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Historia Antiga Ocidental-Todas as aulasTeletransmissõesRevisão 25 nov 2021

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23/11/2021 21:58 Disciplina Portal
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História Antiga Ocidental
Aula 1 - A História da História: discutindo a
Antiguidade
INTRODUÇÃO
Nesta, aula identi�caremos a periodização de tempo que estudaremos em história, aprendendo o que é História Antiga
e as di�culdades que possuímos para conhecê-la.
Reconheceremos também a ideia de Ocidente, desconstruindo a noção genérica geográ�ca.
Por �m, compreenderemos que a noção do que é história é algo mutável.
OBJETIVOS
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Identi�car a periodização de tempo que estudaremos em história, aprendendo o que é História Antiga e as di�culdades
que temos para conhecê-la.
Reconhecer a ideia de Ocidente, desconstruindo a noção genérica geográ�ca.
Comparar como a própria noção do que é história é algo mutável, e que não basta um discurso que a�rme o que seja
história para que nós o reconheçamos.
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PARA QUE SERVE A HISTÓRIA?
Você sabe para que estudamos história?
Fonte:
A História é viva. Ela nos permite pensar, discutir independente do espaço que estejamos observando.
Comentário
, 
O ensaísta Tom Holland faz, na introdução de Fogo Persa, uma re�exão que é fundamental para vermos como a observação
histórica é muito mais rica que somente um conhecimento por gosto. É necessário amar a História para se perder em seus
descaminhos.
OS OBJETIVOS DESTA AULA SÃO:
Fonte da Imagem: Dacian G / Shutterstock
Identi�car elementos da cultura greco-romana que ainda estão presentes em nosso cotidiano;
Relacionar o mapa conceitual ao cabedal de conceitos que será adquirido ao longo do semestre;
Perceber a importância do estudo da História Antiga para o curso de Licenciatura;
Conhecer o plano de ensino, os procedimentos de aula, o caderno de textos, os métodos de avaliação, a bibliogra�a
básica e complementar.
HISTÓRIA ANTIGA
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É o período que se estende desde o aparecimento da escrita até a desestruturação do Império Romano.  A invenção da
escrita retira o homem da pré-história e o coloca na história.
Vejamos a linha do tempo a seguir:
Aí vamos nós: será que esse modelo é um consenso, algo inquestionável?  Quem inventou isso?  Imagine a situação:
Odoacro e seu grupo de guerreiros se reunindo e questionando no dia seguinte a queda de Rômulo, o último imperador
romano do Ocidente.  Perceberam o que a gente fez ontem? Acabamos com a Idade Antiga!
A divisão da história existe com �ns didáticos, foi elaborada pelo homem. Não devemos nos preocupar com os
marcos, mas sim, re�etir sobre as relações de poder na transição destes períodos.
Para realizar nosso curso, devemos  resgatar a importância dos povos antigos, e é partir daí que encontramos
problemas com os quais devemos nos acostumar:
Quanto de material nos sobrou da história antiga?
Exemplo
, 
Oriente e Ocidente nas Guerras Médicas;, ,
Ocidente e Oriente na Guerra Fria;, ,
Oriente e Ocidente puderam já estar no Império Romano.
Você pode �car confuso e se perguntar: onde é oriente e onde é ocidente?
A resposta é: Depende!
Vai depender do momento em que você está estudando. Em nosso recorte, buscamos a velha versão iluminista que
dividiu nossa linha do tempo, a noção de cultura ocidental como �lha da tradição greco-romana.
, GRÉCIA E ROMA ANTIGA
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Estudaremos nesta unidade os espaços da Grécia e da Roma antiga, identi�cando sua formação política e social, discutindo
aspectos de sua cultura e sociedade.
Sobre estes aspectos é importante pensarmos um pouco em como um dos maiores historiadores de História antiga explica o seu
próprio campo de pesquisa.
leoks / Shutterstock
O mau humor de Finley é contra exercícios bobos de historiadores em buscar engrandecimentos sem necessidade. Não
precisamos de subterfúgios, nem de mitos, nem tão pouco de generalizações perigosas, para justi�car seu estudo.
