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O Egito Antigo Cultura, Sociedade e Poder Prof. Dr. Julio Gralha julio.egito@gmail.com Fontes Arqueológicas Crônicas de Manetho Cronologia Manetho foi sacerdote de Heliópolis no período ptolomaico momento em que os macedônios e gregos controlavam o Egito. Sob ordens de Ptolomeu I ou II escreveu a História do Egito (Aegyptiaka) finalizada por volta de 271 a.C. Propôs uma divisão em 30 dinastias que continua sendo seguida até hoje com algumas alterações. Fontes Arqueológicas Tábua de Palermo Uma lista de faraós Cronologia Tábua de Palermo Fontes Arqueológicas Tábua de Ábidos que é uma parede do templo de Ábidos tendo o faraó Sethi I e seu filho Ramses II diante de uma lista de faraós Cronologia Exemplo de datações da 1a Din. No séc. XX: Baines & Malek 2920 a.C. Shaw & Ncholson 3100 a.C. Grimal 3150 a.C. Budge 4400 a.C. Cronologia Importante 1) Os Egiptólogos mantém a divisão de 30 dinastias desenvolvida por Manetho. 2) Os Egiptólogos e historiadores clássicos fazem uma separação entre o Egito Faraônico e Egito Ptolomaico apesar dos monarcas ptolomaicos exercerem as prerrogativas de faraó. Pode haver aqui um tipo de pré-conceito construído por ambos os segmentos. 3)Egiptólogos africanistas (Bruce Williams, Ivan Sertima e etc) defendem que durante o período pré-dinástico a cultura faraônica teve início no norte da Núbia (Sudão) e se expandiu para a região de Tebas no Egito e finalmente foram subjugados pelos egípcios que controlaram toda a Núbia nas primeiras dinastias. A hipótese toma por base escavações realizadas no anos 60 no norte da Núbia. A Egiptologia tradicional ver de forma contraria as mesmas evidências. 4) Dinastia: significa que uma família ou um grupo mantém o controle político ou o poder por várias gerações. Períodos *Presença intercalada de dinastias. ** Presença de monarcas núbios, egípcios e persas *** Presença de monarcas da região da Palestina (Hicsos) Descrição Período ( a.C.) Dinastia Pré-dinástico Tardio Por volta de 3000 Período Dinástico Inicial 2920-2575 I – III Reino Antigo 2575-2134 IV-VIII Primeiro Período Intermediário 2134-2040 IX-XI* Reino Médio 2040-1640 XI-XIV Segundo Período Intermediário 1640-1532*** XV-XVII Reino Novo 1550-1307* XVIII-XX Terceiro Período Intermediário 1070-712 XXI-XXIV Período Tardio 712-332** XXV-XXX Período Ptolomaico (helenizados) 332-30 Imperadores Romanos 30 - 395 d.C. Características Pré-Dinásticas: 3500-3000 a.C. A Formação da Teocracia 1) Cidades organizadas em Confederações. 2)Maior desenvolvimento do Sul. 3) Confederação de Thinis, Nubt (Nagada) e Nekhen (Hierakonpolis). 4) Estas confederações se organizam em um reino: o Reino Pré-dinástico de Nekhen (3000- 2900 a.C). 5) Provavelmente a expansão deste Reino leva a unificação do Egito. Mapa contendo as três principais confederações do Sul do Egito (Alto Egito). A unificação destas confederações lideradas por NEKHEN permitiu um avanço para o norte (Baixo Egito) e para regiões mais ao sul. O reino conhecido como Hierakonpolis (Nekhem) estabeleceu a unificação de todo o Egito sob um único governo por volta de 3000 a.C. Iniciando o período dinástico Referência: MANLEY, Bill. The Penguin Historical Atlas of Ancient Egypt.London: Penguin Books, 1996. Mapa contendo os diversos reinos (ver círculos em vermelho) e o avanço do reino de Hierakonpolis Referência: MANLEY, Bill. The Penguin Historical Atlas of Ancient Egypt.London: Penguin Books, 1996. A unificação do Egito LANGE, Kurt; HIMER, Max; EBERHARD, Otto DESROCHES-NOBLECOURT, Cristiane. L’Egypte. Paris:Flamarion, 1975, p. 4 -5 (Na figura a direita podemos ver o rei com a coroa branca, desferindo um golpe no inimigo. Nota-se o falcão subjugando o povo do delta. Na figura à esquerda, no canto superior, o rei está usando a coroa vermelha, em uma espécie de desfile. Abaixo é possível ver a união das duas terras na forma de dois animais entrelaçados e a destruição de uma cidade, provavelmente Mênfis, a capital do Baixo Egito). Atributos do Faraó 1) É a representação de Hórus - divino mediador entre os deuses e os homens. 2) Mantém a ordem deixando o Caos para além das fronteiras do Egito através de rituais mágicos e culto aos deuses. 