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CÂNCER DE PULMÃO

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1 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
OBJETIVOS 
1. Descrever a epidemiologia e os fatores de risco 
do câncer de pulmão (especialmente o 
tabagismo e sua ação a carcinogênese). 
 
2. Identificar os tipos histológicos e suas 
peculiaridades. 
 
3. Explicar as estratégias para prevenção do 
câncer de pulmão. 
 
4. Descrever as principais síndromes 
paraneoplásicas. 
 
5. Analisar o câncer de pulmão (quadro clínico, 
diagnóstico, estadiamento e tratamento). 
 
6. Caracterizar as orientações de prevenção 
primária e os métodos para cessação do 
tabagismo. 
 
7. Elaborar como deve ser a relação médico-
paciente em situações onde o paciente deve ser 
informado sobre seu estado de saúde 
(comunicações de más notícias) 
REFERÊNCIAS 
• Site INCA: Câncer de pulmão - versão para 
Profissionais de Saúde - 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-
de-pulmao/profissional-de-saude. 
 
• INCA. Detecção Precoce do Câncer, 2021. 
 
• Clínica Médica da USP, vol. 3, 2016. 
 
• INCA. Cartilha sobre abordagem breve/ mínima/ 
básica na cessação do tabagismo, 2021. 
 
• SILVA, Maria Júlia Paes. Comunicação de Más 
Notícias, 2012. 
EPIDEMIOLOGIA 
O câncer de pulmão é o segundo mais comum 
em homens e mulheres no Brasil (sem contar o 
câncer de pele não melanoma) 
É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto 
em incidência quanto em mortalidade. 
Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer 
são de pulmão 
É a primeira causa de morte por câncer em 
homens. 
Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o 
câncer de pulmão está associado ao consumo de 
derivados de tabaco. 
É altamente letal e a sobrevida média cumulativa 
total em 5 anos varia entre 13 e 21% em países 
desenvolvidos e entre 7 e 10% nos países em 
desenvolvimento. 
Estimativas de novos casos: 30.200, sendo 17.760 
homens e 12.440 mulheres (2020 - INCA); 
Número de mortes: 29.354, sendo 16.733 homens e 
12.621 mulheres (2019 - Atlas de Mortalidade por 
Câncer - SIM). 
Acomete principalmente pessoas entre 50 e 70 
anos. 
FATORES DE RISCO 
O tabagismo é o principal fator de risco para o 
câncer de pulmão. 
O uso do tabaco causa exposição a uma mistura 
letal de mais de 4.700 substâncias químicas 
tóxicas, incluindo pelo menos 50 cancerígenas. 
Em geral, as taxas de incidência em um 
determinado país refletem seu consumo de 
cigarros. 
A mortalidade por câncer de pulmão entre 
fumantes é cerca de 15x maior do que entre 
pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-
fumantes é cerca de 4x maior. 
Idade avançada: a maior parte dos casos afeta 
pessoas entre 50 e 70 anos. 
Câncer de Pulmão 
 
Problema 05 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao/profissional-de-saude
 
