo coronavírus, todas as atividades síncronas foram realizadas através da plataforma Google Meet, e as atividades assíncronas foram feitas através de materiais desenvolvidos pelo estagiário e disponibilizados para os alunos com intermédio da professora supervisora. | 10 2.2 ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E ASPECTOS CURRICULARES DA DISCIPLINA DE QUÍMICA 2.2.1 Projeto político pedagógico da escola (PPP) O Projeto Político Pedagógico (PPP) da E.E.B. Olavo Bilac está estruturado na forma em que orienta o leitor a conhecer os principais aspectos da unidade escolar e a forma que são realizadas suas ações. O texto descreve as principais características da instituição, como a metodologiade trabalho adotada, os objetivos educacionais e suas finalidades, os conteúdos a serem ministrados e as atribuições estipuladas para toda a comunidade que participa direta ou indiretamente do processo de ensino e aprendizagem. (Projeto Pedagógico. E.E.B. Olavo Bilac. Joinville, 2020) O PPP relata inicialmente uma breve apresentação da instituição, detalhando resumidamente o corpo administrativo da escola e a caracterização socioeconômica da região em que se encontra a escola. A concepção filosófica de educação da escola baseia-se no relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI (UNESCO), no sentido de que a educação surge como um instrumento indispensável à humanidade na sua construção histórica dos ideais de paz, liberdade e justiça social, uma vez considerando os inúmeros desafios do futuro. Uma das funções sociais da escola segundo o PPP é a preparação do estudante para o convívio em sociedade, para viver em um mundo composto pelas diferenças e que as perceba a partir de uma noção valorativa, não hierarquizada, entendendo a igualdade nas diferenças. Pode ser destacada uma característica da instituição onde ela relaciona a escola com a comunidade, visando que a escola também é lugar de problematização da realidade, buscando sempre ações que contribuam para a transformação da sociedade. De acordo com o PPP, as normas e atribuições que são dirigidas aos docentes são focadas nas realizações de atividades da escola, como selecionar novos livros para a biblioteca, desenvolverem novas metodologias que possam se aplicar com intuito de obter melhores resultados dos alunos, promover avaliações condizentes com o conteúdo lecionado, participar do conselho de | 11 classe e reuniões pedagógicas e elaborar o calendário escolar. Todos os direitos dos docentes segundos as leis são explicitadas no texto. Em relação aos discentes, é evidenciado que suas responsabilidades estão relacionadas ao bom comportamento dentro da instituição, como tratar com respeito os membros da escola, zelar pela conservação do patrimônio da escola, conservar os materiais didáticos, manter uma boa relação com os outros alunos, professores e servidores. Em relação aos seus direitos, a escola enfatiza a valorização do aluno, como a oportunidade de participação ativa e o espaço para manifestar suas ideias, trazer sugestões para melhorias e receber o atendimento da equipe escolar. A avaliação escolar deve compreender todo o processo educacional, não se restringindo somente a julgar os sucessos e fracassos dos alunos. Deve-se considerar as oportunidades oferecidas e se essas estão adequadas aos conhecimentos prévios dos estudantes. (Projeto Pedagógico. E.E.B. Olavo Bilac. Joinville, 2020). O sistema que a escola adotou é trimestral, avaliando a média dos trimestres que terá que ser maior que seis (6) para que o aluno passe de nível escolar. As atividades avaliativas propostas pelo PPP da instituição são: provas, testes, trabalhos individuais e coletivos, pesquisas, seminários, apresentações, debates, registros em cadernos, relatos escritos e orais, e produções textuais. Após a avaliação, podem ser atribuídas notas de 1 a 10. A recuperação paralela deve ser oferecida aos alunos que não atingem a média trimestral. A partir da recuperação paralela, deve ser possível oferecer novas oportunidades de aprendizagem ao aluno. 2.2.2 Programa da disciplina de Química Os planos de ensino da disciplina de Química disponibilizados pela professora supervisora são organizados em: objetivos do conhecimento da disciplina, conteúdos programáticos e habilidades. Essas informações vão de encontro ao objetivo geral da instituição que incentiva o exercício da democracia e da cidadania a partir da aprendizagem, formando alunos críticos e participativos. Uma parte do programa da disciplina de Química é apresentado no quadro 1, é organizado por trimestres. | 12 Quadro 1: Conteúdo de química do 2º trimestre para o 3º ano da EEB Olavo Bilac Fonte: Elaborado pela unidade escolar (2019) Como estratégia didática a professora planejou utilizar de diversas metodologias de ensino como, aulas expositivas, elaboração de videoaulas quando necessárias, utilização de vídeos em formato documentário sobre os conteúdos propostos, elaboração de seminários, leituras dirigidas, utilização de recursos fornecidos pela biblioteca, entre outras. Em relação aos instrumentos de avaliação previstos para o 2º trimestre são destacados pela professora a realização de uma prova escrita, exercícios resolvidos durante a aula, trabalhos escolares, análise da aplicação de conceitos, pesquisa dos alunos para coleta de dados, elaboração de relatórios das atividades práticas ao longo de cada trimestre, bem como o processo de participação do aluno em sala de aula como, assiduidade, questionamento e comprometimento. Os mesmos critérios são utilizados para realizar a recuperação dos conceitos. | 13 2.3 DIMENSÃO DA SALA DE AULA NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE QUÍMICA 2.3.1 Descrição das aulas observadas O período de observação de aula é fundamental para o desenvolvimento de uma boa relação e o entendimento do funcionamento das turmas para o estagiário. Através da observação o estagiário pode analisar aspectos das turmas e prever como será a interação aluno-professor durante seu período de regência. A observação permite que o estagiário conheça um pouco sobre como é a participação dos alunos durante a aula, bem como analisar a metodologia empregada pelo professor supervisor. Além da observação das metodologias aplicadas pelo professor supervisor, a observação serve de base para o estagiário pode criar ideias para desenvolver uma sequência didática que se encaixa nas condições dos alunos. Durante o período de observação das aulas dos 3º anos e 2º anos da unidade escolar E.E.B. Olavo Bilac, os alunos não compareceram as aulas que estavam reservadas para o estagiário realizar a observação de forma síncrona. As aulas estavam agendadas nas quartas-feiras, sendo as aulas do 3º ano 10 das 18h30 ás 19h10, e as aulas do 2º ano 8 das 19h50 ás 20h30. A chamada foi aberta via google Meet, porém, apenas o estagiário e a professora supervisora se deram por presentes em todas as aulas. A falta de alunos para a realização das aulas ministradas pela professora supervisora impossibilitou a observação das aulas por parte do estagiário. Como alternativa para a observação das aulas e reposição de carga horaria, a professora orientadora forneceu algumas videoaulas através da plataforma moodle para a realização da observação das aulas por parte do estagiário. 