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Cancer de laringe

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Câncer de laringe
O câncer de laringe ocorre predominantemente em homens acima de 40 anos e é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Representa cerca de 25% dos tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas.
A ocorrência pode se dar em uma das três áreas em que se divide o órgão:  supraglote, glote e subglote. Aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira, localizada na glote, e 1/3 acomete a laringe supraglótica (acima das cordas vocais). O tipo histológico mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma de células escamosas.
· Etiologia:
Existem fortes evidências de que o risco de câncer laríngeo aumente com o aumento do uso de tabaco.
Foi demonstrado também que o consumo de bebidas alcoólicas constitui um fator independente de risco para o câncer laríngeo. A combinação de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas pode ter um efeito multiplicador no risco de câncer laríngeo.
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) pode ser maisprevalente em pessoas com câncer laríngeo, pois pode haver refluxo biliar alcalino em pacientes aclorídricos que foram submetidos a gastrectomia.
Os pacientes podem ter uma história distante de radioterapia no pescoço, e vínculos genéticos são possíveis.
A displasia das pregas vocais também parece estar implicada no desenvolvimento do câncer laríngeo.
· Fatores de risco:
O fumo e o álcool são os principais fatores de risco, sendo que o fumo aumenta em 10 vezes a chance de desenvolver o câncer de laringe.
Estresse e mau uso da voz também são prejudiciais.
Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de laringe.
Exposição a óleo de corte, amianto, poeira de madeira, de couro, de cimento, de cereais, têxtil, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxicos está associada ao desenvolvimento de câncer de laringe. Os trabalhadores da agricultura e criação de animais,  indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão, assim como cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete, moldadores e modeladores de vidro, oleiros, açougueiros, barbeiros, mineiros, pintores e mecânicos de automóveis podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.  
· Como prevenir?
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e manter o peso corporal adequado.  Falar muito alto e sem pausas causa os chamados calos vocais.
Pacientes com câncer de laringe que continuam a fumar e a beber têm probabilidade de cura reduzida e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor na área de cabeça e pescoço.
Não fumar e evitar o tabagismo passivo. Parar de fumar sempre traz benefícios à saúde.
Evitar os fatores de risco é muito importante para prevenir o desenvolvimento da doença. 
· Fisiopatologia:
O câncer laríngeo surge do acúmulo progressivo de alterações genéticas que levam à seleção de uma população clonal de células transformadas. As neoplasias de cabeça e pescoço (incluindo o câncer laríngeo) podem demandar mais alterações genéticas no seu desenvolvimento que outros tumores sólidos, o que explica, assim, o período frequentemente longo (20 a 25 anos) de latência após a exposição inicial à toxina. A carcinogênese é induzida por danos, mutações e aduções do ácido desoxirribonucleico (DNA). O carcinoma de células escamosas de laringe pode assemelhar-se a uma irregularidade da mucosa, eritroplasia ou leucoplasia. O papilomavírus humano (HPV) foi bem descrito na patogênese do câncer orofaríngeo, mas seu papel no câncer laríngeo ainda é controverso. Um pequeno subconjunto de cânceres laríngeos apresentou resultado positivo para marcadores de HPV, mas as implicações desse achado ainda são desconhecidas. 
· Sinais e sintomas:
Os sintomas estão diretamente ligados à localização da lesão. Assim, a dor de garganta, principalmente durante a deglutição, sugere tumor supraglótico, e rouquidão indica tumor glótico ou subglótico.
O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de outros sinais, como alteração na qualidade da voz, disfagia leve (dificuldade de engolir) e sensação de "caroço" na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, podem ocorrer dor na garganta, disfagia mais acentuada e dispneia (dificuldade para respirar ou falta de ar).
· Outras apresentações
O câncer subglótico é raro e manifesta-se como uma dificuldade progressiva para respirar. Muitos desses pacientes podem ser erroneamente diagnosticados como portadores de asma, mas o teste da função pulmonar mostra um padrão consistente com obstrução das vias aéreas superiores. Alguns pacientes, cerca de 10% a 15%, se apresentam com metástases à distância. Os locais mais comuns de metástases são os pulmões, o fígado e o sistema esquelético. Pacientes com câncer laríngeo têm risco elevado de uma nova malignidade primária, mais comumente nos pulmões. Pacientes imunocomprometidos podem apresentar tumores agressivos na ausência de histórias significativas de tabaco ou bebidas alcoólicas.
O número de mulheres com câncer laríngeo tem aumentado porque o número de mulheres que fumam aumentou.
