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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU CONVÊNIO UCG E CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE CURSO DE AUDITORIA E PERICIA CONTABIL EVOLUÇÃO E PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO CONTABIL CLÁUDIA VALÉRIA DE JESUS GOIÂNIA – GO 2009 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU CONVÊNIO UCG E CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE CURSO DE AUDITORIA E PERICIA CONTABIL EVOLUÇÃO E PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO MERCADO CONTABIL CLÁUDIA VALÉRIA DE JESUS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Católica de Goiás e ao Conselho Regional de Contabilidade de Goiás para obtenção do certificado de especialista, no curso de Pos Graduação em Auditoria e Perícia Contábil . sob orientação da Prof. Drº Sonia Maria Dálbuquerque. GOIÂNIA – GO 2009 Evolução e Participação da Mulher no Mercado Contábil A crescente presença das mulheres no mercado formal de trabalho é uma realidade atual em todo o mundo. O fato é que está havendo uma valorização cada vez maior do sexo feminino no mercado de trabalho, e as contadoras e contabilistas estão acompanhando esta tendência, a cada ano o número de mulheres formadas nos cursos de ciências contábeis que entram no mercado torna-se mais expressivo. Historicamente, podemos observar que, as mulheres sempre trabalharam tanto quanto os homens. Sua importância tornou-se mais evidente com a I e II Guerras Mundiais, quando as mulheres tiveram que assumir a posição dos homens no mercado de trabalho. Com a consolidação do sistema capitalista no século XIX, algumas leis foram elaboradas buscando a igualdade entre o gênero no mundo do trabalho. As dificuldades enfrentadas pelas mulheres não ficam por ai. Consideradas ainda, peças fundamentais na administração do lar, as mulheres acumulam funções, tornando-se essenciais tanto no âmbito familiar como para o mercado de trabalho. Nesta pesquisa é feito um estudo sobre presença e evolução da mulher contabilista brasileira no mercado de trabalho no século XXI. 1. Introdução De forma cada vez mais significativa as mulheres vêm conquistando posições de destaques, estabelecendo paradigmas de igualdade com os homens em todos os tipos de atividades humanas. A importância do contabilista na sociedade ganha cada vez mais notabilidade, sendo cada vez mais notável o papel da mulher no cenário econômico, político e social do Brasil, com especial destaque para a participação das mulheres contabilistas. Com a competitividade cada vez mais acirrada do mercado de trabalho, é fundamental o preparo contínuo principalmente da mulher, para assegurar a continuidade de suas conquistas, condição indispensável para reduzir ainda mais quaisquer reminiscências de preconceitos sexistas que ainda existem e, nesse sentido, a presença da mulher no mercado de trabalho é cada vez mais expressiva. A divisão masculina e feminina constitui um dos maiores pilares culturais da evolução humana, marcada ao longo da história pela divisão dos papéis sociais entre o homem e a mulher, entre poder e fragilidade. Nos últimos 50 anos, o desejo feminino de conquistar espaço próprio é responsável por, senão equiparar, pelo menos diminuir a hegemonia masculina no mercado de trabalho e em diversos outros setores sociais. Na contabilidade não é diferente. Aos poucos, as contabilistas abrem caminho na profissão, que antes era quase exclusivamente masculina. Da fragilidade de tempos atrás á multiplicidade profissional dos dias atuais, a mulher percorreu um longo caminho através de sucessivas lutas, e foi aos poucos, construindo seu lugar no mercado de trabalho. A mulher de hoje é mãe e executiva, conquistando importantes vagas no mercado de trabalho, e na profissão contábil. 