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OXIGENOTERAPIA DE ALTO FLUXO

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OXIGENOTERAPIA DE ALTO FLUXO 
 
 A oxigenoterapia de alto fluxo é um tipo de ventilação não invasiva por 
meio de um cateter nasal também conhecido como CNAF, cateter nasal de alta 
fluxo, utilizada em casos de insuficiência respiratória aguda, onde a partir de 
alta demanda de fluxo, é enviado ao paciente oxigênio misturado a ar 
comprimido aquecido e umidificado passando pelas vias aéreas superiores. 
 A CNAF é um tipo de sistema aberto, onde neste caso, deixa 50% da 
narina aberta para que o ar possa entrar e sair. Seu alto fluxo gera uma 
pressão positiva que acaba auxiliando na melhora da capacidade residual 
funcional, que seria a quantidade de ar que permanece nos alvéolos ao fim da 
expiração. 
 
A aplicação da CNAF é fundamentada em quatro características 
1. Um sistema “alto”: O fluxo do gás deve ser transportado através de 
uma cânula, onde esta não pode obstruir as narinas, por isso, deve 
deixar pelo menos 50% das narinas abertas para que o ar possa passar. 
2. Gás condicionado: Os gases que são utilizados na CNAF devem ser 
devidamente aquecidos e umidificados na intenção de evitar o 
ressecamento da mucosa respiratória. 
3. Alto fluxo: A CNAF deve levar fluxos de misturas de gases maiores do 
que o pico de fluxo inspiratório do paciente para prevenir a entrada de ar 
ambiente durante a inspiração. 
4. Alta velocidade: O gás que é transmitido para o paciente deve entrar 
em alta velocidade para que consiga atingir profundamente as vias 
aéreas levando o ar fresco para o mais próximo da carina, na intenção 
de preencher todo o pulmão. 
Mecanismo de ação 
 Os mecanismos de ação da CNAF consistem em auxiliar na redução da 
resistência inspiratória causadas pelas vias aéreas altas: narinas e nasofaringe 
permitindo a redução do espaço morto, ocupando toda a área com a mistura de 
gases. Também produz lavagem do espaço morto anatômico da nasofaringe, 
substituindo o CO2 exalado por um gás mais limpo e rico em oxigênio, o que 
causa a diminuição do trabalho metabólico, reduzindo o custo de energia que o 
organismo gasta para respirar e aquecer, além de produzir uma melhora da 
condutância das vias áreas e clearence mucociliar, evitando ressecamento das 
secreções respiratórias através da umidificação, diminuindo a dispneia e a 
sensação de secura orofaríngea. 
 
Benefícios: 
 Produz melhora a troca gasosa; 
 Lava o CO2 no espaço morto anatômico; Um indicativo que está 
funcionando corretamente essa lavagem é quando a frequência 
respiratória do paciente é menor enquanto, ao PaCO2 e o volume 
corrente permanecem constantes, mostrando que o espaço morto está 
reduzido. 
 Reduz índices hipoxêmicos; 
 Diminui as taxas de intubação e reintubação; 
 De acordo com um estudo realizado na Coréia do Sul em 2016, informa 
que a CNAF também está associada com a redução do tempo de 
internação na UTI. 
 
Malefícios: 
 Barotrauma causado pelo alto volume corrente sob pressão positiva, 
podendo causar lesões nas vias aéreas; 
 Pode causar agitação, ansiedade e sensação de claustrofobia no 
paciente devido ao alto fluxo que é jogado na sua via aérea; 
 O paciente deve manter a boca fechada para que não haja escape de 
ar. 
 
 
 
 Vale ressaltar que a CNAF só tem sucesso quando o paciente consegue 
tolerar seu uso. Para isso, o fisioterapeuta deve orientar o paciente e 
explicar o que irá acontecer para que ele consiga entender e tolerar o 
equipamento quanto a claustrofobia, tentando se sentir confortável 
mesmo com o alto fluxo. 
 A temperatura a ser utilizada é de 37°C. 
 
 
 
CNAF em pacientes com SARS/COV2 
 
 De acordo com o sistema coffito-crefito a recomendação é não utilizar 
equipamentos que gerem aerossóis para não disseminar partículas 
contaminadas do vírus pelo ar, porém em alguns casos específicos 
definidos pela equipe, pacientes que necessitam de CNAF devem utilizar 
uma máscara sem válvula de exalação conectada a um circuito ventilatório 
com ramo duplo, através de filtros trocadores de calor e umidade (FTCU). 
Também são utilizados filtros de barreira nas extremidades distais dos 
ramos expiratórios dos circuitos ventilatórios antes das válvulas exalatórias. 
 É uma recomendação também que estes pacientes que necessitem da 
CNAF estejam em leitos em isolamento respiratório, e a equipe 
devidamente equipada de EPI’s. 
 