2 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
A exposição à poluição do ar 
Infecções pulmonares de repetição 
Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema 
pulmonar e bronquite crônica), 
Fatores genéticos (que predispõem à ação 
carcinogênica de compostos inorgânicos de 
asbesto e hidrocarbonetos policíclicos 
aromáticos) 
História familiar de câncer de pulmão: pessoas 
que têm câncer de pulmão apresentam risco 
aumentado para o aparecimento de outros 
cânceres de pulmão e irmãos, irmãs e filhos de 
pessoas que tiveram câncer de pulmão 
apresentam risco levemente aumentado para o 
desenvolvimento desse câncer. 
Outros fatores incluem exposição ao fumo 
passivo, ao amianto, a certos metais (cromo, 
cadmio, arsênico), alguns produtos químicos 
orgânicos, radiação, poluição do ar e escape de 
diesel. 
Outros fatores de risco são: exposição 
ocupacional a agentes químicos ou físicos 
(asbesto, sílica, urânio, cromo, agentes 
alquilantes, radônio entre outros) 
Algumas exposições ocupacionais que 
aumentam o risco incluem fabricação de 
borracha, pavimentação, coberturas, pintura e 
varredura de chaminé. 
Apesar de ainda ser pouco explicada, acredita-se 
que a exposição a arsênico na água induz a 
produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) 
que causam dano ao DNA, o que pode alterar sua 
transcrição, principalmente no tocante ao 
crescimento celular. 
O uso de suplementos de altas doses (>20mg) de 
betacaroteno, (fonte de vitamina A), 
diferentemente do betacaroteno via 
alimentação, aumenta o risco para tabagistas. 
Acredita-se que o uso desses suplementos 
exacerbe a produção de EROs e aumente a 
produção de enzimas do complexo do citocromo 
P450, que destrói o ácido retinoico e sinaliza para 
aumentar o crescimento celular. Além disso, 
alguns metabólitos podem aumentar a ligação 
dos carcinógenos do tabaco ao DNA. 
CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA 
• Tumores Centrais: localizados próximos a região 
hilar. 
 
Ex: carcinoma de pequenas células e carcinoma 
epidermoide. 
 
• Tumores Periféricos: lesões que se localizam longe 
dos brônquios principais, ou seja, se localizam mais 
próximo à pleura. 
 
Ex: adenocarcinoma e carcinoma de células 
grandes 
Há 2 principais tipos de câncer de pulmão: 
carcinomas de pequenas células e carcinomas 
de não pequenas células. 
CARCINOMA DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS 
Representa mais de 80% dos casos, estando 
incluídos os subtipos adenocarcinomas, 
carcinomas de células escamosas e carcinomas 
de grandes células. 
Carcinoma Epidermoide (escamoso) 
É o subtipo mais comum em não fumantes, sendo 
o mais frequentes e países desenvolvidos. 
Pode manifestar-se em exames de imagem por 
meio de cavitações. 
Sua localização habitual é central e dentre as 
neoplasias pulmonares malignas é o mais fácil de 
ser identificado na cultura de escarro. 
Histologicamente há queratinização celular e 
presença de pontes intercelulares. 
Adenocarcinoma 
É um tumor de localização periférica com 
diferenciação glandular. 
É o tipo de neoplasia pulmonar mais comum em 
não fumates. 
Dentre os seus subtipos, vale ressaltar que o 
carcinoma bronquíolo alveolar é um 
adenocarcinoma in situ, ou seja, são mutações 
dos pneumócitos I que começam a se multiplicar 
e podem encher os alvéolos, mas sem invadir a 
membrana basal dos alvéolos. 
 
3 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
Pode se manifestar em radiografia de tórax como 
uma consolidação. 
Carcinomas de grandes células 
Corresponde a cerca de 10% das neoplasias 
pulmonares, sendo o tipo histológico menos 
comum. 
Histologicamente são pouco diferenciadas, suas 
células possuem muito citoplasma e os núcleos 
são grandes. 
CARCINOMAS DE PEQUENAS CÉLULAS 
Corresponde à 20% dos cânceres de pulmão. 
É o mais agressivo dentre as neoplasias 
pulmonares, sendo um tumor indiferenciado. 
A patogênese desta neoplasia possui íntima 
relação com elevada carga tabágica (consumo 
de cigarros/ano) e é rara em pacientes não 
tabagistas e jovens. 
Apresentam crescimento rápido, possuem grande 
capacidade de disseminação, sendo 
frequentemente diagnosticado na forma de 
doença metastática (75%). Sendo assim, é 
considerado o de pior prognóstico, pois é 
inoperável mesmo em tumores pequenos. 
Histologicamente possui células pequenas e azuis 
de citoplasma praticamente ausente e núcleo 
muito hipercromático. 
Tipicamente, os sintomas ocorrem de forma 
inespecífica em pacientes com elevada carga 
tabágica (> 30 anos/maço), como tosse seca, 
perda ponderal, inapetência ou dor torácica. 
Do ponto de vista radiológico, apresenta grandes 
massas mediastinais e metástases à distância, 
ocorrendo mais frequentemente em ossos, fígado, 
pulmão, adrenal e sistema nervoso central 
É muito comum manifestar-se clinicamente 
através de síndromes paraneoplásicas, já que esse 
tumor indiferenciado é na verdade uma massa de 
células que sintetizam grande quantidade de 
hormônios. 
A expectativa de vida ainda é limitada a cerca 
de 14 a 20 mesesna doença limitada e 9 a 11 
meses na doença extensa. 
SINAIS E SINTOMAS 
A maioria dos pacientes só apresenta sinais e 
sintomas em fases mais avançadas da doença. 
Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser 
investigados são: 
• Hemoptise. 
 
