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TEMAS CONTEMPORÂNEOS EM 
PSICOLOGIA
MÍDIAS E PRODUÇÃO DE 
SUBJETIVIDADE: O 
PSICÓLOGO E O USO DE 
MEIOS TECNOLÓGICOS 
E AS DEMANDAS DO 
MUNDO
Autoria: Me. Pablo Mateus dos Santos Jacinto - 
Revisão técnica: Ma. Luana Pinto Moraes
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Introdução
Quais impactos as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) promoveram na prática da Psicologia?
Como entender a relação entre mídia e Psicologia? Quais cuidados precisamos tomar no trabalho
desenvolvido por meio dos recursos tecnológicos? Provavelmente, essas perguntas não seriam feitas há 20 ou
30 anos. Por outro lado, hoje é impossível pensar a Psicologia sem o suporte das tecnologias.
Mesmo antes do início da pandemia da Covid-19, a Psicologia evoluía contribuindo com a formulação dos
meios de comunicação. Evoluíam também os estudos voltados à compreensão sobre como a mídia e as
tecnologias reverberam na subjetividade e na saúde mental dos sujeitos.
Nesta unidade, discutiremos com profundidade esse conjunto de temáticas, mesmo que ainda sejam
incipientes as pesquisas sobre Psicologia e mídia, além de, recentemente, haver uma explosão de investigações
sobre Psicologia e as TICs. Ao longo da unidade, você conhecerá quais são as principais inquietações teóricas
a esse propósito e as orientações práticas de trabalho no contexto contemporâneo. Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 50 minutos.
4.1 Mídia e Direitos Humanos
No fim do século XIV, Gutenberg (1390-1468) revolucionou o mundo da comunicação ao elaborar um
mecanismo capaz de reproduzir informações em ampla escala: a imprensa. Materiais que anteriormente eram
transcritos e reproduzidos de modo manual passaram a ser produzidos com maior agilidade, reduzindo assim o
custo de produção e comercialização e ampliando o acesso da população aos recursos escritos.
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Figura 1 - Imprensa e difusão de informações Fonte: klom, Shutterstock, 2021.
 #PraCegoVer Imagem de uma máquina de impressão antiga.
Mídia é uma palavra de origem latina (media) que se refere a um instrumento mediador, intermediário. Seu
papel, independentemente do formato em que se manifeste, é gerar uma ponte comunicadora entre partes.
Espaços de comunicação também se relacionam com estratégias de aprendizado. É por isso que, de acordo
com Ferreira (2014), as informações transmitidas por meios midiáticos podem carregar ensinamentos que são
acatados pela sociedade diante da legitimação da mídia perante a opinião pública.
O que pode ser potência também pode servir de base para a manutenção de estereótipos e deturpações.
Informações falsas e discriminatórias podem ser transmitidas pela mídia em formatos explícitos ou implícitos,
trazendo impacto ao comportamento social e nas subjetividades individuais. Falaremos um pouco sobre essa
relação entre mídia e subjetividade e buscaremos conectar esse debate com pontos de interesse da Psicologia.
4.1.1 Mídia e subjetividade
Moreira (2010, .) define mídia como referente aos “[...] meios de comunicação em geral, que atingem aS. p
grande massa, abrigando, pois, os grandes veículos com reconhecida influência sobre as pessoas”. Desse
modo, incluem-se como componentes de mídia:
• os mecanismos de notícia e publicidade;
• os filmes;
• as novelas e outros produtos de entretenimento;
• a gama de portais veiculados por meio virtual.
De acordo com o autor, no início da difusão dos materiais escritos, após a criação da imprensa, já havia a
preocupação dos eclesiásticos acerca do acesso coletivo aos textos religiosos. Outra preocupação se referia ao
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consumo de materiais impróprios, visto que a leitura representa um espaço privado relativamente apartado da
explicitude pública. Percebe-se, portanto, que desde os primórdios do acesso humano à mídia havia uma
relação entre esse objeto, as relações de poder que o englobam e a construção de subjetividades.
Figura 2 - Subjetividade e mídia Fonte: SFIO CRACHO, Shutterstock, 2021.
 #PraCegoVer Na imagem, há um homem negro sentado em um sofá olhando e sorrindo para um celular.
A influência da mídia na subjetividade tem sido trabalhada, no campo da Psicologia, nos estudos sobre
violência, moda, relações parentais, vícios e saúde mental (MOREIRA, 2010; ABJAUDE et al., 2020). A
mídia televisiva, em especial diante do grande acesso e confiabilidade, é associada à criação de realidades e
fortalecimento de narrativas que, dentre outros aspectos, contribui com a construção de opiniões e emoções
referentes a fenômenos apresentados substancialmente. Aliada ao recurso da internet, a mídia opera
diretamente na percepção de espaço e tempo, gerando uma compreensão de proximidade entre pessoas e os
conteúdos acessados pelo sujeito.
