Manejo reprodutivo em coelhos

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Stephanie Lima @tell_lima |Cunicultura e Animais de Biotério 2020.2 
Manejo reprodutivo em coelhos 
 
Os coelhos foram introduzidos na Austrália 
em 1859 com a finalidade de entretenimento 
quanto a caça desses animais, 
Devido a sua rápida reprodução, houve uma 
superpopulação desses animais, o que se 
tornou um problema. Como tentativa de 
solucionar, o governo criou um programa de 
estimulo a caça, onde era pago 1 dólar por 
animal caçado. 
A partir da década de 50 a criação desses 
animais passou a ser mais racional. A produção 
industrial tinha como base genética, nutrição e 
técnicas de criação adequadas, afim de 
comercializar esses animais para consumo. 
 
 Machos 
O aparelho reprodutor masculino é 
constituído de duas bolsas escrotais dois 
testículos, dois canais deferentes, glândulas 
acessórias, uretra e pênis. 
Bolsas escrotais: São bolsas individuais que se 
comunicam com o interior da cavidade 
abdominal através de anéis inguinais, que no 
coelho encontram-se abertos. A sua função é 
dar sustentação aos testículos, proteção e 
regulação da temperatura. 
Testículos: Sua função é produzir 
espermatozoides e testosterona, sendo esta 
responsável pela libido. A produção de 
espermatozoides inicia na puberdade, seu 
volume e concentração variam para cada 
indivíduo, raça, nutrição, manejo reprodutivo, 
etc. 
Epidídimos: Têm a função de nutrição, 
maturação, armazenamento e transporte dos 
espermatozoides. 
Canais deferentes: São como prolongamentos 
dos epidídimos e tem por função transportar os 
espermatozoides do epidídimo para uretra. 
Glândulas acessórias: São responsáveis pelas 
secreções que formam o sêmen, sendo elas, a 
vesícula seminal, a próstata e o bulbo uretral, 
as quais lançam secreções da junção dos canais 
deferentes com a uretra. 
Pênis: É um órgão composto por de tecido 
elástico, seu tamanho varia de 3cm quando 
flácido, até 5cm quando excitado. Ele dica 
envolvido pelo prepúcio, localizado logo abaixo 
do ânus. 
O pênis do coelho não apresenta a estrutura 
sensitiva que estimula e induz a ejaculação 
quando em contato com a mucosa vaginal, 
assim, a ejaculação é estimulada pela maior 
temperatura no órgão da coelha. 
 Fêmeas 
O aparelho reprodutivo feminino é 
constituído de dois ovários, dois ovidutos, dois 
úteros, duas cervix, vagina e vulva. 
Ovários: Localizam-se dentro da cavidade 
abdominal, um de cada lado da coluna vertebral 
próximo aos rins. As suas principais funções 
são: produção de óvulos e produção de 
hormônios, como estrógeno e progesterona. 
O estrógeno atua na receptividade da fêmea 
ao macho, recepção e transporte dos 
espermatozoides até a parte superior do 
oviduto por contrações musculares, onde serão 
fecundados. 
A progesterona é responsável pela 
adaptação do aparelho reprodutor da fêmea ao 
processo da gestação e manutenção da mesma, 
paralização das contrações musculares 
uterinas, estimula a produção de secreções que 
INTRODUÇÃO 
SISTEMA REPRODUTOR DE COELHOS 
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nutrem e protegem os embriões até que os 
mesmos se fixem a parede uterina. 
Ovidutos: São como prolongamento do útero. 
Atuam na capacitação dos espermatozoides, 
captação e transporte dos óvulos, são os locais 
de fertilização e desenvolvimento dos mesmos 
até a fase embrionária, e ainda transportam os 
embriões ao útero. 
Útero: São órgãos musculosos e elásticos, tem 
funções de abrigar os embriões e expulsa-los 
no final da gestação por contrações musculares 
desencadeadas pelo sistema hormonal na 
matriz e dos próprios fetos. 
Cervix: São estruturas musculares potentes 
com a função de fechar a entrada do útero, 
exceto pela ocasião da receptividade da fêmea 
ao macho e nas épocas de parto. 
Vagina: É o canal urogenital pela qual a urina é 
secretada, é o local de deposição do esperma 
tanto pelo macho, quanto pela inseminação 
artificial, e também é o canal de passagem dos 
filhotes no parto. 
Vulva: Compõe-se do clitóris e de lábios 
vulvares. Ela atua como canal de passagem da 
urina, local de penetração do pênis do macho e 
da saída dos filhotes na época do parto. 
 
