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Sedimentologia - Aula 04

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Sedimentologia: 
Diagênese e Pedogênese
PROF. PERCY BORIS WOLF KLEIN
FACULDADE DE ENGENHARIAS – REGIONAL CATALÃO
Objetivos:
Formação das rochas sedimentares e 
solos:
Diagênse;
Pedogênese.
ROCHAS SEDIMENTARES:
Definição
São rochas originadas pelo intemperismo de rochas
preexistentes. Os produtos detríticos ou químicos do
intemperismo são transportados e depositados nas bacias de
sedimentação. Por meio da diagênese o sedimento é
litificado e transformado em rochas sedimentar.
ROCHAS SEDIMENTARES
Intemperismo Erosão Transporte SedimentaçãoIntemperismo Erosão TransporteIntemperismo Erosão Transporte Deposição
DiagêneseROCHA SEDIMENTAR Soterramento
Características principais
• São rochas formadas na superfície do planeta, e sua 
formação está condicionada diretamente aos 
processos superficiais;
• Perfazem 5% da crosta terrestre. No entanto, estão 
amplamente espalhadas em uma fina camada sobre 
rochas ígneas e metamórficas. 
• Muitas rochas sedimentares tem alto valor econômico.
Ex: óleo, gás, minério de Cu, Pb, Zn, Fe, Au e Ag.
• Possuem em geral estratificação e/ou estruturas 
sedimentares;
• Podem incluir materiais de proveniência biológica, tais
como: carvão, xisto betuminoso, turfa, etc.
• São formados em diferentes ambientes de sedimentação, 
tais como: Lagos, desertos, rios, delta e plataforma 
continental.
ROCHAS SEDIMENTARES:
Diagênese
• conjunto de transformações que ocorrem no
sedimento após a sua deposição.
• Transformações em adaptação às novas condições
físicas (pressão, temperatura) e químicas (pH,
pressão d´água).
• Material original é exclusivamente sedimentar e os
processos de transformação incluem dissoluções e
precipitações a partir das soluções aquosas existentes
nos poros.
Diagênese
Processos diagenéticos são controlados por: 
• Composição química do fluido do poro (composição iônica, pH, 
salinidade, etc.) 
• Temperatura (variando de -40° a > 100°C) 
• Pressão de soterramento
• Fatores orgânicos (especialmente microrganismos) 
• Taxa de transferência de fluídos pelos poros 
• Mineralogia e textura original do sedimento 
• Tempo
Campo de atuação da diagênese
 Compactação
Processos e produtos diagenéticos
Representação esquemática das 
mudanças introduzidas, por efeito de 
compactação mecânica: fechamento
do empacotamento; b) deformação de 
grãos; c)quebra de oóides.
 Dissolução
Evolução dos tipos de contato
entre grãos terrígenos, durante a
diagênese: a) pontuais; b)
planares; c) côncavo-convexos; 
d) saturados.
Estilólito – material 
insolúvel 
(frequentemente rico 
em matéria orgânica) 
que torna-se 
concentrado ao longo 
do limite da zona da 
rocha dissolvida. São 
mais comuns em rochas 
carbonáticas que 
silicláticas.
http://www.usask.ca/geology/classes/geol243/243notes/stylo.gif
http://www.usask.ca/geology/classes/geol243/243notes/stylo.gif
Cimentação
Desenho esquemático comparando duas distribuições de cimento de quartzo em um arenito: a) 
típica de cimentação de porosidade primária (cimentação precoce) e b) típica de cimentação
de porosidade.
Sílica
• Dissolução por pressão
• Dissolução de silicatos instáveis
• Reações diagenéticas que liberem sílica (ex. esmectita e 
ilita) 
• Dissolução de sílica biogênica
Calcita, argila, óxido de Fe (hematita)
Recristalização
Representação esquemática de carapaças carbonáticas de 
pelecípodo sofrendo dois tipos possíveis de recristalização
diagenética: neomorfismo e substituição
Representação genérica de rochas
sedimentares, com indicação de seus
componentes principais.
Componentes deposicionais
• Arcabouço
• Matriz
• Porosidade primária
Componentes diagenéticos
• Cimento
• Porosidade secundária
FORMAÇÃO DOS SOLOS:
Pedogênese
Constituintes do solo
solo = regolito + matéria orgânica + água + ar
Fatores que controlam a formação do 
solo :
1. Material parental
• Composição da rocha, textura e estrutura 
Granito na Antartica intensamente intemperisado, com textura carvenosa, devido a 
cristalização de sais em pequenas cavidades e ao longo dos limites dos grãos. 
Arenito
2. Clima
• Tipo de intemperismo
• Pluviosidade -> mais chuva -> maior lixiviação e maior 
vegetação 
3. Plantas e animais
• Fonte de matéria orgânica (humus)
• Ácidos orgânicos influenciam no pH (maior taxa 
de decomposição – menor o pH do solo)
• Micro-organismos (bactérias) ajudam na 
decomposição da matéria orgânica 
• Plantas desfavorecem a erosão
Erosão provocada por desmatamento
4. Topografia 
• velocidade de escoamento
5. Tempo
Formação do solo
Intemperismo + pedogênese = 
perfil de alteração ou perfil do solo
Pedogênese – modificações causadas pelo intemperismo nas rochas 
tornam-se estruturais, com organização e transferência de minerais 
formadores do solo, entre os níveis superiores de alteração.