2.3.2 Descrição das aulas observadas – DOCENTE 1” AULA 1: As aulas do docente 1 são ministradas pela professora Dalva Lúcia de Faria. A aula se inicia com a professora explicando os temas que serão abordados na aula, como a conclusão do estudo dos algarismos significativos e | 14 falar um pouco sobre reações químicas. A professora diz que na aula passada houve alunos que foram tirar dúvidas com ela sobre o tema, e assim, ela consegue perceber onde a explicação não ficou tão clara para os alunos. - “Eu dependo das dúvidas de vocês para dar uma boa aula. Porque pra mim, está claro o que eu falei, com as dúvidas, eu consigo entrar na cabeça de vocês e entender as dúvidas de vocês.” A professora fala um pouco sobre as imprecisões das medidas experimentais. Ela usa como exemplo a multiplicação de um volume por dois, dizendo que o volume é puro e não é uma medida. Após, a professora pergunta aos alunos se alguém lembra de um número puro que é importante na química. Alguém responde “mol” e a professora explica um pouco sobre a constante de Avogadro. A professora deixa explícito que a constante de Avogadro não é um número puro, mas sim uma constante experimental.A professora diz que dará outra chance para os alunos responderem, mas ela acaba explicando sobre a pergunta antes que alguém o faça. Ela fala sobre a escala de massas atômicas, especificamente da unidade de massa atômica do isótopo 12 do carbono. Ela destaca que esse é um número puro porque ele não resulta de uma medida direta. Ela pergunta se os 10 dedos das mãos são uma medida experimental, e responde que não. Após, ela escreve no quadro sobre números puros dizendo que eles têm um número infinito de algarismos significativos. Após, ela ressalta que precisão e exatidão são medidas diferentes, explicando a diferenças das duas. A professora fala do exemplo da balança e diz que caso a balança tenha algum defeito na pesagem ela será inexata e muito provavelmente imprecisa. Em seguida, ela diz que não consegue pensar num exemplo de uma balança que é exata e não é precisa. Ela destaca a importância da repetitividade dos resultados. A professora escreve no quadro que as somas e subtrações a resposta deve ter o mesmo número de casa decimais do que o termo de menor número de casas decimais. Após, ela escreve no quadro que nas multiplicações e divisões que resposta deve conter o mesmo número de algarismos significativos do que o termo com menor número de algarismos significativos. A explicação | 15 disso segundo ela é porque é preservado o erro relativo dos algarismos, destacando que o número de algarismos significativos é dado pelo número de casas decimais. E utilizado o exemplo da água, que em determinada temperatura tem o pH 7, ela destaca que o 7 não tem nenhum algarismo significativo, mas sim só uma ideia da magnitude. Ela escreve no quadro que a concentração de H+ é 1,10-7mol/L, explicando o porquê de ser mol/L e não molar, mostrando que essa unidade gera 1 algarismo significado na resposta quando é falado de pH. Após, a professora apaga o quadro e pergunta - “O que falta?”. Logo em seguida, ela mesma responde: - Falta a questão do arredondamento. A professora escreve no quadro que no arredondamento existem duas coisas: primeiro, só usar o primeiro algarismo não significativo. Em seguida ela escreve no quadro que se for maior que 5 o arredondamento é para cima e se for menor que 5 o arredondamento é para baixo. Se o último algarismo for par, ele permanece como está, e se for ímpar se arredonda para cima. A professora pede para os alunos imaginarem eles realizando uma medida de volume com uma vidraria não muito precisa. Logo em seguida, ela pergunta aos alunos se alguém pode dizer uma vidraria que seja volumétrica, que de volume com bastante exatidão. Alguém ao fundo responde “pipeta”. A professora diz que a pipeta pode ser volumétrica ou graduada e explica a diferença das duas. Ela pergunta mais algum exemplo aos alunos e alguém responde “balão volumétrico”. A professora diz que nem todo balão é volumétrico e fala um pouco sobre os balões que existem nos laboratórios. Ela pergunta afirmando que existe mais uma e alguém responde “bureta”. Ela fala sobre a bureta, falando que ela possui uma torneirinha e diz que os destros usam de um jeito e os canhotos usam de outro. Em seguida, a professora fala que há muitos anos, em sua graduação, havia uma piada em que os químicos gostavam de fazer sobre os farmacêuticos. | 16 Ela conta que para os farmacêuticos realizarem uma titulação é preciso de duas pessoas, uma para abrir e fechar a torneirinha e outra para agitar a vidraria. Ela diz que não admite isso em um laboratório de química geral. Ela fala sobre a altura das meninas e sua dificuldade para ver o menisco. Ela fala que devido a isso as meninas geralmente fazem titulações em duas pessoas. Em seguida, a professora pergunta sobre uma vidraria que não é volumétrica, mas se usa bastante em laboratório. Alguém responde “tubo de ensaio”, e a professora diz que não é essa resposta que ela quer. Após, alguém responde “proveta”. A professora diz que a proveta mede volumes, mas ela não mede com muita precisão. A professora dá um exemplo de uma medida que ela gostaria que os alunos chegassem e diz que nesse exemplo eles teriam que usar uma bureta para realizar a medição do volume desejado. O exemplo pede 10,00mL. Ela diz que o béquer também não é uma vidraria precisa. Em seguida, ela diz que há uma pasta de filmes em que há vídeos que mostram como se realizam as transferências de líquidos, e pede para os alunos assistirem os filmes antes de sexta feira. Após, ela usa o exemplo de uma proveta com 100mL e mostra qual é o algarismo duvidoso. Ela diz que essa é a única vidraria que ela tem para medir o volume em determinado exemplo, após, fala que esse volume teria que ser pego 10 vezes e colocado em um béquer grande em um laboratório. Ela pergunta qual é o volume que ela vai ter se ela pegar 10 vezes com a bureta o volume de 100mL e transferir para o béquer. A turma fica em silêncio e a professora sorri. Ela ressalta a pergunta e alguém responde 1L. Ela pergunta quantos algarismos significativos ela nesse volume, e alguém responde “3”. A professora explica essa resposta e diz que não pode melhorar a exatidão. Após, ela pergunta: - “Como eu faço para que a minha resposta tenha 3 algarismos significativos?” Algum aluno tenta responder, mas a resposta não está correta. A professora explica que a resposta é 3 devido aos algarismos significados presentes nos 100mL iniciais. A aula é finalizada com a professora falando que as 10 repetições são um número puro, e que os 100mL nos dizem quais serão os algarismos significativos e a quantidade deles. | 17 AULA 2: A aula 2 inicia-se a partir do final da aula 1. A professora começa a aula falando sobre o erro relativo e dizendo que o mesmo é 1%. Ela mostra que há como melhorar a precisão da leitura caso o 1L seja escrito na forma de 1000mL, diminuindo o erro relativo para 0,1%. Ela escreve no quadro que o volume é 1,00x10mL. Ela ressalta que a potência de 10 não entra nos algarismos significativos. A professora pede para os alunos utilizarem os algarismos significativos da mesma forma em que eles aprenderam no ensino médio, pois ela está cansada de ver os alunos escreverem de forma errônea. No segundo momento da aula, a professora pergunta se os alunos tem dúvida do que ela falou até agora. Ela ressalta que essa parte não é a mais estimulante da disciplina, mas se ela gasta duas aulas falando sobre esse tema ela irá cobrar dos alunos. Em seguida, há indícios de que houve um corte na gravação. A aula pula para a professora explicando o funcionamento de algumas balanças analíticas. Após, ela mostra em slides imagens de alguém realizando uma titulação, ela fala que a titulação pode ser realizada com uma bureta ou uma pipeta graduada ou volumétrica. Em seguida, o slide mostra alguns cilindros e a professora diz que os alunos irão utilizar aquilo para identificar metais. Novamente, parece que há um salto temporal na videoaula. Em slides, a professora mostra imagens de algumas vidrarias e do sistema que contém um trompa, que seria utilizada para reduzir o volume dentro do kikassato, mas a professora diz que não utilizara a trompa, e