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Tutorial 05 – Módulo XII Revisão da Anatomia Formada por 24 vertebras: → 7 cervicais → 12 torácicas → 5 lombares → Sacro → Cóccix Cada vertebra é composta por corpo vertebral de posição anterior, ele que sustenta a coluna, separadas entre si pelos discos intervertebrais e fixados anterior e posteriormente por ligamentos longitudinais. Posterolateralmente, 2 pediculos formam os pilares onde o canal vertebral se apoia. As facetas articulares, os ligamentos interespinhosos e os músculos paravertebrais contribuem pra sustentação. O canal medular vai ser amplo na parte superior, do forame magno até o a parte inferior de C2. → Maioria dos pctes com lesões nesse nível que sobrevivem chegam ao hospital neurologicamente intactos. Porem, 1/3 deles morre no local do trauma pela apneima provocada por perda da inervação central dos nervos frênicos (lesão na medula C1). Abaixo de C3 o diâmetro medular vai ser menor e lesões nesse nível tem maior probabilidade de provocar lesões medulares. A mobilidade da coluna torácica é bem mais restrita do que a cervical, e esses segmentos tem apoio dos arcos costais, tendo incidência bem menor nas fraturas. Aqui vao ocorrer por compressão, não estando associadas a lesão medular, mesmo que o canal medular seja mais estreito. →MEDULA ESPINHAL: parte do SNC, inicia ao nível do forame magno e termina ao nível de L1, de modo que continua como cauda equina (mais resistente aos traumas. Três tratos que interagem com a medula podem ser avaliados: trato corticoespinhal lateral, espinotalamico e trato posterior. Estão atribuídos aos pares e as lesões podem ocorrer uni ou bilateralmente. → Trato corticoespinhal (segmento posterolateral medular) = controla função motora ipsilateral, testa pela contratura em resposta aos estímulos dolorosos. → Trato espinotalamicos (anterolateral da coluna) = dor e temperatura contralateral, testa por agulhada ou toque leve. → Trato das colunas dorsais (posteromedial) = propriocepção, vibração, toque suave, tudo ipsilateral, testa por diapasão. Quando não existir qualquer evidencia de função motora ou sensorial abaixo de determinado nível, define-se como lesão completa da medula. Esse diagnostico não pode ser feito com precisão por causa da ocorrência de choque medular. Quando algum grau de função sensorial ou motora permaneça, é dito como lesão medular incompleta. Pode ter preservação sacral evidenciada pela existência de sensação na região perianal e/ou pela contração involuntária do esfíncter anal. →EXAME DO SN SENSORIAL: Dermátodos são áreas da pele inervadas por neurônios sensitivos que pertencem a uma determinada raiz nervosa, e o conhecimento deles permite avaliar o nível da lesão traumática e avaliar evolução neurológica. Nível sensorial: Dermátodos mais baixos com função sensorial normal e podem diferir de um lado do corpo pra outro. → C5 = deltoide → T4 = mamilos → T8 = apêndice xifoide → T10 = umbigo → T12 = região inguinal → S4/S5 = região perianal. Miótomos: músculos ou grupos musculares que representam uma única raiz nervosa espinhal. Cada nervo segmentar inerva mais de um musculo e a maioria dos músculos é inervada por mais de uma raiz (geralmente duas). Esses músculos chaves devem ser testados quanto a forma em ambos os lados, sendo classificado em uma escala de seis pontos. Além disso, o esfíncter anal externo deve ser testado quanto a contração voluntária durante toque retal. Trauma Raquimedular Todos os pctes politraumatizados devem ser considerados portadores de trauma raquimedular, mesmo sem déficits neurológicos, por isso deve ser feito imobilização adequada. →EPIDEMIO: ocorre por meio de insulto vertebro- medular que gera alterações temporárias ou permanentes na função motora, na sensibilidade ou na função autonômica. Principalmente nível de acometimento é o cervical 50% dos casos, associado a mergulhos