* * Juliana M.Severo, Matheus Marcon, Sara E.Koefender, Rafaela M.Bernardi, Karine M.Bohn ATM 2014/2 * * * * Introdução Problemas psicológicos dos estudantes de medicina são complexos Surtos psicóticos são raros, mais comum angústia e depressão. * * Revisão da literatura Problemas entre estudantes de medicina: Competição entre os colegas Falta de amizades verdadeiras e confidentes Sentimentos de solidão, apatia, insatisfação consigo mesmo, inibição e timidez. Regras rígidas, horários, pontualidade, poucas horas de sono Tendência à divagação, sensação de distância das pessoas. Alunas: discriminação devido ao assédio sexual, cansaço, insatisfação consigo mesmas e depressão. * * Estresse: Alunas percebem e descrevem o estresse mais rapidamente Alunos de medicina do sexo masculino relutam em admitir dificuldades de aprendizado, as próprias falhas e as dos outros Muitas vezes encontram “a primeira falha de suas vidas” no curso médico: onipotência e invulnerabilidade. As mulheres se vêem como mais vulneráveis. * * Indivíduos que falam sobre suas dificuldades com liberdade podem desenvolver padrões defensivos e adaptativos com maior flexibilidade e menos vulnerabilidade; Entram no curso estressado à processo de seleção; Antigas amizades são difíceis de sustentar à sentimento de abandono; Reviver problemas psicológicos primitivos à implicação na relação médico-paciente * * Principais fontes de estresse dos alunos: Perda da liberdade Excesso de pressões Sentimentos de desumanização Falta de tempo para lazer, família e amigos mais íntimos. * * Estereótipo de médico impossível de ser alcançado: Calmo, vigoroso, trabalha dia e noite, sem sono, muito conhecimento, etc Sentimento de inadequação * * Problemas psiquiátricos nos estudantes de medicina: Neurose, seguida de psicose maníaco-depressiva, distúrbios de personalidade e esquizofrenia. Relações ansiosas Neurose obsessivo-compulsiva Hipocondria Índice de suicídio abaixo da população em geral. * * 4-14% dos estudantes buscam ajuda psiquiátrica durante o curso Alunos aumentam auto-estima durante o curso Alunas diminuem * * Hoirish e Col.(1993) descrevem os motivos mais frequentes dos atendimentos individuais realizados pelo POPPE(Programa de Orientação psico-pedagógico da Universidade Federal do Rio de Janeiro): * * 1. Problemas pessoais Dificuldade de adaptação à cidade, à pedagogia do ensino superior(professor dá roteiro de estudo, maior liberdade na busca de conhecimento) ou a relação professor-aluno(professores diferentes numa mesma disciplina, relação impessoal) Baixa auto-estima, dificuldades para enfrentar situações críticas e insegurança pessoal Dificuldades pessoais que interferem no rendimento acadêmico(frequente busca por ajuda) * * Problemas financeiros graves Ansiedade(sobretudo na véspera das provas) Depressão Problemas de relacionamento interpessoal (problemas com colegas, dificuldade de criar vínculos) Problemas de saúde Dificuldades para lidar com a morte Dificuldade para lidar com a oportunidade e o erotismo, na relação professor-aluno e médico-paciente * * 2. Problemas no relacionamento familiar e conjugal 3. Problemas relacionados a sexualidade 4. Problemas acadêmicos Podem indicar falta de aptidão, de habilidades ou são consequências de fatores pessoais * * Schawartz e colaboradores(1978), na Universidade de Yale, acompanharam 191 estudantes de um curso médico, pela distribuição de questionários em diferentes fases do curso: Concluíram que durante a faculdade há um processo geral de desilusão com a educação e com a profissão médica (isso ocorreu principalmente nos que apresentavam maior inclinação para atividades literárias e artísticas); Desse mesmo grupo, no início do curso, 17% apresentaram ideação suicida e que esse percentual aumentou para 33% ao final do curso; * * Fernandes e Rodrigues(1993) estudaram a população de estudantes de Medicina atendidas pelo Serviço de Psicoterapia Analítica do Ambulatório de Clínica psiquiátrica do Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto entre janeiro de 1983 a dezembro de 1992: Média de procura: 4,5 alunos por ano (totalizando 45); Parte dos alunos que procuraram ajuda não aproveitaram plenamente o tratamento oferecido, mostrando que o estudante de Medicina além da dificuldade de buscar auxílio psicológico, também apresenta resistência em se manter em tratamento Maior parte do sexo feminino; os do sexo masculino só buscaram ajuda em dificuldades extremas; * * 37,8% reações de ajustamento 26,7% transtornos neuróticos 15,5% distúrbios específicos da adolescência 11,1% quadros psicóticos * * Pasnau e Stoessel(1994) estudaram 105 estudantes de Medicina da Universidade da Califórnia que foram atendidos no Serviço de Assistência aos Estudantes de 1990-1992: 29,5% dos estudantes procuraram o serviço, com predomínio das alunas Diagnósticos mais frequentes: Depressão(60%) Quadros ansiosos(princ. distúrbios de ajustamento e estresse pós-traumático)e distúrbios de personalidade(25%) 3 apresentaram abuso de álcool 1 aluno apresentou psicose esquizofreniforme Fatores relacionados a esses casos: treinamento médico é demorado, competitivo, rígido e intensivo * * * * Baldwin e colaboradores, 1991 Dependência passada: 8,1% tabaco 3,4% álcool 3,2% maconha 0,7% cocaína 0,5% anfetaminas 0,3% tranquilizantes 0,1% opioides Dependência atual: 0,2% (excluindo tabaco) Apenas 1,6% acreditavam necessitar ajuda psicológica * * Homens consumiam mais drogas (exceto álcool) durante último e ano e durante a vida 90% iniciou uso antes da faculdade (com exceção dos tranquilizantes) Justificativa: relaxar, estar desperto, ter bons momentos, ↑ performance escolar Usam menos drogas que jovens (EUA)de mesma faixa etária nos últimos mês e ano Exceção: álcool, tranquilizantes e psicodélicos (menos LSD) * * Andrade e colaboradores, 1995 Alunos Medicina USP Consumiam menos tabaco, maconha, solventes, inalantes e cocaína do que outros universitários (exceção: álcool) Maior consumo de álcool, maconha, tranquilizantes e inalantes durante final do curso (grau crescente de dificuldades durante graduação) Andrade e colaboradores, 1996 (3725 alunos de Medicina SP): Confirma estudo anterior Fatores socioculturais podem influenciar tipo de droga Consumo de drogas é esporádico Fatores de risco álcool: homem, ter a percepção que pacientes drogadictos não melhoram e ter vínculo fraco com esses pacientes * * Borini (1996) Estudo longitudinal – Faculdade de Marília: Significativa redução do consumo de álcool de ambos os sexos, ao longo do curso Passaram a ser menos tolerantes ao uso (deveres/responsabilidades) Modificação conceitos: alcoolismo, hábito e vício - multifatorial * * Noto e Avancine, 1992 Análise de prontuários na Escola Paulista de Medicina (Serviço de Saúde Mental do Estudante): Depressão e ansiedade (raros casos de psicoses e adicção) Outras causas frequentes: conflitos familiares, separação/morte dos pais, escolha especialidade, relacionamentos/namoro * * Milan e col., 1995 125 alunos que procuram GRAPAL (grupo de apoio Medicina - USP): Predomínio de mulheres Menor procura por sextanistas Distúrbio de humor (31,2%), ansiedade (20,8) e personalidade (7,2%) 1 aluno fazia uso de substância psicoativa * * Explicações: Perdas: horas de lazer, amigos/namorada, ruptura da idealização do curso e conscientização dos problemas da profissão Ansiedade: resultado da disputa por melhores notas Dificuldades com adaptação: faculdade, cidade, curso, condições precárias dos hospitais Elaboração do luto é fundamental para a superação dos quadros Prevenção (atendimento/acompanhamento): evitar instalação de quadros patológicos! * * Crise Grego:krisis; Ação de separar, conotando idéia de ruptura, modificação e transição Horish(1976): em cada crise o indivíduo elabora ansiedades depressivas e persecutórias. Depressivas: vivência de tristeza e pesar pelo objetivo perdido Persecutória: ameaçadora e tanto pior quanto maior a complexidade