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PEDOGÊNESE Processos de formação do solo Para quê? Uso do solo Classificação Morfologia Gênese A R Perfil de solo com seqüência de horizontes pedogenéticos A B C R Processos de formação do solo São úteis para entender as feições do solo, identificá-los e classificá-los. O comportamento geral dos materiais que compõem o perfil e/ou horizonte é indicado por: 1. PROCESSOS GERAIS (vs 2. Processos específicos) ADIÇÃO: aporte de material do exterior do perfil ou horizonte do solo. Ex: areia ou cinzas vulcânicas trazidas de outro local e depositados sobre o perfil. REMOÇÃO: o material é removido para fora do perfil. Ex: lixiviação. TRANSFORMAÇÃO: o material muda sua natureza química ou mineralógica. Ex: montmorilonita → caulinita TRANSLOCAÇÃO: ocorre quando o material passa de um horizonte para outro, sem abandonar o perfil. Ex: eluviação/iluviação. Adição Adição Remoção Remoção Transformação Translocação Processos gerais: detalhes 1. Adição: • Matéria orgânica • Chuva • Vento • Sedimentação • Antropogênicos • Adubos • Biocidas • Resíduos • Aterros 2. Transformação: • Material orgânico em matéria orgânica • Minerais primários em secundários • Precipitação • Dissolução 3. Translocação: • Eluviação / iluviação: • Colóides orgânicos • Colóides inorgânicos • Íons vertical para baixo e para cima (crostas salinas: capilaridade + evaporação): • Animais: • Minhocas, cupins formigas; • Tatus, marmotas, coelhos. 4. Perdas • Lixiviação • Erosão • Antropogênicas: • Erosão acelerada • Colheita • Empréstimo de material para construção 2. PROCESSOS ESPECÍFICOS 2.1. LATOLIZAÇÃO (ou FERRALITIZAÇÃO) Abundância de chuvas → intenso intemperismo químico (clima tropical e subtropical úmido) LATOSSOLOS cauliníticos = Planalto RS LATOSSOLOS oxídicos = Brasil Central perfis de solos profundos e muito homogêneos sem gradiente textural coloração uniforme Formação do B latossólico • Predomínio: • Perdas (bases) • Transformação • Principais horizontes: • B latossólico • B nítico ??? • Principais solos: • Latossolos • Nitossolos?? Formação do B latossólico • Características: • Enriquecidos em Fe, Al e seus respectivos óxidos • Empobrecimento em sílica • Empobrecimento em bases • Áreas sem eventos tectônicos recentes (Brasil Central, África Central, Austrália) Formação do B latossólico Processo 1: • Formação in situ • Intensa lixiviação (bases e sílica) Processo 2 (petroplintitas): • Aporte lateral de ferro em adição ao acumulado pelo intemperismo. Processo 3: Transporte e deposição de material pré-intemperizado, com subsequente pedogênese (poligenia). • Linhas de pedra ??? A AB BA B Latolização Solos Solos com Solos com Solos com Neossolos B incipiente B textural B latossólico Mica Caulinita Gibsita ENVELHECIMENTO AUMENTO EM - Intemperização - Profundidade - Porosidade - Lixiviação cátions básicos - Fixação de P DIMINUIÇÃO EM - Fertilidade - Atividade da fração argila (CTC) - Minerais primários intemperizáveis - Teor em silte FATORES PROCESSO CARACTERÍSTICAS CLASSE INFERÊNCIAS CLIMA Quente e úmido L A T O L I Z A Ç Ã O Estrutura granular maciça porosa L A T O S S O L O S Fertilidade natural baixa RELEVO Suave a plano Profundo Bem drenados Bem drenado Bem aerados MATERIAL DE ORIGEM Potencial para formação de argila Mineralogia argilas: 1:1 e óxidos Boa mecanização Bom armazenamento de água Bom armazena- mento de água Pseudo areia Forte agregação ORGANISMOS Aeróbios Máficos: atração magnética Máficos: reserva micronutrentesTEMPO Longo Não há minerais primários intemperizáveis 2.2. LESSIVAGEM E PODZOLIZAÇÃO Transferência vertical de colóides e sua deposição em horizontes subsuperficiais. Pode produzir gradiente textural no perfil Horizonte de perda material = ELUVIAL (A ou E) cores claras e textura mais arenosa Horizonte de ganho material = ILUVIAL (Bt) mais argilosos e menos permeáveis Podzolização: é necessário material rico em quartzo. Com isso, há grande permeabilidade para a matéria orgânica descer na forma de organometal. Causas da “acumulação” nos horizontes inferiores ➢ pH mais elevado em profundidade