Para Moreira (2010), as propagandas seguem sendo o principal veículo influenciador, pois têm a capacidade
de criar hábitos e verdades. Especialmente no cenário da internet, a constância da propaganda e sua inserção
nos momentos mais sutis do seu uso garantem uma naturalização e maior internalização das informações
Estudo de Caso
Em "A mídia brasileira e as regras de responsabilização dos adolescentes em conflito 
com a lei - Parte I: Construindo uma mentalidade", a ANDI - Comunicação e Direitos 
buscou avaliar a cobertura jornalística sobre crimes praticados por adolescentes. 
Analisando oito jornais impressos (quatro nacionais e quatro regionais); quatro revistas e 
um telejornal, de 1º/04/13 a 15/05/13, em seu relatório, observa uma evidente defesa da 
redução da maioridade penal e uma superexposição dos crimes graves. Essa posição 
contribui para a formação de uma mentalidade socialmente difundida contrária às 
medidas protetivas perante crianças e adolescentes em vulnerabilidade e a favor da 
maior repressão penal contra esse público (ANDI, 2013).
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transmitidas. Outro fator a se pontuar é o maior direcionamento dos conteúdos propagandísticos, cada vez
mais associados aos perfis individuais. A mídia, portanto, dita normas. Constitui-se de relações de sentido que
vinculam um sujeito a discursos sociais meticulosamente orientados.
Outros impactos subjetivos mais explicitamente danosos também têm sido investigados. Dentre eles, destacam-
se os estudos sobre saúde mental e uso de ferramentas midiáticas, especialmente a internet. Abreu, Eiseinstein
e Estefenon (2013) avaliaram como o consumo exagerado da internet pode trazer riscos à saúde mental. O
termo "dependência por computador" foi criado em 1991 e, dentre suas características, a alegação da excitação
no uso do computador e sua substituição em relação aos relacionamentos sociais. Esse conceito evoluiu e,
atualmente, é comum o uso do termo “dependência de internet”.
Ainda segundo Abreu, Eiseinstein e Estefenon (2013, p. 98), os critérios diagnósticos acatados para a
identificação dessa dependência envolvem:
Os autores complementam que ainda há pouco tratamento específico voltado para combater essa dependência,
porém, estratégias como terapias de apoio, aconselhamento psicológico, intervenções familiares voltadas a
reparar o vínculo rompido com a dependência e intervenções psicoterápicas de linha cognitiva têm
demonstrado bons resultados.
• Preocupacao excessiva com a internet;
• Necessidade de aumentar o tempo conectado (online) para ter a mesma satisfacao;
• Exibir esforcos repetidos para diminuir o tempo de uso da internet;
• Apresentar irritabilidade e/ou depressao;
• Quando o uso da internet e restringido, apresentar labilidade emocional (internet vivida como uma
forma de regulacao emocional);
• Permanecer mais tempo conectado (online) do que o programado;
• Ter o trabalho e as relacoes familiares e sociais em risco pelo uso excessivo;
• Mentir aos outros a respeito da quantidade de horas conectado a internet;
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Figura 3 - Impacto da mídia na saúde mental Fonte: Prostock-studio, Shutterstock, 2021.
 #PraCegoVer Imagem de um jovem sentado à frente de um computador e com fones de ouvido aparentemente 
abalado por perder um jogoonline.
Outra faceta da influência da mídia e saúde mental se refere ao processo de exposição a noticiários com
informações de difícil assimilação. Bazán et al. (2020) realizaram uma investigação com uma população
exposta a notícias sobre a pandemia da Covid-19. Constataram uma grande variedade de meios pelos quais
essas informações eram acessadas:
• aplicativos de mensagens;
• meios tradicionais (rádio e TV);
• internet;
• comunicação boca a boca, dentre outros.
Mesmo havendo diversidade na natureza da notícia (boa, informativa, trágica etc.), notou-se uma correlação
entre o volume acessado e experiências de estresse e sofrimento psíquico. Nesse contexto específico, havia
alta carga afetiva relacionada às especificidades da pandemia, o que dá base para um sentimento de
ambiguidade e incertezas quanto às informações acessadas.
Em outra pesquisa, realizada pelo Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03, 2021) acerca das
experiências de psicólogas(os) perante a pandemia, constatou-se que a redução do consumo de informações
foi encarada como uma estratégia defensiva frente aos sentimentos gerados nesse cenário. Observa-se,
portanto, que, mesmo em situações cujo uso ativo e voluntário dos meios midiáticos não seja encarado como
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Você quer ver?
"The Social Dilemma” é um documentário lançado em 2020 que realiza uma análise 
sobre o poder da mídia na sociedade mundial, interferindo política e subjetivamente na 
vida das populações. O documentário pode ser encontrado na Netflix.
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problemático pelo sujeito, cada vez mais há uma fusão entre os meios de comunicação e a vida cotidiana, o
que estabelece um fluxo quase compulsório de transmissão de informações. Poucos estudos têm realizado
análises sobre os impactos desse fenômeno por parte da Psicologia.