 
À desmama desses animais ocorre próximo 
aos 30 dias de vida, nesse momento são 
observados os padrões raciais, o 
desenvolvimento dos animais que são de 
interesse e o seu pedigree. 
Após a seleção, os animais são direcionados 
a pesagem, sexagem e marcação (tatuagem). 
Para criações onde a finalidade é a carne, 
são utilizados animais tricross, oriundos de 
machos puros e fêmeas matrizes mestiças. 
 
 
 
 Machos 
Os machos possuem glândulas anais, são 
responsáveis pela produção de feromônio. 
Elas são mais 
funcionais quando o 
animal é adulto e/ou 
está em reprodução. 
 
 
 DESENVOLVIMENTO SEXUAL 
 
 TEMPO: 
40 - 50 dias: Espermatogênese 
60 - 70 dias: Comportamento sexual secundário 
110 dias: Espermatozoides viáveis 
5 meses ou 80% do peso adulto; Reprodução 
 INFLUÊNCIA: 
- Raça (animais gigantes são mais tardios); 
- Nutrição (ligada a energia da dieta); 
- Clima. 
 
MATURIDADE SEXUAL DOS MACHOS – RAÇA 
RAÇA Idade (meses) 
Pequenas 4 
Médias 6 
Gigantes 8 
 
 
 PRODUÇÃO DIÁRIA DE ESPERMATOZÓIDES 
- Volume: 0,3 – 1,0ml 
- Concentração: 150 – 500 x 10^6/ml 
SELEÇÃO DE REPRODUTORES 
ASPECTOS REPRODUTIVOS 
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 RITMO DE UTILIZAÇÃO DO MACHO 
Idade (meses) Nº cobertura Descanso 
4 
2-3/semana a 
intervalo de 24h 
1 semana 
5 a 7 1/dia 1 semana 
>7 2-3/dia 1 semana 
 
- Relação de machos x fêmeas (1:10 a 12); 
- Pode haver repetições de cobertura (caso o 
macho cubra a fêmea e ela urine em seguida); 
- Prejuízo no uso excessivo do macho; 
- Permanência do reprodutor no plantel: 3 a 4 
anos. 
Observação: É necessário estabelecer um 
programa de utilização desses animais e da 
quantidade necessária, para que seja 
preservada a qualidade reprodutivas dos 
mesmos. 
 Fêmeas 
As fêmeas também 
possuem glândulas 
anais. As quais são 
responsáveis pela 
produção de feromônio. 
 DESENVOLVIMENTO SEXUAL 
 
 TEMPO: 
1,5 dia de idade: Origem das células 
germinativas; 
10ª semana: Aceita a cobertura, mas não há 
ovulação (pode desenvolver a pseudogestação); 
65 - 70 dias: Primeiros óvulos; 
80 – 90 dias: Maturação folicular; 
+/- 20ª semana | De 80 – 85% do peso adulto: 
Puberdade. 
 INFLUÊNCIA: 
- Raça (animais gigantes são mais tardios); 
- Nutrição (ligada a energia da dieta); 
- Clima. 
MATURIDADE SEXUAL DOS MACHOS – RAÇA 
RAÇA Idade (meses) 
Pequenas 6 
Médias 5 a 6 
Gigantes 10 
Obs: Permanência da fêmea no plantel: até 5 
anos (dependendo do ritmo reprodutivo 
adotado). 
 CICLO ESTRAL DA COELHA 
 
A coelha é classificada como poliéstrica anual: 
cicla todo o ano. 
- Total de 16 dias 
2 dias: maturação folicular; 
7 a 12 dias: > ou < aceitação da monta; 
 Relacionada c/ a taxa de estrógeno; 
 Óvulos estão maduros. 
2 dias: degeneração folicular. 
 