sim a bomba elétrica, devido a crise hídrica. Em seguida, a professora fala sobre medidas quantitativas e a importância da estequiometria das reações. Ela diz que a estequiometria da reação é de ensino médio, e pede para os alunos lerem o experimento que ela está mostrando para ela tirar dúvidas nas aulas. A professora diz aos alunos que eles podem entrar com dúvida na disciplina, mas não podem sair, especialmente na parte de estequiometria. Ela enfatiza que os alunos não poderão passar para as próximas disciplinas do curso de química sem saber a importância da estequiometria das reações. No próximo momento, a professora diz que há anos a hierarquia entre os professores era diferenteda que existe hoje. Ela fala que antigamente existiam os professores titulares e havia seus assistentes, ela brinca que se fosse naquela época ela teria um assistente em sala para montar tudo o que ela vai fazer agora, | 18 que é apenas botar o retroprojetor em cima da mesa. A professora diz que sempre que possível ela irá fazer demonstração de reações, mas enfatiza que nem sempre será possível por causa que os alunos ficaram muito perto do local de demonstração, e isso pode ser perigoso. Em seguida, a professora liga o retroprojetor e diz que fará uma reação química. Ela pergunta aos alunos se eles leram o arquivo de vidraria e após pergunta qual é o nome da vidraria que ela está segurando, que é uma placa de petri. Ela bota a placa no retroprojetor e adiciona água em cima dela, ao mesmo tempo tudo isso está refletindo no quadro branco. A professora diz que essas demonstrações estão fora de moda e ninguém mais usa. Ela fala que a 8 anos atrás havia uma sessão de uma revista dedicada ao ensino de química que havia uma parte específica para demonstrações com retroprojetor. Ela diz que muitas dessas demonstrações ela gostou. Em seguida, ela disse que os alunos irão observar uma reação e fala um pouco sobre a ciência química e suas observações. Ela põe luvas nas mãos enquanto fala. Ela fala que os alunos gostam de observar as mudanças de cores. A professora mostra aos alunos um indicador universal e explica o que é o mesmo. Ela fala um pouco sobre esses indicadores e a importância dele em reações envolvendo pH. Ela fala que o indicador universal é uma mistura de diferentes indicadores. Em seguida, ela pergunta aos alunos: - “Qual é o pH da água mesmo?” Algum aluno responde “7”. A professora diz que se ela for ao seu laboratório e pegar um pouco de água destilada e depois pergunta aos alunos o pH daquela água ela continuaria sendo 7. A turma fica em silêncio. Ela pergunta o que será que tem na água destilada e diz de forma irônica que ela acha que o pH não é 7, e novamente pergunta o que tem naquela água. A professora pede para os alunos pensarem no destilador e no processo de destilação para eles entenderem o que tem naquela água. É feita uma explicação dizendo que há presença de CO2 na água e que isso deixa a água com maior caráter ácido. Ela diz que a água com gás é “azedinha” devido ao ácido carbônico. Agora a professora mexe na placa de Petri. Visivelmente a água presente na placa está ficando da cor amarelada. Então a professora diz que em meio | 19 ácido visivelmente o indicador universal deixa a água destilada amarela. Se o meio fica alcalino a coloração muda, mas a professora diz que não trouxe nenhuma base para demonstrar. Em seguida, a professora adiciona sódio metálico e explica algumas propriedades desse sólido. Ela diz que o sólido reage muito com a umidade do ar. Ela explica um pouco sobre as prioridades hidrofílicas e hidrofóbicas do composto adicionado na água destilada. Após adicionado, ela pede para os alunos observarem o que está acontecendo na placa de petri. Podemos perceber que é formado um composto com cor roxa. A professora diz que fará mais uma vez a experiência para agradar os alunos. Ela diz que quer que eles prestem atenção em outras coisas além das mudanças de cor na reação. No segundo experimento a professora pede para eles tentarem identificar alguma mudança. Ela pergunta aos alunos: - “O que vocês observaram?” Há um falatório alto na sala. Não há respostas. Em seguida, a professora escreve no quadro que a primeira coisa a ser notada é a mudança de cor. A segunda coisa é a fumaça que os alunos observaram na reação. Ela fala que vários dos alunos já estudaram aquela reação no ensino médio, mas pede para eles fingirem que não estudaram pra ela poder explicar o que ocorre. No próximo momento, a professora explica o que ocorre quando há mudanças de cor naquela reação, falando um pouco sobre ácidos e bases de Arrehenius. Ela pergunta aos alunos qual dos reagentes produziu o H+ e qual produziu o OH-. Em seguida, ela pergunta aos alunos se eles sabem o que é fumaça. Os alunos respondem que fumaça são gases, mas a professora diz que não necessariamente. Após, ela pergunta aos alunos se eles assistiram a séries que ela acha horrendas de sobrevivência. Ela utiliza esse exemplo para dizer que as pessoas nessas séries utilizando vegetações verdes para fazer sinais de fumaça, porque a vegetação verde produz mais fumaça. Ela fala que os bombeiros dizem que as fumaças dos incêndios que são brancas são mais tranquilas de serem apagadas porque há presença de vapor de água nessa fumaça, já em incêndios com fumaças escuras, há presença de gases e materiais tóxicos sendo queimados. | 20 No último momento da aula, a professora fala sobre algumas propriedades da fumaça, ressaltando que no experimento que ela realizou tinha vapor de água devido a fumaça clara que foi produzida, ressaltando que a reação é exotérmica devido a liberação de calor. Ela finaliza a aula falando um pouco sobre a variação de entalpia. AULA 3: A aula é iniciada com a professora falando sobre a variação de entalpia. Ela pergunta aos alunos o porquê de a reação ficar passeando, no sentindo de o porquê as moléculas de água estão se movendo, e ela mesmo responde. Em seguida, ela pergunta aos alunos se eles viram algum sólido sobrar, e diz que virou tudo solução. Ela pergunta qual era o estado físico do sódio e os alunos respondem “sólido”. Ela ressalta que os alunos devem destacar isso quando forem escrever a equação química. Ela fala que o sólido se dissolveu na água devido a reação que ocorreu, e ressalta que essa é a forma iônica do sódio. Ela demonstra na equação química que o sódio produziu Na+. Ela escreve a reação química no quadro e pede para os alunos identificarem o erro na equação química pra dar continuidade a explicação. Os alunos respondem que falta o balanceamento da equação. Imagem 1: Professora Dalva apontando para a equação química. Fonte: Moodle UDESC, página da disciplina de ECS III (2021) Nesta aula a professora fala bastante sobre a neutralidade dos átomos, e dos compostos iônicos presentes na equação que está no quadro. Ela instiga os alunos a pensarem que a coloração roxa presente na reação química realizada pela professora poderia ser um elétron e pergunta para os alunos para onde foi | 21 o elétron. Ela explica o porquê a água não pode receber o elétron. Ela diz que está faltando algo ainda na equação química e explica como ocorre a autoionização da água. Ela fala um pouco sobre as propriedades da água e sobre ligações covalentes, usando a água como exemplo. Em seguida, a professora conversa com os alunos e os pergunta como ocorre a quebra de ligações para formar espécies irônicas. Agora, a professora fala que em um copo da água há muito choque entre as moléculas, isso faz com que acontece a autoionização da água. Ela fala que na próxima aula os alunos irão discutir os ácidos de Bronsted-Lowry, e que por enquanto, eles estão apenas no universo de Arrehenius. Ela volta a apontar para a reação e fala sobre o equilíbrio da reação, falando que o