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FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS PÓS, CÁPSULAS, COMPRIMIDOS SUPOSITÓRIOS E ÓVULOS Profa Rayanne Rocha Pereira Introdução • As drogas e produtos químicos são mais estáveis na forma sólida. • As drogas sólidas podem ser dispensadas na forma • compactada de comprimidos, cápsulas, pós; • divididos, dentre outros, podendo ser embalados; • transportados, administrados e armazenados mais facilmente que as formas líquidas. Introdução • Paladares desagradáveis são mais evidenciados quando as substâncias estão na forma de solução do que na forma sólida. • Doses precisas são mais facilmente obtidas com formas fornecidas em doses individuais e unitárias, tais como: comprimidos, cápsulas e pós divididos. Introdução • Modificação da liberação das drogas (libertação lenta, controlada, retardada, etc) podem ser obtidas muito mais facilmente em formas sólidas do que em preparações líquidas. Pós Pós são misturas íntimas e secas de fármacos e ou outras substâncias finamente divididas que podem ser para uso interno (Pós Orais) ou para uso externo (Pós Tópicos). Forma física de um material. Preparação farmacêutica. Podem ser classificados em pós simples e compostos. Vantagens x Desvantagens Vantagens (pós) Quimicamente mais estáveis que líquidos; Convenientes para administração de altas doses do fármaco; Velocidade de dissolução mais rápida; Efeito farmacológico mais rápido. Desvantagens (pós) Transporte; Sabor; Dificulta administração de pequenas doses; Não indicados para fármacos que possam ser inativados no estômago. Preparação dos Pós • Pulverização • Trituração • Levigação (separação sólido- sólido); • Pulverização por intervenção ( recristalização ) • Tamisação • Escolha dos tamises • Movimentos alternados ( de um lado ao outro ) • Homogeneização Incompatibilidades Misturas Eutéticas É definida como aquela que resulta da mistura de componentes sólidos cuja a proporção lhe confira o ponto de fusão inferior ao de qualquer dos componentes isolados. Ex: Acetanilida /Lidocaína , Ácido acetil salicílico / Mentol , Cânfora / Salicilatos , Fenol / Timol Misturas Explosivas • Podem ocorrer quando um agente oxidante forte é triturado (ex.: trituração em um gral) com um agente redutor forte. • Ex: Ácido nítrico / Glicerina , Clomatos / Óleos essenciais , Iodo Tiossulfatos / Permanganato de potássio / Hipofosfitos. Incompatibilidades • Substâncias higroscópicas • São aquelas que absorvem umidade do ar. • Para a redução da umidade pode-se utilizar adsorventes ou dessecadores ( Ex : gel de sílica ) • Substâncias deliquescentes • São substâncias higroscópicas que absorvem a umidade do ar se liquefazendo parcialmente ou totalmente (cloreto de cálcio anidro) PREPARAÇÕES PARA DISPENSAÇÃO (PÓS) Pós a granel Pós para uso externo Pós secos para inalações Pós para reconstituição Acondicionamento dos pós Caixas Envelopes / papéis Potes Sachês Grânulos efervescentes • Os sais efervescentes são usualmente misturas eflorescidas de ácido cítrico / ou ácido tartárico (ácidos) com bifosfator sódico e ou bicarbonato de sódio (bases) e outros ingredientes medicinais. • Em presença de água, o ácido reage com a base e libera dióxido de carbono, produzindo efervescência. • Os sais e grânulos efervescentes podem ser preparados na forma de misturas de pós a granel e pós divididos. Definição de cápsulas Do latim (cápsula): invólucro pequeno; Invólucro comestível de gelatina ou outro material apropriado; São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro duro ou mole, de diversos formatos e tamanhos, normalmente contendo uma dose unitária de ingrediente ativo. Cápsulas Cápsulas (Vantagens) Administração de fármacos de sabor desagradável ou nauseosos; Invólucros facilmente digeríveis; Liberação rápida do fármaco após deglutição; Fácil deglutição: formato e