2. Uma Questão de Gênero Para entender melhor a evolução e o crescimento do papel da mulher na sociedade, é necessário falar sobre suas lutas, e não esquecer que os avanços vivenciados hoje, resultam do esforço de milhares e milhares de brasileiras que se rebelaram contra a situação estabelecida. Homens e mulheres não são iguais, pensam e agem de maneira diferente. São condicionados por questões biológicas, culturais e sociais. As biológicas determinam as diferenças naturais entre homens e mulheres em razão das funções físicas e reprodutivas. A mulher, por sua finalidade reprodutiva, de conservação e desenvolvimento da vida, é mais sensível ao universo simbólico e espiritual da espécie humana. O homem, que complementa o ciclo reprodutivo da espécie, está mais relacionado ao plano físico, tem mais agressividade e está inclinado a correr riscos. As questões culturais e sociais, por sua vez, hierarquizaram essas diferenças. Em substituição à harmonia, ao consenso, à integração e à complementaridade que regiam as primeiras sociedades do planeta, a história ensina que as diferenças entre homens e mulheres tornaram-se sinônimo de desigualdade. Os valores femininos eram ridicularizados e o próprio fato de nascer mulher significava inferioridade. O fim do século XX marcou uma ruptura com a história de invisibilidade das mulheres e com que ela se refere. Índias, negras e brancas, valentes e vilãs, ricas ou pobres, famosas ou anônimas, elas fazem parte da evolução e dinamismo das mulheres. Para as mulheres a década de 1990 foi marcada pelo fortalecimento de sua participação no mercado de trabalho e o aumento da sua responsabilidade no comando das famílias. A mulher, que representa a maior parcela da população, viu aumentar nesta época, o seu poder aquisitivo, o nível de escolaridade e conseguiu reduzir a diferença salarial em relação aos homens. Muitas crenças com relação à diferença dos sexos estão caindo, durante séculos, ciências como a física, a engenharia, a astronomia, a química e a contabilidade foram consideradas matérias inadequadas para as mulheres. De uns tempos para cá, em países como a Suécia ou a Islândia, as mulheres conseguem melhores resultados do que os homens nos exames de matemática e física. As características do gênero feminino alteram a cultura, as estruturas e os relacionamentos das organizações, na maneira de fazer o trabalho. Hoje ser mulher é uma vantagem na medida em que as qualidades altamente valorizadas no mercado de trabalho são as ditas femininas: flexibilidades, capacidade de negociar, mediar, de inovar. Está sendo construída uma nova história, na qual mulheres e homens terão de encontrar novos pactos de convivência, novas referências de relacionamentos. As mulheres lutam por uma sociedade na qual não existam privilégios de um gênero sobre o outro. Diante dessas conquistas, ainda se justificam a atuação e a existência dos diferentes e plurais movimentos feministas e de projetos que visam promover a equidade entre os sexos, como os apoiados pelo FIG (Fundo para a Igualdade de Gênero) da Agencia Canadense. Não há como negar, a situação das mulheres avançou muito nas ultimas décadas, como resultados, em grande parte, de um movimento social que soube articular pessoas, grupos e organizações locais, nacionais e globais, gerando uma evolução cultural e política que invadiu diferentes poros e brechas do cotidiano e da vida da sociedade. 3. Conquista do mercado de trabalho A conquista da mulher por um espaço no mercado de trabalho começou de fato com a I e II Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945, respectivamente), quando os homens foram para as frentes de batalhae as mulheres passaram a assumir os negócios da família e a posição dos homens no mercado de trabalho. Dentre as principais atividades realizadas, destacam-se: a fabricação de doces por encomendas, o arranjo de flores, os bordados e as aulas de piano. Além de serem pouco valorizadas essas atividades eram mal vistas pela sociedade, o que dificultava a conquista das mulheres por um espaço no mercado de trabalho. Mesmo assim, algumas conseguiram transpor