Os pacientes podem apresentar alteração vocal quando a lesão começa nas pregas vocais, ou podem não apresentar sintomas, caso a lesão comece na epiglote ou nas cartilagens aritenoides. À medida que o tumor cresce, ele pode ulcerar ou necrosar. As alterações vocais geralmente são evidentes em tumores das pregas vocais verdadeiras. Os pacientes sentem dor e sofrem hemoptise. Disfagia e odinofagia (deglutição dolorosa) são mais comuns em tumores que envolvem a laringe supraglótica (por exemplo, a epiglote), mas também ocorrem com tumores nas pregas vocais. Com disfagia grave, os pacientes podem se apresentar com pneumonia por aspiração. Se não tratado, o tumor causará desvio e obstrução das vias aéreas. Isso ocorre em alguns dias, não apenas horas, e os pacientes geralmente apresentam uma dispneia insidiosa que se torna intolerável. Estridor e disfonia são comuns. Os pacientes também podem apresentar desconforto respiratório extremo, que requer intervenção imediata para proteger as vias aéreas. Massas cervicais (metástases nos linfonodos cervicais) e perda de peso são achados típicos de doença avançada.
· Diagnóstico:
 História e exame físico
Principais fatores diagnósticos presença de fatores de risco (comuns)
• Fortes fatores de risco incluem tabagismo e uso de bebidas alcoólicas, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e refluxo biliar, radioterapia prévia no pescoço, história de displasia das pregas vocais, etnia negra, sexo masculino e história familiar de câncer laríngeo.
idade >40 anos (comuns)
• O câncer laríngeo afeta mais comumente pessoas na quinta década de vida, provavelmente pelo efeito cumulativo de exposição prolongada a carcinógenos (por exemplo, tabaco, bebidas alcoólicas).
rouquidão (comuns)
• Alterações vocais são comuns em pacientes com câncer laríngeo da glote (pregas vocais). Voz arquejante e rouca ou afonia por >3 semanas sugere câncer laríngeo.
• A fixação das pregas vocais, indicada pela interrupção da onda mucosa das pregas vocais verdadeiras e pela mecânica das pregas vocais, pode indicar progressão local da doença. Pacientes com longa história de tabagismo podem ter um grau inicial de disfonia que dificulta a percepção de alterações causadas pelo câncer laríngeo.
disfagia (comuns)
• Mais comum em pacientes com câncer supraglótico, sendo o sintoma frequente nesses pacientes. Com tumores glóticos mais extensos, pode existir disfagia.
odinofagia (deglutição dolorosa) (comuns)
• Mais comum em pacientes com câncer supraglótico. Também pode existir odinofagia com tumores glóticos mais extensos.
linfadenopatia cervical (comuns)
• Metástases cervicais podem se apresentar como massas firmes e indolores. Mais comuns no câncer supraglótico. O câncer glótico apresenta uma taxa muito menor de metástases cervicais. Tamanho, localização, mobilidade e grau de firmeza indicam o grau de progressão da malignidade laríngea.
massasupraglótica ou glótica (comuns)
• Uma laringoscopia indireta também permite a avaliação imediata de lesões óbvias que envolvem a laringe.
eritroplasia lesional, ulceração, necrose ou sangramento (comuns)
• Pode começar como eritroplasia e evoluir para lesões ulceradas, necróticas, friáveis e volumosas envolvendo as pregas vocais verdadeiras, as falsas pregas vocais, cartilagens aritenoides, epiglote ou laringe subglótica. Observada com laringoscopia com espelho ou laringoscopia com fibra óptica flexível.
sinais de obstrução das vias aéreas (incomuns)
• O câncer laríngeo supraglótico impõe preocupações significativas em relação às vias aéreas obstruídas.
• À medida que as massas crescem dentro ou em torno da glote, as vias aéreas podem tornar-se obstruídas e causar dificuldade progressiva para respirar. A dispneia pode ser exacerbada com a fala ou na posição supina.
• Murmúrio vesicular diminuído também pode indicar obstrução das vias aéreas.
instabilidade hemodinâmica (incomuns)
• Pode indicar sangramento catastrófico de fístulas (por exemplo, das artérias faringocarótida ou traqueoinominada).
Outros fatores diagnósticos
faringite (comuns)
• Pacientes com câncer laríngeo geralmente se apresentam com início insidioso de faringite.
otalgia (comuns)
• Uma dor irradiada para os ouvidos pode ser observada no câncer laríngeo, particularmente em casos mais avançados.
efusão no ouvido médio (incomuns)
Pode ser observada em casos mais avançados.
estridor (incomuns)
• A obstrução das vias aéreas pode ser observada em estádios avançados de todos os tipos histológicos de câncer laríngeo. No raro caso de câncer laríngeo subglótico, o estridor geralmente é o primeiro sinal.
perda de peso ou caquexia (incomuns)
• A perda de peso é mais comum no câncer supraglótico avançado. Disfagia e odinofagia (deglutição dolorosa) podem levar à perda de peso significativa.