pode favorecer a decomposição dos complexos; ➢ complexos metálicos podem flocular devido ao aumento da relação metal/ligante; ➢ complexos podem ser imobilizados por adsorção aos minerais. Formação do B textural • Predomínio: • Translocação (de colóides minerais: argila) • Principais horizontes: • B textural • B plânico • E álbico • Principais classes de solos: • Argissolos • Luvissolos • Planossolos • Processo 1: [Lessivagem (Eluviação-iluviação)] • Translocação de argila do A e/ou E para o B • Dispersão • Transporte • Deposição • Indicadores: • Filmes de argila • Razão argila fina / argila total • Composição do filme de argila • Micromorfologia • Processo 2: • Formação de argila a partir de elementos (Al, Si, Fe, etc.) vindos do intemperismo do A e/ou E. • Argilas se formam in situ, não foram transportadas • Processo 3: • Mais argila se forma no horizonte B que nos outros horizonte acima. • Não há contribuição de elementos vindos do A ou E • Diferenças no material de origem ou na taxa de intemperismo • Processo 4 (não pedogenético) • Deposição de material menos argiloso no topo, vindo a formar o A e/ou o E. • Processo 5: Ferrólise Produz Al3+ Quando o pH aumenta (no processo de redução) o Al se polimeriza. Al(OH)3 intercamadas em argilas expansivas causam a “cloritização” (comum no Pantanal); Diminui a CTC Diminui a capacidade de retenção de água. Ferrólise: Fe3+ + H20 FeOH++ + H+ • A formação de H+ produz um decréscimo de pH na superfície das argilas. • Dentro de poucos dias, a ligação instável H-argila converte para uma argila com Al3+ trocável. • O Al3+ é dissolvido das posições octaedrais dos minerais argilosos, destruindo parcialmente os minerias argilosos (liberação da Si). • Na próxima inundação, o ciclo se repete: • Fe3+ +1 e- Fe2+ • pH aumenta • Al3+ pode hidrolizar e precipitar como Al(OH)3 • O que “sobra” no horizonte superficial é o material quartzoso, que não se dissolve. 26 Estrutura dos minerais Tetraedro Octaedro 1 2 3 4 1 2 3 4 5 6 Si Al O ou OH Pré-requisitos para Ferrólise Pré-requisitos : • Remoção dos produtos da reação; • Bastante Fe e Matéria Orgânica para sustentar o processo; • Repetiçao indeterminada dos ciclos. Ferrólise : Identificação no Campo Planossolo na França (Terraço na região de Dore) Fe Austrália, Planossolo Ferrólise : Identificação no Campo Ferrólise : Identificação no Campo Pantanal- RPPN SESC, Planossolo Lessivagem (Eluviação – Iluviação) A E Bt Cerosidade Consiste numa fina película de argila depositada na superfície dos agregados conferindo-lhes aspecto lustroso e com brilho graxo. Resultante da migração de argila iluvial. Serve para identificar horizonte B textural e B nítico . B textural B nítico Formação do B espódico • Predomínio: • Translocação (de complexos organometálicos) → Podzolização • Principal horizonte: • B espódico (Bh, Bs, Bhs) • E álbico • Principal classe de solo: • Espodossolos Podzolização A E Bhs FATORES PROCESSO CARACTERÍSTICAS CLASSES INFERÊNCIAS CLIMA Quente e úmido P O D Z O L I Z A Ç Ã O L E S S I V A G E M Estrutura blocos angulares ou subangulares ARGISSOLO PLANOSSOLO LUVISSOLO ESPODOSSOLO Fertilidade natural variável RELEVO Suave a ondulado Medianamente profundos a profundos Podem existir fluxos laterais MATERIAL ORIGEM Potencial para formação de argila Pode existir horizonte eluvial E Impedimento às raízes Cuidado com a erosão Bem drenado a mal drenados Armazenamento de água Cuidado com erosão ORGANISMOS Aeróbios Cerosidade Espessura do A variávelTEMPO Médioa longo Existem minerais primários intemperizáveis 2.3. GLEIZAÇÃO Ocorre em ambiente de solo com prolongada ou permanente saturação com água. A ausência de oxigênio favorece a atividade de microrganismos anaeróbios, que utilizam metais como aceptores finais dos elétrons (reação de oxi-redução). Desta maneira, Fe3+, Mn3+ e Mn4+ são reduzidos e liberados dos respectivos óxidos. A migração dos íons Fe2+ e Mn2+ na solução deixa (forma) zonas empobrecidas em óxidos e, por isso, descoloridas (cinzentas = gleizadas). Em locais com presença de oxigênio (poros, interior de agregados, raízes, zona