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Psico-oncologia: definições e áreas de atuação Histórico ➢ Psicossomática Trabalhos de Hans Selye descrevendo o fenômeno do estresse e Walter Cannon na década de 1930, que estudou mecanismos da homeostase corporal. Quando um organismo é exposto a um evento estressor, esse organismo apresenta um conjunto de sinais e sintomas muito próximos e muito parecidos. Sindrome geral de adaptação: No modelo trifásico de Selye quando o organismo é colocado frente a um evento estressor, entra-se em fase de alerta havendo uma ativação autonômica (Sistema Nervoso Simpático – taquicardia, aumento da pressão arterial, atividade imune, etc). Persistindo o estímulo estressor, o organismo vai para a fase de resistência cujo objetivo é resistir frente ao estímulo estressor. Pensando nesse organismo, ele sai da ativação autonômica e vai para a secreção de cortisol. Persistindo o estímulo estressor, o organismo vai para a fase de exaustão – é onde o organismo adoece, segundo Seye. Já para Lipp, o organismo vai mostrando sinais entre a fase de resistência e exaustão. Cannon compôs o conceito de meio interno e homeostase. Todo organismo vivo tem a tendência de manter o seu meio interno constante. Portanto, essa homeostase está sujeita o tempo todo à uma ruptura. Ex: queda de temperatura – evento externo que rompe com meu equilíbrio interno – meu metabolismo precisa aumentar para que minha temperatura interna não caia, mantendo-se constante em 36ºC. Quando algo seja interno ou externo, acontece com o organismo, como Seye já falou, esse organismo desencadeia uma síndrome > sinais e sintomas > adoecimento. Atualmente temos pesquisas sobre a inter-relação concreta entre sistema nervoso central, sistema imune e elementos de ordem psíquicas/cognitiva na determinação da doença (ciência que hoje se chama psiconeuroimunologia). Cortisol – eixo neuroendócrino – autoimune Temos uma interação entre aspectos físicos (orgânicos) e psicossociais envolvidos no adoecimento. ✓ Há então um desenvolvimento terapêutica/tratamento mais eficazes e o diagnóstico de câncer deixa de ser considerado sentença de morte. Câncer passa a ser considerado uma doença crônica na medida em que grande número de pacientes acabam sendo curados ou vivem anos administrando a doença. ✓ O desenvolvimento da psico-oncologia: ▪ Temos uma área voltada aos pacientes e sobreviventes do câncer e suas necessidades de lidar com a condição de cronicidade ou cura. ▪ Manejo dos sentimentos de insegurança (resultado do adoecimento). Não falamos de morte, mas não falamos de finitude – toda pessoa que se vê com uma condição difícil, já é levada automaticamente a lidar com a questão da morte. ▪ Manejo de eventuais sequelas (mutilação – vasectomia, ósseos – mutilações), tanto com o paciente quanto com a família ▪ Reinserção no cotidiano. Definição Psico-oncologia: constitui-se em uma subespecialidade da oncologia que estuda as duas dimensões psicológicas presentes no diagnóstico do câncer. - o impacto do câncer no funcionamento emocional do paciente, da família e dos profissionais envolvidos no tratamento - o papel das variáveis psicológicas e comportamentais na incidência e sobrevivência ao câncer. Segundo Gimenes (1994): Psico-oncologia representa uma área de interface entre a psicologia e oncologia e utiliza conhecimentos provenientes da psicologia da saúde para aplicá-lo: 1) Na assistência ao paciente oncológico e sua família e aos profissionais de saúde envolvidos no tratamento; 2) Prestar assistência na pesquisa e no estudo de variáveis psicológicas e sociais relevantes para a compreensão da incidência, recuperação e tempo de sobrevida após o diagnóstico; 3) Na organização de serviços oncológicos que visem o atendimento integral do paciente (físico e psicológico). Psico-oncologia na atenção integral à saúde - 1937: criação do Instituto Nacional do Câncer (INCA) - 1961: Instituto Nacional de Câncer (órgão do ministério da saúde) PSICO-ONCOLOGIA Propunham ações nacionais integradas para a prevenção e controle do câncer. - 1980: criação do Sistema Integrado de Controle do Câncer (SICC): Ação contínua por todo o território nacional no estabelecimento de programas de combate ao câncer: - informação acerca da incidência da doença - campanhas contra tabagismo - prevenção de canceres prevalentes - educação em oncologia nos cursos da área de saúde - divulgação técnica e científica - 2000: o Ministério da Saúde pública portaria que determina a implantação de centros de oncologia em hospitais gerais, (até então não havia a obrigatoriedade). Ampliar oferta de serviços: diagnostico, cirurgia, quimioterapia radioterapia e cuidados paliativos. Essa mesma portaria determinou que os serviços de oncologia credenciados pelo SUS contassem com um psicólogo clínico, refletindo a percepção da necessidade de cuidar dos aspectos emocionais envolvidos no adoecimento. - 2005: o decreto 741/05 ratifica a obrigatoriedade do suporte psicológico ao paciente com câncer e a ANS aponta, no rol de procedimentos mínimos a serem cobertos por planos de saúde, a psicoterapia em situações de crise. Surgimento da psico-oncologia no Brasil - 1989: I Encontro Brasileiro de psico-oncologia (profissionais que trabalhavam/gostavam do tema, mas não tinham uma organização formalizada) Temas ligados à multidisciplinariedade, à etiologia e aos aspectos psicossociais dos diferentes tipos de câncer. - 1992: II Encontro Brasileiro de Psico-oncologia Escolha definitiva do termo Psico-oncologia, já utilizado nos Estados Unidos. Nesse encontro discutiu-se também a possibilidade de fundação da Sociedade Brasileira de Psico-oncologia. - 1994: III Encontro Brasileiro e I congresso nacional de Psico- oncologia Fundação da sociedade brasileira de Psico-oncologia SBPO e criação do primeiro curso de Psico-oncologia no país - 1996: II Congresso Nacional de Psico-oncologia - 1998: III Congresso Nacional de Psico-oncologia. - Aprofundamento dos temas relacionados à interdisciplinaridade; - Manutenção da ênfase em prevenção; - Inclusão de fórum de pacientes; - Abordagem da relação entre espiritualidade e câncer. - 2000: a diretoria da SBPO decide dar nome de Congresso aos encontros anteriores neste ano realizam-se, então, o VI Congresso Brasileiro de Psico-oncologia. Interface da psico-oncologia com novas áreas de estudo Não se pode falar em atenção integral ao paciente, familiar e equipe de saúde sem atentar para áreas como psiconeuroimuno, luto, cuidado paliativos e bioética. Psiconeuroimuno: visão integradora de diversos sistemas – psicológico, neurológico, endócrino e imunológico. É a partir desse olhar que temos um avanço em relação ao dualismo menteXcorpo, tendo uma compreensão do homem como um organismo único - Compreensão do homem - Papel do estresse sobre o organismo - Conceito de enfrentamento - Forma como se pensa e ajuda os que adoecem de câncer Morte e luto Deus Tanatus (criatura divina, um anjo – tem asas, forma humanoide e possui uma foice) – Deus da Morte Segundo Bel Cesar (2006): “precisamos superar o preconceito de falar sobre a morte”. Precisamos naturalizar a morte, assim como naturalizamos o conceito de vida. Tornar a morte mais inserida em nosso cotidiano. As famílias geralmente se desestruturam porquê de fato