3) Após a morte torna-se realmente um deus. Alguns, como Amenhetep I, tornaram-se objeto de culto das camadas populares. 4) Em tese deveria oficiar todos os cultos de todos os deuses. Como seria humanamente impossível delega aos sacerdotes tal função em seu nome. Estela do “Superior de Equipes” Neferhotep adorando o faraó Amenhetep I e sua mãe a rainha Ahmes-Nefertari Deir-El-Medina 19a dinastia No 1516 BM ROBINS, Gay. Women In Acient Egypt. Cambrige (Massachusetts): Harvard University. Press, 1993. A Sociedade 1 1) o rei, membros da família real, membros de monarcas precedentes, membros de outras famílias de particulares ligadas às altas funções do Estado, como o vizir, os diretores dos trabalhos, os supervisores, membros das altas funções religiosas e militares e nobres A Sociedade 2 2) São, em sua maioria, artistas e engenheiros qualificados, escribas, certos grupos de sacerdotes e membros de uma burocracia secundária (de execução e não de criação de políticas). Também estariam incluídos mercadores, militares e artesãos. A Sociedade 3 3) grupo de especialistas dependentes formados por atendentes e camponeses. Alguns atendentes reais poderiam chegar à nobreza, o que indica uma certa mobilidade vertical. Não parece haver um lugar claro para os escravos, uma vez que estes eram relativamente poucos e de um modo geral urbanos. Ou seja, a sociedade e a economia egípcia não dependiam do trabalho escravo. Ver TRIGGER, Bruce G. Early Civilizations. Ancient Egypt in Context. Cairo: The American University in Cairo Press, 1996, 3a ed. p. 66 e VALBELLE, Dominique. Histoire de l`Etat pharaonique. Paris: Presses Universiteres de France, 1998, p. 49. A Era das Pirâmides (III-VI dinastias) 2750 – 2400 a.C. A Era das Pirâmides Funções possíveis 1) A monumentalidade como legitimidade da monarquia divina - O Faraó prova que é um deus encarnado ou um filho do deus pela monumentalidade da obra 2) O programa de construção como controle social – Permite que setores ociosos sejam ocupados e remunerados. É importante notar que a tais obras não eram produzidas por mão de obra escrava. 3) O programa de construção na divisão social do trabalho – Permite o desenvolvimento de diversas profissões, especializações e cargos A Era das Pirâmides O que significa? 1) Na Egiptologia uma das teorias a considera uma representação do raio de Sol que toca a terra. 2)Como tumba é o veículo que leva o faraó a reinar entre as estrelas junto aos deuses. 3) Nas teorias consideradas holísticas. Ou seja, sem uma base na História/Arqueologia, a pirâmide representa um centro iniciático, templo e gerador de energia através da forma. Tudo isso atribuído à civilizações perdidas, Atlântida e alienígenas que visitaram a Terra em um tempo remoto. Note na lateral da pirâmide o raio de Sol entre as nuvens descendo de forma inclinada. Referência: Região de Giza Pirâmide de Quefren - Foto viagem ao Egito em Fev/2007. A Era das Pirâmides As pirâmides se concentram no norte, no Baixo Egito. Os complexos mais distantes estão a uma hora do Cairo aproximadamente. No mapa ao lado é possível ver os locais Pirâmide do Rei Djoser III dinástia (2630- 2611 a.C.) construída por Imhotep Possui 60m de altura e 109m de base O Complexo todo possui aproximadamen te 250m x 450m Referência: LEHNER, Mark. The Complete Pyramids. Londo:T&H, 1997. A Era das Pirâmides A Era das Pirâmides Pirâmide de Meidum (Sneferu) Primeira das três pirâmides construídas por Senefru (2655-2607 a.C.) faraó da IV dinastia e pai de Queóps. Existe similaridade com a pirâmide de Djsozer. Possui92m de altura e 144m de base. Parece ter sido abandonada durante a construção A Era das Pirâmides Referência: LEHNER, Mark. The Complete Pyramids. Londo:T&H, 1997. Esquema de como seria a pirâmide na época. Note que a entrada é pela face norte A Era das Pirâmides Pirâmide corcunda (Senefru) Abandonada durante a construção devido a problemas estruturais. Tentou-se mudar o ângulo de inclinação, mas não deu certo. Ela possui 105m de altura e 188 de base. Pirâmide Vermelha (Senefru) Última pirâmide construída pelo faraó Senefru, pai de Queóps. Possui 105 