equilíbrio favorece a formação de água, ou seja, dos reagentes. Ela volta a falar sobre a equação química demonstrando quais serão os produtos formados na reação do experimento realizado na aula anterior. A professora diz que os alunos deveriam ter notado no experimento uma efervescência. Ela diz que isso ocorre devido a formação de H2. Ela diz que se a reação for feita num tubo de ensaio e que se houver um palito de fósforo aceso na boca do tubo nos ouviríamos uma pequena explosão, que seria a combustão do hidrogênio. Ela pergunta aos alunos se o H2 poderia ser aquoso. Ela explica o porquê da amônia em água fica aquosa para comparar com o H2. Ela volta a perguntar aos alunos sea reação está balanceada. Ela diz que para formar a molécula de hidrogênio ela precisará de 2 H+, portando, ela precisará de 2 átomos de sódio para fornecer os elétrons. A reação está quase balanceada. Ela mostra que os reagentes não possuem carga, e os produtos também não possuem carga, ela chama isso de balanceamento elétrico. Agora a reação está balanceada por massa. Ela explica o que isso significa. A professora diz que os alunos também devem verificar como está o balanceamento por carga, e explica que o balanceamento tem que estar neutro entre os reagentes e os produtos. A professora diz que está tentando mostrar uma forma diferente para poder escrever uma reação química com mais facilidade. Ela diz que dará reações diferentes para que eles olhem os reagentes e pensem no tipo de produtos que eles podem obter. Ela pede para os alunos pararem de copiar e prestarem atenção nela, e começa a explicar sobre a reação de neutralização do | 22 HCL com o NaOH como exemplo de produtos a serem formados com cargas em soluções aquosas. Ela fala um pouco sobre as propriedades dos íons envolvidos nessa reação de neutralização. Durante a explicação, a professora utiliza os alunos para ajudar a exemplificar quais os compostos envolvidos na reação. Ela aponta para eles e diz quais compostos os alunos são. A aula é finalizada com a professora dizendo que só o H com o OH reagem na reação de neutralização em solução. 2.4 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA E OFICINA TEMÁTICA OU MATERIAIS DE AUXÍLIO DOCENTE 2.4.1 Sequência didática realizada no estágio e videoaulas – “Isomeria e equilíbrio químico” O desenvolvimento da sequência didática teve início após a primeira reunião feita entre o estagiário e a professora supervisora da unidade escolar, onde os possíveis temas para a regência foram debatidos. Chegou-se à conclusão de que o tema de regência durante o período de regência seria sobre isomeria, para a turma de 3ºano, e equilíbrio químico para o 2ºano. Inicialmente, para a elaboração da sequência didática, foi feito um esboço onde o estagiário expressava como seriam suas aulas, abordando os temas e os objetivos de cada aula. Para a elaboração de uma sequência didática definitiva foi consultado um material didático apropriado para auxiliar. O livro Ser protagonista Vol. 3, da autora e editora responsável Lia Monguihott Bezerra foi fonte para a esquematização da sequência didática, tanto como base literária dos conteúdos conceituais abordados na regência. Através desse material, foram analisadas ferramentas que auxiliariam na sua construção e, por meio disso, foi elaborado o esboço da sequência didática que auxiliou na escolha dos tópicos a serem aprofundados em cada aula, e para os quais pode-se incluir ferramentas de análise do desempenho dos alunos, como perguntas na forma de exercícios e avaliações. De maneira geral, o objetivo dessa sequência didática, consiste em contribuir com o processo de ensino e aprendizagem da temática do estudo de | 23 isomeria e equilíbrio químico através da utilização de diferentes estratégias didáticas, visto que muitos alunos têm dificuldade no entendimento dos conceitos de isomeria, principalmente. A sequência didática foi elaborada de forma em que o professor conseguisse construir as aulas de forma coesa, clara e sem perder a coesão dos temas propostos com ideias cotidianas para que os alunos possam entender de forma contextualizada. 2.4.1.1. Sequência didática: Isomeria A aula 1 foi planejada de forma em que seria lecionada de forma síncrona. O principal objetivo, além de introduzir o tema, é a apresentação do professor para os alunos. A aula inicial mostra uma abordagem introdutória do tema de isomeria, feita através de uma conversa sobre alguns conceitos químicos, como hidrocarbonetos, química orgânica, entre outros. A aula sobre isomeria inicia-se com o professor perguntando para os alunos se eles têm ideia do que é isomeria, junto a isso são mostrados dois exemplos nos slides de estruturas que representam tipos de isômeros. Em seguida, é falado um pouco sobre a síntese da ureia a partir do aquecimento do cianato de amônio. Essa síntese é representada de forma em que o professor fala um pouco sobre como foi feita a descoberta dos primeiros isômeros, assim como a etimologia da palavra “isômero” e seu significado. Após explicar a definição da palavra isômero, são utilizadas as estruturas do metóxi-metano e do etanol para demonstrar o conceito por trás dos isômeros e sua importância na química, mostrando que mesmo com a mesma fórmula moléculas as estruturas possuem características físico-químicas diferentes uma da outra. Esse conceito é discutido ao longo de 4 slides contendo fotos, imagens e textos. A aula 2, assíncrona, foi planejada pelo professor, porém, a professora supervisora do estágio já havia materiais prontos para essa aula de forma assíncrona. Sendo assim, a professora forneceu seu material de apoio introdutório sobre isomeria para os alunos. Ficou como responsabilidade do estagiário revisar o material. Na aula 3, síncrona, o professor não pode ministrar devido a não presença dos alunos na aula. Foi elaborado uma videoaula para reposição da carga horária. Dando continuidade à aula 1, o professor utiliza um esquema para | 24 demonstrar as subdivisões das classificações dos isômeros, mostrada na imagem 2: Imagem 2: Esquema representando os tipos de isomeria Fonte: O autor (2021) Na última etapa, é falado um pouco sobre a isomeria plana e como os seus compostos são identificados pelas suas fórmulas estruturais no plano. Dentro da categoria de isomeria plana, são abordadas ainda nessa aula sobre a isomeria de cadeia, isomeria de posição, isomeria de função é metameria. Todos os tipos de isomeria plana são abordados através de imagens nos slides, de forma em que o aluno consiga visualizar a diferença entre cada tipo de isomeria. A aula 4, assíncrona, foi preparado um material para que os alunos pudessem assistir e depois escreverem sobre o tema. Dois vídeos foram enviados para os alunos, o primeiro se chama “Isomeria - Brasil Escola”, é um vídeo feito pelo canal Brasil Escola, nesta videoaula sobre isomeria plana, o professor Xoven explica como identificar e as características dos compostos isômeros com cadeia planificada. A aula 5 também não foi ministrada pelo professor devido à falta de alunos. Os alunos não entraram na chamada via google Meet, sendo assim, o professor elabora a gravação de uma videoaula para repor esta atividade Através dos slides, a aula se inicia com o professor explicando como funcionam os isômeros espaciais, ou isômeros de condição. Em seguida, nesse momento serão apresentados os isômeros espaciais e a forma em que eles se compartam no espaço, de uma maneira em que os alunos aprendam a visualizar como eles funcionam através de slides. O intuito é mostrar aos alunos como eles | 25 são rearranjados de formas diferentes no espaço. Será utilizado o exemplo do espelho e as mãos para explicar a isomeria ótica, ou espacial, de forma em que os alunos consigam visualizar o que significa uma imagem especular através do espelho. Toda a parte teórica sobre o desvio da luz plano polarizada foi planejada com uma abordagem de forma resumida para que não fique muito abstrato para os alunos. Nesse momento da aula o professor traz a história da talidomida e explicará o que aconteceu com esse medicamento, contextualizando a importância dos tipos de isômeros e como eles, mesmos parecidos, podem agir de formas abruptamente diferentes. Na aula 6, assíncrona, o professor irá enviar um vídeo aula sobre os tipos de isomeria espacial para os alunos como atividade assíncrona. Nesta videoaula, o professor Xoven explicauma das classes de compostos que apresentam isomeria: os isômeros que apresentam cadeia planificada e mesma fórmula molecular. A ideia é que o vídeo ajude a fixar o conteúdo. 