a morte não é tratada de forma naturalizada, mas como algo abominável. Em 1996 foi criado o Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto (LELu), na PUC-SP. Em 2000, foi criado o Laboratório de Estudos sobre a Morte (LEM) na USP-SP. Bioética - Beneficência (se pautar na melhor prática possível) - Não-maleficência (não causar mal a nenhum paciente) - Autonomia (todo paciente tem direito a autonomia no que diz respeito às diretrizes do diagnóstico-tratamento-desfecho, sendo cura ou morte) - Justiça e equidade (dar paraaquele que mais precisa) “Pacientes são indivíduos com histórias, expectativas, reações emocionais à doença e possuem relacionamentos sociais e familiares que afetam sua doença e são afetados por ela.” (Koening, 2004) Quando alguém adoece, precisa-se pensar que a família, a dinâmica familiar também adoece e se desestrutura – vivencia extremamente perturbada. Muitas vezes não é o paciente que impõe empecilhos no tratamento, mas muitas vezes é a família que dificulta a relação terapêutica e com a equipe de saúde. Muitas vezes o paciente é de fato passivo de uma ordem que se instala patologicamente em volta dele. Capacitação profissional: envolve um trabalho de humanização. Capacitar o profissional, de forma humanizada, a: - comunicar o diagnóstico da doença oncológica - informar pacientes e familiares sobre o agravamento da doença e proximidade da morte? Embora seja uma situação extremamente complicada, é possível dar a informação de forma humana: de um ser humano para um outro ser humano. - lidar com pacientes que expressão fortes emoções como medo, raiva, tristeza. - proceder ao tratamento do paciente sem possibilidade de cura. - cuidar dos sintomas incapacitantes (amputações, acamados, sem se alimentar devido à quimio) - abordar paciente e família quando há possibilidade iminente de morte - lidar com a perda de pacientes Nos cuidados paliativos, se abandonam os tratamentos de base e se prioriza o controle da dor para dar, no mínimo, uma qualidade de final de vida para esse sujeito. Hospces franceses Discussão de temas: Eutanásia: morte assistida (promove uma parada respiratória no sujeito). Ortotanásia: morte natural sem sofrimento (cuidados paliativos). Distanásia: prolongamento da vida do doente incurável (não se respeita a autonomia desse sujeito, a despeito de dor, sofrimento, consentimento). Prolonga a vida do sujeito e o custo é apenas o paciente que paga, embora pareça ser uma causa nobre da medicina. - pedidos de não-ressuscitação (documento realizado com um advogado, e caso seja o caso, o advogado apresenta esse documento ao hospital e nem ele e nem os médicos serão processados). - encerramento do tratamento da doença de base. - intervenções de células-tronco (quando o embrião é apenas uma célula, é chamado de células-tronco toti potente – esse embrião que ainda não tem tecido nervoso pode gerar células de qualquer tecido do corpo: fígado, pulmão, neurônios, placenta...) – visa reinicializar o corpo. BIOLOGIA DO CÂNCER Todas as nossas células têm um núcleo – as células do rim, fígado, neurônios... onde estão contidos nossos genes, nosso DNA. Rna mensageiro Genes: transcrevem (produzem) proteínas essenciais à manutenção/sobrevivência de qualquer célula do corpo. Um bom funcionamento das células, garantem um bom funcionamento dos órgãos. Para as células funcionarem corretamente, é necessário ter uma boa transcrição/síntese de proteína. Existem dois tipos de compto: Reflexo (inato, que não é ensinado para o ser humano, que faz parte do repertório sendo essencial para a sobrevivência, como chorar), que vem sendo selecionado com nossa evolução. E o aprendido (que são ensinados pelo ambiente, como linguagem, raciocínio, tomada de decisão). Comportamentos complexos como fazer cálculos, correr, pensa, se emocionar, só são possíveis graças à interação contínua entre genes e ambiente. Muitas vezes nascemos com um aparato biológico pronto, mas é necessário um contato com o estímulo do ambiente. O DNA constitui organelas chamadas cromossomos, que se localizam no interior do núcleo de cada célula do nosso corpo. É em uma determinada etapa mitose e meiose, quando esse DNA está essencialmente condensado, é que conseguimos visualizar esse DNA e ver que eles formam estruturas muito específicas, com formas muito específicas... Nós temos 23 pares de cromossomos, equivalendo a 46 equivalentes, total de DNA que temos no núcleo de nossas células. O gene está no cromossomo, pq o gene é dna condensado, e o dna é um trecho de molécula de dna. Os genes codificam (produzem) proteínas que são fundamentais para a sobrevivência do organismo. Ex: daltonismo – ausência de produção de proteínas especificas para a visão colorida. Há uma mutação em um determinado gene. Doença de Huntington: mutação (modificação) genética que resulta em coréia, demência e morte de 15 ou 20 anos após o início da doença. (começa pelo neurônio motor, mas tende a se expandir em todo o SNC). Gene (foxP2): a inativação desse gene na aprendizagem do canto em alguns pássaros e mutação interfere com a linguagem em humanos (White et al, 2006). (esse dado é importante para nós, pois a aprendizagem do canto para os pássaros é fundamental para garantir a sobrevivência dessa espécie). Genes correspondem a trechos da molécula de DNA, entretanto, nem todo trecho da molécula de DNA é gene. Esse trecho da molécula de DNA que não tem gene, é chamado de DNA Lixo. Estimava-se que existiam cerca de 50.000 genes no genoma humano, porque existia um dogma (algo que não pode ser questionado – verdade incontestável). 1 gene codificava apenas 1 proteína, uma proporção de 1 para 1. 50.000 mil proteínas no corpo humano e isso é um dogma, existe cerca de 50.000 genes no corpo humano. Esse número caiu para aproximadamente a metade após a conclusão do projeto Genoma Humano. Estima-se que tenhamos de 20 a 35 mil genes no Genoma Humano. 1 gene está transcrevendo mais de 1 proteína. Descobriu-se que um gene codifica mais de uma proteína > constatou-se a presença de menos DNA “funcionante” (que codifica proteína, que tem genes) e a presença de mais DNA “lixo”, que aparentemente não codifica nada. Funcionamento gênico Existem genes que funcionaram em uma fase anterior do desenvolvimento da espécie humana e atualmente não funcionam mais. Existem genes que estão em funcionamento em um determinado momento (ontogenia – seleção de comptos mais adaptados ao longo da vida do sujeito). Durante o desenvolvimento embrionário, há o momento, diferente de agora, em que a reprodução celular precisa ocorrer muito rápido. Câncer é reprodução anormal de células. Aconteceu alguma coisa no núcleo > RNA m > proteínas disfuncionais, que fez com que essa célula se tornasse disfuncional. Mas essa célula disfuncional não para de se reproduzir, apenas o freio de reprodução após se tornar disfuncional, que para de funcionar. 