em superfícies rasas, podendo ter morte por apneia da lesão nos nervos frênicos. → Acidentes de carro = ejeção → Acidente por mergulho em agua rasa → Queda da própria altura = idosos → Ferimentos por arma de fogo → Acidentes esportivos. Acomete mais homens entre 15-40 anos, em plena idade produtiva, gerando dependência e redução da qualidade de vida. → Lesão Primária: insulto inicial, onde ocorreu a fratura. → Lesão Secundária: edema medular, ocorrência de disautonomia, espasticidade e etc. →TIPOS DE FRATURA: TIPO A – LESÕES COMPRESSIVAS: achatamento das vertebras, podendo ser de 1- 4. 1. “tear drop”. 2. “split” = como se fosse uma rachadura no meio dos dois platôs, caso cirúrgico. 3. Platô superior = fraturas no platô superior, se > 50% tem indicação cirúrgica. 4. Ambos os platôs = fraturas em toda vertebra, indicação cirúrgica. TIPO B – LESÃO POR RUPTURA: 1. Ruptura anteroposterior 2. Ruptura do platô superior, associada a ruptura ligamentar. 3. Ruptura do disco vertebral, associada a ruptura ligamentar total. Geralmente são abordados cirurgicamente, por causa do acometimento comum das estruturas ligamentares. TIPO C – LESÕES POR DESLOCAMENTO: envolvem a compressão, ruptura e deslocamento, sendo o tipo mais grave. Podendo estar associada a sinais clínicos de rotura parcial ou completa da medula. ⤷Luxação atlanto-occiptal: disjunções craniocervicais, pouco comuns, geradas por movimentos acentuados de flexão e tração, fatais por destruição do tronco encefálico e apneia. ⤷Fratura do atlas C1: a mais comum é por explosão da vertebra (fratura de Jefferson), causada por uma sobrecarga axial como mergulhos em superfície rasa. ⤷Subluxação em rotação em C1: cabeça do pcte vai estar em persistente (torcicolo). O odontóide não vai estar equidistante dos processos laterais de C1. Fratura do áxis (C2) → Fratura do odontóide: é uma protuberância óssea que se projeta cranialmente e faz contato com C1. Precisa de TC → Fraturas dos elementos posteriores: típica de enforcamento, compromete parte interarticular de C2, tendo lesão por extensão. → Outras: corpo, pedículo, processos laterais, laminas, processo espinhoso de C2. ⤷Fraturas e luxações de C3-C7: C5-C6 são a parte mais móvel da coluna cervical, sendo C5 mais frequente de fraturas e C6 de luxação. Fraturas das facetas articulares aumenta a incidência de lesão neurológica. ⤷Fraturas de T1-T10: pode ser em cunha, por explosão, fraturas de chance ou fraturas-luxações. ⤷Fraturas da junção toracolombar: combinação de hiperflexão e rotação aguda, geralmente instáveis. → Lesões penetrantes: ferimentos por arma branca ou de fogo. A passagem do objeto pelo canal vertebral resulta em déficit neurológico completo, mas pode ser também por transferência de energia sem transfixação da medula. → Fraturas lombares: acometem a cauda equina, com menor risco de déficit neurológico. → Lesões vasculares contusas das artérias carótida e vertebral: critérios sugeridos pra avaliação vascular nas fraturas de C1-C3, fraturas cervicais com subluxação e fraturas envolvendo o forame transverso. Trata com anticoagulantes ou antiplaquetários. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ⤷Paraplegia: perda dos movimentos dos MMII, ocorrendo por lesões toracicas ou mais inferiores, abaixo de T1. ⤷Tetraplegia: perda dos movimentos inferiores e superiores, além da sustentação axial, acima de T1. ⤷Lesão medular completa: perda de todos os movimentos, cursando com disfunção esfincteriana, arroflexia, hipotonia generalizada, perda total dos movimentos e sensibilidade. Caracterizada por choque medular, tendo ausência do reflexo bulbocavernoso e presença de priapismo, ambos devido a descarga adrenérgica que ocorre, indicando pior prognostico. ⤷Lesão incompleta: manutenção dos movimentos de certos grupamentos muscularesde um hemicorpo. ⤷Choque neurogênico: lesão das vias descendentes do sistema nervoso