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Resenha do documentário - O Velho A História de Prestes

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O VELHO – a história de Luiz Carlos Prestes. Direção: Toni Venturi. Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Riofilme, 1997. (104 min.) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1u02uqMK6Ek Acesso em 04 de janeiro de 2021.
	O documentário produzido em 1997 e dirigido por Toni Venturi, chamado “O velho: a história de Luiz Carlos Prestes” narra a vida de Luiz Carlos Prestes, através de depoimentos de historiadores, jornalistas, familiares, amigos, membros do Partido Comunista do Brasil (PCB) e do próprio Prestes, além de utilizar vídeos dos acontecimentos comentados. A história documentada e dividida em seis sessões, apresenta o papel de Prestes nos principais acontecimentos políticos do século 20 e sua relação com a família. 
	No primeiro tópico intitulado “A inocência”, será contado um pouco sobre a estrutura familiar de Prestes e os acontecimentos do início do século XX que impactam a vida do militar pelos próximos anos. Comenta-se sobre o surgimento do movimento tenentista, além disso, é possível conhecer um pouco mais sobre as Colunas organizadas pelos tenentes e seus trajetos. Com o fim das colunas em 1927, os revolucionários ficam conscientes das misérias que atingiram o país e desejam mudanças. 
	 Após 1927, Prestes e seus homens se exilaram na Bolívia, e é lá que conhecido ele terá contato com os primeiros textos marxistas, através do Secretário Geral do Partido Comunista. No contexto nacional, o Brasil agoniza após a eleição de Washington Luís e inconformado com essa situação, Getúlio Vargas convida Prestes para ser comandante da Revolução de 30. Contudo, Vargas e Prestes não entram em acordo diante dos pedidos feitos. E por outro lado, o PCB não acredita que Prestes seria capaz de defender ideias tão proletárias. 
	A Revolução de 30 saí vitoriosa e Prestes se exila em Moscou em 1931, onde passa a ter maior contato com a realidade socialista. Na segunda parte nomeada de “A coragem”, finalmente temos Prestes sendo aceito no PCB, depois de várias tentativas negadas, e a sua entrada clandestinamente no Brasil ao lado de Olga Benário. Já no país e junto com a oposição, já afastada de Vargas, vai lutar pela redemocratização. Entretanto, uma onda de levantes inesperados feitos pelos comunistas é sufocada pelos militares, o que acaba contribuindo para o fortalecimento do anticomunismo na sociedade. 
	Depois desses eventos, Prestes é preso e o nazifascismo se instala no Brasil com Plínio Salgado e os camisas verdes. No tópico “A esperança”, é possível conhecer um pouco do papel dos integralistas e as duas faces do Estado Novo. É com o fim do Estado Novo e a anistia aos presos políticos que Prestes é solto e nomeado Secretário Geral do PCB, mas o declarado apoio a Vargas na campanha da Constituinte de 1946 é vista como uma atitude controversa, diante de tudo que já havia acontecido. É durante a Constituinte que o PCB conseguirá sua breve legalidade, e garantir Prestes como senador.
	Em 1947, novamente na clandestinidade, o PCB tem que lidar com o General Gaspar Dutra e seu implacável cerco aos comunistas. É na sessão “A sombra” que se tem conhecimento dos anos 50 - o lançamento do Manifesto de Agosto, o suicídio de Vargas, o impacto do relatório Kruschev, a saída de Prestes da ilegalidade após quase 10 anos e renascimento do espirito desarmado com Juscelino Kubitschek. Em “A maturidade” observa-se como JK tratou o PCB como se não existisse e os comunistas deram um sossego ao governo. E como o peculiar presidente eleito em 1961, Jânio Quadros, traz novamente um clima de impaciência nos quartéis após sua renúncia. Essa crise acaba colocando João Goulart e Tancredo Neves para dividir o poder até um plebiscito em 1962 confirmar Jango, com a vitória dele é estabelecido um novo sentimento no Brasil. 
	O desejo por mudanças acaba radicalizando rapidamente o país e de acordo com o depoimento de Leonel Brizola, um golpe militar é instaurado no Brasil diante da ingenuidade do povo. Com comunistas, operários e nacionalistas democráticos derrotados em 1964; Prestes acaba submergindo como comunista mais procurado e os ideais de seu partido acaba gerando novas siglas dispostas a acabar com o regime militar. Diante de toda repressão que atingia o país, Prestes foge disfarçado para Moscou e a sociedade civil, contando com vários comunistas, começa a se rearticular em torno da bandeira da redemocratização. 
Na última sessão “O resto dos anos”, compreende-se como Prestes ficou conhecido pelo seu codinome o Velho, além de conhecermos um pouco mais da sua imagem como pai e de como foram seus anos em Moscou até voltar para o país com a anistia. Mostra-se também o processo de desligamento de Prestes do PCB, as eleições após o regime militar e como até o final da vida o Velho esteve alinhado as suas causas 
Os relatos narrados em “O velho: a história de Luiz Carlos Prestes” tornam o documentário uma rica fonte de conhecimento, diante das falas de diferentes figuras, é possível entender as diferentes perspectivas dos episódios que fazem parte da história do Brasil e de Carlos Prestes. Além de reconhecer a relação do Velho com o comunismo, é possível analisar como ele era visto por apoiadores e opositores e os impactos de suas alianças políticas.

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