27/08/2019 Temos 2 tipos de células: as células somáticas ou germinativas/gônadas Ciclo Celular – célula somática Existem 4 fases do ciclo celular: - G1: não há síntese de DNA (horas, dias e anos) - S: síntese de DNA (duplicação de DNA) - G2: preparação da célula para mitose G1, S e G2 constituem a INTÉRFASE Cada uma dessas fitas vai para uma célula-filha. Divisão celular: mitose e meiose Mitose: é a divisão de células somáticas, pela qual o corpo cresce, diferencia-se e efetua regeneração tissular. A mitose resulta em duas células filhas, cada uma com cromossomos e genes idênticos ao da célula parental (46 cromossomos cada uma). Meiose: ocorre em células germinativas (gônadas – testículos produtores de gametas, ovários – produtores dos gametas femininos óvulos), resultando na produção de células reprodutivas (gametas), cada uma com 23 cromossomos (22 autossomos e um cromossomo sexual X ou Y). a quantidade do material genético da mãe é reduzida à metade. Anomalias que em geral são clinicamente significativas podem surgir em células somáticas ou nas de linhagem germinativa por erros que ocorrem na divisão celular. O DNA possui mecanismos de reparo, que depois que é formada a cadeia complementar, passam enzimas como se fossem “vigias” reparando possíveis erros que podem ter ocorrido, evitando problemas. Um dos erros que podem ocorrer nessa divisão de celular: erro na cópia dos nucleotídeos: Fenótipo:expressão observável de um genótipo (característica). Mutação: mudança permanente na sequência de nucleotídeos ou disposição do DNA. Mutações podem ser causadas por erros de copias do material durante a divisão celular, por exposição a radiação, agentes químicos ou vírus (quebrando essa divisão de nucleotídeos). Os vírus se aproveitam do processo de duplicação celular para eles se reproduzirem. ****desenho*** Nem toda mutação é ruim, pois geram variações no conjunto de genes de uma população – se fossemos todos iguais, bastaria uma bactéria que mataria toda a população. Tipos de mutação que podem ocorrer: Mutação em cromossomos homólogos: A deleção é quando um segmento de um cromossomo simplesmente desaparece por erro na cópia do material genético. Isso significa que está sendo retirado uma parte da sequência de DNA, o que faz com que falte proteínas para serem transcritas, sendo, portanto, uma mutação. Duplicação de um segmento de um trecho de um cromossomo. Inversão – o nosso DNA tem uma sequência de base: A-T (gene 1), C-G (gene 2), G-T (gene 3) por exemplo. essa sequência existe por um motivo importante, por conta da transcrição proteica. A inversão ocorre devido à uma quebra através de um agente, invertendo essa sequência: A-T (gene 3), C-G (gene 2), G-T (gene 1). Com isso, há uma mudança na transcrição proteica podendo haver uma mutação na célula. Mutação não-homólogo (não compartilham dos mesmos genes) Translocação – ocorre uma troca de segmentos entre os cromossomos. Uma parte do cromossomo 4 vai para o cromossomo 20, e uma parte do cromossomo 20 vai até o cromossomo 4. No cromossomo 4 tem genes específicos do cromossomo 4. No cromossomo 20 tem genes específicos do cromossomo 20. Mas pode ocorrer uma mutação que faça ter essa troca de segmentos porque esses cromossomos dentro da célula estão perto um do outro, ficam espalhados e pertinho, ficando fácil haver troca de segmentos entre eles havendo uma quebra de sequência. Se houve alteração na sequência de genes, vai haver alteração na sequência de síntese de proteínas e vai haver prejuízo funcionamento celular. O problema não é só divisão de célula, mas sim a displasia celular = produzir proteínas disfuncionais e essas células formarem um complexo acabando se constituindo um ser “a parte” do organismo, como por ex gerar seus próprios vasos sanguíneos. Inserção (cromossomo não-homólogos) Um segmento do cromossomo 4 é inserido entre genes do cromossomo 20, alterando toda a sequência do cromossomo 20, além do cromossomo 4 ter perdido uma parte do segmento. Da concepção ao desenvolvimento completo Embriogênese A união do espermatozoide ao óvulo resulta na célula ovo (zigoto) > chamada de célula-tronco-totipotente. Pensemos na célula totipotente como ultra super mega potente! Totipotente é uma célula (indiferenciada, não especializada) que pode se reproduzir e se diferenciar (se especializar) em qualquer tipo de célula. É o único tipo de célula que é capaz de originar (em condições adequadas - útero) um organismo completo (todos os tipos de células e tecidos do corpo) - (o único capaz de produzir tecido placentário). Totipotente evolui para Pluripotente: - Células Pluripotentes (células tronco embrionárias): possuem a capacidade de gerar células dos três folhetos embrionários (tecidos primordiais do estágio inicial do desenvolvimento embrionário, que darão origem a todos os outros tecidos do organismo). Endoderma: que origina o trato gastrointestinal e os pulmões. Mesoderma: que origina os músculos, ossos, sangue e sistema urogenital. Ectoderma: que origina todos os tecidos epidermais e sistema nervoso. - Células Multipotentes (células-tronco): possuem a capacidade de gerar um número limitado de células especializadas. Elas são encontradas em quase todo o corpo, sendo capazes de gerar células dos tecidos de que são provenientes. São responsáveis pela constante renovação celular que ocorre em nossos órgãos. As células da medula óssea, as células do sangue do cordão umbilical e as células mesenquimais são exemplos de células- tronco multipotentes. O que dispara todo esse processo de geração celular (de um apanhado de genes = 23 cromossomos espermatozoide + 23 cromossomos óvulo) -> fenótipo = genótipo + ambiente favorável. Ou seja: o ser humano já foi uma célula ovo > que posteriormente foi totipotente, mas que só se desenvolveu através de um ambiente favorável (útero)!! Célula ovo ou zigoto (totipotente) sofre mitoses sucessivas dando origem a grupos diferentes de células, um processo chamado de Diferenciação. Esse processo é desencadeado por distintas porções do genoma que são selecionadas para expressão em diferentes células do embrião. Genes ativados no grupo de células, vão estar silenciados em outras. Os que estiverem silenciados em um grupo, estarão ativados em outros. Surgimento de células morfologicamente distintas. Toda célula contém o mesmo DNA, portanto, o mesmo genoma/genes, o mesmo núcleo. Então, porque o neurônio é tão diferente de uma célula cardíaca, por exemplo? Porque os genes que estão ativos no neurônio não estão ativos nas células cardíacas, e vice-versa, por isso são diferentes mesmo possuindo o mesmo DNA. Existem sim genes que estão ativos em todas as nossas células Essa modificação na expressão genica gradualmente restringe a potencialidade das células, que passam de totipotentes a pluripotentes, expressando um fenótipo específico. A simples divisão e diferenciação celular não garantiriam a complexa organização de todo o indivíduo. A medida que o embrião cresce, a organização celular passa a depender de uma comunicação intercelular (entre as células). Essas mitoses não ocorrem ao acaso, precisam ser controladas e organizadas. Quem bota ordem nessas mitoses, em primeiro essa comunicação intercelular. Essa comunicação intercelular é fundamental para que cada célula tenha uma “noção” do seu papel no todo. Essa comunicação acontece através das proteínas e outras moléculas sinalizadoras. As células não podem se comportar individualmente. Todos os processos de divisão e diferenciação precisam ser sincronizados para que o indivíduo pluricelular possa se constituir em um complexo funcional. Esse processo leva as células a se organizar em tecidos, órgãos e sistemas. Mesmo após o