2.4.1.2. Sequência didática: Equilíbrio químico O objetivo da aula 1 é iniciar com uma breve apresentação do estagiário e como será o funcionamento das aulas. É importante essa apresentação para o professor conhecer um pouco sobre os alunos. O professor conversa com os alunos a respeito da definição de equilíbrio químico e qual o conteúdo que essa área estuda, citando alguns exemplos do dia a dia. Também é mostrado através dos slides como é feita a identificação das reações em equilíbrio e o que elas representam. Serão feitas algumas perguntas aos alunos para ver o que eles entendem previamente do tema, tentando criar uma conversa com os alunos sobre o tema iniciando uma interação aluno-professor, com o objetivo de deixar a aula mais leve. No próximo momento o professor mostra aos alunos como o estado de equilíbrio químico é representado graficamente. Após, são mostradas algumas aplicações de reações que envolvem equilíbrio químico e estão presentes no cotidiano dos alunos. Na aula 2, assíncrona, os alunos receberam um vídeo do professor Paulo Valim sobre algumas características do equilíbrio químico. O professor Paulo | 26 Valim tem um canal do youtube chamado “química em ação”, onde prepara alunos para vestibulares e cursinhos. O intuito da escolha desse vídeo é mostrar aos alunos o tema equilíbrio químico através de uma metodologia diferente. A aula 3, síncrona, se inicia com um vídeo do canal extraclasse. Esse vídeo contém um resumo completo de 4 minutos sobre o princípio de Le Chatelier. O vídeo contém belas animações e imagens. Por ser em inglês, o professor fará pausas e conversará com os alunos sobre os que eles estão entendo durante a execução do vídeo. No próximo momento da aula, o professor iniciará o tema do princípio de Le Chatelier, explicando quem foi o químico por trás desse conceito e dando um breve contexto histórico. Durante a explicação, serão feitas algumas perguntas aos alunos. Em seguida, são apresentados os fatores que alteram o estado de equilíbrio químico de uma reação. Inicialmente, é falado sobre a pressão, citando exemplos de reações em que a pressão altera o equilíbrio e usando diversas imagens e figuras para melhor entendimento dos alunos. Em seguida, serão apresentados os fatores de temperatura e concentração. Na aula 4, assíncrona, será enviado aos alunos um vídeo do professor Paulo Valim sobre principio de Le Chatelier e introdução ao deslocamento do equilíbrio. A aula 5 também não foi aplicada por falta de alunos na aula. Nesta aula, com o auxílio de slides é dada continuidade ao assunto sobre a equilíbrio químico. O professor inicialmente faz uma breve recapitulação sobre os fatores que alteram o equilíbrio químico, e após, fala sobre alguns casos do cotidiano em que os alunos podem visualizar exemplos de reações com deslocamento do equilíbrio químico. Os exemplos que serão usados serão as reações do cloreto de prata em óculos que mudam de cor em virtude da luz solar, o supercongelamento que presenciamos ao abrir uma garrafa que está a muito tempo na geladeira, e por fim, a troca de cor em uma solução de tetracloreto de cobalto para explicar o funcionamento do galinho do tempo. O professor mostrar por vídeo que é possível visualizar o deslocamento em uma solução de cloreto de cobalto II com o auxílio de um secador de cabelo, e após, explicará todos os conceitos químicos por trás dessa prática. Por fim, será dado aos alunos um formulário com algumas questões simples sobre equilíbrio químico e o princípio de Le Chatelier. | 27 Na última aula, assíncrona, é enviado aos alunos um vídeo aula onde o professor explica a equação de equilíbrio químico e mostra o deslocamento através de uma reação com cromato e dicromato. O professor explica os conceitos teóricos do deslocamento, junto as soluções de cromato e dicromato para o deslocamento conseguir ser visualizado. Como não houve aplicação da sequência didática devido aos alunos não frequentarem as aulas, foram elaboradas 4 videoaulas para reposição de carga horária. Para as videoaulas, foram resumidas as aulas síncronas de ambas sequencias didáticas para que não ficassem maiores que 15 minutos. 2.4.2 Oficina Temática – “Química e cotidiano” A oficina didática foi desenvolvida com intuito de relacionar os conhecimentos prévios de química dos alunos com os assuntos do cotidiano, demonstrando a importância e a presença da química no nosso dia a dia. Por meio desta oficina temática, pretendeu-se estudar as estratégias disponíveis para o ensino da temática de química cotidiana, com isso se buscou meios de trazer uma problemática para os estudantes, o pensamento foi utilizar uma estratégia de investigação por meio de fatos pré-concebidos, ou seja, alguns mitos e verdades do dia a dia, onde os alunos deverão utilizar seu conhecimento prévio do dia a dia e o que será explicado nas aulas e no experimento que será proposto. Além de desenvolver um raciocínio científico por trás das crenças populares abordadas, a oficina teve um experimento simples para visualização de um dos fenômenos abordados pelo professor. A organização dessa oficina temática esteve baseada nos três momentos pedagógicos propostos por Delizoicov e Angotti (1990), que são: Problematização Inicial, Organização do Conhecimento e Aplicação do Conhecimento. A primeira etapa é a problematização inicial, ou seja, a situação que os alunos deverão resolver será apresentada, após isso a etapa dois traz a fundamentação teórica que os alunos usarão para fazer a discussão e tentar dar uma solução para a questão problema | 28 apresentada na primeira etapa, sendo essa dividida em duas partes. A última etapa, a aplicação do conhecimento, sugere a reinterpretação do problema inicial, tendo como base os conhecimentos adquiridos na organização do conhecimento, a etapa dois. 2.4.2.1 Descrição da etapa um: problematização inicial. No primeiro momento será feita uma introdução sobre a importância que a química tem no desenvolvimento social, focando em aspectos históricos que levaram o homem a desenvolver métodos científicos que hoje são utilizados em nosso cotidiano sem que a maioria das pessoas saibam. O foco é apresentar aos alunos que a química está muito relacionada ao dia a dia deles. Após introdução, o professor fara algumas perguntas sobre alguns conceitos conhecidos popularmente para testar o conhecimento prévio dos alunos. Posteriormente, serão expostas no quadro negro algumas crenças populares relacionando química e questões simples para que os alunos possam respondem em grupos em um tempo determinado, essas perguntas foram elaboradas inspiradas no jogo “mito ou verdade?” e serão usadas como problemática. Em seguida, serão apresentadas as respostas que os alunos conseguiram elaborar para cada uma das questões, gerando um debate através das respostas. Algumas das crenças populares que o professor vai usar como problemática são • Café tira o sono. • Coca cola faz mal para os ossos? • Goiaba tem cheiro de xixi de gato. E cominho, cheiro de suor • A cerveja gela mais rápido se estiver submersa no gelo misturado com sal. • Comer chocolate produz sensação de bem-estar. • O gelo seco é molhado? • Como funciona a naftalina? • Por que a água não limpa superfícies sujas de óleo? • Por que choramos quando cortamos cebolas? • Uso de fermento em pães e bolo. Por que a massa cresce? | 29 2.4.2.2. Descrição da etapa dois: organização do conhecimento. Inicialmente será mostrado um infográfico (apêndice A) com o conteúdo científico por trás das questões abordadas na primeira etapa. Cada conteúdo químico envolvidoem cada uma das questões será desenvolvido utilizando também outros exemplos para contextualizar os conteúdos de química. Os conteúdos não serão desenvolvidos de forma abrupta ou aprofundada. O objetivo é que os alunos entendam que por trás de cada questão a um conceito químico envolvido e algum tipo de reação acontecendo. Os conteúdos de crioscopia e reações ácido-base serão mais trabalhados usando as questões como contexto e dois experimentos, um realizado junto aos alunos e um em formato de vídeo. 