as barreiras do papel de ser apenas esposa, mãe e dona do lar. Sentiram-se na obrigação de deixar a casa e os filhos para levar adiante os projetos e o trabalho que eram realizados pelos seus maridos (ARAÚJO, 2004). No século XIX a consolidação do sistema capitalista proporcionou inúmeras mudanças no processo produtivo das empresas e na organização do trabalho feminino. Com o desenvolvimento tecnológico e o intenso crescimento industrial, boa parte da mão-de-obra feminina foi transferida para as fábricas. Desde então, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. A visão de estrutura familiar vem sendo reconstruída com a necessidade de a mulher atuar no mercado de trabalho, onde ela descobriu que além dos afazeres domésticos, é capaz de conquistar um espaço no mercado de trabalho. O mercado de trabalho vem dando mostra de que mulheres estão assumindo cargos e posições sempre mais elevados, havendo uma perspectiva de que elas deverão estar atuando mais e mais a cada dia nas áreas de comando da maioria das instituições . 4. A Mulher e a Contabilidade A História da mulher na contabilidade é recente, em décadas passadas, o ingresso em uma faculdade, no curso de Ciências Contábeis era marcado pela presença masculina. A mulher vem aumentando seu ingresso na contabilidade lentamente, mostrando que é tão capaz quanto o homem na elaboração, analise e interpretação das demonstrações contábeis. O registro mais antigo ainda ativo, de acordo com dados do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) data de 31 de Janeiro de 1947. Em 2002, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade) criou uma norma em que 20% dos conselhos regionais devem ser compostos por membros do sexo oposto, o que incentiva a participação na política , fazendo parte das chapas eleitorais , e nas áreas de comando entidades contábeis . Além das Contadoras credenciadas e atuantes, existem muitas mulheres que contribuem para que se possa deixar o rastro feminino dentro da historia da Contabilidade, são professoras, auditoras e escritoras que estão deixando a cada dia mais claro a ascensão da mulher dentro de um universo tão importante. A mulher está cada vez, mais assumindo cargos estratégicos nas organizações, além de atuar como administradora do lar e educadora dos seus filhos. O avanço da mulher na contabilidade se deve à facilidade que elas têm de lidar com os detalhes peculiares à profissão. A mulher contabilista tem muita desenvoltura com as contas e os cálculos, o que gera uma informação detalhada e de qualidade. Dentre a diversidade de profissões anteriormente associadas somente aos homens, a de contabilista assiste a uma inserção cada vez mais forte da presença feminina. No Brasil existe um número expressivo de mulheres que compõem esta classe. Na contabilidade, assim como em diversas áreas do conhecimento, vem aumentando o número de profissionais mulheres. As razões podem ser várias, como o fato de as mulheres serem mais detalhistas e organizadas, características fundamentais para exercer a atividade, a possibilidade de exercer a profissão de forma autônoma, e o fato de o nível salarial na área ser considerado alto, também foi importante para esse aumento do número de mulheres na profissão. De acordo com dados do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), até o mês Abril de 2009 são 405.949 contabilistas atuantes no país. Desse número, 37% são mulheres, totalizando 149.615 dos profissionais desta área. Nas planilhas a seguir, pode- se acompanhar essa evolução nos anos de 2004 a 2008. ANO REGIÃO FEMININO PERCENTUAL MASCULINO PERCENTUAL TOTAL NORTE 7.584 44,05% 9.634 55,95% 17.218 NORDESTE 19.304 37,31% 32.431 62,69% 51.735 2004 SUL 19.766 31,37% 43.240 68,63% 63.006 SUDESTE 66.192 33,20% 133.168 66,80% 199.360 CENTRO- OESTE 9.349 33,75% 18.351 66,25% 27.700 TOTAL 122.985 34,18% 236.824 65,82% 359.809 ANO REGIÃO FEMININO PERCENTUAL MASCULINO PERCENTUAL TOTAL NORTE 9.036 30,27% 10.818 