m de altura e 220 m de lado. Suas faces estão orientadas para os pontos cardinais e sua entrada está na face norte Os egiptólogos alegam que Senefru foi sepultado nela, apesar de uma das câmaras não ter sido concluída Referência: Região de Dahshur - Foto viagem ao Egito em Fev/2007. Pirâmide Vermelha (Senefru) Entrada da pirâmide a partir da base. Referência: Região de Dahshur - Foto viagem ao Egito em Fev/2007. A pirâmide vermelha possui o túnel mais extenso com 62m até a primeira das três câmaras. Pode-se perceber que não é um lugar amigável. Pirâmide Vermelha (Senefru) Interior da segunda câmara que tem como medidas 12,31m de altura, 3,65m de largura e 8,36m de comprimento É difícil saber o que era realizado aqui, mas deveria conter a estátua de culto do faraó além do material funerário e ritualístico Referência: Região de Dahshur - Foto viagem ao Egito em Fev/2007. Pirâmide de Ounas Referência: Sakkara Outubro/1995 Pirâmides construída para o faraó Ounas (2366-2336 a.C.) da V dinastia. Neste tipo de pirâmide foram descobertos os primeiros textos religiosos e míticos que foram conhecidos como Textos das Pirâmides. Estes formaram o Livro dos Mortos 800 anos depois. A Formação da Teocracia Nestas paredes estão os textos religiosos Referência: Sakkara Outubro/1995 A Era das Pirâmides Complexo de Gizah IV dinastia Da esquerda para direita temos Queóps, Quefren e Mequerinos A Era das Pirâmides A esquerda a pirâmide de Quefren e a esfinge à direita a pirâmide de Queóps - Planalto de Gizah fev/2007 A Era das Pirâmides Esquemático da pirâmide de Queóps A Era das Pirâmides VERNER, Miroslav. The Pyramids.NY:Grove Press, 2001. Possíveis formas de transportes dos blocos utilizando uma espécie de roldana e contrapeso segundo o prof. Verner A Era das Pirâmides Possíveis formas de transportes dos blocos segundo o prof. Verner. As peças seriam arrastadas sobre roletes de madeira e erguidas com uma alavanca e armações de madeira. Estes blocos pesam em torno de 2 toneladas A Era das Pirâmides Uma outra forma é a utilização de rampas de algum tipo de alvenaria. Vestígios destas rampas foram encontrados em algumas pirâmides. De fato, a técnica poderia se híbrida utilizando, rampas, roldanas, armações de madeira e etc. O Império Egípcio O Império Egípcio 1) A monumentalidade como legitimidade da monarquia divina continua. No entanto são os templos e as capelas, e não as tumbas pirâmidais que legitimam o faraó. Este continua a provar que é um deus encarnado ou um filho do deus pela monumentalidade da obra e sob a orientação dos deuses inicia campanhas militares, comerciais e forma alianças políticas. 2) O programa de construção como controle social continua – Permite que setores ociosos sejam ocupados e remunerados. É importante notar que tais obras não eram produzidas por mão de obra escrava. 3) O programa de construção na divisão social do trabalho – Permite o desenvolvimento de diversas profissões, especializações e cargos. Neste período muito mais numerosos. O Império Egípcio Em lilás a região controlada pelo Egito. A oeste parte da Líbia, ao sul parte do atual Sudão, à leste Palestina, Líbano e parte da Síria A expansão tem início por volta de 1500 a.C. A partir de 1070 a.C. O Egito começa a perder influência no Oriente Médio O Império Egípcio Os vizinhos do Egito no período imperial O Império Egípcio Templo de Abu Simbel - Ramses II A esquerda o templo de Ra-Harakhty e Ramses II e a direita o templo de Hathor e Nefertari – foto viagem ao Egito 1995 O Império Egípcio Vista do Nilo e do leste a partir dos templos - 1995 O Império Egípcio Fachada do templo de Abu Simbel tendo 4 estátuas de Ramses II e ao centro a imagem do deus Ra-Harakthy – foto de 1995 O Império Egípcio Interior do templo escavado na rocha tendo estátuas de Ramses II – foto de 1995 O Império Egípcio Ao fundo pode-se ver o santuário do deus – foto de 1995 O Império Egípcio No interior do santuário da esquerda para direita temos Ptah de Mênfis, Amon-Ra de Tebas, Ramses II e Ra-Harakhty representando a escola de Heliópolis Nota-se que Ramses II é um deus entre os deuses – foto de 1995
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