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Toxoplasmose escrito

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TOXOPLASMOSE 
Introdução:
A toxoplasmose é uma zoonose cosmopolita, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, sendo esta a única espécie capaz de produzir a doença em todos os hospedeiros. É caracterizada como uma doença parasitária de mamíferos, aves e répteis que afeta principalmente o sistema nervoso central, e ocasionalmente o sistema reprodutor, músculos esqueléticos e órgãos viscerais. A maioria das infecções é inaparente ou latente. 
A enfermidade tem grande importância na saúde pública e acredita-se que cerca de 500 milhões de pessoas em todo mundo apresentam reação sorológica positiva para o parasito. Causa importantes alterações neonatais, lesões oculares, microcefalia, hidrocefalia, calcificações cerebrais, alterações psicomotoras e retardo mental, tornando a infecção primária na gestante e, conseqüentemente a infecção do feto por via transplacentária, considerando o aspecto mais grave da toxoplasmose humana. 
Transmissão: contágio pelo Toxoplasma se dá, predominantemente, pela ingestão de oocistos, os quais são eliminados pelas fezes de gatos ou de outros felídeos e podem permanecer viáveis no solo por muito tempo, resistindo a variações de temperatura e à dessecação, o que torna provável a infecção por inalação de poeira contaminada pelo parasito. Ocorre também pelo con­ sumo de alimentos de origem animal, especialmente de carnes mal cozidas, contendo cistos (bradizoítas). Quando oocistos e cistos são digeridos no intestino delgado dos felídeos, liberam, respectivamente, esporozoítos e taquizoítos – estes últimos oriundos da transformação de bradizoítas que estavam dentro dos cistos. Os parasitos penetram nas células do hospedeiro e se reproduzem rapidamente, disseminando­se por via hematogênica, abrangendo variados órgãos e tecidos. A transmissão pode ocorrer, ainda, pelo transplante de órgãos de doador soropositivo para receptor soronegativo, no entanto, de maior importância clínica é a transmissão placentária e a consequente infecção fetal.
Patogenia e Fisiopatologia: 
Ciclo evolutivo: Nos hospedeiros definitivos, gatos e outros felídeos, adquirem a toxoplasmose principalmente pela ingestão de cistos teciduais contendo bradizoítos, ao predarem os hospedeiros intermediários, tais como pequenos roedores e aves. Estes cistos teciduais ao atingirem o estômago sofrem a ação das enzimas gástricas, com o que é rompida a parede do cisto e são liberados bradizoítos. Estes bradizoítos invadem a mucosa intestinal e diferenciam-se em formas sexuadas do parasita, que se reproduzindo nas células do intestino, vão gerar oocistos não esporulados, que serão eliminados juntamente com as fezes do gato. Estes oocistos esporulam sob condições ideais de temperatura e umidade em período de três a cinco dias, podendo resistir no solo por 18 meses.
Os hospedeiros intermediários, mamíferos e aves, podem adquirir a toxoplasmose pela ingestão de oocistos que estejam contaminando o solo e os alimentos vegetais; pela ingestão de cistos teciduais contendo bradizoítos na musculatura de animais cronicamente infectados; e pela passagem de taquizoítos pela via transplacentária, que atingem então o feto em formação nas fêmeas e na mulher grávida que se infecta pela primeira vez. No caso da ingestão de oocistos ou cisto teciduais, estas formas parasitárias são rompidas quando chegam ao estômago dos animais, liberando os parasitas que vão então invadir a mucosa intestinal, modularem-se em taquizoítos e atingir os mais diversos órgãos pelas circulação sangüínea e linfática. Nos órgãos os taquizoítos reproduzem-se com grande rapidez, gerando necrose dos tecidos afetados. Com o desenvolvimento da resposta imune, os taquizoítos tornam-se mais lentos recebendo o nome de bradizoítos, formando cistos teciduais na musculatura e no sistema nervoso central. 
Toxoplasma gondii – taquizoítos. A seta aponta para um taquizoíto de T. gondii presente no músculo cardíaco
Fonte:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580555578/pageid/438
Aspectos Clínicos:
Indivíduos Imunocompetentes: Em indivíduos com função imunológica normal, a toxoplasmose costuma apresentar características benignas, pois o rápido desenvolvimento da imunidade humoral e celular limita efetivamente os efeitos patogênicos do parasita. A fase aguda da infecção geralmente permanece em um nível subclínico ou apenas apresenta manifestações semelhantes à mononucleose, quase sem manifestações clínicas, embora formas graves possam ocorrer nas meninges, cérebro, pulmão, rim, fígado, coração, etc. participar. No estágio crônico da infecção, a forma ocular da toxoplasmose está relacionada a presença das formas císticas na retina e com fenômenos de natureza imunológica.