nascimento as células aumentam em número (se dividem) até que todo o desenvolvimento se complete na vida adulta. O número de mitoses é maior que o número de morte celular, porque o organismo está se desenvolvendo. Quando entra na fase adulta, chega na fase de envelhecimento (senescência), o número de mitoses cai e o número de morte celular aumenta. A comunicação entre as células passa a ser mais complexa, dependendo não só de sinais de células vizinhas, mas também de eletrólitos do líquido intersticial (onde existe proteínas que são secretadas pelas próprias células, servindo como vias de comunicação de uma célula para outra. São as secreções dessas proteínas sinalizadoras que sinaliza para as outras células quando é para parar ou continuar a se dividir – ex: está na hora dos órgãos sexuais começar a se desenvolver, vamos nos dividir) e de hormônios. Esse ambiente de eletrólitos, hormônios, citocinas (moléculas sinalizadoras tbm) compõe um complexo sistema de comunicação que mantem o organismo como um todo integrado e harmônico. Ao longo de todo o desenvolvimento e senescência algumas células precisam ser removidas e morrem por mecanismos programados (apoptose). Apoptose celular nos protege contra a danos relacionados a mutações e problemas no DNA. Quando há alguma mutação importante e esse mecanismo de reparo não conseguiram reparar esse erro, pode acontecer da morte celular programada ser disparada, ocorrendo a morte celular programada sem prejuízos no sistema. Acaba sendo o equilíbrio entre a proliferação e a morte celular que mantem o organismo íntegro,ativo e saudável. O que ocorre no processo de carcinogênese (processo de desenvolvimento do câncer) é a má utilização de toda essa maquinaria celular. A célula neoplásica utiliza processos bioquímicos normais, mas de forma desregulada e em momentos inoportunos, gerando proliferação celular descontrolada. A célula normal é transformada em célula neoplásica em um processo em que mecanismos de regulação e proliferação vão sendo danificados sucessivamente. Para a célula se tornar neoplásica, a primeira coisa que deve acontecer é alteração nessas sequências de DNA, por exposição de radiação, vírus, agentes químicos, etc., havendo um acúmulo de mutações. Ocorrem danos tanto nos sistemas que induzem a proliferação (divisão celular), quanto nos mecanismos responsáveis por “frear” esse processo. (Gene original) Pode ser que a deleção em uma parte específica do DNA pode gerar deleção em uma parte especifica do DNA e como consequência podemos ter uma proteína hiper-reativa. Existem processos que são chamados de amplificação genica. Se esse gene foi amplificado em 3, há 3 fitas RNA. Pode ter rearranjo cromossômico. Qualquer tipo de modificação na sequência de nucleotídeos de DNA, vai gerar modificações no funcionamento celular. A p53 é uma proteína (produzida pelo gene p53) que regula a transcrição de genes indutores da parada do ciclo celular (senescência). A perda da função desse gene ocorre em quase todas as neoplasias. Induzir a parada do ciclo celular é parar a mitose, não havendo mais reprodução. Se o sistema imune tem mecanismos para reconhecer uma célula tumoral/câncer, por que ela não o faz? Existem proteínas chamadas de “supressoras de tumor”. A integridade dessas vias mediadas por essas proteínas tem o objetivo de prevenir o surgimento de tumores. Persistência de uma proteína “estimuladora” ou a supressão (desativação) de uma proteína “repressora da divisão celular” pode causar mau funcionamento da célula. Inibida a morte celular programada (apoptose), retirados os freios para a proliferação e estimulada a divisão celular, a célula transformada (fenótipo neoplástico) passa a formar um clone de células que se expande. Essa massa de células aderidas umas as outras passam a se apoiar em uma rede de fibras, chamada de “matriz, embebida no líquido intersticial (meio extracelular). Dissolvidos nessa matriz (líquido intersticial), temos diversos fatores de crescimento (VEGF – Fator de Crescimento do Endotélio Vascular (tecido vascular) que vai fazer com que essa massa se vascularize (com porte de oxigênio para essas células) e ganhe vasos sanguíneos). O tumor passa a liberar citocinas por essa matriz (ativação de leucócitos) dando início a um processo inflamatório local que é importante para chamar os soldados do sistema imune até o local da infecção (leucócitos). O problema é que essa inflamação vai causar na região: - Vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar (os leucócitos passam pela corrente sanguínea para atacar aquele tumor). - Liberação de substâncias que interferem na célula tumoral muitas vezes potencializando seu crescimento. - Formação de novos vasos sanguíneos (angiogênese tumoral): passo importante para desenvolvimento de quase todas as neoplasias. - Células tumorais caem no sistema linfático e chegam nos linfonodos mais próximos. Retidas nos linfonodos, essas células continuam se reproduzindo, dando origem a novas colônias de células. E à medida que essas colônias de células crescem, desestrutura o linfonodo e acaba caindo na corrente sanguínea. Para sobreviver na corrente sanguínea a colônia de células precisa aderir a parede dos vasos sanguíneos (receber nutrientes) > METÁSTASE Conclusões Apenas uma pequena parte das neoplasias (5% a 10%) pode ser considerada hereditária. 1. Alterações no processo de divisão celular normal são responsáveis pela grande maioria das neoplasias. DNA = DNA “funcionante” + DNA “Lixo” TRANSTORNOS DE HUMOR EM PSICO-ONCOLOGIA 1. Transtornos de Humor e Oncologia Há grande associação entre câncer e quadros depressivos (e outros transtornos de humor), tendo um pior prognóstico da doença e má qualidade de vida dos pacientes. É uma condição cujo diagnostico é muito preciso porque os sintomas do Transtorno de Humor podem se confundir com os sintomas desencadeados dos próprios sintomas da doença câncer. O próprio tratamento pode desencadear sintomas de rebaixamento de humor. 2. Histórico de Transtornos de Humor É importante investigar se há, no paciente oncológico, histórico de episódios anteriores de alterações significativas do humor. Importante entender que todos os seres humanos se entristecem em decorrência de acontecimentos da ida e que, portanto, flutuações de afeto são universais. Acaba sendo esperado no sentido de que o paciente vai ter que se vê Flutuações se torna, excessivas em termos de intensidade e/ou duração, passando a interferir no dia a dia do indivíduo, pensando em um Transtorno de Humor/Afetivo. O DSM-5 (2014) traz a divisão dos transtornos afetivos em transtornos depressivos e transtorno bipolar e transtorno relacionados: 3. No que diz respeito a essa divisão, precisamos levar em consideração dois contextos importantes: ➢ Paciente oncológico que já possui histórico de transtorno de humor anterior ao diagnóstico de câncer ➢ Paciente oncológico que “aparentemente” nunca apresentou transtorno de humor. Para esse tipo de paciente há duas possibilidades: • Transtorno depressivo relacionado a uma condição médica • Transtorno de adaptação ou ajustamento Transtorno Depressivo relacionado a uma condição médica (DSM- 5) Perturbação (redução) significativa e persistente do humor é considerada uma consequência fisiológica direta da condição