Não é a visão contemporânea de história, da disciplina; somos cientistas, discutimos, reunimos dados de maneira cuidadosa, não
julgamos.
Precisamos ter muito cuidado, pois a história que os gregos escreviam não tem nada diretamente relacionado ao nosso olhar.
 Para Homero, por exemplo, história é um exercício de observação. A função do historiador para o grego é julgar as ações, veri�car
os erros e as falhas.
Outro dos famosos historiadores gregos foi Tucídides: que pensava a história de maneira direta, quem viu pode relatar, quem não
viu, não.  Só existiria o historiador do tempo presente. Bom, se isso fosse verdade eu, por exemplo, estaria desempregado.
Comentário
, 
Costumamos brincar que dados e datas não são objetos do historiador, mas sim de reunião de dados. O Google, por exemplo, lhe
responde com facilidade, veja: página do Wikipédia para cronologia de história antiga.
Vejamos Finley falando de Arqueologia:
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Exemplo
, 
Um exemplo que demonstra a necessidade urgente dessa "doutrina severa" merece ser examinado — a notável fábula da Grande
Deusa Mãe. Para Jacquetta Hawkes, essa deusa era tão onipresente e onipotente na Creta (minoana) da Idade do Bronze que a
própria civilização é rotulada de "força predominantemente feminina". O caso baseia-se numa coleção de pequenas estatuetas
neolíticas, comum à altura média de menos de duas polegadas, que ela descreve assim: "As evidências materiais da vida religiosa
desses agricultores da Idade da Pedra consistem, em sua maior parte, de estatuetas em forma de mulher (entalhadas ou
modeladas) que eles guardavam em suas casas ou, às vezes, em casas sagradas construídas para elas.
Fonte:
Que �que claro: a arqueologia é uma matéria própria, não é história; tal qual o objetivo do trabalho do historiador é
estudar o homem no tempo, o do arqueólogo é estudar o artefato no tempo. Ambas podem se ajudar se
permanecermos com a ideia de que a Arqueologia é uma ciência autônoma.
Pontuando
Mundo ocidental
Conceito ideológico, não geográ�co. Caracteriza povos que viveram em áreas de in�uência
da cultura Greco-romana.
Mundo oriental
Caracteriza povos que viveram fora da esfera da in�uência da cultura Greco-romana ou
considerados “menos civilizados” por eles.
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Glossário
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História Antiga Ocidental
Aula 2 - Formação do mundo grego
INTRODUÇÃO
Nesta aula estaremos discutindo as relações de poder na formação do mundo grego. Por isso pensamos em nossa
visão mais tradicional, a história que correu todo o mundo como a grande formação do mundo grego: a vitória dos
gregos na guerra de Tróia. Será? Uma história com forte caráter mítico e moralizante como o fundamento do mundo
grego é algo relativamente difícil.
No trajeto deste questionamento apresentaremos as principais linhas de organização apresentadas para o mundo
grego, as noções de sociedades antigas, minoica e micênica, as linhas sucessórias de migrações. Por �m salientar o
objetivo das cidadesEstado em se constituir como um espaço especial.
Trataremos em seguida do período Arcaico, suas principais interpretações teóricas, a organização de um panteão e a
fundação das Póleis. A pólis é a cidade-estado do mundo grego; e neste ponto é interessante pensar que não estamos
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falando de uma grande nação grega, mas da Hélade, grupos que tem identi�cações culturais, sociais, mas se
desenvolvem de maneira diferente entre si.
OBJETIVOS
Identi�car as teorias acerca da ocupação física do espaço da Hélade.
Analisar as di�culdades apresentadas na utilização de fontes de natureza literária, caso das epopeias, cuja
materialização textual foi muito posterior à sua possível criação.
Destacar em que medida a Arqueologia tem sido decisiva para corroborar ou relativizar muitos elementos
apresentados nas epopeias, tais como a Guerra de Troia.
Elencar as mudanças ocorridas no Período Arcaico e que permitiram a adoção no território grego de um modelo tão
peculiar quanto a pólis.
Enfatizar de que maneira tal modelo impediu a uni�cação territorial da Grécia em comparação a outros povos
contemporâneos a ela.
