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DOENÇA DE ALZHEIMER Neurologia Adulto e Infantil André Pantoja,MSc. HISTÓRICO Foi descoberta e descrita pelo neuropatologista e psiquiatra alemão Alois Alzheimer, em 1907, através da avaliação pós-morte no tecido cerebral de uma paciente de cinqüenta e cinco anos acometida de demência progressiva. A doença ficou pouco conhecida por muitos anos e somente a partir de 1960 houve uma evolução nos estudos da histologia das demências senis (PASCALE, 2002). HISTÓRICO DA é uma afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento insidioso, que acarreta perda da memória e diversos distúrbios cognitivos. Alois Alzheimer Na DA ocorrem mudanças na estrutura do cérebro. São elas: a) Presença de placas senis: são lesões encontradas em todas as estruturas do córtex cerebral e no hipocampo, formadas por uma parte central de material amilóide que é revestida por terminações axonais aumentadas, os neuritos. b) Presença de emaranhados neurofibrilares: são lesões intracelulares constituídas pelo acumulo de material fibrilar anormal. Ocorrem principalmente no hipocampo; posteriormente também podem ser encontrados em todo o córtex cerebral. Placas e Emaranhados Doença de ALZHEIMER ETIOLOGIA A causa não é conhecida. Fator genético: Principal. Fatores apontados: toxicidade a agentes infecciosos, ao alumínio, a radicais livres de oxigênio, a aminoácidos neurotóxicos e a ocorrência de danos em proteínas associadas. EPIDEMIOLOGIA Todo o mundo: 17 a 25 milhões de pessoas com a DA. 1 em cada 10 pessoas > de 80 anos deverá ser portadora da DA. > de 70 anos é de 1:100 e em > 60 anos é de 1:1000 (Federação Espanhola de Associações de Familiares de Enfermos de Alzheimer - AFAF). É a terceira causa de morte. FISIOPATOLOGIA Estruturas: lobo temporal medial, o hipocampo e o giro para-hipocampal estruturas essenciais para os processos de memória. Perda neuronal, degeneração sináptica intensa, deposição no córtex cerebral de placas senis e os emaranhados neurofibrilares; Evolução da doença atinge áreas cerebrais responsáveis por outros processos cognitivos. Um grau variável de atrofia cortical com alargamento dos sulcos cerebrais; Alzheimer = distúrbio irreversível do cérebro, onde células deterioram-se provocando envelhecimento do cérebro e a degeneração dos neurônios. QUADRO CLÍNICO Fase inicial: duração de 2 a 3 anos. Dificuldade em relação a memória e comunicação; Tornam-se confusos e agressivos; Alteração da personalidade; Não reconhece os familiares e até a si mesmos quando colocados frente a um espelho. Fase intermediária: duração de 2 a 10 anos. Deterioração mais acentuada da memória; Aparecimento de sintomas focais: afasia (perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita), apraxia(perda movimentos e gestos precisos), agnosia (reconhecer ou identificar objetos) e alterações visuoespaciais; capacidade de aprendizado; A memória remota comprometida; Alterações de comportamento como frustração, impaciência, inquietação, agressão verbal e física; Alucinações e delírios; Inicia perda do controle da bexiga. Fase avançada: duração média de 8 a 12 anos. Dificuldades para reconhecer faces e espaços familiares; Com das AVDs, tornam-se totalmente independentes; Ficam acamados: com incontinência urinaria e fecal; A morte: complicação da síndrome de imobilidade, pneumonia, infecção urinária e úlceras de decúbito. DIAGNÓSTICO 1. TC: do volume dos ventrículos laterais, 3º ventrículo com tamanho de até 2 vezes o tamanho normal, associado ao alargamento dos sulcos corticais; 2. Exame do tecido cerebral = necropsia: à presença de cicatrizes neurofibrilares dentro de neurônios, bem como de placas neuríticas de proteína amilóide no espaço extracelular. TRATAMENTO 1. Objetivo: controlar os sintomas e estimular o treinamento familiar para se aprender a lidar com pessoa doente. 