 
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 CARACTERÍSTICAS DE CADA FASE 
Cor da 
vulva 
Dias do 
ciclo 
Fertilidade 
Fase do 
ciclo 
Branca 0 - 2 Remota 
Pró-estro 
Rosa 3 – 7 
Fértil Vermelha 8 – 9 Estro 
Violácea 10 – 14 Atresia 
folicular Branca 15 - 16 Remota 
 
Ps: Melhor período é na cor vermelha; 
 COR DA VULVA X FECUNDIDADE 
Cor da vulva Taxa de fecundidade (%) 
Branca 0 
Rosa 20 
Vermelha 80 – 90 
Violácea 50 
Ps: Branca é um momento não mais propicio a 
fertilização. 
 
 CIO 
 
 DEFINIÇÃO: 
Estado fisiológico das fêmeas, que se 
caracteriza por uma série de alterações 
preparatórias e favoráveis à fecundação e à 
gestação. 
 CARACTERÍSTICAS 
- Vulva inchada, úmida e vermelha; 
- Mudanças comportamentais (agitação, perda 
de apetite); 
- O aceite à monta é variável (monta natural ou 
forçada); 
- Duração: 2a 3 dias; 
- 24 a 48 horas após o parto; 
- Caso não seja fertilizada: 15 dias reaparece. 
 
 OVULAÇÃO 
 
 DEFINIÇÃO: 
A ovulação é a liberação de um óvulo de seu 
ovário para a trompa. 
 CARACTERÍSTICAS 
- Depende de estímulos (cobertura do macho, 
monta por outra fêmea e a inseminação 
artificial); 
- Ocorre de 10 a 12h após o estimulo; 
- Maturação de 5 a 14 folículos (raças médias). 
 
 FLUSHING 
Elevação da ingestão energética entre 5 – 10 
dias antes da estação de monta ou de 
inseminação, com a finalidade de aumentar o 
índice de prolificidade dos animais. 
- Eleva a ingestão em cerca de 8%; 
Esse processo tem por resultado uma 
resposta positiva na sincronização do estro, na 
taxa de gestação e no número de folículos. 
 
 COBERTURA 
- A fêmea é levada à gaiola do macho nas horas 
mais frescas do dia; 
- A cópula é rápida; 
 EVENTOS DA COBERTURA 
- Aproximação do macho; 
- Lordose da fêmea; 
- Monta (caso a fêmea não aceite o macho, 
deve-se interferir); 
- Ejaculação (grunhidos do macho e quando 
esse cai lateralmente ou para trás). 
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- Inseminação artificial (IA): granjas 
tecnificadas. 
Ps: Cobrir grupos de fêmeas no mesmo dia: 
facilita o manejo (troca de filhotes: problema de 
parto, rejeição da cria ou elevado número de 
láparos). 
 
 SISTEMA DE COBERTURA 
 
 ALTA: 
- Dias pós-parto: 2 a 3; 
- Características: 10 ninhadas/ ano; 
- Desvantagens: Alta tecnificação; 
 Redução da vida útil da fêmea. 
 
 MÉDIA 
- Dias pós parto: 15 a 21; 
- Características: 6 a 7 ninhadas/ ano; 
 Mais utilizada no Brasil; 
 Tecnificação média. 
- Desvantagens: Redução do nº de partos/ ano. 
 
 BAIXA 
- Dias pós parto: 30 a 35; 
- Características: 4 a 5 ninhadas/ ano; 
- Desvantagens: Redução do nº de partos/ ano. 
 
 GESTAÇÃO 
 
 DETECÇÃO 
- Mudança na morfologia externa; 
- Palpação ventral após o 10º dia da cobertura; 
 
 GESTAÇÃO 
- Manter a fêmea tranquila e em gaiola 
individual; 
- Geralmente dura em média 30 dias 
(dependendo do tamanho da ninhada); 
 PRÉ-PARTO 
- Próximo a parição, a fêmea prepara o ninho 
com pelos do ventre (sinal de habilidade 
materna); 
- Ventre sem pelos: acesso às tetas; 
- Ninho de chapa 
galvanizada (para 
não ser roído pelo 
animal); 
- No momento próximo a parição, ocorre a 
queda da progesterona para expulsão do feto; 
- Ocorre um aumento na taxa de secreção de 
prolactina (produção de leite). 
 PARTO 
- Dura cerca de 20 a 30 minutos, geralmente à 
noite; 
- Ninhada numerosa (>8): distribuir o excedente 
com outras fêmeas, tendo o cuidado de escolher 
láparos do mesmo tamanho da ninhada 
receptora, com uma diferença de até 3 dias de 
idade e tendo o cuidado de passar os filhotes no 
material do ninho receptor (pelos e maravalha) 
para impregná-los com os odores da ninhada 
existente. 
 