Diante das evidências, observa-se que é inegável a existência da relação entre mídia e subjetividade. A
vivência humana atravessada pela mídia constitui um novo habitat, o qual é demarcado por densa rede de
estímulos, condicionamentos e sensações (SILVA; BRAZ; SILVA, 2011). À Psicologia cabe compreender
essa interseção e avaliar sua interferência no desenvolvimento humano e em todos os contextos de inserção
profissional.
4.1.2 Psicologia, mídia e Direitos Humanos
Em 2016, o Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina e a Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC; CRP-12, 2017) realizaram a pesquisa intitulada “Mídia e Psicologia: tecendo conexões”. Dentre seus
objetivos, buscou compreender como a(o) profissional de Psicologia se relaciona com a mídia, seja como
ferramenta de trabalho ou solidificação de saberes sobre o tema.
A pesquisa identificou que as(os) profissionais de Psicologia respondentes utilizam as mídias para fins de
lazer, estudo e trabalho. A obtenção de informações sobre a profissão foi observada, com destaque ao uso dos
canais oficiais do Sistema Conselhos de Psicologia e bases de dados acadêmicas. Na época, foi pouco
expressiva a utilização das mídias para divulgação profissional.
Mesmo antes da pandemia provocada pela Covid-19, debates sobre a participação da Psicologia em espaços
midiáticos têm sido travados. Isso porque o uso da mídia, às vezes, extrapola o simples ato de divulgação da
Você quer ler?
Netnografia: Realizando Pesquisa Etnográfica Online
Autor: Robert V. Kozinets
Ano: 2014
Comentário: Em seus estudos antropológicos, Kozinets têm demonstrado como o 
convívio humano no contexto virtual se assemelha bastante às práticas comunitárias 
corpo a corpo. Desse modo, pesquisas etnográficas passam a ser possíveis em espaços 
como e , redes sociais virtuais, comentários de vídeos, dentre outros. O livro blogs sites
apresenta um passo a passo para a realização desse formato de investigação e seu uso 
pode ser de grande valia para profissionais e estudantes pesquisadoras(es) em tempos de 
distanciamento social.
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atuação e envolve a transmissão do saber psicológico a um público mais amplo. A associação da Psicologia
com posicionamentos anticientíficos, preconceituosos e antiéticos em plataformas de ampla divulgação revela
uma demanda de cuidado cada vez mais necessária.
Partimos, então, do pressuposto de que o discurso compartilhado subjaz a prática social. Das distintas teorias
da Psicologia social, a Teoria das Representações Sociais ganhou espaço nos estudos sobre mídia, pois, por
meio dela, podemos compreender quais são os discursos formulados sobre temas expressos nos meios de
comunicação e, a partir daí, observar seus reflexos no modo de pensar e agir do público que consome esse
material. Nesse contexto, de acordo com Álvares e Garrido (2006, p. 18), as representações sociais são “[...]
sistema de valores, noções e práticas que proporcionam ao indivíduo os meios para orientá-los no contexto
social”.
A pandemia da Covid-19 teve como dificultadora a escassez de informações precisas sobre o vírus. Das
notícias apresentadas no início da crise sanitária, poucas tinham fundamento científico, pois os estudos
ainda estavam iniciando, o que gerou estados de pânico e controvérsias. De acordo com Pereira .et al
(2020), junto à pandemia de Covid-19 nasceram o estado de pânico social, em nível global, e a sensação
do isolamento social, a qual desencadeia sentimentos como angústia, insegurança e medo, que podem se
estender até depois de controlado o vírus.
Fonte: PEREIRA, M. D. . A pandemia de COVID-19, o isolamento social, consequências na saúdeet al
mental e estratégias de enfrentamento: Uma revisão integrativa. ,Research, Society and Development
São Paulo, v. 9, n. 7, 2020.
Você quer ver?
O Malabarizando é um que busca trazer discussões de interesse à Psicologia e podcast
áreas afins por meio desse recurso midiático crescente. Uma vantagem de espaços como 
esse se refere à produção e difusão de conteúdos que resguardam o rigor científico, 
porém, formulados de modo a atingir públicos gerais, incluindo aquele com perfil não 
acadêmico. O Malabarizando apresenta uma linguagem acessível voltada principalmente 
aos habitantes das favelas e periferias brasileiras (MALABARIZANDO, 2021).
Acesse
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
https://malabarizando.com/
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Lendo o trecho apresentado em consonância com o que foi estudado até o momento, entendemos que o
impacto da mídia no sentimento experienciado pela população se justifica porque:
 a) a mídia é dotada de aceitação social, portanto, pode influenciar no modo como as pessoas sentem e se 
comportam frente aos fenômenos noticiados.
 b) não há relação de influência da mídia na experiência subjetiva humana, pois esta se distancia do 
cotidiano social.
 c) a mídia não possui responsabilidade sobre aquilo que noticia, pois não pode gerar impacto social.
 d) a Psicologia comprovou que apenas notícias negativas podem gerar impacto nos hábitos e nos 
comportamentos humanos.
 e) apenas a publicidade é geradora de impactos na subjetividade humana. Notícias e conteúdos de 
entretenimento não apresentam essa característica.