2. Os medicamentos: melhorar os sintomas de irritabilidade, depressão, inquietação e alterações do ritmo sono-vigília. O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO É baseado na avaliação do paciente, ou seja, o tratamento será de acordo com os sinais, os sintomas e as limitações do paciente. O tratamento fisioterapêutico passa a ter grande importância para retardar a progressão das perdas motoras, evitar encurtamentos e deformidades e incentivar a independência do doente. IMPORTANTE: O cuidador tem papel importante na elaboração do programa e também na sua realização, portanto, o plano domiciliar deve ser entendido por todos (Higiene Pessoal, Vestuário, Incontinências, Pacientes Acamados ...). 1. Exercícios de alongamento: • Alongamento da musculatura cervical (flexão, extensão e inclinação); • Alongamento dos membros superiores (extensores, adutores, abdutores do ombro, músculos peitorais e de flexores e extensores do cotovelo); • Alongamento do tronco superior (flexão, extensão e rotação); • Alongamento do tronco inferior (flexão e rotação); • Alongamento dos membros inferiores (glúteo máximo, isquiotibiais, reto femoral, adutores, abdutores, flexores plantares e dorsiflexores). O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 2. Exercícios para melhora da mobilidade: • Flexão, extensão rotação e inclinação da cervical; • Mobilização escapular (elevação, depressão, adução e abdução); • Flexão, extensão, adução e abdução de ombro; • Flexão e extensão de cotovelos, punhos e dedos; • Flexão, extensão e rotação de tronco; • Flexão e extensão de quadril e joelho simultaneamente associando a adução e abdução de quadril; • Flexão plantar e dorsiflexão; • Exercício de ponte. Devem ser realizadas duas series de dez repetições de cada exercício. O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 3. Coordenação motora: • Associar a pratica de caminhada com atividades dos membros superiores com auxilio de um bastão realizando flexão de ombros ou rotação de tronco simultaneamente a marcha. 4. Transferências: • Decúbito dorsal para lateral: o paciente deve flexionar o membro inferior do lado oposto ao lado que ira deitar e com ajuda do membro superior oposto que fará adução virar para o lado. Se o paciente não for capaz, o cuidador deve usar de pontos-chave como o quadril e ombro. Para voltar ao decúbito dorsal, realizar a extensão dos membros inferiores e rodar o tronco. • Decúbito lateral para sentado: colocar os membros inferiores para fora da cama e com auxilio do membro superior que esta embaixo elevar o tronco para sentar. Para voltar ao decúbito lateral apoiar o membro superior o qual se deitara em cima e conforme o tronco se aproximar da cama colocar os membros inferiores sobre a cama. Se o paciente não for capaz, a seqüência é a mesma, mas o cuidador é que deverá elevar ou deitar o tronco e colocar ou tirar os membros inferiores da cama. O TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO • Sentado para em pé: pedir para que o paciente apóie suas mãos no ombro do cuidador, levar o tronco do idoso bem a frente, pedindo para que ele estenda seus membros inferiores. Dai o paciente pode ser transferido para a cama, cadeira, etc. com passos com auxilio do cuidador. Se o paciente já não for capaz de ficar em pe, a transferência deve ser feita por dois cuidadores, um apoiando os membros inferiores sob os joelhos e outro apoiando o tronco sob as axilas e segurando os membros superiores do paciente. Estes pacientes poderão também receber tratamento na Hidroterapia e com auxílio de bolas suiças. PESPECTIVAS PESPECTIVAS PESPECTIVAS NÓS PODEMOS ESCREVER UM NOVO FIM. CONCLUSÃO 1. Doença de Alzheimer:uma síndrome de causa desconhecida e incurável; 2. Existe uma busca de melhor qualidade de vida para os pacientes e dos vários tipos de tratamento; 3. A fisioterapia busca melhoria na qualidade de vida do paciente, retornar as relações interpessoais e obtenção de independência por parte do paciente.
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