36,24% 29.854 NORDESTE 22.471 39,02% 35.117 60,98% 57.588 2005 SUL 23.015 33,65% 45.387 66,35% 68.402 SUDESTE 73.825 34,72% 138.719 65,27% 212.544 CENTRO- OESTE 11.623 36,39% 20.318 63,61% 31.941 TOTAL 139.970 35,86% 250.359 64,14% 390.329 Fonte: CFC (Conselho Federal de Contabilidade 2009). No ano de 2005 houve um aumento significativo de profissionais do sexo feminino, entre técnicas e contadoras. Um percentual de 35,86 % dos contabilistas credenciados, mostrando com relação a 2004 que a cada ano a mulher esta mais presente na contabilidade. ANO REGIÃO FEMININO PERCENTUAL MASCULINO PERCENTUAL TOTAL NORTE 10.158 31,81% 11.772 36,87% 31.930 NORDESTE 23.175 39,40% 35.653 60,61% 58.825 2006 SUL 24.474 34,56% 46.335 65,44% 70.809 SUDESTE 74.707 35,56% 135.380 64,44% 210.087 CENTRO- OESTE 12.253 37,20% 20.681 62,80% 32.934 TOTAL 144.767 36,69% 249.821 63,31% 394.588 ANO REGIÃO FEMININO PERCENTUAL MASCULINO PERCENTUAL TOTAL NORTE 10.403 46,78% 11.833 53,22% 22.236 NORDESTE 24.030 39,43% 36.917 60,57% 60.947 2007 SUL 25.108 35,02% 46.589 64,98% 71.697 SUDESTE 74.943 35,59% 135.602 64,41% 210.545 CENTRO- OESTE 12.655 37,32% 21.258 62,68% 33.913 TOTAL 147.139 36,85% 252.199 63,15% 399.338 Fonte: CFC (Conselho Federal de Contabilidade 2009). No ano de 2006 o aumento do numero de mulheres na área contábil ganha ainda mais representatividade, mostrando um aumento significativo com relação aos anos anteriores, já eram 144.767 mulheres em um universo de 394.588 contabilistas. Em 2007 esses números continuam crescendo. ANO REGIÃO FEMININO PERCENTUAL MASCULINO PERCENTUAL TOTAL NORTE 10.862 46,99% 12.255 53,01% 23.117 NORDESTE 24.631 39,55% 37.647 60,45% 62.278 2008 SUL 25.198 35,16% 46.465 64,84% 71.663 SUDESTE 76.211 35,60% 137.846 64,40% 214.057 CENTRO- OESTE 12.765 37,07% 21.673 62,93% 34.438 TOTAL 149.667 36,90% 255.886 63,10% 405.553 Fonte: CFC (Conselho Federal de Contabilidade 2009). A analise desses cinco anos deixa bem claro que a mulher está abrindo caminhos em um universo antes dominado pelos homens, a mulher do século XXI possui uma personalidade definida, que possibilita alcançar posições bem-sucedidas, ultrapassando as barreiras que dificultam ou impedem sua realização social e profissional. Como exemplo dessa mulher cada vez mais atuante, pode ser mencionar a Contadora Maria Clara Cavalcante, a primeira mulher ocupar o posto de Presidente do Conselho Federal de Contabilidade, em 62 anos da entidade ecumpre seu segundo mandato. Encontros são estratégicos para discutir o cotidiano das profissionais, as evoluções e inovações que ocorrem no setor, para as mulheres ganharem mais espaço no mercado é preciso ampliar a atuação política. Para isso foi criado o Projeto Mulher Contabilista. Trata-se de uma campanha de conscientização para trazer a mulher para as entidades contábeis. 4. Encontros Mulher Contabilista A cada edição, o Encontro Nacional da Mulher Contabilista cresce e conquista público mais numeroso, com a proposta de discutir temas contábeis e de interesse geral, com enfoque principal no universo feminino, consolidou-se entre a classe e conquistou espaço cativo no calendário de eventos contábeis. O projeto tem como objetivo principal promover o aprimoramento técnico- cultural, por meio de desenvolvimento de ações de incentivo a uma maior participação das mulheres contabilistas na vida social e política do País, e nas entidades de classe, conscientizá-las de sua importância no mercado de trabalho, como forma de destacar o papel e a importância da mulher no contexto social, além de impulsioná-las ao empreendedorismo. Sua Missão é promover uma maior participação das mulheres nas entidades de classe representativas da sua profissão, visando a união da classe, a constante evolução da ciência contábil, a educação continuada da profissional contábil, a atividade na vida política do País e a conscientização da relevância de seus valores e postura para o mercado de trabalho. O 1º Encontro Nacional