Identi�car a periodização de tempo que estudaremos em história, aprendendo o que é História Antiga e as di�culdades
que possuímos para conhecê-la.
Reconhecer a ideia de Ocidente, desconstruindo a noção genérica geográ�ca.
Comparar como a própria noção do que é história é algo mutável, e que não basta um discurso que a�rme o que é a
História para que nós o reconheçamos.
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A ILÍADA
A Ilíada (do grego Iλιάς, Ilias) é um poema épico grego e narra uma série de acontecimentos ocorridos durante o
décimo e último ano da guerra de troia. O título da obra deriva do nome grego de Tróia, Ílion.
A Ilíada e a Odisséia são comumente atribuídas a Homero, que se acredita ter vivido por volta do século VIII a.C. na
Jônia (lugar que hoje é uma região da Turquia), e trata-se dos mais antigos documentos literários gregos a
sobreviverem aos nossos dias. Porém, até hoje se debate a existência desse poeta e se os dois poemas foram
compostos pela mesma pessoa.
Os gregos acreditavam que a guerra de Troia era um fato histórico ocorrido no período micênico, durante as invasões
dóricas, por volta de 1200 a.C. Entretanto, há na Ilíada descrições de armas e técnicas de diversos períodos, do
micênico ao século VIII a.C., indicando ser este o século de composição da epopeia.
A Ilíada in�uenciou fortemente a cultura clássica, sendo estudada e discutida na Grécia (onde era parte da educação
básica) e, posteriormente, no Império Romano. Sua in�uência pode ser sentida nos autores clássicos, como na Eneida,
de Virgílio. Até hoje é considerada uma das obras mais importantes da literatura mundial.
GUERRA DE TRÓIA
A Guerra de Tróia A Guerra de Troia se deu quando os aqueus atacaram a cidade de Troia, buscando vingar o rapto de
Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau, irmão de Agamémnom.
Os aqueus eram o povo que hoje conhecemos como gregos e que compartilhavam elementos culturais. Na época, no
entanto, não se enxergavam como um só povo.
Vamos ver o que conta a lenda?
Fonte: Havoc / Shutterstock
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A Ilíada não conta o �nal da guerra, nem narra a morte de Aquiles.
Comentário
, 
A Ilíada é um poema extenso e possui uma grande quantidade de personagens da mitologia grega e Homero assumia que seus
ouvintes estavam familiarizados com esses mitos, o que pode causar confusão no leitor moderno.
TRADUÇÕES
Existem muitas traduções para a Ilíada em português, tanto em verso como adaptações em prosa. A qualidade e
�delidade das traduções variam bastante, mas destacam-se três, todas em verso. A mais antiga das três é a de
Odorico Mendes, feita no século XIX (1874), que possui a peculiaridade de trocar os nomes dos deuses gregos pelos
seus arquétipos equivalentes latinos. Ou seja, em vez de Zeus, Júpiter, de Poseidon, Netuno etc.
A outra tradução é a de Carlos Alberto Nunes, feita em 1962. Por �m, há a tradução de Haroldo de Campos, em uma
edição bilíngue em dois volumes de 2002 (editora Arx), em versos que buscam resgatar a sonoridade do original grego,
inclusive com diversos neologismos.
Todas as três são consideradas de grande qualidade e têm características próprias.
TEMAS NA ILÍADA
Embora a Ilíada narre uma série de acontecimentos da guerra de Troia e se re�ra a uma série de outros, seu tema
principal é o ciclo da ira de Aquiles, da sua causa ao seu arrefecimento. Isso �ca claro logo na primeira linha do poema.
Fonte:
A palavra grega menin, ira, é a primeira do poema, cuja famosa primeira linha é Menin aeide, Thea, Peleiadeo Aquileos.
Em português seria "ira canta, Deusa, Peléio Aquiles" ou, adaptando, "Cante, Deusa, a ira do �lho de Peleu, Aquiles".
Através da consumação dessa ira, é tratada a humanização do herói e semideus Aquiles, sempre con�itado por sua
dupla natureza, �lho de deusa e homem e, portanto, mortal.