médica. Prevalência entre 20% a 40% em indivíduos com certas doenças neurológicas (Parkinson, Huntington, Esclerose múltipla, Alzheimer). É comum o sujeito apresentar sintomas depressivos antes que iniciem os sintomas característicos dessas doenças. Há presença de uma associação temporal entre início, exacerbação ou remissão da condição médica geral e o transtorno mental. Transtornos de adaptação ou ajustamento (DSM-5) No DSM-5 está incluído na categoria “Transtornos relacionados à trauma e a outros estressores”. Uma perturbação do humor que acontece em resposta a um ou mais estressores psicossociais identificáveis. O rebaixamento de humor se desenvolve dentro de um período de 3 meses após o início do estresse (diagnóstico do câncer). Por definição, um Transtorno de Ajustamento deve se resolver dentro de 6 meses após o término do estressor (ou de suas consequências). Entretanto, os sintomas podem persistir por um período prolongado (isto é, mais de 6 meses), se ocorrem em resposta a um estressor crônico (como uma condição médica geral debilitante e crônica – como o câncer). Existe basicamente 3 momentos distintos que o paciente vive durante a vivência do câncer. Até mesmo a literatura concorda que o paciente e a família vivem esses três momentos distintos, e que eles precisam desenvolver (se não tiverem) recursos de enfrentamento dessas três fases distintas. crise (diagnóstico) – tratamento – desfecho (cura ou morte) 4. Epidemiologia Incidência da depressão (episódio depressivo maior) na população em geral tem aumentado e já atinge cerca de 4,4%. Destes, 15% a 25% das pessoas acometidas são mulheres. Segundo estudos, há prevalência de 20% a 50% de transtornos afetivos (não somente depressão) em pacientes com tumores sólidos. Parece haver uma relação importante entre tumores sólidos e transtornos afetivos. Aproximadamente 10% a 25% dos indivíduos com câncer apresentarão, além da “reação normal” esperada, episódio de depressão maior ou ansiedade (Croyle e Rowland, 2003). Em uma amostra de 222 mulheres com diagnóstico precoce de câncer de mama, foi detectada prevalência de depressão: • Em 33%das mulheres já estavam com depressão no momento do diagnóstico (entre tratamento – desfecho) • Em 45% das mulheres desenvolveram a depressão após a realização do diagnóstico (entre tratamento – desfecho) • Em 15% das mulheres apresentaram depressão após 1 ano da realização do diagnóstico (entre tratamento – desfecho) O fato de a depressão ser considerada, por alguns autores, “uma reação esperada” em pacientes com diagnóstico de câncer alguns médicos apontam a depressão como subdiagnóstico (não se trata a depressão) e não se atenta para como o quadro de depressão pode dificultar tanto o tratamento, quanto a promoção de qualidade de vida para o paciente. 5. Tratamento Quando há uma condição de um Transtorno Depressivo maior, uma condição importante de rebaixamento de humor, é importante que seja vista e tratada através de intervenções farmacológicas (levando-se em consideração a possibilidade de interações medicamentosas e efeitos colaterais) e intervenções psicoterápicas (com foco na escuta cuidadosa e na reabilitação). Alguns estudos sugerem maior eficácia das intervenções em grupo. Depressão e câncer de mama Estudos mostram que aproximadamente 22% das mulheres submetidas à mastectomia apresentam transtorno afetivo. No estágio inicial da doença, cerca de 8% já manifestam depressão. • Mulheres que passam por procedimentos invasivos, como o cirúrgico, possuem maior tendência à depressão. A mulher quando perde a mama perde um atributo muito importante de uma característica peculiar que a caracteriza como mulher – sentimentos de repulsa em não querer ver seu próprio corpo. Embora o diagnostico possa ser um fator estressante, o sofrimento é maior nos pacientes que recebem a necessidade da mastectomia e lumpectomia. Depressão e câncer orofaríngeo Foi constatada que em uma amostra de 107 pacientes, 17% possuíam depressão maior ou dificuldade de ajustamento e 34% satisfaziam o critério para dependência química (álcool e nicotina). - Estágio do tumor - Gênero - Sintomas depressivos presentes - Rede apoio social Depressão e câncer em estágio terminal Transtornos afetivos são mais comuns em pacientes cujo futuro se apresenta incerto, permeado por angústias e medos. Pacientes terminais geralmente passam por período em que reveem sua história, preparando-se para o fim. Após o diagnóstico, pacientes em geral normalmente se sentem desprovidos de segurança, com autoimagem abalada, o que afeta sua vida e família. Para que a vida pós-diagnóstico flua natural e beneficamente, profissionais de saúde devem propor as mais adequadas e dignas formas de tratamento, sejam paliativas ou curativas. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE EM PSICO-ONCOLOGIA Sabemos que o câncer desperta sentimentos de medo, angústia, incerteza e ansiedade. Ansiedade: estado de apreensão e preocupação intensos diante de uma ameaça que é potencial. O sujeito que vive esses sentimentos de apreensão e estado de incerteza, de forma contínua ou crônica – assim como rebaixamento de humor – pode interferir no funcionamento imune e diminuir efeito de alguns medicamentos utilizados no tratamento do câncer. Diagnóstico e mudanças de papéis sociais Por exemplo: quando uma pessoa tinha o papel de provedor e não tem mais após o diagnóstico. Nessa estrutura microfamiliar, cada sujeito tem um papel: de filho, filha, esposa, marido, provedor, provedora, filho que ajuda ou não ajuda a mãe, etc. com o diagnóstico, há uma alteração da percepção de que o paciente tem de si mesmo e desse núcleo microfamiliar. Esse sujeito vai ter que se adaptar a uma nova realidade: muitas vezes ele vai sair daquela função que ele exercia (mecânico, por exemplo), ter perda importantes e ter que se adaptar a uma nova realidade que se impõe para ele, e não uma realidade que ele escolheu. Diagnóstico e mudanças de hábitos e rotina Relacionadas ao tratamento: • Restrições alimentares – alimentação por sonda (por não conseguir realizar a deglutição), perda do faro e paladar • Fadiga induzida pelo tratamento • Diminuição dos contatos sociais (se ele já tiver alguma questão com rebaixamento de humor tende a deixar o sujeito mais deprimido) • Não expressão das emoções • Estilo passivo de enfrentamento (paciente não se engaja em nada que diz respeito ao tratamento, embora fique angustiado com isso – o estilo ativo de enfrentamento pergunta o porquê das coisas) Ansiedade e Câncer • Pode surgir antes do diagnóstico: pode interferir em programas de prevenção. A simples menção da palavra “câncer” pode acarretar comportamentos de evitação, dificultando ou mesmo impedindo a adesão a ações de prevenção. A informação sempre diminui ou evita a ocorrência de ansiedade. Vários estudos mostram que pacientes que tem acesso a informações sobre a doença, tem mais probabilidade de aderir a programas de prevenção e apresentar menores índices de ansiedade. Pacientes com histórico na família e que tenha acesso a amplas fontes de informação, normalmente tem diminuídas as evitações com relação a exames preventivos. Porque quando temos acesso à informação, da mais sensação de segurança ao sujeito e consequentemente sensação de controle para o sujeito? Porque