da Mulher Contabilista aconteceu no Rio de Janeiro, em 1991, junto com a 43ª Convenção dos Contabilistas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1992, o evento foi realizado na cidade de Salvador, em 1999 foi realizado em Maceió (AL), no ano de 2003 foi a vez de Belo Horizonte (MG), Já em 2005 foi realizado em Aracaju (SE) com um total de 1200 participantes. O evento teve a sua maior expressão em 2007 quando reuniu mais de 2.103 contabilistas em Florianópolis (SC). Em 2009 aconteceu o 7º Encontro Nacional da Mulher Contabilista, que foi realizado nos dias 07 a 09 de Maio, na cidade de Vitória (ES). Com o tema “A Força da União: ação conquista e vitória”. A programação foi composta de painéis e palestras de especialistas de renome nacional, além de momentos para o entrosamento e a descontração, com peça de teatro e festa temática. Dentre as discussões que foram levantadas, esta edição trouxe à tona debates sobre os desafios do desenvolvimento político do país e sobre as conquistas alcançadas nesta área até o momento. Contou com a presença de 1.695 participantes, conforme dados do CFC (Conselho Federal de Contabilidade). Durante o evento foi realizada a Eleição para escolha da sede para realização do 8º Encontro Nacional da Mulher Contabilista a ser realizado no ano de 2011, e a cidade vencedora foi Caldas Novas – Goiás. 5. Mulher Contabilista e o Mercado de Trabalho. Conforme dados estatísticos, as mulheres representam metade da população e metade da força produtiva. Um terço de todas as famílias do mundo é chefiado por mulheres. Nos Estados Unidos, um terço dos cargos de direção é ocupado por mulheres e dois terços das novas empresas são criadas por elas. E a tendência é que esses números aumentem, a cada ano, sensivelmente. Especialistas em desenvolvimento de carreira apontam que as mulheres vem adotando, ao longo dos anos, uma postura mais racional nas empresas para poderem se equiparar ao estilo de liderança masculino. Eles dizem também que a mulher rejeita o gerenciamento autoritário, em prol de uma postura que concede liberdade às pessoas, aumentando assim a produtividade e os lucros, buscando sempre estimular a participação, dividir o poder e a informação. Como característica, a mulher utiliza habilidades internas e externas, fazendo uma combinação entre lógica e intuição, emoção e inteligência. Além disso, quando exerce a liderança, ela exercita também um comportamento que aglutina as pessoas. Tem disposição para ser interrompida, em vez de avaliar esse acontecimento como um fato que atrapalha seu desempenho, considera-o como oportunidade de ensinar e interagir. Tolerar ambigüidades e fazer várias coisas ao mesmo tempo habilita a liderança feminina para a polivalência, item imprescindível nos dias de hoje. Uma das principais características apresentadas pelas mulheres é que possuem mais habilidade de lidar com estruturas não hierárquicas, enquanto que os homens operam melhor com estruturas hierárquicas. Não há mais lugar no mercado de trabalho para contabilistas com perfil tradicional, isto é, aquele profissional que passa a maior parte do tempo dentro da sua sala ou escritório, limitando-se a efetuar lançamentos a débitos e a créditos, posteriormente emitindo balancetes de verificação, omitindo-se de assumir riscos de qualquer natureza. O mercado exige profissionais empreendedores, dispostos a assumir riscos calculados, bons tecnicamente, ávidos em adquirir novos conhecimentos, que queiram trabalhar em equipes e saibam motivar seus subordinados. Torna-se necessário um novo perfil do contabilista, onde estão presentes características como: sensibilidade, percepção aguçada e versatilidade. Características que as mulheres sempre cultivaram, aplicando-as em cada situação em que atuam. Este conjunto de fatores ou este perfil apresentado pelas mulheres vem sendo um diferencial quando atuam no mercado, tornando seu local de trabalho mais harmonioso e desenvolvendo suas