Limite da formação dos solos
Balanço entre: 
• Desgaste da superfície
• Migração dos horizontes
Alta taxa erosão + intemperismo lento => 
solos pouco espessos
Baixa taxa de erosão + intemperismo rápido => 
solos espessos e pobre em nutrientes
 Perda de matéria (lixiviação 
física e química);
 Adição de matéria –
proveniente de fonte externa 
– matéria orgânica, poeiras 
minerais vinda da atmosfera 
e sais minerais (fluxos 
ascendestes) ;
 Translocação de matéria –
remobilizações verticais e 
horizontais no interior do 
perfil;
 Transformação da matéria –
decomposição de matéria 
orgânica.
Processos envolvidos na formação do solo
Principais Horizontes 
dos Solos
O – Horizonte rico em matéria 
orgânica ( > 35%)
A – Matéria mineral misturada com 
humus
E – Lixiviação
K, Mg, Na e argila são 
removidos
B – Acumulação
Ausente em solos jovens
Distinto em solos antigos
Al, Fe, argila (climas úmidos)
Si, Ca (climas áridos) 
C - Rocha
Classificação de solos
Difícil devido ao número de fatores involvidos
Variáveis para classificação
• Rocha original
• Constituintes
• Maturidade
• Estrutura
• Clima e vegetação
SOLO CARACTERÍSTICA 
NEOSSOLO 
Solo pouco evoluído, ausência do horizonte B. 
Predominam as características herdadas do material 
original. 
VERTISSOLO 
Solo com desenvolvimento restrito; apresenta expansão 
e contração pela presença de argilas 2:1 expansivas 
CAMBISSOLO Solo pouco desenvolvido, com horizonte B incipiente. 
CHERNOSSOLO 
Solo com desenvolvimento médio; atuação de processos 
de bissialitização, podendo ou não apresentar 
acumulação de carbonato de cálcio. 
LUVISSOLO 
Solo com horizonte B de acumulação (B textural), 
formado por argila de atividade alta (bissialitização); 
horizonte superior lixiviado 
ALISSOLO 
Solo com horizonte B textural, com alto conteúdo de 
alumínio extraível; solo ácido. 
ARGISSOLO 
Solo bem evoluído, argiloso, apresentando mobilização 
de argila da parte mais superficial 
NITOSSOLO 
Solo bem evoluído (argila caulinítica – oxi-hidróxidos), 
fortemente estruturado (estrutura em blocos), 
apresentando superfícies brilhantes (cerosidade). 
LATOSSOLO 
Solo altamente evoluído, laterizado, rico em 
argilominerais 1:1 e oxihidróxidos de Fe e Al. 
ESPODOSSOLO 
Solo evidenciando a atuação do processo de 
podzolização; forte eluviação de compostos aluminosos, 
com ou sem ferro; presença de humus ácido. 
PLANOSSOLO 
Solo com forte perda de argila na parte superficial e 
concentração intensa de argila no horizonte 
subsuperficial. 
PLINTOSSOLO 
Solo com expressiva plintitização (segregação e 
concentração localizada de ferro). 
GLEISSOLO 
Solo hidromórfico (saturado em água), rico em matéria 
orgânica, apresentando intensa redução dos compostos 
de ferro 
ORGANOSSOLO 
Solo essencialmente orgânico; material original constitui 
o próprio solo 
 
Classificação dos solos 
segundo a EMBRAPA
Tipos de solos
Latossolos:
• horizonte A moderado e horizonte B latossólico. São muito
porosos, permeáveis e de acentuado a fortemente drenados.
Solos espessos. Regiões planas.
Podzólicos:• São vermelho-amarelados e, ao contrário dos latossolos,
desenvolvem-se em regiões menos planas.
• Distinta individualização de horizontes, bem drenados,
moderadamente porosos, sobretudo na parte superficial.
Possui agregados granulares pequenos a médios.
Cambissolos:
• São solos pouco desenvolvidos, principalmente por causa 
do relevo mais acentuado. Possuem horizonte B incipiente 
(poucos centímetros), com alguns minerais primários e 
fragmentos líticos, facilmente intemperizáveis, ainda 
presentes.
Laterita ou crosta laterítica:
• Crosta alumino-ferruginosa que desenvolve-se sobre solos 
intensamente lixiviados
 Preservação do mineral primário e sua acumulação 
relativa, devido a perda de matéria no perfil durante a 
alteração.
 Destruição do mineral primário e formação de 
minerais secundários mais ricos no elemento de 
interesse
Depósitos lateríticos
4,0 9,5
Ácido < 6,7 Neutro = 7,0 Alcalino > 7,3
pH = - log [H+]
Acalinidade vs acidez no solo
1. solos fortemente ácidos (pH < 5.0)
(a) Al+3 torna-se soluvel 
(b) Al+3 sofre hidrólise
(c) Al+3 e Al(OH)+2 são adsorvidos ao solo
Solos orgânicos
2. Solos moderadamente ácidos (5.0 < pH < 6.5)
(a) mais básicos (Ca+2 e Mg+2)
(b) Al é parcialmente solúvel
3. Solos neutros (pH > 6.5)
(a) Ca+2 e Mg+2 dominam
(b) Al é insolúvel
Geologia Sedimentar
Primeira Edição, 2003
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