Resposta(s) correta(s):
 a) a mídia é dotada de aceitação social, portanto, pode influenciar no modo como as pessoas sentem e se 
comportam frente aos fenômenos noticiados.
Não vamos nos aprofundar aqui nessa teoria, porém, cabe destacar como a análise da mídia permite
diagnosticar, ao mesmo tempo, como algumas categorias são representadas socialmente e nos orienta sobre
como garantir uma forma de comunicação eficaz e não violadora. Pensando por essa via, Moura e Melo
(2014) organizaram um guia voltado à comunicação com respeito aos Direitos Humanos. Apesar de não ser
um material oriundo do campo da Psicologia, suas reflexões são extremamente alinhadas aos debates do fazer
psicológico na contemporaneidade por intermédio dos meios de comunicação.
a) Pessoas com deficiência
É fundamental não reproduzir estereótipos negativos acerca das pessoas com deficiência. Apesar de,
historicamente, estarmos situados em um momento que preza pelainclusão, em detrimento da segregação,
práticas excludentes permanecem entranhadas na prática social. Sugere-se evitar termos como "portador de
deficiência", "especial” e “excepcional" ou outros eufemismos, bem como termos capacitistas como
"retardado” e “aleijado”.
b) Questão de gênero e sexualidade
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Gênero e sexualidade são considerados tabus no Brasil. Referências na mídia à população LGBTQIA+ são
carregadas de preconceitos explícitos ou velados (LOURO, 2018). As resoluções CFP nº 01/2018 e nº 01/1999
orientam profissionais de Psicologia a não realizarem qualquer posicionamento público que estereotipe
orientações sexuais e identidades de gênero, nem associe os demarcadores da sexualidade humana a
transtornos psicológicos. Conheça exemplos de atos de violência simbólica a serem evitados.
Exemplo 1
Negação do artigo que demarca o gênero feminino às travestis.
Exemplo 2
Falta de menção às mulheres, ofuscando-as na concordância masculina.
c) População negra
Carneiro [ .] menciona que os meios de comunicação não apenas repassam informações, mas instruem eS. d
constroem lógicas de representação. Há na mídia brasileira uma manutenção de estereótipos voltados à
população negra:
• associação à criminalidade;
• sexualização;
• negação da cultura negra;
• racismo religioso, dentre outros.
Sugere-se rever a linguagem apresentada, evitando termos como "denegrir", "humor negro", "passado e futuro
negros", dentre outros que associam a negritude ao negativo.
d) Crianças e adolescentes
Toda a comunicação voltada a crianças e adolescentes deve ser orientada pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Importa ponderar sobre a participação ativa de crianças e adolescentes em conteúdos
midiáticos, pois sua voz deve ser levada em consideração, ainda que a sociedade adultocêntrica não valorize o
que a população infantil tem a dizer. O próprio termo "infantil" é utilizado muitas vezes de modo pejorativo, o
que deve ser evitado.
Pontua-se a necessidade de preservação da identidade e integridade da criança e do adolescente. Em notícias
de cunho delicado, que possam promover constrangimento e vexação, é fundamental que seja preservada a
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identidade das crianças e adolescentes envolvidos. Isso porque é comum, em programas sensacionalistas, a
superexibição de adolescentes e crianças (especialmente pobres e negras) em reportagens sobre violência,
abuso e criminalidade.
Esse tipo de exposição, além de promover impacto psicológico ao sujeito, fortalece uma visão social negativa
em relação à infância pobre, sem trazer contribuições para a mudança da estrutura social que promove essa
vulnerabilidade. A utilização do termo "menor" é contraindicada, já que associa crianças e adolescentes ao
perfil do Código de Menores. Termos como "pivete", "meninas(os) de rua", dentre outros, também possuem
conotação negativa e devem ser evitados.
Figura 4 - Relação infância e mídia Fonte: Dani Llao Calvet, Shutterstock, 2021.
 #PraCegoVer Na imagem, há um menino negro deitado de bruços em um sofá, segurando o queixo com as 
mãos, assistindo TV.
e) População idosa
Estereótipos voltados à população idosa também fazem parte do discurso social brasileiro. Esse grupo é
frequentemente associado à passividade, incompetência, descarte, peso orçamentário, dentre outros. Debates e
lutas em defesa da população idosa e valorização desses sujeitos como cidadãos ainda são incipientes e
necessários. Mesmo na Psicologia do desenvolvimento, ainda se observa uma relação entre velhice e declínio
desenvolvimental, fortalecendo a relação entre idosos e inferioridade em relação aos demais grupos etários.
Atente-se para o uso de alguns termos.
Utilize os termos "velhice" ou "população idosa".
Lembre-se de que associações como "terceira idade" e "melhor idade" caíram em desuso.
Saiba que “melhor idade” é relacionada a um ideal romantizado de velhice, muitas vezes demarcado por um
elitismo apartado das experiências da maior parte da população.
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Em comunicação, portanto, o exagero e o eufemismo podem acabar invisibilizando realidades e impedindo
posições críticas quanto aos temas apresentados.