• Tosse, rouquidão persistentes por mais de duas a 
três semanas. 
 
• Dor torácica. 
 
• Dispneia. 
 
• Astenia e perda de peso sem causa aparente. 
 
• Pneumonias de repetição 
 
Já podem estar presentes sinais e sintomas de 
disseminação metastática ao diagnóstico. 
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS 
É uma síndrome endócrina que ocorre juntamente 
com as neoplasias, seja pela produção hormonal 
ou pela compressão gerada pelo crescimento do 
tumor. 
 
São sintomas que ocorrem em locais distantes de 
um tumor ou de sua metástase. 
SÍNDROME DE HORNER 
Sintomas: ptose palpebral, miose, anidrose, 
enoftalmia. 
Esses sintomas são causados em decorrência da 
compressão pelo tumor do tronco simpático 
(gânglio estrelado e das cadeias torácicas altas). 
SÍNDROME DE PANCOAST 
Sintomas: dor no ombro homolateral à lesão 
tumoral e paresia 
Causados pelo tumor no sulco superior que 
comprime o plexo braquial (C7-T1) 
Pode ocorrer simultaneamente com a síndrome 
de Horner. 
 
4 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
É causada principalmente pelo carcinoma 
broncogênico. 
SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR (VCS) 
Sintomas: edemas em faces e membros 
superiores, turgência jugular, dispneia que se 
agrava quando paciente se deita ou a se inclinar 
(ortopneia) , sensação de aumento do volume da 
cabeça. 
Os sintomas são causados pelo crescimento do 
tumor que leva a obstrução/ compressão do fluxo 
sanguíneo na VCS. 
Causados principalmente pelo carcinoma 
broncogênico. 
OUTRAS 
Hipercalcemia: devido a produção de proteína 
relacionada com o hormônio paratireóideo pelo 
tumor ou em razão de metástases ósseas extensas 
que causam a produção de fatores ativadores de 
osteoclastos (mais frequente em carcinomas 
epidermoides) 
Osteoartropatia hipertrófica (artropatia dolorosa, 
simétrica de extremidades, associada ao 
baqueteamento digital). 
Secreção inapropriada de hormônio antidiurético 
(SIADH): mais frequente em carcinomas de 
pequenas células de pulmão e caracterizada 
pelo quadro de hiponatremia grave, além de 
manifestações neurológicas, como a síndrome de 
Eaton-Lambert, ataxia cerebelar, neuropatia 
sensorial, encefalite límbica ou ainda 
encefalomielite. 
Síndrome de Cushing: resulta do excesso de 
produção do hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH) devido a secreção de ACTH 
pelo carcinoma de pequenas células do pulmão. 
Os principais sintomas incluem face em lua cheia, 
obesidade do tronco com supraclavicular 
proeminente e bolsas de gordura cervicais dorsais 
(giba de búfalo). 
LOCAIS MAIS COMUNS DE METÁSTASE 
As neoplasias pulmonares malignas metastatizam 
principalmente para linfonodos hilares, cervicais e 
pericárdios. 
As metástases por via hematogênica ocorrem na 
maioria das vezes para glândulas suprarrenais e 
cérebro. 
RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
Entre os possíveis riscos do rastreamento, destaca-
se a possibilidade de resultados falsos-negativos 
em função da alta prevalência de tuberculose no 
Brasil, gerando imagens radiológicas que criam 
dificuldades no diagnóstico diferencial. 
Além disso resultados falso-negativos, resultarão 
em nova tomografia computadorizada, biópsia 
para descartar o câncer, podendo levar a 
complicações, achados incidentais, além da 
possibilidade do sobrediagnóstico. 
Indivíduos submetidos ao rastreamento com 
tomografia de baixa dose têm nódulos 
pulmonares não calcificados detectados em 
cerca de 15 a 20% dos casos. No entanto, apenas 
1 em cada 20 nódulos detectados é realmente 
câncer de pulmão. 
A cada 1.000 pessoas de alto risco, que realizaram 
3 vezes o rastreamento de câncer de pulmão: 
• 180 terão um resultado falso-positivo,necessitando 
fazer um novo exame de imagem. 
 