quando vou fazer um exame preventivo para alguma coisa, como o câncer por exemplo, muitas vezes não sabe o que é a doença, mas que tenho histórico na família e que tenho a vulnerabilidade maior para adquirir aquela doença, perde-se o controle sobre o que pode acontecer. A ansiedade também pode influenciar pessoas que se relacionam com o paciente. Assim, cuidadores formais (formados ou que recebem para cumprir a função de cuidador) e informais (cuidado foi atribuído ao familiar X) podem sofrer consequências da ansiedade dos pacientes e até mesmo ao comprometimento da qualidade da relação e da eficácia dos cuidados. • Pode surgir durante o tratamento: cirurgias, quimioterapia, internações hospitalares. Hospital: ambiente hostil e ameaçador, sobretudo em pacientes não familiarizados com a rotina e procedimentos. Informações a respeito dos procedimentos a que o paciente será submetido, bem como da rotina hospitalar diminui sensivelmente a ansiedade dos pacientes. Programas de intervenção psicoeducacionais visam explicação/esclarecimento de todos os procedimentos adotados desde a internação até a cirurgia. A informação elimina o elemento-surpresa em relação a procedimentos médicos e preenche a lacuna que seria ocupada por fantasias mais assustadoras. Quando estamos ansiosos e em um ambiente hostil, a ansiedade da margem para essas fantasias assustadoras de que algum ruim vai acontecer. Isso promove uma atitude mais colaboradora, com maior adesão aos tratamentos e menor demanda em relação à equipe de saúde. Consequentemente temos um menor tempo de internação tanto pré quanto pós- operatória, menor grau de ansiedade e maior satisfação. É necessário que se considere adequadamente cada paciente em suas características pessoais: cada paciente tem necessidades próprias e condições emocionais particulares. A informação deve, portanto, corresponder às necessidades de cada um, bem como à disponibilidade para recebê-la e elaborá-la. Fatores de risco para ansiedade – o que a literatura aponta que tendem a aumentar a ansiedade do sujeito nessa vivência: o Mulheres têm o dobro de probabilidade de apresentar um quadro de ansiedade se comparadas aos homens – essa informação é algo que as entrevistas captam (observam) – as mulheres falam e os homens calam – a cultura não permite que esse homem expresse sentimentos como a cultura permite a mulher expressar sentimentos, principalmente de fraqueza. o A idade: ansiedade mais prevalente em pacientes jovens – talvez essa informação seja mais fidedigna, pensando que nos adolescentes, no momento do diagnóstico e tratamento, que tem toda uma vida pela frente, essas modificações que acontecem com a vida, imagem e autoimagem,afastamento do ambiente escolar e das relações interpessoais, pode ser que esse cenário seja mais temeroso. o A atitude do médico – acaba sendo decisiva em alguns casos no que diz respeito a deixar ansiedade maior ou menor. o Prognóstico da doença – quanto mais cedo feito o diagnostico e quanto mais o tratamento ocorrer de maneira tranquila, melhor o prognostico da doença, há uma tendência da ansiedade ser menor. o Inexistência de relações afetivas satisfatórias – apoio social estar junto afetivamente e fisicamente é fundamental para a pessoa que passa por isso. • Também podem estar presentes na fase pós-tratamento: Vários estudos demonstram que pacientes que sobreviveram a um câncer apresentam altos riscos de desenvolver ansiedade, necessitando de acompanhamento psicológico. Ansiedade maior: me curei, ok... e se o câncer voltar? Pacientes terminais – ansiedade no sentido de desejo de acelerar a morte. Manejo sintomas ansiosos entra no rol dos cuidados paliativos. Diagnóstico do Transtorno de Ansiedade É importante entender que o diagnóstico e o manejo dos sintomas de ansiedade sejam realizado em pacientes com câncer, tanto no diagnóstico e tratamento adequados apresentam bons resultados. Algumas formas de ansiedade que podem aparecer no paciente com câncer: • Ansiedade reativa – ansiedade como reação a uma vivência que se impõe para esse sujeito • Ansiedade relacionada a transtorno pré-existente – muito parecido com os transtornos de humor, o sujeito já tem um histórico de transtorno de ansiedade, sendo a ansiedade pré- existente – anterior ao diagnostico, se acentuando ou reaparecendo no momento do diagnóstico • Ansiedade relacionada a causas médicas (dor em função do próprio câncer; alterações metabólicas induzido pela condição médica e por alterações importantes que acontecem em função do estado da doença; efeitos colaterais medicamentos) Sintomas físicos ou somáticos: de um quadro ansioso podem ser confundidos com os sintomas produzidos pelo câncer (taquicardia, tremores, falta de ar...) Sintomas psicológico: deve-se enfatizar a investigação nos sintomas psíquicos, como por exemplo a expectativa ansiosa (sentimento de apreensão) e vigilância (ou hiper-vigilância) na maior parte do tempo. • Sensações de estar no limite • Irritação • Reação de surpresa exagerada (susto) • Dificuldade concentração • Dificuldade conciliar sono • Pensamentos intrusivos Outros aspectos a se considerar: • Dificuldade de entender o que é dito – dificuldade em compreender as instruções médicas e da enfermagem • Dificuldade de decidir sobre tratamentos • Dificuldade de cooperar com tratamento • Redução limiar da dor • Comprometimento da realização de funções habituais – porque durante o tratamento não são todos os pacientes que ficam hospitalizados Transtornos de ansiedade pré-existentes (com histórico de Transtorno de Ansiedade), podem apresentar reemergência ou intensificação. Manejo da ansiedade • Suporte emocional por parte de todos os membros da equipe de saúde (procedimentos de prevenção, diagnóstico e tratamento) A informação personalizada (doença e tratamento) é mais eficaz na diminuição da ansiedade se comparada a informação obtida de livretos. A informação pode ser dada de forma individual, como também através da formação de grupos de pacientes especialmente reunidos para compartilhar informações: • cirurgia • quimioterapia (efeitos colaterais e modos de contorná-los) • funcionamento hospital • procedimentos de enfermagem • restrições dietéticas e necessidade de segui-las A informação substitui a sensação de desamparo pela noção de que o paciente pode ter controle sobre sua vida. Isso faz com que o paciente tenha uma atitude mais ativa com relação ao tratamento (inclusive participação nas decisões sobre terapêutica). Em termos de manejo: ❖ Treinamento comportamental Meta: diminuir o estresse físico e emocional a partir de técnicas de relaxamento, respiração, meditação e visualização. ❖ Psicoterapia individual Diminuir o estresse através do aperfeiçoamento das capacidades de enfrentamento. ❖ Tratamento farmacológico Utilização de medicamentos ansiolíticos e, eventualmente antidepressivos. Em especial é indicado o uso de benzodiazepínicos, como terapia adjuvante, para: • Aliviar os sintomas somáticos (fisiológico) de ansiedade • Náuseas e vômitos decorrentes quimioterapia • Ajuda nas fobias a procedimentos (medo de agulha, entrar no tubo de ressonância...) • Miorrelaxante (aliviando a tensão muscular causada pela ansiedade) e sedativo (facilitando procedimentos médicos) ❖ Participação da família Desempenham papéis