Figura 5 - Velhice e subjetividade Fonte: oneinchpunch, Shutterstock, 2021.
 #PraCegoVer Na imagem, há seis idosos, homens e mulheres, sentados em um banco de praça. Há os que 
estão usando celular, os que estão lendo e uma que está tricotando.
Principalmente no mundo atual, demarcado pelo uso das tecnologias e alta exposição, há uma penetração da
Psicologia em espaços midiáticos, seja para a divulgação do seu trabalho, solicitação de análises públicas, seja
para a realização de consultorias de comunicação. Os cuidados apresentados são fundamentados teoricamente
e orientam a(o) profissional a um exercício ético da profissão. Por isso, a seguir, aprofundaremo-nos no uso
das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) como ferramenta de trabalho, ampliando a discussão
aqui realizada.
4.2 Atuação do psicólogo no contexto virtual
Perceba que, ao trabalharmos as relações entre Psicologia e mídia, há inúmeras interseções possíveis.
Podemos observar:
VAMOS PRATICAR?
Selecione uma reportagem que apresente como temática algum dos públicos discutidos 
neste tópico. Analise os discursos apresentados na reportagem, identificando se são 
condizentes com a proposta dos Direitos Humanos ou se, em alguma medida, violam e 
estereotipam o grupo em questão. Apresente uma proposta de melhoria, trazendo pontos 
que poderiam ser escritos de modo mais condizente com a ética profissional da(o) 
psicóloga(o). Compartilhe sua análise com colegas e professores!
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• relação entre mídia e produção de subjetividades, na qual dialogamos sobre a influência do consumo de 
informações por intermédio dos recursos midiáticos nos modos de agir, pensar e sentir humanos;
• impactos negativos da mídia à saúde mental, seja pela adição de uso de certas Tecnologias da 
Informação e Comunicação (TICs), seja pelo acesso irrestrito a informações potencialmente impactantes;
• Tecnologias da Informação e Comunicação e mídia como aliadas na promoção da saúde.
Neste tópico veremos que, embora a Psicologia como ciência e profissão tenha lentamente se apropriado dos
meios de comunicação para a prestação de serviços e qualificação da atuação, no contexto pandêmico houve
uma ampliação desse uso.
4.2.1 Dificuldades e potencialidades da Psicologia praticada por intermédio de 
Tecnologias da Informação e Comunicação
A atuação profissional do psicólogo, historicamente, caracteriza-se como uma atividade presencial, em seus
distintos campos de atuação (notadamente saúde, educação, organizações, justiça e assistência social), e tem
sofrido de modo intenso as modificações decorrentes da pandemia. A recomendação em relação à priorização
do desenvolvimento de serviços de maneira remota, a partir do uso de Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs), tem transformado a prática psicológica em muitas áreas.
Embora seja recente tal formato de atendimento psicológico no Brasil, Pieta (2014) se refere a pesquisas
realizadas em países europeus, Estados Unidos e Austrália que demonstram a efetividade desse modelo de
atuação. São pontuados, dentre outros aspectos, a redução de custos e a facilidade do acesso da população a
uma maior gama de serviços.
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Você sabia?
Mesmo a avaliação psicológica pode ser realizada com apoio de ferramentas 
tecnológicas e de modo online! Para tanto, é fundamental que os instrumentos utilizados 
tenham sido aprovados para utilização nesse formato, com evidências científicas da sua 
validação. Na pandemia da Covid-19, o Conselho Federal de Psicologia publicou uma 
nota orientativa sobre o uso de testes psicológicos informatizados
(CFP, 2020)./computadorizados e/ou de aplicação remota/online 
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Figura 6 - Psicoterapia online Fonte: Albina Gavrilovic, Shutterstock, 2021.
 #PraCegoVer Na imagem, há uma mulher negra sentada em um sofá segurando um notebooknas pernas. Pelo 
notebook, está tendo um atendimento de saúde online.
O vínculo terapêutico a distância foi também alvo de investigação. Tradicionalmente, a presença é associada à
possibilidade de uma relação transferencial entre o usuário do serviço psicológico e o profissional de
Psicologia. O advento do atendimento remoto pôs psicólogas(os) a questionarem sobre a possibilidade de
construção de vínculo e, mesmo diante da sua existência, indagarem sobre sua qualidade.
Faria (2019) se refere ao uso da linguagem terapêutica como diverso entre o atendimento presencial e virtual.
O toque e as expressões corporais são menos ou nada acessados pelo formato remoto e fundamentais na
modalidade presencial. Especificamente segundo a abordagem gestáltica, o favorecimento do vínculo e
efetivação da psicoterapia são, segundo Faria (2019, p. 80), oriundos de uma postura terapêutica que envolva
“[...] presença e atenção; aceitação e confirmação; amor e compaixão; interesse e cuidado; inclusão e respeito;
capacidade para o diálogo; espontaneidade; congruência, entre outros”. A pesquisa mencionada demonstra
que, mesmo em contexto virtual, é possível estabelecer um vínculo terapêutico que permite a prática
psicológica eficaz.