2.4.2.3. Descrição da etapa dois: organização do conhecimento (continuação). No terceiro momento será realizado um experimento rápido para explicar um dos conceitos abordados dentre as crenças populares utilizado como problemática. A crioscopia está diretamente interligada com o motivo do líquido (cerveja, nesse caso) gelar mais rápido na presença de sal e água. O experimento irá abordar o conceito de crioscopia e será utilizado para explicar a teoria de como isso acontece. Após a realização do procedimento experimental, a teoria será fundamentada pelo professor. No terceiro momento o professor usara o exemplo da coca cola para adentrar no assunto de reações ácido-base e como elas funcionam, em seguida serão mostradas quais reações ocorrem no exemplo da Coca-Cola. Um experimento em formato de vídeo será mostrado aos alunos e após serão discutidos os resultados apresentados no vídeo. 2.4.2.4. Descrição da etapa três: aplicação do conhecimento. O professor irá retomar as situações problemas apresentadas para saber dos alunos se eles conseguem relacionar outros exemplos no cotidiano que abordem os conceitos explorados durante a oficina, aplicando o assunto em outras situações. Esse momento funcionara como uma conversa dinâmica e o professor fará algumas perguntas sobre os conteúdos para ver se os alunos | 30 compreenderam os assuntos. No último momento será aplicado um pós-teste com algumas questões sobre os conteúdos da oficina e os resultados obtidos no experimento de crioscopia e do experimento do vídeo. O intuito é o professor corrigir as questões e depois devolver aos alunos para que eles também avaliem suas respostas. Questões abordadas no pós-teste: • Por que se joga sal nas estradas com neve? • Por que as águas dos oceanos não congelam totalmente, mesmo em locais muito frios, com a temperatura abaixo de 0°C? • Qual a relação entre a Coca-Cola e a cafeína? | 31 3. DISCUSSÃO DO ESTÁGIO Segundo Francisco e Moraes (2013), a autoavaliação é um componente importante ao ser utilizada como um instrumento da avaliação formativa, pois auxilia o estagiário a adquirir uma capacidade cada vez maior de analisar suas próprias responsabilidades, atitudes, comportamento, pontos fortes e fracos, suas condições de aprendizagens e suas necessidades para atingir os objetivos. Atuar como professor uma unidade escolar foi um dos maiores desafios propostos pela disciplina de estágio supervisionado curricular. Atuar como professor agrega vários desafios novos, assim como responsabilidades e conhecimentos. Esses desafios devem ser observados e compreendidos, as responsabilidades devem ser atendidas e a experiência deve ser aproveitada ao máximo. Atuar como professor é algo único, você forma pessoas, opiniões e transmite conhecimento, mas no estágio a intenção é o desenvolvimento pessoal. O primeiro momento no estágio realizado na E.E.B. Olavo Bilac foi a assinatura dos documentos e confirmação do estágio, onde tive a oportunidade de conhecer a diretora da escola professor Viviane Nehls e conversar sobre alguns aspectos da escola. A primeira atividade realizada como estagiário foi a leitura do projeto político pedagógico da unidade escolar, com intuito de conhecer e me familiarizar com as políticas seguidas pela comunidade escolar, em grande parte composta por membros de clássica média do bairro aventureiro. O PPP da escola é claro e direto, demonstrando que a unidade escolar apresenta um modelo de cidadão e de sociedade que se pretende construir. O PPP é escrito de forma que vai esclarecendo as estratégias que devem ser postas em prática no processo de ensino, os conteúdos a serem ensinados e as competências e habilidades a serem desenvolvidas. A parte de supervisão foi de extrema importância. Atuar como estagiário de um professor que é egresso da UDESC faz com que você possa ter uma visão de como você será atuando como professor no futuro, e não só como supervisora, a professora Fernanda Raulino pode me dar diversas dicas de como ser um professor criativo e responsável. Durante as reuniões entre estagiário e supervisora, a supervisora orientou-me para como construir as aulas e como elaborar o material didático, sempre de forma direta e perspicaz. | 32 Um dos únicos feedbacks “negativos” que recebi foi sobre a elaboração dos slides. A supervisora e eu conversamos e ela sugeriu a incrementação de mais textos e imagens nos slides, isso para que o aluno possa fazer suas anotações com textos que estão presentes nesse material didático De acordo com o programa da disciplina de Química disponibilizado pela professora Fernanda Raulino, os instrumentos avaliativos consideram a participação significativa do aluno, além de proporem atividades em grupo que promovem as relações interpessoais positivas, estando de acordo com a proposta interacionista que a escola aborda no PPP. Todavia, da mesma forma como apresentado pelo PPP, a docente não apresenta essa abordagem devido ao método em que estão sendo aplicadas as avaliações, via plataforma classroom. De todo modo, não é de culpa da supervisora não seguir essa parte em específico do plano de ensino devido ao método assíncrono que estão sendo realizadas as atividades. Como forma de enriquecer o ensino de Química, o Professora supervisora propôs aulas que englobem o diálogo, conforme descrito no plano de ensino, promovendo a socialização entre professor-aluno e aluno-aluno. Dessa forma, foi proveitoso trabalhar em parceria com a professora Fernanda, pois pude ter um tipo de orientação junto a supervisão. Em decorrência da pandemia de COVID-19, as atividades de estágio foram adaptadas e realizadas de forma remota. Houve opção da realização do estágio de forma presencial nas escolas, porém, o estagiário decidiu optar pela forma remota devido à sobrecarga de horários com disciplinas e estágio não- obrigatório. Dessa forma, as observações das aulas deveriam ser realizadas via google meet, plataforma em que a unidade escolar realiza suas aulas, e as aulas assíncronas através da plataforma classroom. Infelizmente, durante o período de observação não houve alunos presentes nas aulas que foram destinadas a presença do estagiário como observador da turma e da supervisora. Devido à falta da parte de observação, com finalidade de repor a carga horaria e atividade de observação, através de um sistema remoto foram assistidas videoaulas disponibilizadas pela professora orientadora da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado III. As aulas observadas foram disponibilizadas através da plataforma moodle. A professora | 33 analisada durante as videoaulas se chama Dalva, professora do departamento de química da USP que lecionou aulas sobre química