de cuidadores informais – podem colaborar, ajudando a fornecer o suporte emocional ao longo de todo o processo de adoecimento. Importante que haja aliança terapêutica entre paciente e familiares + profissionais de saúde Manejo da ansiedade e cuidados paliativos: o fato de ver o médico com menor frequência na fase terminal da doença aumenta os níveis de ansiedade dos pacientes. Podem ter a percepção maior de desamparo (ausência de controle e falta de autonomia) diante de um contexto que se aproxima – a morte. A dor não controlada também pode elevar os índices de ansiedade nesses pacientes. A dor também pode aumentar ideações suicidas. • Medicamentos que podem causar ou aumentar sintomas de ansiedade: corticoides (aumenta batimento cardíaco e aumenta pressão arterial), broncodilatadores (ele abre o pulmão, mas é beta enérgico acelerando o batimento cardíaco, dando a sensação que está quase tendo uma crise de ansiedade). Pacientes que faziam uso de álcool, opióides ou benzodiazepínicos e tiveram imposta sua supressão podem apresentar quadro de abstinência (ansiedade e agitação). • Questões de ordem prática que precisam ser trabalhadas: organização dos papéis na família (toda família se organiza do ponto de vista dinâmico e afetivo – mãe que assume papel de pilar afetivo onde todos correm quando tem um problema, onde tem um pai provedor e que é fechado afetivamente, um irmão que é um pouco mais frágil ou independente afetivamente, etc), finanças, preocupações de ordem espiritual. • Psicoterapia: abordagem de temas da morte e do morrer de forma franca, por exemplo, paciente pergunta “eu vou morrer?” e o médico responde “vai!” – porque ela sabe que vai morrer. Isso evita que o paciente permaneça sozinho com suas angústias e necessidades. Além disso, ajuda o paciente a encontrar prazer em metas de curto prazo. ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PSICO-ONCOLOGIA Quando se fala de câncer já se entende que o câncer pode ser entendido como um grande estressor tanto ambiental quanto psíquico porque traz importantes alterações físicas (imagem corporal) e psicológica (experiências) para o sujeito no sentido de fazer com que o sujeito se adapte a uma nova realidade. O câncer é imposto ao sujeito, não é uma escolha – uma vivência que se expõe exigindo adaptação e estratégias de manejo para se adaptar a uma nova realidade. Em outras palavras, a pessoa com câncer e os familiares precisam mobilizar recursos psíquicos, cógnitos e sociais (psicossociais) em uma tentativa de se adaptar para tentar lidar com o estresse que vem em função do processo de adoecimento – tendo um esforço cognitivo e comportamentais que visam adaptação à situação, que muda em cada etapa da doença (etapa do diagnóstico, etapa do tratamento, etapa do desfecho). Enfrentamento ou coping Se o adoecimento é uma situação de adversidade exige recursos de coping. Lazarus (1966, apud Gimenes, 1997): “Enfrentamento se refere a um conjunto de estratégias para lidar com uma ameaça iminente”. Alguns autores consideram o termo enfrentamento inadequado porque o termo coping, em uma tradução livre, em português seria “enfrentamento”, que significa várias coisas na língua portuguesa – conotação de luta. Quando Lazarusconcedeu o conceito de coping, não foi com uma conotação de um sujeito “lutar” contra um contexto/situação. Portanto, coping nem sempre significa “enfrentar”, mas “lidar com”/“manejar” uma situação. Segundo Gimenes (1998), o coping é um processo de troca que ocorre entre o indivíduo e o ambiente. Estratégias de enfrentamento são contextuais – dependem mais do contexto/situação em que se dá o estresse (doença) do que o modo habitual de reagir de cada pessoa. De acordo com essa ideia do Lazarus e Folkman, o coping visa o manejo do estímulo estressor não necessariamente o enfrentamento do estímulo enfrentamento, levando em consideração que já que o homem esta em constante troca no meio ambiente, não há uma estratégia de coping que por si só pode ser definida como melhor ou pior. É importante avaliar a funcionalidade da estratégia que vai ser adotada no contexto que a pessoa está inserida e também no contexto da doença que ela vive. Exemplo: o pensamento esperançoso na possibilidade de cura, que é em geral avaliado de forma positiva, normalmente é uma estratégia considerada adequada pois hoje há dados que mostram que muitas pessoas sobrevivem ao câncer. Mas essa estratégia de pensamento esperançoso acaba sendo disfuncional no contexto de um câncer terminal ou que já está em um estadiamento muito avançado, com metástase. Estratégia de coping: fazer ela aproveitar a fazer as coisas que ela gosta no tempo que ela ainda tem – metas a curto prazo. Esse tipo de pensamento, otimista diante da finitude, não garante bem-estar de uma pessoa no momento em que a tarefa que se impõe é o encerramento de laços. A atitude esperançosa pode ser útil no diagnostico para mudar a trajetória da doença – uma pessoa que é muito pessimista ou fica muito deprimida diante do diagnostico, não adere ao tratamento. Mas no momento da terminalidade, o importante é focar nos aspectos gratificantes de viver o momento presente. Classificação e função das estratégias de enfrentamento Segundo definição de Cohen e Lazarus (1979) as estratégias de enfrentamento podem ser classificadas em 5 situações gerais: 1. Busca de informação: visa obter subsídios para resolução do problema ou manejo das emoções. 2. Ação direta: depois que ele obtém todas as informações importantes sobre a situação que ele se encontra, ele vai para ação que objetiva resolver o problema propriamente dito, se o problema puder ser resolvido. 3. Inibição da ação: tem problema que não se pode resolver, mas pode conter ações que possam ser consideradas perigosas ou prejudiciais para a pessoa – quando o sujeito não conseguiu executar as etapas anteriores. Ex: quanto mais informação que eu tenho sobre a doença, a probabilidade de agir de forma impulsiva e impensada, sem medir as consequências do próprio comportamento, é menor. Orientar que a pessoa não faça nada, porque se ela não estiver emocionalmente estável, ela pode executar ações que possam ser perigosas para ela. 4. Esforços cognitivos (intrapsíquicos): se o sujeito conseguiu buscar informação, tirou todas as dúvidas, fez manejo das emoções, resolveu o problema se pudesse ser resolvido, ele poderia vir nessa etapa e fazer uma reavaliação do problema com o objetivo de regular as emoções diante da ameaça que é representada pela questão. Coping (manejo da situação adversa) pode acontecer de duas formas: - Voltado para a resolução do problema (se o problema puder ser resolvido) - Esforços cognitivos com o objetivo de reavaliar o problema e manejar/regular emoções (se o problema não puder ser resolvido de imediato) 5. Busca do outro: objetiva utilizar o apoio social, reconhecendo sua importância para a resolução do problema. Ainda de acordo com Cohen e Lazarus (1979), as estratégias de enfrentamento podem ser classificadas de acordo com 2 funções gerais: 1. Coping centrado no problema: quando a situação pode ser modificável. O indivíduo pode se engajar em ações diretas que visem manejar a situação. 