A questão da escolha entre valores materiais, como a segurança, a vida longa e valores morais mais elevados, como a
glória e o reconhecimento eterno é tratada na escolha com que Aquiles se defronta: lutar, morrer jovem e ser lembrado
para sempre, ou permanecer seguro e ser esquecido.
A soberba de Aquiles contrasta grandemente com a sobriedade de Heitor, também grande herói, que não busca a glória
como Aquiles, mas luta pela segurança de sua família, de sua cidade e a preservação de suas raízes troianas.
A guerra e suas consequências também é tema central na Ilíada, sendo ricamente retratada.
AS ORIGENS ARQUEOLÓGICAS DO MUNDO GREGO
Fonte: Wikipedia, I Wei Huang / Shutterstock e Havoc / Shutterstock
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No século XX a.C. os povos indo-europeus enfrentaram os Pelágios que habitavam a região e os dominaram.
HABITAÇÃO
Ilhas próximas
Como a superfície contínua da Grécia era bastante limitada, os gregos passaram a habitar
também as ilhas próximas que eram numerosas.
Essas ilhas constituíam a Grécia colonial, composta por terras mais distantes: 
• Ásia Menor (Eólia, Jônica,Dória); 
• Sul da Itália (Magna,Crécia); 
• Costa egípcia (Náucratis).
A história egeana teve suas origens na ilha de Creta, irradiando-se daí para a Grécia
continental e também para a Ásia Menor.
Tempos pré-helênicos
Nos tempos pré-helênicos - na época neolítica - a Grécia passou por várias ondas de
povoamento. Na Tessália foram descobertos Sexklo e Dhimini importantes vestígios de
comunidades agrícolas e pastoris.
Período heládico
De 2600 a 1900 a. C., o período dito heládico antigo corresponde ao bronze antigo. O
conjunto do território grego povoou-se pouco a pouco e as relações marítimas com as ilhas
do mar Egeu, estabelecidas há muito, intensi�caram-se.
A idade média helênica: (do Séc. XI ao VIII a. C.)
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Referem-se a esse período obscuro os textos de Homero e de Hesíodo. A arqueologia
revelou a extensão do uso do ferro, o aparecimento de uma nova cerâmica com elementos
geométricos e a prática da cremação.
Um movimento de migração e de conquista levou os gregos para as costas da Ásia menor.
Foi aí, sem dúvida, que se moldaram, progressivamente, os traços da Grécia Clássica,
imediatamente retomados e desenvolvidos no resto do mundo helênico. Nesse local
apareceutambém, a organização política e social da cidade (ou pólis), na qual o proprietário
mais poderoso exercia a função de rei (basileu).
Mas uma mesma civilização (língua, depois escrita, deuses e regras morais comuns)
compensou a dispersão territorial.
Os tempos arcaicos: (do Séc. VIII ao VI a. C.)
Essa época deve seu nome à arqueologia, que nela situa as primeiras manifestações da arte
grega. Um regime aristocrático estendeu-se, então, a todas as cidades gregas.
A realeza do tipo homérico desapareceu e uma minoria de privilegiados pelo nascimento e
pela fortuna (os Eupátridas) possuía a terra e a autoridade do Séc. VIII a VI a. C. Um vasto
movimento de colonização levou a fundação de cidades gregas para as costas do
Mediterrâneo e do ponto Euxino.
, COMPETIÇÕES
A competição entre as cidades gregas, tão presente em todos os aspectos da cultura grega, 
pôde ser documentada a partir da época arcaica.
A rivalidade entre as cidades também perceptível nos festivais pan-helênicos, entre os quais, 
os Jogos Olímpicos. Era uma ocasião em que se desenvolvia o que já foi classi�cado de 
"uma guerra sem armas" e que propiciava o exercício das disputas entre as poleis, 
em situação controlada, de�nida por regras.
Panda Vector / Shutterstock
E interessante apontar também que esse momento era solenemente aberto por um ritual religioso, o mais signi�cativo
da religião grega - o sacrifício - do qual participavam, em comunhão, todos os gregos.
Assim, paralelamente a explicitação da disputa latente entre as cidades pelo reconhecimento da superioridade de
umas sobre as outras, rea�rmava-se a identidade grega frente aos não gregos. Estes não usavam a língua grega, não
compartilhavam os cultos nem os princípios artísticos que estavam na raiz do que signi�cava "ser grego".