geral e química inorgânica. Por meio da observação das aulas, foi possível notar aspectos fundamentais para a construção da postura profissional em uma sala de aula, e observar aspectos que demandam mais atenção e que, talvez, o estagiário não percebesse aos olhos caso estivesse na condição de professor. Outro aspecto importante da parte de observação foi entender qual o melhor momento para fazer questionamentos para os alunos durante a aula, assim como o tempo certo para trazer a resposta da pergunta para os alunos.No início da primeira aula, por exemplo, a professora Dalva consegue estimular os alunos a esclarecerem suas dúvidas em relação aos conteúdos abordados, utilizando como exemplo alguns alunos que fizeram isso na aula passada. Sendo assim, interagiu com os alunos de forma indireta segundo Flanders (1970 apud Carvalho, 2012). Foi possível observar esse tipo de atitude durante todas as aulas, sendo apresentado como um comportamento característico da professora. Essa característica da docente é um aspecto positivo sobre seu posicionamento dentro da sala de aula, pois fornece abertura para os estudantes interagirem e se comunicarem, demonstrarem seus pontos de vista e apresentarem suas ideias acerca do conteúdo. Dentre outras pontos observados, a forma como a professora Dalva realizou o experimento demonstrativo através meio de um retroprojetor foi um dos pontos altos da observação. Ela demonstrou todos os passos de uma reação química, permitindo que todos os alunos da turma verificassem cada detalhe do experimento, mesmo os alunos estando em sala de aula e não em laboratório. Isso possibilitou que, mesmo em um experimento demonstrativo, todos da turma participassem. Além disso, enquanto a professora apresentava o experimento, realizou perguntas constantes aos estudantes, criando um ambiente que favorecia o pensamento crítico e interação entre a professora e os alunos. Ao final do período de observação, pode-se notar aspectos favoráveis para a construção da postura do estagiário em sala de aula, como a movimentação e a expressão corporal, dois aspectos fundamentais para um bom comunicador. A professora Dalva consegue demonstrar características comportamentais e atitudes que vieram a agregar no acervo de ideias do estagiário, junto a isso, ela consegue demonstrar metodologias não tão comuns, | 34 como o experimento no retroprojetor, por exemplo, sendo assim, suas aulas não são caracterizadas como o ensino tradicional, algo muito comum de ser verificado durante os estágios de acordo com Carvalho (2012). Imagem 3: Professora Dalva Utilizando o retroprojetor para experimento demonstrativo Fonte: Moodle UDESC, página de disciplina de ECS III. (2021) O maior desafio do estágio foi construir materiais didáticos e saber como utilizar determinados recursos didáticos. Em relação a utilização de diferentes recursos didáticos, como o retroprojetor mencionado no parágrafo anterior, segundo Francisco (2011), esses podem contribuir para distanciar a aula do caráter tradicional, estimulando os alunos e tornando a aula mais dinâmica. A elaboração de duas sequências didáticas com os temas equilibro químico e isomeria foi desafiante. Isomeria é um tema que demanda muita visualização de estruturas químicas para o entendimento dos conceitos por trás, e trabalhar a visualização de forma remota virou um desafio que poderia ter sido mais bem desenvolvido, com a utilização de softwares ou alguns programas de estruturas químicas tridimensionais. Porém, não ouve tempo de testar tais programas devido ao calendário da instituição de ensino, que apressou muito a elaboração da sequência didática. De forma geral, ambas a sequências ficaram satisfatórias, mas poderia ter ficado melhores caso houvesse mais tempo por parte do estágio para desenvolvê-las. A parte da regência é o ponto em que não ouve grande aproveitamento durante o período de estágio. Desde o início da graduação sempre tive vontade | 35 de atuar como professor em um estágio, porém, na atual situação em que vivemos, não é a mesma coisa poder ter a oportunidade de lecionar pela primeira vez em um estágio. A aplicação de aulas remotas foi um desafio para a construção das ideias que eu imaginava. Estar em uma sala junto aos alunos presencial abre possibilidades maiores para o aprendizado do estagiário, como responder perguntas, ter presença em sala de aula, o domínio total do conteúdo. É claro, todas essas possibilidades existem em ensino remoto, mas há escapes para cada uma delas. Os alunos não se sentem tão à vontade para interromper o professor durante uma explicação em uma aula on-line, você não sabe se realmente os alunos estão interessados no conteúdo que você quer passar para eles, não há aquele contato nos olhos onde você vê que há interesse por parte deles. Isso tornou a realização da regência um pouco menos atrativa. Destacando positivamente a avaliação da professora supervisora com um conceito excelente, os temas de contextualização foram bem utilizados durante as aulas e o estagiário conseguiu ter um pequeno proveito sobre a regência, que foi a gravação de algumas videoaulas para a reposição de carga horária. Durante as videoaulas, não há interação entre aluno professor, isso impossibilita a resolução de problemas e a discussão sobre conteúdo conceituais. Segundo Batinga (2010), a resolução de problemas durante as aulas de Química é importante para relacionar os conteúdos estudados à investigação científica, além de aproximar os estudantes em relação a possíveis problemas reais sobre o assunto, porém, com os impasses que houveram durante o período da regência, não foi possível trabalhar a resolução de problemas de forma dialogada com os alunos. Outros negativos durante a regência foram as dificuldades em transmitir o conhecimento durante as aulas, principalmente na parte de explicar sobre a importância da visualização das estruturas químicas durante o conteúdo de isomeria, outro ponto negativo observado foi o não costume da utilização de uma fala mais devagar, mais calma, o que prejudicou levemente a dicção das minhas falas em determinados momentos das videoaulas. Estes pontos negativos poderiam ser evitados se o estagiário estivesse, de certa forma, mais preparado para lecionar o conteúdo, e esse prepara não se deve ao conhecimento sobre o assunto, mas sim ao conhecimento de seu próprio planejamento. Um preparo maior para a realização das aulas culmina em um professor menos nervoso, no | 36 sentido de ansiedade, isso faz com que a calma e o conhecimento concreto sobre o assunto possam possibilitar uma aula mais lenta (no sentido da fala) e uma melhor compreensão por parte dos alunos do que o professor está falando. Em resumo, o estagiário pode treinar para a aula antes de ministrá-la, diminuindo o nervosismo e a gagueira. Desta maneira, a disciplina de Estágio Curricular Supervisionado contribuiu amplamente para a formação como profissional, pois devido a esta prática o Estagiário inseriu-se no âmbito escolar e pode vivenciar vários tipos de experiencias diferentes. Outro ponto que contribuiu para a formação profissional foi a observação da aula para a transposição destas informações para o plano de aula, que auxiliaram fortemente durante as regências. Porém ainda há a necessidade de melhorar, pois ainda houve dificuldades na transmissão dos conteúdos para as videoaulas. Infelizmente, não foi possível atuar como professor durante o período de estágio, mas houveram diversos aspectos em que o estagiário pode melhorar ao decorrer do estágio, como planejamento e aplicação de seus materiais. | 37 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio curricular supervisionado III cumpriu os objetivos propostos de discutir sobre a vivência da realidade escolar no âmbito do professor