Observa-se, hoje, uma ampliação das formas de atendimento online, envolvendo todas as abordagens teóricas
da Psicologia e variados campos de atuação. Em pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Psicologia da
Bahia (CRP-03, 2021), constatou-se que profissionais de algumas áreas passaram a trabalhar de modo remoto.
Acompanhe!
1
Área da saúde.
2
Educação.
3
Assistência social, organizacional e do trabalho.
- -15
4
Gestão.
5
Docência.
6
Clínica.
7
Hospitalar, dentre outras.
A mudança regulatória mais importante se refere à necessidade de cadastro da(o) psicóloga(o) na plataforma
E-psi, mantida pelo Conselho Federal de Psicologia, na qual é necessário indicar qual serviço será prestado
por meio remoto e quais os cuidados que a(o) profissional planeja manter para resguardar eticamente a
profissão.
4.2.2 Aspectos éticos da atuação psicológica a distância
Vimos, ao longo desta disciplina, como a Psicologia se insere na defesa dos Direitos Humanos em suas
práticas, em qualquer espaço de atuação. A divulgação profissional também é encarada como uma parte do
trabalho da(o) psicóloga(o) e regulada pelas resoluções do Conselho Federal de Psicologia.
De acordo com o Código de Ética Profissional do psicólogo:
Art. 20 – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou
coletivamente:
a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro;
b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua;
c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam
reconhecidas ou regulamentadas pela profissão;
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda;
e) Não fará previsão taxativa de resultados;
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A divulgação de posicionamentos profissionais na mídia também é regulada por normativas éticas. O quadro
seguinte demonstra a preocupação entre atuação psicológica em meios de comunicação.
Quadro 1 - Atuação profissional em contexto midiático e ética em Psicologia Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.
 #PraCegoVer No quadro, são apresentados os artigos referentes à atuação da(o) psicóloga(o) na mídia 
presentes nas Resoluções CFP nº 01/1999, CFP nº 18/2002 e CFP nº 01/2018.
Os exemplos apresentados revelam como a exposição da ciência e profissão psicológica no contexto midiático
é encarada como parte do escopo da prática profissional. Desse modo, diante da compreensão do impacto
desses posicionamentos nos veículos de massa, cabe à(ao) psicóloga(o) estar atenta(o) aos aspectos éticos que
embasam seu fazer. 
Você quer ler?
A(o) psicóloga(o), a mídia e a ética profissional
Autor: CRP-SP
Ano: 2015
Comentário: O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo dispõe de uma série de 
guias orientadores com resumos sobre demandas éticas. Um dos folhetos elaborados 
discute o tema “A(o) psicóloga(o), a mídia e a ética profissional”. Apesar de breve, o 
material escrito reforça o posicionamento do Sistema Conselhos acerca dessa linha de 
atuação, envolvendo atendimentos, pronunciamentos e entrevistas com profissionais por 
meio das TICs.
Acesse
f) Não fará autopromoção em detrimento de outros profissionais;
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais;
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. (CFP, 2015).
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/pdf/001_A(o)%20psic%C3%B3loga(o),%20a%20m%C3%ADdia%20e%20a%20%C3%A9tica%20profissional.pdf
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Quanto à prestação de serviços psicológicos por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), o
principal documento regulatório é a Resolução CFP nº 11/2018 (CFP, 2018). Ao analisar a história desse
formato de atendimento no país, pode-se considerar que, no Brasil, é recente a autorização de prestação de
serviços por meio das TICs. Em termos normativos, esse modelo inicia em 2012, com a promulgação da
primeira resolução que previa a realização de atendimentos remotos – a Resolução CFP nº 011/2012 (CFP,
2012). Essa resolução pontua algumas questões.
1
Os atendimentos realizados deveriam ser pontuais, informativos e focados no tema proposto.
2
Os atendimentos seriam limitados a 20 encontros virtuais, sob a denominação de “orientação psicológica”.
3
Permitia-se também a realização de processos de seleção de pessoal, aplicação de testes, supervisões
eventuais ou complementares à formação presencial e atendimentos em situações de trânsito ou
impossibilidade dos clientes comparecerem aos espaços físicos de atendimento.
Em processo de construção desse fazer, a resolução referida permitia atendimento psicoterapêutico apenas em
caráter experimental. Apesar do avanço tecnológico, era possível perceber uma regulamentação ainda bastante
limitante acerca da atuação da Psicologia no contexto virtual, sob a argumentação da escassez de estudos que
comprovassem a efetivação dos atendimentos psicológicos mediados por TICs, bem como a falta de
preparação institucional em regular e fiscalizar esse tipo de exercício profissional.
Sob críticas acerca da insuficiência da Resolução CFP nº 011/2012 diante da expansão das TICs, bem como
do próprio campo de atuação profissional da Psicologia, o Sistema Conselhos de Psicologia do Brasil elaborou
e publicou a Resolução CFP nº 011/2018 (CFP, 2018). Pautada em estudos sobre a efetivação do trabalho da
(o) psicóloga(o) mediado por TICs e na análise do Sistema Conselhos sobre a realidade de atuação
profissional da categoria no Brasil, essa resolução amplia o rol de possibilidades de práticas nesse contexto.