funções com um melhor desempenho, já que estas características fazem com que elas tratem os assuntos de forma mais organizada e detalhada. As mulheres estão conseguindo, cada vez mais, conciliar os trabalhos da vida pessoal com a profissional. O que antes era considerado um obstáculo, atualmente é considerado como um grande desafio. Sua participação no mundo dos negócios e a própria independência financeira vêm mudando a forma como os produtos e serviços são desenvolvidos e comercializados. No mercado de trabalho para as contabilistas, as expectativas são excelentes, a Contabilidade esta se tornando cada dia mais essencial e mais valorizada, é um mercado em ascensão. A sociedade, atualmente, apresenta várias oportunidades de crescimento profissional, as quais estão sendo disputadas por profissionais cada vez mais qualificados. Para se destacar é preciso ser cada vez melhor nas atividades que lhe são atribuídas. A modernização e o surgimento de inovações tecnológicas que ocorreram no século XX e permanecem no século XXI estão modificando a essência da sociedade e sendo refletidas nos mais diversos segmentos: econômico, político, social e cultural. Dessa forma, na nova ordem mundial, as mulheres vêm assumindo um papel fundamental no andamento de tais transformações. Elas transpõem barreiras organizacionais e assumem cargos antes somente destinados aos homens. 6. Considerações finais Fica cada vez mais clara esta nova realidade no mundo da contabilidade, as mulheres estão conquistando espaço de poder neste setor que antes era dominado majoritariamente por homem. Embora ainda exista certa discriminação quanto ao trabalho feminino, elas estão conseguindo grandes espaços e ganhando respeito e mostrando muito profissionalismo. Estão fazendo História e vencendo obstáculos como a desvalorização de seu trabalho, e a idéia de que sua fragilidade aparente as impeçam de participarem ativamente de grandes conquistas e revoluções. Com todas as características observadas no artigo, fica claro que o mercado contábil é um campo de grandes oportunidades, onde as mulheres podem ganhar tão bem quanto os homens, e também serem valorizadas e reconhecidas. Atualmente, o perfil das mulheres é muito diferente do apresentado no começo do século. Trabalhar fora de casa é uma conquista relativamente recentepara as mulheres. Ganhar seu próprio dinheiro, ser independente e ainda ter sua competência reconhecida é motivo de orgulho para todas. A contabilidade esta em ascensão, ganhando novos rumos e novas idéias e assim também é a mulher, sempre abrindo novos horizontes, elas têm muita coisa em comum, motivo para uma parceria perfeita e de muito sucesso. Referências Bibliográficas ARAUJO, Luis César G. de. As mulheres no controle do mundo – elas têm influência em todas as esferas, da política à comunicação. Forbes Brasil, São Paulo, set. 2004. CARREIRA, Denise. Igualdade de gênero no mundo do trabalho: projetos brasileiros que fazem a diferença. São Paulo – SP, Cortez; Brasília, DF: Fundo de Gênero Brasil-Canadá (FIG), 2004. MELO, Lígia Albuquerque. Gênero: Da omissão à invisibilidade. Fundaj – UFPE, 2000. PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo – SP. Contexto, 2007. PESAVENTO, Sandra. Sensibilidades: escrita e leitura da alma. In: PESAVENTO, Sandra Sensibilidades na História: memórias singulares e identidades sociais. Porto Alegre: UFGRS Ed. 2007. http://www.administradores.com.br/noticias/contabilidade_mulheres_conquistam_espac o_veja_realidade_da_profissao/14336/, acessado em 05 de maio de 2009. http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=37 , acessado em 06 de maio de 2009. http://www.fcc.org.br/mulher/series_historicas/mmt.html, acessado em 06 de maio de 2009. http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=64, acessado em 27 de maio de 2009. http://www.mulhercontabilista.com.br/site/default.asp, acessado em 27 de maio de 2009.
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