• A caquexia é um sinal ominoso de doença avançada.
sofrimento geral (incomuns)
• Obstrução das vias aéreas ou doença disseminada podem ser aparentes na avaliação inicial.
massas orofaríngeas ou leucoplasia (incomuns)
• Sinais de envolvimento maligno podem estender-se à parede posterior da faringe, pilares tonsilares, amígdalas e palato, superfícies da língua oral, soalho da boca e base da língua.
perda de crepitação laríngea (incomuns)
• Ao deslocar a laringe de um lado para o outro, deverá haver um grau de mobilidade e crepitação; caso contrário, o câncer poderá estar em um estádio mais avançado.
crescimentos na parótida e tireoide (incomuns)
• Nódulos ou massas palpáveis das glândulas da cabeça e pescoço podem indicar metástases regionais ou doença avançada.
murmúrio vesicular diminuído (incomuns)
• Pode indicar obstrução das vias aéreas ou pneumonia, especialmente quando há suspeita de aspiração.
Fatores de risco
Fortes
uso de tabaco >40 maços-ano
• Estudos relatam consistentemente que os fumantes de tabaco têm maior risco de desenvolver câncer laríngeo que os não fumantes. O risco é diretamente proporcional à quantidade e duração do tabagismo.
• O risco relativo de câncer laríngeo é >10 para fumantes que fumam há ≥40 anos e para aqueles que fumam ≥20 cigarros por dia. O risco diminui após o abandono do hábito de fumar.
• Sabe-se que a fumaça do tabaco contém >55 compostos mutagênicos.
uso de álcool >8 unidades/dia
• O uso de bebidas alcoólicas foi identificado como um fator individual de risco para câncer laríngeo.
O risco relativo de câncer laríngeo é proporcional à quantidade de álcool consumido. Os riscos relativos de câncer laríngeo são de 1.38 para pessoas que consomem o equivalente a duas latas de 12 onças líquidas (350 mL) de cerveja por dia e de 3.95 para oito latas de 12 onças líquidas (350 mL) (intervalo de confiança [IC] de 95%).
• A combinação de consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo tem efeitos multiplicadores no risco de evoluir para câncer laríngeo. Os riscos relativos estimados variam de 8.0 a >100.
acloridria
• O refluxo biliar alcalino em pacientes aclorídricos que foram submetidos a gastrectomia pode causar irritação crônica e aumentar o risco de lesões pré-malignas ou malignas da laringe.
história de radioterapia
• Há relatos de muitos casos de pacientes que desenvolveram câncer laríngeo vários anos após terem recebido radioterapia no pescoço. No entanto, a variabilidade histológica é maior com sarcoma (em vez de carcinoma de células escamosas, o tipo de célula predominante).
história familiar de câncer laríngeo
• As taxas de aberração cromossômica e expressão de locais frágeis eram mais elevadas em pacientes com neoplasias de cabeça e pescoço e em seus parentes de primeiro grau que em um grupocontrole. Uma mutação no gene supressor de tumor p16 foi identificada em uma família com alta incidência de neoplasias da cabeça e pescoço.
etnia negra
• Homens negros são afetados mais comumente que homens brancos.
sexo masculino
• A proporção homem-mulher de incidência é de aproximadamente 4:1.
displasia das pregas vocais
• O diagnóstico prévio de displasia das pregas vocais aumenta a suspeita de malignidade de uma lesão laríngea recém-diagnosticada.
Fracos
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
• Pode ser mais prevalente em pessoas com câncer laríngeo. Em uma extensa série de casos-controle, uma análise multivariada demonstrou que a DRGE constituía um fator independente de risco para câncer laríngeo.
exposição ao asbesto
• Achados de vários estudos prospectivos e retrospectivos são controversos em relação ao risco da exposição a amianto e o desenvolvimento de câncer laríngeo. Em geral, as evidências não dãosuporte a asserções de que a exposição ao amianto aumenta o risco relativo de câncer laríngeo.
exposição ao Agente Laranja
• Não há evidências que mostrem consistentemente uma taxa elevada de câncer laríngeo em pessoas (por exemplo, veteranos de guerra) que foram expostas ao Agente Laranja. Os estudos foram limitados pelo pequeno tamanho das amostras e por fatores de confusão, como tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas concomitantes.
hospedeiro imunocomprometido
• O estado imunocomprometido, como imunossupressão crônica secundária à síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) ou a transplante de órgãos, aumenta o risco de malignidade laríngea.
exposição ao papilomavírus humano (HPV)
• Identificado em muitos tipos de neoplasias de cabeça e pescoço, mais consistentemente na orofaringe (por exemplo, nas amígdalas).Estudos de casos-controle demonstraram uma prevalência variável de HPV no câncer laríngeo.