Todas as funções pautadas na resolução anterior passam a ser autorizadas por meio das TICs não apenas como
recursos eventuais, mas podem responder à integralidade do trabalho. Reitera-se a necessidade de cuidados
técnicos e éticos para a realização do trabalho nessa configuração, incluindo a necessidade de registro do
profissional em plataforma própria do Conselho Federal de Psicologia (CFP), visando centralizar informações
sobre quem atua nessa modalidade, bem como facilitar medidas de orientação e fiscalização.
Essa trajetória normativa da atuação revela que o trabalho profissional mediado por TICs no Brasil é recente.
Desse modo, estudos e referências sobre essa realidade de atuação são incipientes. Em 2020, quando começa a
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pandemia da Covid-19, a atuação da Psicologia mediada por TICs no Brasil estava no segundo ano de
vigência. Nesse cenário, mesmo profissionais que não atuavam nessa modalidade foram forçados, pela nova
realidade, a buscar atualização técnica, bem como adaptação pessoal, para se enquadrarem em diversas formas
de trabalho não presencial.
Torna-se necessário, com isso, compreender a realidade de trabalho em queprofissionais de Psicologia se
encontram, identificando as principais mudanças na atuação profissional, quais relações essas mudanças têm
com as experiências mediadas por TICs, bem como quais seus impactos na condução e no resultado das ações
realizadas.
4.3 Psicologia das emergências e dos desastres e a atuação com a 
mídia
Um campo emergente na prática da Psicologia se refere à atuação em situações de emergências e desastres.
Com raízes nos estudos da Psiquiatria e da Sociologia dos desastres, essa área consiste na sistematização de
práticas profissionais pautadas no conhecimento e técnicas psicológicas visando intervir junto à população e
instituições perante situações de emergências e desastres. Temas como “trauma”, “luto”, “resiliência”, dentre
outros, passam a ser abordados de modo constante, por meio de pesquisas que procuram compreender como o
trabalho da(o) psicóloga(o) pode auxiliar indivíduos e populações a se proteger, encarar e se reconstruir após
situações de desastre.
Para tanto, são estabelecidas ações em todos os momentos da ocorrência de um desastre: pré-desastre, durante
o desastre, e pós-desastre (CFP, 2006).
Pré-desastre
Você o conhece?
Enrico Quarantelli foi o sociólogo responsável por difundir a Sociologia dos desastres, 
trazendo extensas contribuições para os estudos nessa área. Suas pesquisas 
desmistificaram, por exemplo, a interpretação sobre desastres como definidos 
exclusivamente pela intensidade do evento adverso. Quarantelli nos provou que 
devemos considerar, ao avaliarmos um desastre, a relação entre as características do 
grupo social atingido e o evento desastroso. É o que nos explica, por exemplo, por que 
populações vulnerabilizadas sofrem mais do que populações mais ricas diante das 
mesmas condições adversas.
- -19
São englobadas as estratégias de gestão de riscos e prevenção.
Durante o desastre
Há um conjunto de atividades que envolvem atendimentos individuais e grupais, encaminhamentos à
população afetada, primeiros cuidados psicológicos, dentre outros.
Após o desastre
O trabalho da Psicologia abrange acompanhamento para evitar a concretização de traumas e estratégias de
mobilização comunitária em prol da resiliência da população.
Qual é, então, a função da Psicologia intermediando informações aos veículos de comunicação nessas
ocasiões? Vimos que o acesso a conteúdo midiático pode gerar impactos na saúde mental, o que foi
demonstrado a partir de estudos sobre notícias acerca da Covid-19 (BAZÁN ., 2020). Em casos queet al
envolvem vítimas e estas possuem pouca informação acerca do ocorrido, a qualidade da informação prestada é
crucial. Atuando em instituições de saúde, assistência social, educação, dentre outras que exercem atividades
durante desastres, ou nos espaços de gestão, a(o) psicóloga(o) pode auxiliar no intermédio com os veículos de
comunicação, buscando prestar apenas as informações suficientes e precisas, de modo a evitar situações de
pânico e favorecer o enfrentamento à adversidade vivenciada.
De modo a auxiliar esse processo, Zenatti e Sousa (2010) organizaram um manual de comunicação em
desastres. O documento, apesar de voltado aos veículos de comunicação, traz importantes contribuições para
psicólogas(os) que eventualmente tenham que intermediar o fornecimento de informações à mídia ao
acompanhar situações de desastre em sua prática profissional.
Você sabia?
Quando falamos sobre vítimas de um desastre, não tratamos apenas das vítimas diretas. 