de oscilação do lençol freático), há formação de concreções localizadas de óxidos. Solos: comuns em áreas de várzeas mal drenadas (drenagem lenta ou impedida). Horizonte com gleização intensa: glei (Bg ou Cg) Formação de horizontes associados à má drenagem • Predomínio: • Transformação (oxi-redução) • Perdas • Translocação (formação de concreções) • Principais horizontes: • Horizonte glei • Horizonte plíntico • Horizonte espódico? Clima tropical. • Principais solos • Plintossolos • Gleissolos • Planossolos • (Espodossolos) • (Organossolos) • Constantemente saturado: glei • Alternadamente saturado: mosqueados, plintitas Oxirredução: Nos solos de drenagem deficiente, encharcados, o oxigênio disponível esgota-se logo. Os próximos oxidantes, substituindo o oxigênio na recepção de elétrons, são nitratos e alguns compostos de manganês. Quando esses se esgotam, o ferro de valência 3 na goethita e hematita passa a ser o recepcionador de elétrons, passando de Fe(III), para Fe(II), dando a cor cinzenta das tabatingas. Gleização • Fe3+ + 1e- Fe2+ A redução é normalmente seguida pela oxidação do Fe2+ Fe3+ e precipitação dos óxidos de Fe (FeOOH) Baixo croma (cores acinzentadas) • A cor do solo fornece pistas importantes a respeito dos constituintes, como também do estado de oxirredução dos solos. • O arejamento deficiente condiciona uma decomposição lenta da matéria orgânica, provocando seu acúmulo e um ambiente de redução (baixo potencial de oxirredução), que transforma Fe e Mn em formas reduzidas (solúveis), facilitando sua migração ou a toxidez para as plantas. Gleização A E Btg Gleização Gleissolo Melânico Eutrófico típico (Unidades Taim e Colégio) A Cg A Cg 1. os solos hidromóficos estão nas depressões, isto é, nas partes mais baixas do terreno; 2.quando são drenados, natural ou artificialmente, podem apresentar deficiência de Fe e Mn, que são levados para fora do alcance das raízes. O Mn é reduzido mais rapidamente que o Fe, porém é reoxidado mais lentamente. • O cobalto comporta-se de maneira semelhante ao Fe e Mn mas sua deficiência se reflete nos animais. • Nos solos inundados há um aumento na disponibilidade de alguns elementos e redução em outros. As transformações seguem uma ordem relativa, começando como o desaparecimento do O2 até a formação de metano. • A redução de Fe3+ só ocorre na presença de matéria orgânica, ausência de O2 , NO3 - e óxidos de Mn redutíveis, e presença de organismos anaeróbicos. • A oxidação é a doação, e redução e a recepção de elétrons. Lençol freático de um perfil glei Nível mais baixo do lençol freático Nível mais alto do lençol freático Cr Cg (B) permanentemente oxididado periodicamente oxididado permanentemente reduzido Água superficial de um perfil glei Camada estagnada Nível mais alto da água (B) Cg permanentemente oxididado periodicamente oxididado permanentemente reduzido Reduzido, removido oxigênio Fe2+ Fe(OH)3 precipitação MnO2 precipitação Movimento de Fe e Mn em solo glei Movimento de Fe e Mn em solo glei estagnado Periodicamente reduzido, removido oxigênio Fe2+ Fe(OH)3 precipitação oxigênio MnO2 precipitação A-D:solos com horizonte B- textural. A: Bem drenado, B-D: com aumento expressivo da estagnação da água no solo (stagnic properties). E: solo glei com lençol freático. “A2 transformando-se em horizonte E.” Cronossequência de um solo glei Exemplo, Fe + Mn em solo glei Depósito argiloso, Alora, Espanha. Fe Mn reduzido 2.4. PLINTITIZAÇÃO e LATERIZAÇÃO Acumulação de óxidos de Fe e Al plintita e laterita PLINTITA: acumulações localizadas de óxidos de Fe na forma de mosqueados e nódulos macios de cor avermelhada, capazes de endurecer e cimentar irreversivelmente através de ciclos de umedecimento e secagem. LATERITA: plintita endurecida. O Fe liberado nas porções mais elevadas da paisagem é transferido na forma Fe2+ por fluxos laterais subsuperficiais, oxidando e precipitando nas porções mais baixas. O material argiloso que fica incluso na massa, pode ser removido por percolação, originando uma laterita vesicular (porosa). Ex: “pedra cupim” – Ruínas de São Miguel. Plintização A Btf EB Plintossolo Argilúvico Eutrófico abrúptico Petroplintita 2.5. CARBONATAÇÃO Formação e acumulação de CaCO3 (calcita) no solo. Precipitação da calcita – favorecida por altas de Ca2+ e decrescentes de água (pluviosidade evapotranspiração) para a dissolução e lixiviação dos carbonatos. A calcita não é adsorvida à superfície de óxidos, então, quando o solo seca os macroporos são os principais locais para a sua precipitação. Em Vertissolos do Uruguai e RS (Campanha), há indicação da dissolução da calcita, devido às atuais condições climáticas mais úmidas. 