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CCJ0009-WL-AMMA-09-Produção de narrativa jurídica valorada - autora [Modo de

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Teoria e Prática da Narrativa Jurídica
Professor Nelson Tavares
AULA 9
2
PEÇAS PROCESSUAIS
Petição Inicial Sentença Acórdão Parecer
Dos fatos
(versão do 
autor sobre os 
fatos do 
conflito) 
Relatório
(fatos 
importantes do 
conflito e do 
processo)
Relatório
(fatos 
importantes do 
conflito e do 
processo)
Relatório
(fatos 
importantes do 
conflito e do 
processo)
Dos 
fundamentos Motivação Motivação Fundamentação
Do pedido Dispositivo Dispositivo Conclusão
AULA 9
3
A petição inicial, a réplica e a apelação são 
peças processuais que podem ser produzidas 
pelo mesmo advogado no processo (o do autor).
Sabemos que todas as narrativas serão 
modalizadas a favor da parte que o 
advogado representa, mas e quanto ao 
conteúdo e à abrangência?
Será que a história a ser narrada será a 
mesma?
Saiba que
pois
mas
AULA 9
4
conflito
petição
contes
-tação
senten-
ça
apela-
ção
(recurso)
contrar-
razões
acórdão
ALGUMAS PEÇAS PONTUAIS PRODUZIDAS ALGUMAS PEÇAS PONTUAIS PRODUZIDAS 
NO CURSO DO PROCESSO
AULA 9
5
Narrativa de petição inicial
Em Minas Gerais, André Júlio Jesus, dentista, 57 anos, foi
processado pelo filho, Alexandre Silva, de 24 anos, em maio de
2000, por abandono moral: o autor reclama que o pagamento de
pensão alimentar não substitui a atenção, o carinho e o afeto que
constroem a relação entre pais e filhos.
É preciso que se ressaltem os sentimentos que sustentam o
ato de Alexandre. O primeiro é o de perda. Perda do pai, da
segurança, do afeto, da estabilidade emocional. André Júlio
abandonou o filho quando ele ainda não completara sete anos,
em um momento especial para o desenvolvimento de sua
personalidade, pois, de acordo com opiniões de profissionais que
lidam com distúrbios da emoção, o convívio com o pai na infância
é imprescindível para uma vida adulta com equilíbrio. Em
segundo lugar, há o sentimento de perplexidade. Por que foi
rejeitado?
AULA 9
6
Alexandre nunca teve resposta para o abandono. André
Júlio nunca revelou os motivos que o levaram a partir. Apenas
seguiu em frente, deixando para trás um mundo de indagações.
Os dez anos de terapia testemunham a angústia de
Alexandre por não saber encaixar as peças de um quebra-cabeça
que, inteiro, elucidaria as razões do afastamento de Jaime. Por
último, existe a dor. Alexandre sofre danos morais – e aí se
colocam todas as situações que provocam tristeza, distúrbios de
comportamento e aflição – causados pela atitude de André Júlio,
ao substituí-lo por uma outra filha, em quem concentrou toda a
sua potencialidade de pai.
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade
como valor jurídico. Que não existe lei que obrigue alguém a ser
pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça
pode, sim, fazer valer o direito de um filho em relação aos
cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. AULA 9
7
Narrativa de sentença
JJO pediu a condenação da Viação R. LTDA e MJESN a lhe
pagarem — f. 7 — "pensões vencidas e vincendas, calculadas sobre
o valor da média salarial do autor, à época" de acidente assim
caracterizado: em 4 de dezembro de 1994, na Estrada de
Jacarepaguá, avançou MJESN, como motorista de ônibus da ré
pessoa jurídica, sinal vermelho de trânsito, atingindo e lesando o
autor, que vinha sobre bicicleta.
Contestação da empresa a f. 40-48 e, do indivíduo, a f 120.
Alegação de que a imprudência do motorista não foi comprovada
nos autos. Colheram-se testemunhos.
É o relatório. AULA 9
8
O QUÊ • Fato gerador da demanda
QUEM • Partes e demais “personagens”
ONDE • Lugar do fato
QUANDO • Cronologia
COMO • Passo-a-passo do conflito
POR QUÊ • Causas / motivações
POR ISSO • Consequências jurídicas relevantes
AULA 9

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