 
 ABORTO 
 
 CAUSAS 
- Enfermidades do aparelho reprodutor; 
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- Medicamentos; 
- Animais estranhos ou predadores na criação; 
- Fêmeas excessivamente gordas; 
- Substâncias tóxicas presentes nos alimentos; 
- Frequentes entradas de pessoas estranhas na 
criação (estresse); 
- Elevadas temperaturas (principalmente no 
início da gestação pode acarretar na 
reabsorção do feto). 
 LACTAÇÃO 
 
 SÍNTESE DO LEITE 
- Fase de maior exigência nutricional; 
- Depende da prolactina (inibida pela 
progesterona na gestação); 
- Próximo ao parto: queda dos níveis de 
progesterona; 
- Pico da lactação: 3ª a 4ª semanas. 
 
 AMAMENTAÇÃO 
- De uma a três vezes ao dia; 
- Duração menor que 10 minutos; 
- Fêmea passa a maior parte do tempo fora do 
ninho. 
 
 DESMAMA 
 
 DEFINIÇÃO 
Retirada do leite da alimentação dos filhotes. 
 CUIDADOS 
- Retirar a mãe da gaiola 
- Alimentação: ração e feno de boa qualidade 
(não alimentos verdes); 
- Não misturar ninhadas nos primeiros dias pós 
desmame; 
- Após uma semana: divisão de lotes. 
 TIPOS DE DESMAME 
Tradicional: Ciclo de 42 dias; 
 Recuperação da fêmea: 7 dias. 
Semi-precoce: Ciclo de 42 dias; 
 Recuperação da fêmea: 12 dias. 
Precoce: Ciclo de 42 dias; 
 Recuperação da fêmea: 21 dias. 
Ps: Mais rápida a recuperação da coelha e 
maior produção por gaiola. 
 
 
 MACHOS 
- Água e volumoso à vontade; 
- Ração balanceada (30 a 50g/dia). 
 
 FÊMEAS 
- Água e volumoso à vontade; 
- Ração balanceada (por dia): 
 - Até 10 dias de gestação: 30 a 50g; 
 - 1/3 final da gestação: 80g; 
 - Após parição: 250 a 300g 
 
 
 MACHOS 
- Nutrição; 
- Idade; 
- Época do ano; 
ALIMENTAÇÃO 
FATORES QUE INFLUENCIAM A FERTILIDADE 
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- Consanguinidade. 
 FÊMEAS 
- Nutrição; 
- Idade; 
- Época do ano; 
- Consanguinidade; 
- Nº reduzido de óvulos formados (genética, 
clima); 
- Ovulação deficiente; 
- Reabsorção embrionária. 
 
O início da utilização da inseminação 
ocorreu em 1937 e era desenvolvida em vacas 
leiteira. Só 20 anos depois iniciou-se na França 
a utilização em coelhos. 
 Vantagens 
- Possibilidade de aceleração do padrão 
genético; 
- Reduz o risco de transmissão de doenças; 
- Permite elevação do uso do reprodutor; 
- Permite a produção de fêmeas não receptivas. 
 Desvantagens 
- Custo adicional com equipamentos; 
- Requer mão de obra qualificada. 
0 
 
- Vagina artificial; 
- Tubo de sêmen; 
- Incubadora; 
- Pipeta para sêmen; 
- Seringa de inseminação. 
 
 
 
 ESTIMULAÇÃO 
1. Bio-estímulo: macho vasectomizado, outra 
fêmea; 
2. Estimulação mecânica: manual; 
3. Hormonal: 
- LH (hormônio luteinizante); 
- HCG (gonadotrofina coriônica humana); 
- GnRH (liberador da gonadotrofina). 
 
- A seringa é introduzida cuidadosamente a 7,5 
a 10cm após passar a pélvis; 
- Rotacionando em 180ºC durante a entrada; 
- Ter cuidado para não haver descarga urinária; 
- O sêmen é depositado próximo a cérvice. 
 
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (IA) 
EQUIPAMENTOS PARA COLETA DE SÊMEN 
OVULAÇÃO 
 
POSIÇÃO