elasticidade; Cápsulas (vantagens) • Forma de dosificação precisa; • Fácil produção em pequena escala; • Variedade de tamanhos; • Produção mais simples; • Possibilidade de revestimento: gastro e liberação prolongada. Desvantagens (cápsulas) Rapidez de liberação do fármaco; Não fracionáveis; Espaço para estocagem; Sensíveis à umidade. Fases de produção Desenvolvimento e preparo da formulação; Seleção do tamanho da cápsula; Enchimento da cápsula; Limpeza e polimento Controle de qualidade Envase Classificação cápsulas Cápsulas duras Cápsulas moles (glicerina e gelatina) Cápsulas gastro - resistentes (de liberação entérica) Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada) Cápsulas moles • Em comparação com cápsulas duras, as cápsulas moles são mais espessas e precisam de ingredientes adicionais, como glicerina, para a obtenção da textura ideal. • Dependendo do enchimento a ser utilizado, a espessura da cápsula, sua elasticidade e seu grau de umidade residual podem ser ajustados. • Perfeitamente adaptadas para enchimentos líquidos ou semissólidos, as cápsulas moles são amplamente utilizadas para administrar substâncias farmacêuticas e uma ampla variedade de suplementos nutricionais, tais como os óleos de peixe (ômega 3). • Muitos consumidores preferem cápsulas moles por sua facilidade de usar e deglutir. https://www.gelita.com/pt-pt/C%C3%A1psulas_moles Cápsulas moles A cápsula mole é constituída de uma única parte, estando o conteúdo hermeticamente selado em seu interior. Assim como as cápsulas duras são constituídas normalmente por gelatina e a sua maior flexibilidade está relacionada à presença de glicerina e ou sorbitol, que atuam como plastificantes. As cápsulas moles se destinam preferencialmente a acondicionar líquidos. Cápsulas duras • Especificamente, as cápsulas duras são constituídas de dois invólucros cilíndricos - cada um deles fechado em uma extremidade. • A parte superior, chamada gorro ou tampa, possui diâmetro maior do que a parte inferior, chamada corpo. • Essas duas partes se encaixam perfeitamente, formando uma unidade hermeticamente fechada; EXISTE UM TAMANHO PADRÃO DE CÁPSULA DURA DE GELATINA? • Não existe um tamanho padrão para as cápsulas duras de gelatina, sendo que as cápsulas vazias estão disponíveis em diversos tamanhos. As cápsulas são numeradas de acordo com sua capacidade em aproximadamente oito tamanhos diferentes, sendo que os tamanhos mais comuns variam de cerca de 0,13ml (tamanho número 5) até aproximadamente 1,37ml (tamanho número 000). CÁPSULAS GASTRO- RESISTENTES São cápsulas de liberação modificada destinadas a resistir ao fluido gástrico e liberar seus ingredientes ativos no fluido intestinal. Elas são preparadas, provendo cápsulas duras ou moles com um invólucro gastro- resistente (cápsulas Situações em que se deve utilizar o revestimento gastrorresistente Para proteger fármacos instáveis em meio ácido da ação dos fluidos gástricos. Quando o fármaco é irritante para a mucosa gástrica. Quando o fármaco produz náuseas ou vômitos se liberado no estômago. Situações em que se deve utilizar o revestimento gastrorresistente Quando for importante que o princípio ativo não sofra diluições antes de atingir o intestino. Quando o fármaco só deverá produzir o seu efeito máximo no duodeno ou jejuno. Quando se deseja fazer com que as substâncias ativas estejam disponíveis após um período de tempo. CÁPSULAS DE LIBERAÇÃO PROLONGADA • As cápsulas assim como os comprimidos, podem ser formuladas para liberar o(s) princípios(s) ativo(s) de maneira lenta e prolongada para que seja(m) absorvido(s) pelo trato gastrintestinal. Vantagens das formas farmacêuticas de liberação prolongada • Previne os efeitos adversos de algumas drogas, decorrentes de altas concentrações plasmáticas. • Simplifica a posologia reduzindo a frequência de ingestão do medicamento (ex.: antihipertensivos: nifedipina, verapamil). • Permite a manutenção do nível plasmático do fármaco duranteo período noturno (ex.: antitussígenos, descongestionantes, e broncodilatadores). Supositórios e óvulos • São formas farmacêuticas sólidas destinadas a serem inseridas nas cavidades corporais, onde devem fundir, amolecer, dissolver para exercer uma ação localizada ou sistêmica. • As bases para supositórios e óvulos têm um importante papel na liberação do fármaco que está veiculando e, portanto, na biodisponibilidade da droga para absorção. Supositórios • Formas farmacêuticas sólidas destinadas à inserção nos orifícios corporais onde se fundem, amolecem ou se dissolvem, exercendo efeito local ou sistêmico; • Ação local; • Ação sistêmica; Vantagens (supositórios sistêmicos) • Impede a destruição ou a desativação dos fármacos pelo pH ou atividade enzimática do estômago e dos intestinos; • Evita a irritação estomacal; • É conveniente para pessoas que não conseguem engolir medicamentos oralmente; • Evita a metabolização hepática; • Eficaz em pacientes que apresentam o sintoma de vômito. Supositórios • Exemplos de supositórios indicados para produzir ação sistêmica são: • Proclorperazina e clorpromazina (possui ação tranquilizante e alivia náuseas e vômitos); • Cloridrato de oximorfona (anula a dor); • Tártaro de ergotamina (alivia enxaquecas e cefaleia); • Indometacina (função analgésica, anti- inflamatória e antipirético não esteroidal). Tipos de supositórios Existem 3 tipos de supositórios em si: retal, vaginal e uretral. No interior destes três tipos pode haver diversas soluções medicamentosas. O mais popular é o supositório anal de glicerina. TIPOS DE SUPOSITÓRIOS Supositório anal de glicerina Supositório vaginal Supositório uretral Fatores que afetam a absorção de fármacos a partir de supositórios retais • Fatores fisiológicos- conteúdo colônico, via de circulação • pH e ausência de capacidade tamponante dos fluidos retais- fluidos retais neutros e não têm capacidade de tamponante efetiva; • Fatores físico- químicos- solubilidade água/ óleo, tamanho da partícula, natureza da base. Bases de supositório • Duas bases são mais comuns na preparação dos supositórios: • (i) a de polietilenoglicol (PEG), que sofre dissolução; • (ii) a base de manteiga de cacau (lipofílica), que se funde; • A manteiga de cacau é preferida para administração retal por não ser irritante e ser mais suave, não causando desconforto e não induzindo a defecação. • Além do que, bases lipofílica são menos reativas e, portanto, mais estáveis. • Todavia, podem formar misturas eutéticas com certos ativos e sofrer fusão durante o armazenamento. • Já as bases de PEG são preferidas para administração retal e vaginal. DILUIÇÃO GEOMÉTRICA • A diluição geométrica é uma forma de homogenizar conteúdo de pó, de modo que um ou mais fármacos possam estar geométricamente diluídos de forma uniforme na quantidade de pó usada na diluição. Diluição geométrica: o que é e quando utilizar A diluição geométrica é um método utilizado para assegurar que pequenas quantidades de pós estejam distribuídos uniformemente em uma mistura. É empregada com o objetivo de facilitar e aumentar a segurança e a precisão da pesagem de fármacos de baixa dosagem e difíceis de pesar com exatidão. Deve ser utilizada quando.... 