2. Coping centrado na emoção: quando a situação não pode ser modificável. O indivíduo pode se engajar nos processos de avaliação cognitiva que torne a situação menos assustadora, permitindo um controle das emoções no contexto estressante. Lazarus e Folcaman: Estressor Avaliação primária (quando o sujeito está frente a uma situação de estresse, realiza avaliação primaria entendendo o estímulo como positivo, ameaçador ou irrelevante. É nessa avaliação primária que o sujeito irá conseguir avaliar o estressor e vai para uma avaliação secundária, que é cognitiva). Positivo Ameaçador Irrelevante Avaliação secundária (é onde o sujeito faz uma reavaliação da situação, verificando se tem recursos suficientes ou insuficientes para lidar com o estímulo estressor. Se ele entende que tem recursos insuficientes, cai em uma resposta de estresse e o coping centrado na emoção faz com que o sujeito reavalie a situação, deixando-a menos ameaçadora. Fazendo com que ele perceba que não tenha recursos, mas que ele pode adquirir no decorrer do processo, havendo, portanto, um maior controle do afeto, emoções ruins tendem a diminuir. Recursos suficientes Recursos insuficientes Ocorre o estresse necessidade de que o indivíduo se engaje em estratégias de coping Na prática, as duas funções podem aparecer simultaneamente a fim de assegurar o bem-estar psicossocial e manter uma qualidade de vida satisfatória. Há um consenso na literatura em se considerar que o enfrentamento é efetivo quando serve para amenizar sentimento de perda e ameaça. Em contrapartida, o enfrentamento pode ser considerado disfuncional quando prejudica o equilíbrio e não garante o bem-estar. Quando o sujeito recebe o diagnóstico de câncer, que estratégias trabalhar nesse sujeito? Estratégias de coping centrada na emoção, porque o sujeito fez uma avaliação primaria sendo como ameaçador, na avaliação secundaria ele entende que não possui recursos suficientes (na maioria das vezes), depois vem a resposta de estresse. Para tornar uma situação menos ameaçadora, é importante que o paciente e a família busquem toda a informação possível no que se diz respeito ao diagnóstico. Quanto mais informação ele tiver, menos fantasias ameaçadoras ele terá. Depois da busca de informação parte-se para a ação direta, que objetiva resolver o problema propriamente dito, por ex: ir ao médico fazer exames. Enfrentamento e fases da doença Entender os recursos de enfrentamentos utilizados pelo paciente e sua família requer o conhecimento das fases que caracterizam a trajetória da doença: Rolland (1995) propôs 3 fases como integrantes da história natural da doença crônica e terminal. Cada uma das etapas ilustra maneiras de se lidar com a doença: Fase Tarefa-chave O que seria um comportamento familiar funcional O que seria um comporta-mento familiar disfuncional Di ag nó st ico - Principalmente para o paciente - Reconhecer os limites da saúde e aceitar cuidados não significa que perdemos apenas a saúde, mas que houve outras perdas também, como a funcionalidade - Questionamento - Apoio - Partilha tarefas - Negação de mudanças (não questionamento) - Culpabilização do paciente (a família começa a viver sentimentos muito ambíguos no sentido de “eu tenho pena” mas também “como a sentir raiva porque ele adoeceu”, já que isso é uma ameaça familiar podendo representar uma perda) Tr at am en to (f as e cr ôn ica ) - Reorganizar prioridades (para esse paciente uma vez que terá que se engajar no tratamento) - Lidar com sucessos e remissões do tratamento (nos momentos que ele se sente bem durante o tratamento, vem sentimentos de esperança. Mas nos momentos em que ele se sente mal, quando a quimio é mais pesada e sofre efeitos colaterais, vem todas essas questões ao fato de teradoecido, ser incapaz de fazer várias coisas... como se fosse uma montanha russa que esse sujeito vive) - Partilhar tarefas - Fazer um planejamento realista do futuro (pensando no desfecho, independentemen te se for morte ou cura, facilita muito as tarefas que deveriam ser realizadas nesse meio tempo) - Rejeição por alguns membros da família. (pode acontecer de um membro da família adoecer e alguns membros da família se afastarem) Fin al (c ur a) - Assimilar noção de cura (não há como garantir que o câncer não irá retornar) - Reintegra-se ao meio social - Flexibilidade das expectativas - Assimilar novos papéis - Manutenção do modelo da doença (ganhos secundários) Fin al (f as e te rm ina l) - Redefinir autoestima - Encerrar laços - Adaptação ao desfecho - Apoio nas decisões do paciente - Encerrar laços - Não aceitação do contexto - Dificuldade de adaptação Nós enquanto psicólogos, estaremos lá para ajudar na partilha de tarefas, ajudar na comunicação entre a família, como também acolher e fazer uma escuta do familiar. Em 1987, Kübler-Ross propôs os estágios emocionais da doença terminal que são amplamente utilizados nos estudos de psico- oncologia. Podem servir como referência para a compreensão do tipo de enfrentamento do paciente em diferentes fases da doença (não existe uma linearidade entre essas fases, mas uma ida e vinda nelas): 1. Negação: a pessoa não aceita ou não acredita no diagnostico, podendo abandonar o tratamento e passar a agir como se a doença não existisse. 2. Raiva: caracterizada por revolta, ressentimento e inconformismo e/ou inveja. 3. Barganha: o paciente tenta negociar a solução para o sofrimento gerado pela doença. 4. Depressão: se apresenta normalmente de duas formas: • Depressão reativa: resposta de tristeza ao contexto da doença • Depressão preparatória: surge não somente ligada ao contexto de morte física, mas à morte simbólica, às perdas impostas pela conicidade da doença. Ao passar por essa fase, a pessoa pode entrar no próximo estágio. 5. Aceitação: caracterizada pelo conformismo com relação ao caráter permanente de uma doença e o desfecho (morte) que está por vir. Momento integrativo É importante respeitar o momento do paciente, sem confrontar suas defesas ou querer suprimi-las. Nesse momento as condutas devem ser não diretivas, como questionamento indelicado e oportuno que podem levar à emergência de uma nova etapa. O objetivo é minimizar o risco de disfuncionalidade nos sistemas pessoal e familiar através da ressignificação da situação, favorecendo a qualidade de vida das pessoas envolvidas no progresso. Fazer com que esse paciente e família adquiram recursos para viver um momento que não é fácil para ninguém, da melhor forma possível. Para isso, é importante criar um espaço saudável para expressão de conflitos, medos e angústias, para que eles possam falar o que estão sentindo, sendo algo fundamental. A etapa do ciclo vital em que se encontra o paciente é determinante para o enfrentamento do câncer. Além disso, outros fatores precisam ser considerados no enfrentamento da vivência do câncer: • Precocidade ou não do diagnóstico • Modalidades adaptativas do paciente e da família antes da manifestação da doença – cada um lida com o estresse de acordo com o recurso que tem. Cada família e cada paciente vai lidar com a doença, a princípio, com o recurso que tem. Se eles não souberem lidar, é porque não tem esses recursos, onde nós entramos a fim de ensinar a eles esses recursos de habilidades e manejos. • Grau de sofrimento e mutilação • Contexto social e socioeconômico do paciente e família
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