Individuos imunodeficientes: No entanto, em indivíduos com imunodeficiência, o Toxoplasma gondii é liberado da supressão de sua função imunológica, invade órgãos e tecidos e se reproduz na forma de taquizoítos, resultando em formas graves de toxoplasmose, na síndrome de imunodeficiência adquirida. Foi observado na imunossupressão por drogas que o transplante— especialmente transplante de coração, fígado, rim e medula óssea - quimioterapia para tumores, doenças debilitantes, incluindo desnutrição, e pacientes imunologicamente imaturos, como fetos e recém-nascidos.
Toxoplasmose e gestação: Mulheres infectadas durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas. A detecção sorológica tem grande importância na gestante, na prevenção da toxoplasmose con­gênita. na maior parte dos casos, somente há transmissão fetal da toxoplasmose quando a primoinfecção ocorre na vigência de gestação.Em cerca de 80% dos casos, a infecção é oligo ou assintomática, o que não diminui sua gravidade para o feto, notadamente naqueles que forem infectados no primeiro trimestre da gestação. O Toxoplasma gondii chega ao feto pela parasitemia materna e causa infecção placentária, o que, devido à maior permeabilidade da placenta, facilita a transmissão do parasita pela placenta no terceiro trimestre da gravidez. Portanto, embora a possibilidade de infectar um feto no primeiro trimestre seja reduzida, de 1% para 2% no primeiro mês, cerca de 10% no primeiro trimestre, para 70% a 90% no terceiro trimestre, e o total a média é de 30% a 40%, geralmente mulheres grávidas com soroconversão. Ao mesmo tempo, quanto mais cedo o feto for atingido, mais grave será o dano fetal.
Toxoplasmose Ocular: ocorre na fase aguda da toxoplasmose, tem como sintomas: moscas volantes, diminuição da visão e dor, principalmente se a pressão intraocular estiver elevada. O diagnóstico é especificamente clínico, mas o médico pode solicitar exames complementares de sorologia sanguínea e até punção intravítrea em caso de dúvida diagnóstica
Lesão ocular causada pelo Toxoplasma 
Fonte: https://www.clinicabelfort.com.br/doencas/toxoplasmose-ocular/
Diagnóstico:
O diagnóstico laboratorial da toxoplasmose é baseado no estudo de anticorpos contra o parasita. Com base nas características imunoquímicas desses anticorpos, diferentes marcadores sorológicos têm sido descritos para distinguir entre infecções latentes comuns e infecções recentes ou toxoplasmose na população. A sorologia da toxoplasmose também pode fornecer outras respostas, como determinar a idade da toxoplasmose em mulheres grávidas ou detectar a reexacerbação da toxoplasmose latente em pacientes com imunodeficiência. Devido a esses problemas, a sorologia da toxoplasmose é a mais complicada. Em evolução contínua, são necessários vários testes desenvolvidos com antígenos recombinantes e anticorpos monoclonais. Esses testes visam áreas cada vez mais restritas e específicas do parasita., Além de apresentarem muito rigor e experiência na interpretação de seus resultados.
Testes sorológicos: Para a realização do diagnóstico sorológico dois testes são comumente utilizados: o teste do corante de Sabin-Feldman e o teste de imunofluorescência indireta (IFI). Qualquerque seja o método usado se faz importante o emprego de amostras colhidas com intervalo de duas semanas para determinar a soroconversão, indicativo de infecção recente.
 Ensaios imunoenzimáticos: O teste de imunoadsorção enzimática (ELISA), mais moderno, permite a detecção de resposta de IgM compatível uma infecção ativa recente. Já que a resposta de IgG é geralmente alta e pode persistir por vários dias, indica uma exposição anterior, ou seja indicativo de casos crônicos. Nos casos fatais, a histopatologia revela os taquizoítos e os cistos teciduais nos órgãos afetados. Exames de sangue poderão mostrar T.gondii sob forma taquizóita em macrófagos. A secreção nasal e ocular preparadas em esfregaço e coradas pelo Giemsa também poderão permitir o diagnóstico. Biopsias de linfonodos infartados podem ser preparadas citológica e histopatologicamente
 Pesquisa do parasito ou de seus componentes:
- Inoculação em camundongo: Sangue do paciente, de pre­ ferência a camada leucocitária ou sedimento do centrifugado de líquido cefalorraquidiano (LCR), líquido amniótico, lavado broncoalveolar, suspensões de triturados de biopsia ou de pla­ centa são inoculados por via intraperitoneal em camundongos. A positividade é indicada pela soroconversão do animal e confirmada pelo achado de taquizoítos no líquido peritoneal ou, mais frequentemente, de microcistos no cérebro e outros órgãos, o que, entretanto, pode exigir passagens às cegas a novos camundongos, inoculados com triturados de órgãos do primeiro animal.