1- Manipulação de proporções diferentes de componentes 2- Manipulação de fármacos potentes 3- Manipulação de baixas doses posológicas (temos um vídeo sobre doses posológicas) 4- Para aumentar a precisão 5- Para aumentar a segurança do produto manipulado • CONCEITOS BASICOS: • Água de cristalização (água de hidratação ou ainda água de constituição): é a água ligada quimicamente à molécula. É difícil de ser removida sem desnaturar a substância. Exemplo: alendronato de sódio tri-hidratado. • Base: substância na sua forma livre. • Certificado de Análise: documento que acompanha todas as matérias-primas, no qual constam as análises feitas e seus resultados, os quais devem estar dentro das especificações de suas monografias. Fator de Correção e Fator de Equivalência • CONCEITOS BASICOS: • Substância hemi-hidratada: substância que contém ½ molécula de água de cristalização em sua fórmula química. • Substância hidratada: substância que possui água de cristalização na sua estrutura molecular. • Substância sesqui-hidratada: substância que contém 1 e ½ molécula de água de cristalização em sua fórmula química. • • Umidade: água livre que impregna as substâncias Fator de Correção e Fator de Equivalência • CONCEITOS BASICOS: • Ésteres: compostos orgânicos que apresentam um átomo de oxigênio diretamente ligado a dois radicais orgânicos. São produtos da reação entre um anidrido ou um ácido com um álcool ou glicol, com eliminação de uma ou mais moléculas de água. • Sal: produto da reação (neutralização) entre um ácido e uma base. Frequentemente, é usado o termo “sal” como sinônimo de “princípio ativo”, “substância” ou “matéria-prima”. • Substância anidra: substância que não possui água de cristalização na sua estrutura molecular. Fator de Correção e Fator de Equivalência Fator de Correção e Fator de Equivalência • FATOR DE EQUIVALÊNCIA- É o fator utilizado para calcular a massa de um sal, éster ou substância hidratada a ser pesada, quando a dose for expressa na forma livre (base), anidra, ou ainda em outro sal ou éster de referência O alendronato de sódio é administrado na forma de sal sódico triidratado, em doses equivalentes ao ácido livre (13 mg de alendronato sódico triidratado são aproximadamente equivalentes a 10 mg de ácido alendrônico anidro livre). • Prescrição: alendronato sódico .........................10 mg • As doses utilizadas na literatura não são de alendronato sódico e sim de ácido alendrônico. Por essa razão, deve-se usar o fator de 1,3 e multiplica-lo pela quantidade prescrita (10 mg) para obter a quantidade de alendronato sódico tri-hidratado a ser pesada (13 mg). Fator de Correção e Fator de Equivalência Fator de Equivalência (Feq) • Princípio ativo: cloridrato de amitriptilina. • As doses são expressas em cloridrato de amitriptilina, • FEq = 1. • O FEq será maior que 1,00, quando o princípio ativo for um sal, éster ou substância hidratada e as doses forem expressas na forma livre, anidra, ou ainda em outro sal ou éster de referência. Exemplos: 1. Princípio ativo: besilato de anlodipino. As doses são expressas em termos de anlodipino base, FEq = 1,39. 2. Princípio ativo: metildopa sesqui-hidratada. As doses são expressas em termos de metil-dopa anidra, FEq = 1,13. 3. Princípio ativo: fosfato complexo de tetraciclina. As doses são expressas em termos de cloridrato de tetraciclina, FEq = 1,13 Cálculo do Fator de Equivalência (Feq) • Para calcular o FEq, deve-se usar o equivalente-grama das substâncias envolvidas. • Divide-se o equivalente-grama do sal pelo equivalente-grama da base, ou o equivalente-grama da substância hidratada pelo equivalente-grama da substância anidra Lembrar que o equivalente grama corresponde ao mol dividido pela valência • É o fator utilizado para corrigir a diluição de uma substância, o teor de princípio ativo, o teor elementar de um mineral ou a umidade. Essas correções são feitas com base nos certificados de análise das matérias-primas ou nas diluições feitas na própria farmácia Cálculo do Fator de Equivalência (Feq) Cálculo do fator de correção Para calcular o FCr, divide-se 100 pelo teor da substância ou do elemento. REFERÊNCIAS • Gil, Orlando, Matias e Serrano. Controle físico-químico de qualidade de medicamentos. 1a edição, Ediora Uniderp. 2010. • Conselho Federal de Farmácia. Manual de equivalência e correção / Conselho Federal de Farmácia. – Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2017.