• 13 delas precisarão fazer uma biópsiapara 
descartar o câncer. 
 
• 41 terão o câncer confirmado. 
 
• 4 poderão ser cânceres que não causariam danos 
à vida (sobrediagnóstico). 
 
• 3 pessoas terão a vida salva pelo rastreamento. 
Assim, até o momento, não há uma 
recomendação oficial do INCA sobre essa 
modalidade de rastreamento 
A Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados 
Unidos recomenda o rastreamento anual com 
tomografia computadorizada de baixa dose em 
indivíduos de alto risco, com idade entre 50 e 80 
anos e história de tabagismo com carga tabágica 
de 20 maços / ano e atualmente fumam ou 
pararam nos últimos 15 anos. 
O rastreamento deve ser interrompido assim que a 
pessoa não fumar por 15 anos ou desenvolver um 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/carcinoma-pulmonar#v923748_pt
 
5 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
problema de saúde que limite substancialmente a 
expectativa de vida ou a capacidade ou 
vontade de fazer uma cirurgia pulmonar curativa. 
Para definição do diagnóstico é realizado um 
exame de imagem (radiografia de tórax) + exame 
histopatológico (biópsia) para definir qual o tipo e 
guiar na escolha do melhor tratamento. 
1. Biópsia transtorácica: guiada por TC, é inserida 
uma agulha e feita a biópsia do nódulo, é 
indicada para nódulos periféricos. 
2. Broncoscopia: após sedação, há introdução do 
broncoscópio pelas vias aéreas e a biópsia por 
visualização direta da lesão. Ideal para lesões 
centrais e hilares (broncoscópio não atinge 
brônquios periféricos). 
Citologia de escarro ou do líquido pleural (método 
menos invasivo). Nos pacientes com tosse 
produtiva, os espécimes do escarro obtidos ao 
despertar podem conter altas concentrações de 
células malignas, mas o rendimento deste método 
é de < 50% como um todo. O líquido pleural é 
outra fonte conveniente de células. 
 Os exames recomendados para pesquisa de 
metástases à distância são: 
• Tomografias computadorizadas (TC) de tórax, 
abdome e pelve. 
 
• Ressonância magnética (RM) de crânio, 
especialmente em caso de sintomas neurológicos 
ou alterações ao exame clínico. 
 
• PET-CT – Exame com a maior sensibilidade para 
detecção de metástases. Está indicado em casos 
em que seja necessário excluir pequenos focos de 
doença metastática, quando o paciente será 
submetido à alguma modalidade de tratamento 
local com intuito curativo, como cirurgia radical. 
 