de Química, visando o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades fundamentais a carreira docente. . As atividades de estágio geraram grandes desafios e novas responsabilidades, além de me distanciaram da zona de conforto, proporcionando a aquisição de novos conhecimentos, o estudo de metodologias alternativas e diferentes estratégias de ensino que me prepararam para possíveis acontecimentos no futuro, sejam eles semelhantes ou não ao vivenciado no cenário atual devido a pandemia, como criar recursospara aulas remotas. Com base no exposto, conclui-se que novos conhecimentos foram adquiridos, novas habilidades foram desenvolvidas, responsabilidades foram cumpridas, tudo isso foi de extrema importância para a contribuição do amadurecimento do pensamento docente, mesmo que a vivência da realidade escolar não tenha sido concluída presencialmente, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. | 38 REFERÊNCIAS CARVALHO, A. M. P. Os estágios nos cursos de licenciatura. São Paulo: Cengage Learning, 2012. PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2012. OLIVEIRA, E.S.G.; CUNHA, V.L. O estágio Supervisionado na formação continuada docente à distância: desafios a vencer e Construção de novas subjetividades. Revista de Educación a Distancia. Ano V, n. 14, 2006 JANUARIO, G. O Estágio Supervisionado e suas contribuições para a prática pedagógica do professor. Seminários de história e investigações de/em aulas de matemática, 2008, Campinas. Anais: II SHIAM. Campinas: GdS/FE-Unicamp, 2008. v. único. LOPES, A.; LUCENA, T.; Curso Normal Superior anos iniciais do ensino fundamental. 1ª edição, Faculdade de Tecnologia. Educação a distância. Revista Nossa História, 2006. SOUZA, J. C.; BONELA, L. A.; ALEXANDRE, H. P.; A importância do estágio supervisionado na formação do profissional de educação física: uma visão docente e discente. Revista Digital de Educação Física, Ipatinga: Unileste-MG - v.2 - n.2, 2007. FRANCISCO, J. G. Go.; MORAES, D. A. F. A autoavaliação como ferramenta de avaliação formativa no processo de ensino e aprendizagem. Congresso nacional de educação, 2., 2013, Paraná. p. 14968 – 1498 | 39 APÊNDICE A – PLANEJAMENTO DA(S) SEQUÊNCIA(S) DIDÁTICA(S) Centro de Ciências Tecnológicas – CCT/UDESC Licenciatura em Química – Joinville Estágio Curricular Supervisionado III (ECS3004) Prof. Fabiola Correa Viel Dados gerais Nome do(a) estagiário(a) :Matheus Cezar Fagundes Conteúdo(s) químico(s) :Equilíbrio químico Recurso(s) didático(s) utilizado(s) :Slides, vídeo aulas, vídeos Nome do(a) professor(a) supervisor(a) :Fabiola Viel Escola parceira :E.E.B. Olavo Bilac Turmas da regência :2º ano Plano de aula Justificativa para o planejamento das aulas: As aulas foram elaboradas com o intuito de apresentar os principais tópicos voltados ao conteúdo de equilíbrio químico, como os fatores que deslocam o equilíbrio de uma reação, compreender e estudar o princípio de Le Chatelier através da avaliação a perturbação do equilíbrio químico em diferentes reações através de fatores externos, tais como a alteração da concentração de reagentes e produtos. Também compreender o princípio de Le Chatelier e Identificar as condições que podem afetar um equilíbrio químico. | 40 . | 41 AULA 1 Objetivo: Introduzir o tema Equilíbrio químico, a sua importância e área de estudo. Identificar algumas reações em estado de equilíbrio. Pré-requisitos necessários: Conhecimento prévio sobre equações e reações químicas. Conteúdo(s) explorado(s) nesta aula: Definição de equilíbrio químico Produtos e reagentes Tipos de flexas nas reações químicas Descrição do desenvolvimento da aula: 1ª Momento: Iniciar a aula com uma breve apresentação do estagiário e como será o funcionamento das aulas. 2ª Momento: O professor falara com os alunos a respeito da definição de equilíbrio químico e qual o conteúdo que essa área estuda, citando alguns exemplos do dia a dia. Será mostrado através dos slides como é feita a identificação das reações em equilíbrio e o que elas representam. 3ª Momento: O professor irá fazer algumas perguntas aos alunos para ver o que eles entendem previamente do tema, tentando criar uma conversa com os alunos os alunos sobre o tema e também iniciar uma dinâmica aluno-professor. 4ª Momento: No próximo momento o professor mostrará aos alunos como o estado de equilíbrio químico é representado graficamente. Após, serão mostradas algumas aplicações de reações que envolvem equilíbrio químico e estão presentes no cotidiano dos alunos. Avaliação: Participação dos alunos na aula. | 42 Referências: FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: Ensino Médio / Martha Reis. 2. ed. São Paulo: Ática, 2016 AULA 2 – assíncrona Objetivo: Introduzir o tema Equilíbrio químico, a sua importância e área de estudo. Identificar algumas reações em estado de equilíbrio. Pré-requisitos necessários: Conhecimento prévio sobre equações e reações químicas. Conteúdo(s) explorado(s) nesta aula: Definição de equilíbrio químico Produtos e reagentes Tipos de flexas nas reações químicas Descrição: Nesta aula será enviado aos alunos um vídeo do professor Paulo Valim sobre algumas características do equilíbrio químico. Avaliação: Essa aula não terá avaliação. Vídeo 1: Equilíbrio Químico: Conceito e Características (1/2) [Físico Química] | 43 Referências: FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: Ensino Médio / Martha Reis. 2. ed. São Paulo: Ática, 2016 | 44 AULA 3 – Síncrona Objetivo: Apresentar o principio de le chatelier Pré-requisitos necessários: reações químicas, equilíbrio químico Conteúdo(s) explorado(s) nesta aula: • Principio de le chatelier Descrição do desenvolvimento da aula: Essa aula se iniciará com um vídeo do canal extraclasse. Esse vídeo contém um resumo completo de 4 minutos sobre o principio de le chatelier. O vídeo contém belas animações e imagens. Por ser em inglês, o professor fará pausas e conversará com os alunos sobre os que eles estão entendo durante a execução do vídeo. No próximo momento da aula, o professor iniciará o tema do principio de le chatelier, explicando quem foi o químico por trás desse conceito e dando um breve contexto histórico. Durante a explicação, serão feitas algumas perguntas aos alunos. Em seguidas, serão apresentados os fatores que alteram o estado de equilíbrio químico de uma reação. Inicialmente, será falado sobre a pressão, citando exemplos de reações em que a pressão altera o equilíbrio e usando diversas imagens e figuras para melhor entendimento dos alunos. Em seguida, serão apresentados os fatores de temperatura e também de concentração. Video 1: Le Chatelier's Principle | Extraclass.com https://www.youtube.com/watch?v=iiO2PkL9jsg Avaliação: Participação dos alunos na aula. Referências: https://www.youtube.com/watch?v=iiO2PkL9jsg | 45 CISCATO, Carlos. et al.Química: Manual do professor. 1º. São Paulo: Moderna. 2016 | 46 AULA 4 – assíncrona Objetivo: Revisar o tema de principio de le chatelier para poder ser introduzido os fatores que alteram o equilíbrio na aula seguinte. Pré-requisitos necessários: Equilíbrio químico, reações químicas Conteúdo(s) explorado(s) nesta aula: Definição de equilíbrio químico Principio de le chatelier Descrição: Nesta aula será enviado aos alunos um vídeo do professor Paulo Valim sobre principio de le chatelier e introdução ao deslocamento do equilíbrio. Avaliação: Essa aula não terá avaliação. Vídeo 1: Equilíbrio Químico: Deslocamento de Equilíbrio (1/3) [Físico Química] https://www.youtube.com/watch?v=hay1S4PKLO8&t=381s Referências: | 47 AULA 5 – Síncrona Objetivo: Mostrar aos alunos através de reações químicas como funciona o deslocamento do equilíbrio químico Pré-requisitos necessários: equilíbrio químico, principio
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