Entendemos que as vítimas podem se encontrar em seis níveis distintos: 1) pessoas que 
sofrem o impacto direto do desastre; 2) familiares diretos das vítimas do primeiro nível; 
3) integrantes das equipes de primeira resposta; 4) a comunidade envolvida no desastre; 
5) aquelas pessoas que ficam sabendo do acontecimento; 6) aqueles que deveriam estar, 
mas não estavam no lugar do evento, por diversos motivos (CFP, 2006).
VAMOS PRATICAR?
Selecione um campo de atuação da Psicologia (escolar, social, hospitalar, jurídica, 
dentre outros) e apresente uma análise na qual aponte as vantagens e desvantagens de 
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A depender de onde a(o) psicóloga(o) atue, é possível alinhar o trabalho psicoeducativo voltado às
comunidades e as orientações do referido manual, garantindo intervenções nos três momentos de um desastre.
• Pré-desastre - atuação preventiva. A comunicação deve ampliar o acesso à informação para públicos 
leigos, buscando preparar a sociedade a situações de desastre ao divulgar ações de prevenção e 
preparação. Deve-se, por exemplo, alertar para riscos climáticos ou habitacionais (construções em 
encostas, margens de rios, dentre outros). Outra estratégia importante é ampliar a confiança da 
população em órgãos públicos de gestão de riscos e desastres (notadamente, a Defesa Civil), o que 
favorecerá o acato a orientações, caso necessário.
• Durante o desastre - durante o desastre, é importante: noticiar os espaços a serem evitados para 
reduzir o risco; garantir informe eficaz do número e identificação das vítimas; evitar imagens 
traumatizantes de indivíduos mortos ou feridos, especialmente por entender que estas serão acessadas 
por familiares; garantir uma atualização das redes das instituições públicas atuantes no processo; 
orientar a população acerca de espaços de cuidado organizados para acolher as vítimas.
• Pós-desastre - garantir a circulação de informações sobre redes de políticas públicas e benefícios 
eventuais concedidos à população vítima dos desastres; informar acerca de espaços de atendimento 
médico e psicológico disponíveis à população; realizar a divulgação periódica das consequências do 
evento, de modo a ampliar o acompanhamento e a assistência à população atingida.
A Psicologia das emergências e desastres foi formulada, ao longo do século XX, a partir de estudos e
formas de intervenção perante situações adversas, como catástrofes naturais e provocadas pelo homem.
A prática psicológica nesse contexto pode abranger todas as etapas de um desastre: antes, durante e
após sua ocorrência.
Pensando na prática profissional da Psicologia como intermediadora, junto à mídia, em situações de
desastres, analise as afirmativas a seguir.
I. Antes da ocorrência do desastre, a Psicologia pode se aliar aos veículos de comunicação para divulgar
estratégias de prevenção aos riscos.
um atendimento remoto nesse contexto. Busque avaliar os cenários com base nos 
estudos apresentados na unidade e compartilhe com seus colegas!
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TESTE SEUS CONHECIMENTOS
(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)
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II. Durante o desastre, é preciso orientar os veículos de comunicação a apresentarem notícias falsas que
acalmem a população quanto ao ocorrido.
III. Após a ocorrência do desastre, a mídia pode auxiliar orientando a população quanto aos serviços de
saúde e assistência social disponíveis às vítimas.
IV. Após a ocorrência do desastre, a Psicologia pode se aliar à mídia para avaliar a situação e propor
estratégias de organização social que evitem eventos semelhantes.
Está correto o que se afirma em:
 a) I, II, III e IV.
 b) I, II e III.
 c) II, III e IV.
 d) I e IV.
 e) I, III e IV.
Resposta(s) correta(s):
 e) I, III e IV.
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Conclusão
Encerramos esta unidade, na qual tivemos a oportunidade de dialogar acerca de uma interface da atuação da
Psicologia bastante incipiente e ainda em desenvolvimento. Esperamos que você, estudante, aproprie-se cada
vez mais desse conteúdo e desenvolva uma ação crítica e implicada com os Direitos Humanos diante do novo
cenário profissional que se delineia.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender a relação entre mídia e subjetividade;
• identificar a interface entre Psicologia, mídia e Direitos Humanos;
• conhecer a prática psicológica por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação;
• apropriar-se da regulamentação ética sobre Psicologia em interface com a mídia;
• conhecer a atuação da Psicologia em situações de emergências e desastres,bem como sua contribuição 
na veiculação de informações adequadas nesses contextos.
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Referências
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https://crpsc.org.br/ckfinder/userfiles/files/Relat%C3%B3rioFinal_Midia_Psicologia.pdfIntrodução
	4.1 Mídia e Direitos Humanos
	4.1.1 Mídia e subjetividade
	4.1.2 Psicologia, mídia e Direitos Humanos
	Correto!
	Incorreto!
	4.2 Atuação do psicólogo no contexto virtual
	4.2.1 Dificuldades e potencialidades da Psicologia praticada por intermédio de Tecnologias da Informação e Comunicação
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	4.2.2 Aspectos éticos da atuação psicológica a distância
	4.3 Psicologia das emergências e dos desastres e a atuação com a mídia
	Correto!
	Incorreto!
	Conclusão
	Referências
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