• Cintilografia óssea pode ser útil na vigência de 
sintomas ósseos e se e se for detectada elevação 
de fosfatase alcalina. 
ESTADIAMENTO 
Consiste em estadiar de acordo com o tumor (T), 
se os linfonodos estão ou não acometidos e se há 
presença de metástase(M), além da classificação 
do tipo histológico. 
O estadiamento contribui para definir os locais de 
mais fácil acesso para realização de biópsia, 
definir o melhor tratamento e avaliar o 
prognóstico. 
SISTEMA DE ESTADIAMENTO INTERNACIONAL PARA 
CÂNCER PULMONAR 
Tumor primário (T) 
T0 Não há evidências de tumor 
T1 Tumor ≤ 3 cm, sem invasão mais proximal que 
o brônquio lobar. 
T2 
Tumor > 3 cm, mas ≤ 5 cm, ou com qualquer 
um dos seguintes: 
• Envolve brônquio principal ≥ 2 cm 
distalmente à carina. 
• Invade a pleura visceral 
• Associado com atelectasia ou pneumonia 
obstrutiva que se estende à região hilar, mas 
envolve parte ou todo o pulmão 
T3 
Tumor > 5 cm, mas ≤ 7 cm ou com algum dos 
seguintes: 
• Invade a parede torácica (incluindo tumores 
do sulco superior), nervo frênico, pericárdio 
parietal 
• Nódulos tumorais separados no mesmo lobo 
T4 
Tumor > 7 cm ou com um dos seguintes 
• Invade o diafragma, o mediastino, o 
coração, os grandes vasos, a traqueia, o 
nervo laríngeo recorrente, o esôfago, o 
corpo vertebral ou a carina 
• ≥ 1 nódulos tumorais satélites em umlobo 
ipsolateral diferente 
Linfonodos regionais (N) 
N0 Nenhuma metástase nos linfonodos regionais 
N1 Metástases aos linfonodos peribrônquicos 
ipsilaterais e/ou hilares ipsilaterais e aos 
linfonodos intrapulmonares, incluindo aqueles 
envolvidos por extensão direta do tumor 
primário 
N2 Metástases aos linfonodos mediastinais 
ipsilaterais e/ou subcarinais 
N3 Metástases aos linfonodos mediastinais 
contralaterais, hilares contralaterais, 
escalênicos ipsilaterais ou contralaterais, ou 
supraclaviculares, ou uma combinação 
Metástases a distância (M) 
M0 Nenhuma metástase a distância 
M1 Metástase à distância 
M1a 
Tumor com algum dos seguintes: 
• ≥ 1 nódulos tumorais no pulmão contralateral 
• Nódulos pleurais ou pericárdicos 
• Derrame pleural ou pericárdico maligno 
M1b Metástase extratorácica isolada em um único 
órgão 
M1c Múltiplas metástases extratorácicas em um ou 
vários órgãos 
 
TRATAMENTO 
 
6 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
CARCINOMA PULMONAR DE PEQUENAS CÉLULAS (CPCP) 
Em qualquer estágio costuma ser responsivo ao 
tratamento no início, mas geralmente as respostas 
são de curta duração. 
Administra-se quimioterapia, com ou sem 
radioterapia, em função do estado da doença. 
Em geral, a cirurgia não tem qualquer papel no 
tratamento do CPCP, embora possa ser curativa 
nos raros pacientes que tenham tumor pequeno, 
focal e sem disseminação 
CARCINOMA PULMONAR DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS 
(CPCNP) 
Normalmente envolve a avaliação da 
elegibilidade para a cirurgia, seguida pela opção 
por cirurgia, quimioterapia, radioterapia, ou uma 
combinação de modalidades conforme 
apropriado, dependendo do tipo e do estágio do 
tumor. 
Cirurgia: de retirada do tumor com uma margem 
de segurança, além da remoção dos linfonodos 
próximos ao pulmão e localizados no mediastino 
É essencial o adequado estadiamento pré-
operatório (nesses casos está indicado o Pet-Scan 
(PET-CT) para excluir doença à distância e evitar 
uma intervenção cirúrgica desnecessária). 
As cirurgias para tratamento do câncer de 
pulmão podem ser: 
Segmentectomia e ressecção em cunha: Quando 
se retira uma parte pequena do pulmão, 
reservada para pacientes com tumores pequenos 
e que não suportam cirurgias maiores por 
apresentarem idade ou condições clínicas e/ou 
respiratórias limitadas. 
Lobectomia: É a cirurgia de escolha para o 
tratamento do câncer de pulmão. Retira-se todo 
o lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o 
tumor está situado. É o mais adequado por 
remover toda a doença de forma anatômica. 
Pneumectomia: É a retirada de um pulmão inteiro 
(suas indicações são limitadas e restritas). 
Procedimento com morbidade maior e não 
tolerado por alguns pacientes. 
Quimioterapia: pode ser usada como terapia 
neoadjuvante, ou seja, para redução do tumor e 
para posteriormente realizar a remoção cirúrgica. 
O carcinoma de pequenas células responde 
muito bem a quimioterapia. 
Radioterapia: também pode ser usada como 
terapia adjuvante para redução tumoral ou após 
a cirurgia para destruir células tumorais 
persistentes, já que possui efeito regional, limitada 
a região escolhida. 
PROGNÓSTICO 
Geralmente está associado ao nível de 
estadiamento. 
A taxa de sobrevida relativa em 5 anos para 
câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 
21% para mulheres). 
Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em 
estágio inicial (câncer localizado), para o qual a 
taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%. 
 