Nos Jogos Olímpicos, as disputas entre atletas, somavam-se aquelas entre artistas e poetas, nos concursos que
ocorriam paralelamente aos jogos. A competição entre as cidades envolvia, pois, os vários tipos de excelência
entendidos como ideais na cidade grega.
Ao vencedor cabia tanto a gloria individual pelo feito extraordinário realizado como, e talvez principalmente, o mérito de
ter alçado a sua cidade a uma posição de destaque frente a comunidade pan-helênica.
0 espirito competitivo, como aponta Antonaccio no trecho citado em epigrafe, aparece muito antes do surgimento dos
santuários pan-helênicos e das próprias cidades gregas. E interessante percorrer a Tonga trajetória de formação das
poleis e identi�car como a competição a um dos traços marcantes nesse processo.
As fontes escritas não são de muita valia para os estágios iniciais do processo de formação das cidades gregas, mas a
Arqueologia vem, nos Últimos cinquenta anos, fornecendo um excelente conjunto de dados que nos permitem propor
modelos mais so�sticados de interpretação desse processo.
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F. DE POLIGNAC
Fonte da Imagem: Wikipedia
Podemos citar o estudo sobre a relação entre a religião e a estruturação da cidade antiga, realizado por F. de Polignac.
Esse autor baseia seu olhar em fontes de característica textual tradicionais, como Aristóteles, para as informações
advindas das escavações da Grécia e área colonial ocidental.
Ele demonstrou como os santuários urbanos e especialmente os extraurbanos articulavam, por meio de cultos, tacos
entre a população que se agrupava na asty (área que abrigava, além de habitações, as edi�cações de caráter público) e
na chora (território arável e onde era praticado o pastoreio, também espaço habitacional) sedimentando a
interdependência dos dois espaços, um dos elementos que caracterizam a pólis.
Embora nesta obra Polignac não aborde a questão dos santuários pan-helênicos, a ênfase na relação entre os cultos e
a dinâmica da vida política na Grécia antiga é uma perspectiva que se adequa ao estudo do papel dos festivais cívico-
religiosos na vida das cidades gregas.
No que diz respeito ao espirito competitivo, característico da cultura grega, dispomos de dados interessantes
recuperados pelas escavações arqueológicas de vários sítios gregos referentes ao período imediatamente anterior ao
advento das poleis. Nesta época, inadequadamente chamada de Idade Obscura e, em especial o �nal do séc.XI e o X
(*), pôde ser documentado, com os achados das necrópoles, a competição entre famílias integrantes de elites em
formação, visível na quantidade e qualidade do mobiliário funerário.
As datas citadas referem-se sempre à época antes de Cristo.
Fonte: matrioshka / Shutterstock
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Trata-se de famílias que ostentam e rea�rmam seu poder construindo monumentos funerários repletos de objetos
valiosos. Inspirando-se com certeza na tradicao oral relativa a época heroica, buscam reproduzir o aparato das
cerimonias fúnebres devidas aos heróis e que, mais tarde, serão consolidadas por Homero na Ilíada (nos funerais de
Patroclo, por exemplo).
Nessa época, o poder estaria nas mãos daquele que ostentasse maior riqueza - em vida e na morte - e qualidades de
liderança na condução dos con�itos, certamente frequentes em um momento em que as instituições ainda não
estavam consolidadas.
Estas che�as podem ser associadas aos basileis descritos por Homero na Odisseia e cujo poder estava baseado no
consensus, no use da coerção, no carisma pessoal, riqueza em objetos, terras, produtos com os quais atraiam
seguidores e aliados.
A hereditariedade não é direito reconhecido pelos pares, o poder há que ser conquistado e a ostentação de riqueza é
um dos procedimentos utilizados na competição pela proeminência entre os pares. Na Odisseia, as disputas entre os
pretendentes ao casamento com Penélope - e por consequência a riqueza e talvez ao poder de Ulisses - e a indiferença
desses aristocratas diante da �gura de Telêmaco podem ser indícios do tipo de autoridade que se instituía entre as
famílias importantes e ricas.