• O HPV foi bem descrito na patogênese do câncer orofaríngeo, mas seu papel no câncer laríngeo ainda é controverso. Um pequeno subconjunto de cânceres laríngeos apresentou resultado positivo para marcadores de HPV, mas as implicações desse achado ainda são desconhecidas.
história de papilomatose respiratória
• Uma história de papilomatose respiratória recorrente mediada por HPV pode constituir fator de risco para câncer laríngeo.
· Detecção precoe
A detecção precoce do câncer busca encontrar o tumor em fase inicial e, com isso, favorecer o tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de laringe traga mais benefícios do que riscos e, portanto, ele não é atualmente recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer melhor resultado do tratamento e deve ser buscado com a investigação dos seguintes sinais e sintomas:
· dor de garganta
· rouquidão
· alteração na qualidade da voz
· dificuldade de engolir
· sensação de "caroço" na garganta
· nódulo (caroço) no pescoço
Na maioria das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
O diagnóstico do câncer da laringe se dá por meio dalaringoscopia, exame que pode ser feito no consultório. Durante sua realização, é possível a coleta de fragmentos do tumor para exame histopatológico (do tecido). A biópsia é obrigatória antes de qualquer planejamento terapêutico, pois a laringe pode abrigar tipos diversos de lesões benignas que aparentam malignidade. A biópsia pode ser feita sob anestesia local, com uso de endoscópios (tubos com câmeras em uma das extremidades) flexíveis  ou rígidos, ou sob anestesia geral pela laringoscopia direta, caso não seja indicado o procedimento sob anestesia local. Incluem-se nesses casos pacientes com lesões mais complexas e que tenham outras condições clínicas que dificultem o procedimento. O estadiamento (evolução) em que se encontra o tumor e suas características determinam a escolha do melhor tratamento do ponto de vista oncológico e O diagnóstico do câncer da laringe se dá por meio da laringoscopia, exame que pode ser feito no consultório. Durante sua realização, é possível a coleta de fragmentos do tumor para exame histopatológico (do tecido). A biópsia é obrigatória antes de qualquer planejamento terapêutico, pois a laringe pode abrigar tipos diversos de lesões benignas que aparentam malignidade. A biópsia pode ser feita sob anestesia local, com uso de endoscópios (tubos com câmeras em uma das extremidades) flexíveis  ou rígidos, ou sob anestesia geral pela laringoscopia direta, caso não seja indicado o procedimento sob anestesia local. Incluem-se nesses casos pacientes com lesões mais complexas e que tenham outras condições clínicas que dificultem o procedimento. O estadiamento (evolução) em que se encontra o tumor e suas características determinam a escolha do melhor tratamento do ponto de vista oncológico e funcional.
· Tratamento:
De acordo com a localização e a extensão do câncer, ele pode ser tratado com cirurgia e/ou radioterapia e com quimioterapia associada à radioterapia. Quanto mais precocemente for feito o diagnóstico, maior a possibilidade de o tratamento evitar deformidades físicas e problemas psicossociais, já que a terapêutica dos cânceres da laringe pode afetar respiração, fala e deglutição. A laringectomia total (retirada da laringe) implica na perda da voz fisiológica e em traqueostomia definitiva (abertura de um orifício artificial na traqueia, abaixo da laringe). Como a preservação da voz é importante na qualidade de vida do paciente, algumas vezes a radioterapia pode ser empregada primeiro, deixando a cirurgia para o resgate, quando a radioterapia não for suficiente para controlar o tumor.
A associação de quimioterapia e radioterapia é utilizada em protocolos de preservação de órgãos, criados para tumores mais avançados, que devem ser selecionados adequadamente. Os resultados na preservação da laringe têm sido positivos. Da mesma forma, novas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas permitindo a preservação da função da laringe, mesmo em tumores moderadamente avançados (laringectomia parcial e subtotal).
Vale ressaltar que mesmo em pacientes submetidos à laringectomia total é possível a reabilitação da voz com o uso de próteses fonatórias tráqueo-esofageanas, com bons resultados funcionais e de qualidade de vida.

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