PREVENÇÃO 
• Não fumar 
• Evitar o tabagismo passivo 
• Evitar a exposição a agentes químicos (como 
arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, 
níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de 
clorometil), presentes em determinados 
ambientes de trabalho. 
MÉTODOS PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO . 
Estimular a cessação do tabagismo e 
destacar sua importância se somam ao conjunto 
de ações para o controle do tabagismo 
recomendadas pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS). 
 
7 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
Uma das medidas a serem implementadas para 
estímulo à cessação de produtos de tabaco é a 
recomendação a todos os profissionais de 
saúde para que exerçam uma das ações de 
“Boas Práticas no Tratamento do Tabagismo”. 
Trata-se de possibilitar que todo usuário receba 
de um profissional de saúde pelo menos um 
aconselhamento breve para parar de fumar em 
qualquer situação de atendimento em saúde, 
seja em uma consulta médica, psicológica, 
nutricional, assistencial, odontológica, de 
atividade física ou estética. 
Abordagem breve/mínima: consiste em 
perguntar, avaliar, aconselhar e preparar o 
fumante para que deixe de fumar, no entanto, 
sem acompanhá-lo neste processo. Pode ser 
feita por qualquer profissional da saúde. 
Quando comparadas com as situações em que 
nenhum aconselhamento é dado ao fumante, 
abordagens com, no máximo, três minutos 
podem aumentar as chances de cessação de 
fumar. 
Abordagem básica: consiste em perguntar, 
avaliar, aconselhar, preparar e acompanhar 
um fumante para que deixe de fumar. 
Também pode ser feita por qualquer 
profissional da saúde durante uma consulta de 
rotina, com duração de três a cinco minutos em 
cada contato. 
É mais recomendada que a anterior porque 
prevê o retorno do paciente para 
acompanhamento na fase crítica da 
abstinência. 
COMO ABORDAR O PACIENTE? 
Você fuma? Há 
quanto tempo? 
Permite diferenciar a 
experimentação do uso 
regular 
Quantos cigarros 
fuma por dia? 
Pacientes que fumam 20 
cigarros ou mais por dia 
provavelmente terão uma 
maior chance de 
desenvolverem fortes 
sintomas de síndrome de 
abstinência na cessação de 
fumar 
Quanto tempo 
após acordar você 
acende o primeiro 
cigarro? 
Pacientes que fumam nos 
primeiros 30 minutos após 
acordar provavelmente 
terão uma maior chance de 
desenvolverem fortes 
sintomas de síndrome de 
abstinência na cessação de 
fumar 
O que você acha 
de marcar uma 
data para deixar de 
fumar? 
Permite avaliar se o fumante 
está pronto para iniciar o 
processo de cessação de 
fumar 
Já tentou parar? Se a resposta for afirmativa, 
fazer a próxima pergunta 
O que aconteceu? Permite identificar o que 
ajudou e o que atrapalhou 
a deixar de fumar, de modo 
que esses dados sejam 
trabalhados na próxima 
tentativa 
Os fumantes que não estiverem dispostos a parar 
nos próximos 30 dias devem ser estimulados a 
pensar sobre o assunto e deverão ser abordados 
no próximo contato. 
Para aqueles interessados em parar de fumar, a 
etapa seguinte é prepará-los para isso. 
 