A riqueza das oferendas funerárias - com alto índice de objetos em bronze - insere-se, pois, em processo competitivo
no âmbito de uma elite que, posteriormente, como grupo, estará a frente do poder político nas poleis.
Assim, as tumbas principescas - como a de Lefkandi, na Eubeia -integram-se ao processo que a Arqueologia vem
desvendando em sítios da Idade do Ferro Inicial, a partir do �nal do séc.X em várias regiões da Grécia metropolitana, e
que culminara, no sec. VIII, com a emergência da polis.
Para continuar lendo, clique aqui. (glossário)
AS COLÔNIAS
A partir do século VIII, concomitantemente com a emergência das poleis na área balcânica, os gregos espalham
colônias pelo Mediterrâneo.
A área colonial grega do Ocidente é um excelente estudo de caso no que tange competição entre as cidades,
incorporando, em um espectrum mais amplo, essa disputa.
Por outro lado, o caso colonial esclarece, ao explicitar as suas diferenças, a própria situação das metrópoles.
As colônias fundadas não tinham obrigatoriamente tacos de dependência política ou econômica com as metrópoles,
mas buscavam preservar e valorizavam muito a sua identidade helênica: conservavam os cultos, os padrões
arquitetônicos e artísticos em geral, imitavam as novas tendências em todos os campos, importavam �lósofos e
artistas. Ao mesmo tempo, também buscavam assegurar a sua independência.
A arte provê as colônias de meios efetivos de expressado para demonstrar seu sucesso. Especialmente nos santuários
pan-helênicos criava-se o ambiente ideal para o desenvolvimento e a exposição da arte.
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http://estacio.webaula.com.br/cursos/hiaoc1/galeria/aula2/docs/a02_14_01.pdf
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AS CIDADESE OS JOGOS OLÍMPICOS
A emergência da cidade como uma forma de estado e uma forma de vida são contemporâneos do surgimento de um
fenômeno religioso original e, ao mesmo tempo, consequente desse arranjo político: os santuários "supracidades".
Nesta categoria, incluem-se os santuários pan-helênicos de Olímpia, Delfos, Nemeia. Localizavam-se afastados das
maiores cidades da Grécia e, embora sob o controle administrativo de cidades-Estado vizinhas ou de uma an�ctiônia,
assumiam uma aura de neutralidade.
Assim, formavam-se em locais ideais para a interação política.
Eram locais onde gregos podiam encontrar outros gregos em condições de igualdade para competir e estabelecer
pactos, consignar a superioridade em competições atléticas, ler a propaganda um do outro, sob a forma de inscrições
dedicatórias, inteirar-se das novidades.
Sem os santuários pan-helênicos, a cultura grega poderia não ter atingido tal riqueza, decorrente da constante
exposição a estímulos e variações regionais. Gregos podiam compartilhar com outros gregos as últimas tendências
em técnicas e tendências em arte, que traziam de diferentes partes do mundo.
Ou então, como a�rma Spivey (Greek Art, p. 126): "Quando não estavam lutando em campos de batalha, Delfos oferecia
a estes estados um stadium para disputas atléticas".
Os santuários pan-helênicos eram a arena perfeita para a competição entre todas as cidades integrantes da
comunidade cultural grega. Se os templos gregos já eram verdadeiros museus de guerra, o mesmo pode ser dito em
relação aos thesauroi, edi�cações que as cidades construíam no espaço dos santuários pan-helênicos.
Além da construção arquitetonicamente bem elaborada - reproduzindo um templo em tamanho menor - e da decoração
bem cuidada, os tesouros estavam repletos de oferendas valiosas e botins de guerra. Sua função era claramente
propagandística.
Os botins de guerra eram para serem vistos por todos e possuíam inscrições apropriadas, especi�cando o vencedor e o
vencido. Tanto em Olímpia quanto em Delos os tesouros estavam localizados em posição de destaque nos santuários,
próximos às áreas de maior circulação dos visitantes.
Quando o grande templo de Zeus foi consagrado em Olímpia, um enorme escudo - troféu da guerra vencida pelos
Eleanos - foi exposto em posição de destaque sobre o pedimento.