simpatico a nível cervical ou torácico alto, tendo perda do tônus vasomotor e perda da inervação simpática do coração. Isso resulta em vasodilatação dos vasos viscerais e das extremidades, cursando com hipotensão, bradicardia ou não. ⤷Choque medular: perda do tônus muscular e de reflexos, pode voltar a ter algum nível de funcionamento. Medico tem que verificar o nível de sensibilidade e o grau de força muscular em todo o corpo do pcte. →GRAU DE FORÇA MUSCULAR: → 0 → 1: tem esboço de movimento ou fasciculações musculares. → 2: força muscular e movimentação apenas se retirada a resistência da gravidade. → 3: força muscular e movimento contra a gravidade, porem falha contra a resistência do examinador. → 4: força muscular reduzida, mas há contração contra resistência → 5: normal contra resistência. →CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES MEDULARES: Quanto ao nível: → Nível neurológico: definido pelo segmento mais caudal da medula, que se traduz através de funções motoras e sensoriais normais em ambos os lados do corpo. → Nível sensorial: segmentos mais caudais que conservam suas funções sensoriais normais. → Nível motor: função motora do grupo-chave muscular mais baixo que mantem um valor de pelo menos 3/5 na escala de força. Quanto a gravidade do déficit neurológico: é usada a Escala de Frankel pra classificação clinica do pcte, avaliando critérios clínicos de função motora e sensitiva. → A: pcte sem resposta motora, rompimento completo da medula. → B: função sensitiva até S4/S5, sem resposta motora, rompimento incompleto. → C: pcte com força inferior na grande maioria dos grupos musculares, rotura incompleta. → D: resposta motora com força superior na maioria dos grupos musculares, rotura incompleta. → E: normal. →SÍNDROMES MEDULARES: dependem da topografia de acometimento. ⤷Síndrome Central Medular: perda de força mais acentuada nos membros superiores, ocorre por hiperextensão em pctes com estenose persistente do canal medular. Geralmente é por queda pra frente com impacto facial. ⤷Síndrome anterior medular: paraplegia e dissociação da perda sensorial, tem perda da sensibilidade a dor e a temperatura, lesão incompleta de pior prognostico. ⤷Síndrome posterior medular: pcte com comprometimento da propriocepção, sensação vibratória e trato epicrítico. ⤷Síndrome de Brown-Séquard ou Hemissecção medular: comprometimento motor ipsilateral (trato corticoespinhal) e perda da sensibilidade postural (coluna posterior), além da perda contralateral à sensibilidade térmica e dor (trato espinotalamico). Geralmente por traumatismo penetrante. →RADIOLOGIA: avaliar coluna nas incidências AP e perfil, observando assimetrias, alinhamento das vertebras e roturas de partes moles. O RX vai ser observado em colunas e pontos entre o atlas e o axis, permitindo avaliar simetria, distancia entre pontos anatômicos importantes e posição do dente do axis em relação ao atlas. Coluna de denis: linhas que separam a região cervical em anterior, médio e posterior, e se acometer duas ou mais vai indicar realização cirúrgica. Realizar incidências de rotina + transoral (processo odontoide ou dente do axis). É importante que todas as vertebras sejam visualizados, assim como a transição cervicotorácica. Quando não conseguir, fazer radiografias sob tração dos MMSS ou na posição de nadador. Também vai ser necessário, em alguns momentos, realizar RX em extensão/flexão pra observar a presença de luxações nas vertebras cervicais. Não fazer em pctes com dor, déficit neurológico ou inconscientes. TC: usado pra ver fraturas ocultas, avaliação de morfologia, estabilidade e se existe compressão do canal vertebral. RNM: maior detalhamento das partes moles, avalia contusões medulares, hematomas, lesões ligamentares, hernias discais e coleções liquidas. →TRATAMENTO: conduta vai ser pautada no ATLS, por ser um trauma, priorizando evitar as lesões secundarias. O