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Avaliação em larga escala: SAEB, articulações e inte- resses Gabriel Herculano A presente pesquisa busca construir uma análise acerca da recente inserção da Educação Infantil (EI) no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). As reflexões se formaram inicialmente com base nas discussões de Lopes e Macedo (2011), sobre as negociações que per- meiam os mecanismos de controle da significação e saberes legitimados. Buscarei ainda entender o discurso de qualidade que surge como pano de fundo para as avaliações em larga escala. Para tanto, será observado qual o olhar que essas crianças da Educa- ção Infantil vêm recebendo das políticas públicas vigentes. A metodolo- gia empregada é de pesquisa bibliográfica acadêmica, a partir de artigos e livros, além, de buscas online no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O SAEB, surge no campo escolar na década de 1990, como sendo uma possibilidade de verificação da aprendizagem escolar e, promete ser o termômetro da qualidade da educação, sendo ele o porta-voz do que acontece nas escolas para a sociedade e, posteriormente somado a outros processos, para o mundo. Dentro dessa perspectiva, é possível perceber a aproximação da chegada do SAEB na Educação Infantil, com a seleção de saberes do que vale a pena ser ensinado, a partir das discussões do que será avaliado. Baseada em Louzada (2017) parto da premissa que existe uma ideia por trás desse processo, existe um compromisso com os padrões interna- cionais de qualidade. O SAEB aplicado hoje para as crianças da EI é só a primeira etapa de avaliação em larga escala, que se repetira até o Ensino Médio, onde o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) entra em cena, o SAEB na EI hoje está calibrando as crianças para o PISA de amanhã. Sendo assim, para entender um pouco mais sobre essas articulações, é importante problematizar as teias que vem sendo tecidas com as avalia- ções em larga escala, definindo e moldando tipos de sujeitos preparados cada vez mais cedo para um processo de letramento e condicionamen- to de mundo, onde as especificidades da EI estão sendo cada vez mais desconsideradas, ou vistas como perda de tempo por políticas públicas e avaliações externas homogeneizadoras, pautadas em números como ver- dades absolutas tal como trás Popkewitz (2013).
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