- Isolamento de cultura em células: os materiais suspeitos são semeados em culturas de células, como fibroblastos humanos, ou outras linhagens celulares. O desenvolvimento dos toxoplasmas no interior das células pode ser evidenciado com facilidade por imunofluorescência em prazos curtos, de até 1 semana.
Teste de anticorpos IgM e IgG: 
IgG: A afinidade ou avidez com que os anticorpos IgG se ligam a seus respectivos antígenos pode ser avaliada pela maior ou menor facilidade de quebra dessa ligação. Para esse fim, após a incubação do soro na placa, esta é lavada com a solução de ureia e, em seguida, procede­se à reação pela incubação com o conjugado enzimático. O teste de avidez de anticorpos IgG tem sido utilizado para estimar a época em que a toxoplasmose foi adquirida pela gestante, e também quando não se dispõe de testes quantitativos de detecção de IgM e há suspeita da presença de IgM residual, não indicativa de infecção aguda ou recente.
IgM: Incubam­se os soros em cavidades de placas recobertas por anticorpo anti­IgM. Após etapas de lavagem, segue­se nova incubação com antígeno do Toxoplasma marcado por enzima, que irá se fixar ali na eventualidade de existir, em meio às IgM, aquelas específicas para o Toxoplasma. Nos testes posi­ tivos, obtém­se desenvolvimento de cor
Detecção de anticorpos IgA e IgE: São utilizadas as técnicas imunoeznimaticas (direita ou de captura). os anticorpos IgA e IgE parecem constituir importantes marcadores de infecções recentes, inclusive congênitas, por serem produzidos por períodos mais limitados em relação a IgM, principalmente a IgG.
Outros testes: Para a detecção de anticorpos antitoxoplasma são descritos testes de aglutinação direta, com suspensões de toxoplasmas fixados por formaldeído ou por acetona. A aglutinação dos taquizoítos fixados por acetona é característica das infecções recentes, sendo utilizada para distingui­las de infecções latentes. Para o teste de aglutinação do látex são utilizadas partícu­ las recobertas por antígenos do parasito, sendo seu uso bastante restrito.
Diagnóstico de Toxoplasmose congênita: Para o diagnóstico das infecções agudas congênitas, um ensaio de imunofluorescência para anticorpos IgM é realizado. A IgM é utilizada para diagnosticar a infecção congênita, pois IgG pode ter uma origem materna. Testes de anticorpo IgG podem ser utilizados para o diagnóstico de infecções agudas se um aumento significativo do título de anticorpos for observado no soro pareado. O exame microscópico de preparações com corante de Giemsa mostra trofozoítos em forma de quarto-crescente durante as infecções agudas. Os cistos podem ser observados no tecido. O organismo pode ser cultivado em cultura de célula. A inoculação em camundongos pode confirmar o diagnóstico.
Tratamento:
O tratamento da toxoplasmose é baseado na administração de Sulfa e Pirimetamina para controlar as formas de proliferação rápida. 
Profilaxia: 
A prevenção da infecção de cães e gatos baseia-se principalmente em cuidados com a alimentação destes animais, não permitindo o consumo de carne crua ou mal-cozida por estes animais, prevenindo assim a exposição a cistos teciduais. Os animais devem ser mantidos domiciliados e bem alimentados, prevenindo que venham a caçar roedores e aves, que possam estar infectados.
 O homem, a toxoplasmose devem ser prevenidos pela cocção adequada dos alimentos cárneos; pela lavagem das frutas e verduras, assim como dos instrumentos e superfícies utilizadas na preparação dos mesmos; limpeza dos gatos domésticos e remoção adequada de suas fezes. 
CONCLUSÃO:
A que a toxoplasmose é uma doença com alta ocorrência, e os teste sorológicos são uma importante ferramenta para o diagnóstico da toxoplasmose, mesmo que, muitas vezes exista uma complexidade de diagnostico e dificuldade na interpretação dos resultados, sendo indicado uso de outros testes que permitam a identificação do parasita. 
Referencias:
]LEVINSON, Warren. Microbiologia Médica e Imunologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2016. 9788580555578. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555578/. Acesso em: 02 nov. 2021.
LAGO, MORAES,.Sandra. D.; WALTER, FERREIRA,. A. Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Autoimunes, 3ª edição. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2013. 978-85-277-2308-4. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2308-4/. Acesso em: 02 nov. 2021.

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