• Sugerir que o fumante marque uma data para o 
início do seu processo 
 
• Explicar os sintomas da abstinência 
 
• Sugerir estratégias para controlar a vontade de 
fumar, como repetidamente tomar água, escovar 
os dentes e respirar fundo, 
 
• Recomendar que o fumante adote medidas para 
evitar os estímulos para fumar, como restringir o 
uso de café e bebidas alcoólicas, desfazer-se de 
isqueiros, evitar ambientes ou situações que 
incentivem o fumo e aprender a lidar com 
situações de estresse, entre outros. 
Quando identificar dificuldades do paciente em 
conseguir parar com a abordagem 
breve/mínima/básica, encaminhar os fumantes 
para o tratamento mais intensivo disponível nas 
unidades de saúde do Sistema Único de Saúde 
(SUS), que possuem uma abordagem mais 
prolongada e insumos que auxiliam na cessação 
BENEFÍCIOS AO PARAR DE FUMAR 
1. Após 20min a pressão sanguínea e a pulsação 
voltam ao normal; 
 
2. Após 2h não há mais nicotina circulando no 
sangue; 
 
 
8 MÓDULO II – PROLIFERAÇÃO CELULAR 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 4° PERÍODO 2/2021 
 
3. Após 8h o nível de O2 no sangue se normatiza;4. Após 12 a 24h os pulmões já funcionam melhor; 
 
5. Após 2 dias o olfato já percebe melhor os cheiros 
e o paladar já degusta melhor a comida; 
 
6. Após 3 semanas a respiração se torna mais fácil e 
a circulação melhora; 
 
7. Após 1 ano, o risco de morte por infarto do 
miocárdio é reduzido à metade. 
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS 
As duas dimensões da comunicação, a verbal e a 
não verbal, são fundamentais quando pensamos 
na melhor maneira de darmos uma má notícia, 
pois toda comunicação tem duas partes: 
Conteúdo: fato ou informação que queremos ou 
necessitamos transmitir 
Sentimento que temos em relação à própria 
notícia, à pessoa para quem estamos transmitindo 
a mensagem e a situação: contexto em que a 
interação está ocorrendo. 
Essas dimensões se complementam (dizer “sinto 
muito” e estar com a fisionomia séria, olhando nos 
olhos da pessoa, por exemplo), se contradizem 
(dizer “sinto muito” e sair andando 
imediatamente, sem dar tempo para a outra 
pessoa se expressar) e expressam sentimentos 
(dizer “sinto muito” e demonstrar tristeza no tom de 
voz e na expressão facial). 
De maneira geral, os protocolos que tentam 
auxiliar os profissionais de saúde para que 
transmitam uma má notícia orientam: antes de 
dizer, pergunte; tome conhecimento das emoções 
do paciente e lide com elas por meio de respostas 
empáticas; ofereça apoio ao paciente ouvindo 
suas preocupações; não subestime o valor de 
apenas ouvir e, às vezes, não faça nada: mas 
fique por perto. 
Toques afetivos podem ser adequados, se o 
paciente for receptivo e não o rejeitar; 
Evitar interrupções enquanto o outro fala (é 
demonstração de respeito e interesse). Usar o 
meneio positivo da cabeça (significa: “estou te 
ouvindo”, “entendo”, “pode continuar falando” 
...)

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