tratamento do trauma vai ser feito só após a estabilização do paciente. Deve-se imobilizar, infusão venosa de fluidos e transferência. ⤷Complicações associadas ao choque medular: perda de esfíncter, complicações relacionadas ao controle pressórico, hipertonia/hiperreflexia/espasticidade. TRATAMENTO DE SUPORTE: intubação endotraqueal e ventilação mecânica (necessária quando lesão em C5 ou acima). Ficar atento às doenças tromboembólicas por causa da imobilidade prolongada, faz profilaxia com heparina em monoterapia. Varfarina só usa na reabilitação. RESTRIÇÃO DE MOVIMENTO ESPINHAL: uso do colar cervical, imobilizadores de cabeça, prancha longa rígida e esparadrapos e ataduras no pcte em decúbito dorsal sem girar ou dobrar a coluna. Caso necessário uso de agentes sedativos ou bloqueadores neuromusculares de curta duração. Se necessário utilizar a manobra de Blogroll, rolamento em bloco, usada pra remover a prancha longa enquanto limita o movimento da coluna. FLUIDOS INTRAVENOSOS: durante reanimação do pcte. Cuidado pra não causar edema pulmonar no caso de choque neurogênico. MEDICAMENTOS: analgesia otimizada, não usar corticoides devido a complicações secundarias. TRANSFERENCIA: pctes com fratura de coluna ou déficits neurológicos comprovados devem ser transferidos pra servições que tem recursos pra um tratamento definitivo. TRATAMENTO CIRÚRGICO: realizados por neurocirurgiões e ortopedistas, onde a cirurgia descompressiva deve ser feita em 24 horas. Morte Encefálica O diagnostico de morte cerebral significa que não existe chance de recuperação da função cerebral. CRITÉRIOS: → Escore de coma de Glascow = 3 → Pupilas não reativas → Reflexos tronco cerebrais ausentes (olhos de boneca, ausência de reflexo faríngeo, óculo- encefalico e corneal). → Ausência de esforço ventilatório espontâneo no teste de apneia. EXAMES: → EEC = ausência de ondas cerebrais → Estudo do fluxo sanguíneo cerebral = ausência do mesmo → Angiograma cerebral Algumas condições como hipotermia ou coma barbitúrico, podem imitar a morte encefálica. Por isso, o diagnóstico só é considerado depois da normalização de todos os parâmetros fisiológicos e se não houver risco de que o SNC possa estar sob o efeito de medicamentos. Agencias locais de captação de órgãos devem ser notificadas a respeito de todos os doentes com diagnostico ou diagnostico iminente de morte cerebral antes da suspensão da medidas artificiais de suporte de vida. Coma É uma condição que se caracteriza pela redução do nível de consciência em que uma pessoa parece estar dormindo, não responde aos estímulos do ambiente e não demonstra saber sobre si mesmo. O cérebro continua produzindo sinais elétricos capazes de manter as funções vitais, como batimentos do coração. Avaliado pela escala de coma de Glascow. Possíveis causas: → Efeito toxico de algum medicamento ou substancia → Infecções, como meningite ou sepse. → Hemorragia cerebral → AVC → TCE → Falta de oxigenação. → Hiperglicemia ou hipoglicemia → Hipertermia ou hipotermia Tipos de coma: → Coma induzido: sedação, medicamentos reduzem a função cerebral, indicado pra proteger o cérebro de uma pessoa com TCE. → Coma estrutural: surge por lesão cerebral ou do SN, devido a TCE ou até AVC. → Coma não-estrutural: intoxicação por medicamentos, drogas, álcool, diabetes muito descompensada, e etc. Estado vegetativo: quando pcte está acordado, mas não está consciente e também não tem qualquer tipo de movimento voluntario, por isso não consegue entender ou interagir com o que se passa à sua volta. Pode abrir os olhos, mas não é voluntario. → Abrir e fechar os olhos durante o dia → Movimentos lentos dos olhos → Mastigar ouengolir, sem que seja durante a refeição → Produzir pequenos sons ou gemidos → Contrair os músculos quando escuta um som muito alto ou se provoca dor na pele → Produção de lágrimas
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