2.6. SALINIZAÇÃO Acúmulo de sais solúveis no perfil. O processo pode ser natural, ou artificial devido à irrigação mal conduzida. Salinização natural: em áreas litorâneas ou sob clima árido, onde a pluviosidade é menor que a evapotranspiração. Por solubilização de depósitos geológicos subsuperficiais pela água que penetra no perfil. No período seco a ascensão capilar da água transfere os sais à superfície onde precipitam na forma de crostas. Com as chuvas os sais são solubilizados e lixiviados para o subsolo, onde aguardam nova oportunidade para ascender. Principais sais: cloretos, sulfatos e carbonatos de Na, Ca e Mg. Solos com elevados teores de sais Solos SALINOS 2% da CTC saturada por sais condutividade elétrica CE 4 mS 2.7. SODIFICAÇÃO e SOLODIZAÇÃO SODIFICAÇÃO Saturação do complexo de troca pelo íon Na+, devido ao uso de águas onde predomina este íon em relação aos demais cátions. Enquanto sais solúveis estiverem presentes, seu efeito floculante mantém os agregados estruturados e permeabilidade adequada do solo. Com a lixiviação desses sais, o Na+ passa a predominar nos horizontes superficiais, causando a dispersão da argila e a destruição dos agregados estruturais. A argila dispersa é translocada➔ horizonte B textural impermeável B nátrico (Btn) Solos com alta saturação com Na+ Solos SÓDICOS ( 15%, CE 4 mS) SOLODIZAÇÃO O Na+ do horizonte superficial é substituído por H+, acidificando-º Solo Solonetz-Solodizado. Salinização Acúmulo de sais solúveis no perfil Sodificação Saturação do complexo de troca pelo íon Na+ 2.8. TURBAÇÃO Processo de mistura de material do solo, podendo originar horizontes mais uniformes ou menos uniformes. BIOTURBAÇÃO (homogeneidade atribuída à fauna do solo) é ativa tanto na mistura como na transferência de materiais finos à superfície do solo. HIDROTURBAÇÃO é significativa nos solos com argilominerais esmectíticos (Vertissolos), onde através da expansão e contração é promovido o revolvimento do solo e a formação de micro-relevo gilgai. No período seco o solo contrai e o material da superfície cai para as fendas. Quando umedece de novo, expande para a superfície. Turbação A C Bv Vertissolo 2.9. PALUDIZAÇÃO H1 H2 H3 Acúmulo de matéria orgânica Solos orgânicos 2.10. SULFURIZAÇÃO É a drenagem ácida Solo presenta ocorrências de limonita (minério de ferro), que formam lâminas bem duras, com camadas de 20 cm até 80 cm de espessura Gênese de um solo Orgânico (Couto et al. (1985) Modelo para estimar idadedo depósito: vazão do rio=50,9 m3/s Precipitação=1.690 mm Infiltração=água infiltrada (h)/precipitação (p) x 100 Mandioca e Abacaxi produzindo na água! Área da bacia (A)= 5.500 km2 vazão mínima do rio Arrojado (V)=50,9 m3/s Precipitação (P)=1.690 mm água infiltrada= h h= V/A=50,9 m3/s Infiltração=100*(h / P) h= V/A= I= 100*(h/P)= Modelo para estimar idade do depósito: mm km sm 292 2500.5 /39,50 = %17 1690 292 = Precipitação = I + Evapotranspiração média (EP) = 17% + 83% P (fóforo) total da solução do solo (água do rio) = 0,027 mg/l P (fósforo) total da raiz do Buriti (digestão nitroperclórica)=400 ppm Densidade do solo= 270 kg/m3 Todo P vem da turfa: 400mg/kg x 270kg/m3 = 108 g de P/m3 de solo Evapotranspiração média = 83% da precipitação= 0,83 x 1.690= 1.403 l/m2 Raiz do buriti absorve o P na intensidade da EP= 1.402 x 0,027 mg/l= 37,9 mg de P/m3 ano= 0,379 kg de P/ha. Turfa tem 108 g de P/m3=108.000 mg de P/ 37,9 mg de P= Turfa deve ter 2850 anos de idade Modelo para estimar idade do depósito:
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