Recomendação em pacientes com SARS/COV2 de acordo com o 
COFFITO/CREFITO 
Parâmetros a serem utilizados: 
 Pressão inspiratória de até 10 cmH20 acima do nível de PEEP; 
 Utilizar níveis de PEEP de até 10 cmH20, com objetivo de minimizar 
dispneia; 
 Manter SpO2 ≥ 93%; 
 FiO2 ≤ 50%; 
 Frequência respiratória < 24 incursões respiratórias por minuto. 
 
 Caso não seja observada a melhora do paciente em até uma hora de uso 
de CNAF, é indicada a IOT eletiva e iniciar o uso da ventilação mecânica 
invasiva protetora. 
 
Tipos de CNAF no mercado 
Lado A: Optiflow 
 Podemos ver os componentes do equipamento Optiflow. Ele possui um 
misturador de gás chamado de blender, é através dele que o ar comprimido é 
misturado ao oxigênio. Esse ar já misturado irá descer até a base de 
umidificação, e ir até o aquecedor para chegar até a temperatura de 37°C. 
Desta parte ele irá seguir pelo circuito que irá manter essa temperatura e 
umidificação para chegar ao paciente através da cânula. 
 
Lado B: Airvo 2 
 O Airvo 2 possui uma câmara umidificadora acima da placa aquecedora, 
um painel de controle, o circuito respiratório com espirais duplas de 
aquecimento e um sensor de temperatura que pode quantificar 31ºc, 34ºc e 
37ºC, além das cânulas para levar os gases até o paciente. 
 
Lado C: Vapotherm 
 Vapotherm funciona de forma mais automática, possuindo um cartucho 
dentro da máquina que mantém a separação do ar com o vapor. Ou seja, o ar 
representado pela seta azul clara passa por dentro do cartucho, e o vapor de 
água passa por dentro do microfilamento que ele possui. 
 Depois que o ar e o vapor saem da máquina passam por outros orifícios 
que levam esse ar até a cânula para o paciente inalar. Nesses orifícios também 
possuem dois filamentos de separação onde o ar passa por dentro, e a água 
em vapor passa por fora dele. Na imagem é possível ver o vapor representado 
nesses pontinhos vermelhos e o ar passando por dentro em azul. É neste 
momento que a água e o ar se mantém aquecidos, e seguem até a cânula para 
o paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
BONFIM, Elizabeth Santos. A EFICÁCIA DA CÂNULA DE ALTO FLUXO 
ALTERNATIVAMENTE À VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA EM PACIENTES 
HIPOXÊMICOS. Revista Saúde e Meio Ambiente – RESMA, Três Lagoas, v. 6, 
n.1, pp. 56-70, janeiro ∕julho. 2018. ISSN: 2447-8822 
Dr. Luís Fernando Andrade de Carvalho. Cateter Nasal de Alto Fluxo. 
Programa de Residência em Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Infantil 
João Paulo II. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=uKN80R3Lz7o&ab_channel=HIJPIIAulas-
Corpocl%C3%ADnicodaunidade. Acesso: 3 de jun de 2020. 
Keszler M. State of the art in conventional mechanical ventilation. Jour - nal of 
Perinatology, 2009; 29: 262-275. 
Sistema COFFITO-CREFITO. Disponível em: 
https://www.coffito.gov.br/nsite/wp-content/uploads/2020/06/Cartilha-completa-
altera%C3%A7%C3%B5es-final-2-compactado.pdf 
SLAIN, K.; SHEIN, S. L.; ROTTA, A. T. Uso de cânula nasal de alto fluxo no 
departamento de emergência pediátrica. J. Pediatr. (Rio J.) 93 (suppl 1), 2017 
Yoo JW, Synn A, Huh JW, Hong SB, Koh Y, Lim CM. Clinical efficacy of high-
flow nasal cannula compared to noninvasive ventilation in patients with post-
extubation respiratory failure. Korean J Intern Med. 2016; 31: 82–88. doi: 
10.3904/kjim.2016.31.1.82

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