Os tesouros eram símbolos do poder das cidades que os erigiam, pois abrigavam, como já foi dito, botins e troféus de
guerra, assinalavam, pelas inscrições, vencedores e vencidos.
Fonte: Valsib / Shutterstock
Fonte: umike / Shutterstock
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Fonte:
Em síntese, estavam em sintonia com o ambiente altamente politizado do santuário e dos jogos realizados em Olímpia.
A competição nos santuários proporcionava oportunidades também para o estrelato político; não era por acaso que
alguns vencedores olímpicos emergiam como políticos de destaque: foi o caso de Cílon, por exemplo. Tucídides
(1.126), ao descreve-lo, destaca três pontos: sua vitória olímpica, sua origem em uma família nobre e seu poder
pessoal.
Também a respeito de Cimon, vencedor por três vezes sucessivas em Olímpia, atribuía-se alta popularidade em Atenas,
o que gerou descon�ança a respeito de seus propósitos políticos e consequente assassinato pelos agentes de
Pisístrato. (MORGAN; ATHLETES, p. 212).
Glossário
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História Antiga Ocidental
Aula 3 - A formação do mundo políade e sua
desestruturação – Atenas: um estudo de caso
INTRODUÇÃO
Ao longo de sua história, o território grego foi ocupado por diferentes grupos étnicos, cada qual trazendo suas
in�uências para a cultura local, abrindo novas fronteiras de comércio e estabelecendo novas relações de poder.
Algumas invasões foram pací�cas e outras extremamente violentas, sendo a mais sangrenta conhecida como a “Idade
das trevas grega”.
Nesta aula, vamos ver como se deu a ocupação do território grego, quais as primeiras políticas adotadas, as principais
estruturas políticas de Atenas, as prerrogativas da cidadania, a Idade das trevas e como foi o início da democracia e a
desagregação do mundo políade.
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OBJETIVOS
Determinar como teve início a ocupação do território grego.
Analisar as primeiras formas políticas adotadas no território grego.
Identi�car as principais estruturas políticas existentes em Atenas durante o governo aristocrático.
Relacionar as novas leis e instituições introduzidas pelos líderes atenienses e o início da democracia.
Identi�car as prerrogativas necessárias aos habitantes de Atenas para se tornarem cidadãos.
Destacar os fatores que contribuíram para a desagregação do mundo políade.
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Saiba Mais
, 
Na mitologia grega, o rei Minos seria �lho de Zeus e da mortal Europa. Ele foi criado com seus irmãos
Sarpedon e Radamanto pelo rei de Creta. Quando o rei morreu, teria deixado seu trono a Minos, que
baniu os irmãos. Sua esposa, além dos �lhos que lhe dera, seria mãe do mitológico Minotauro).
A ORIGEM DA GRÉCIA – IDADE DO BRONZE (2.000 A.C. - 1.200 A. C.)
Os habitantes desses lugares não eram gregos, mas sua cultura teve uma in�uência signi�cativa sobre eles. Por volta
de 2000 a.C, novos povos se estabeleceram em muitas áreas da Grécia e mesclaram as in�uências minoicas com seus
elementos, originando uma nova realidade.
Nessas áreas, acabaram desenvolvendo sua própria cultura palaciana que durou de 1600 a 1200 em lugares como
Micenas, Tirinto e Pilos (Período Micênico).
Mapa civilização Micênica 
astudio / Shutterstock
Sabemos agora que pelo menos alguns desses povos falavam grego, pois centenas de tábuas de argila com inscrições
feitas em uma escrita conhecida como Linear B foram encontradas em Pilos (muitos estudos indicam que essas
inscrições eram uma forma de grego.)
Fonte: Open�nal / Shutterstock
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Placa de argila (MY Oe 106) ostentando inscrição micênica (MY Oe 106) em escrita Linear B, encontrada na "Casa do
Mercador de Óleo". 
Wikimedia
Esses palácios teriam sido destruídos por volta de 1200 a. C e ainda não descobrimos exatamente a razão para tal
devastação. Segue-se, a partir daí, um período de instabilidade: a “Idade das Trevas”(1200-800 a.C), de que os gregos
se lembravam como uma época de nomadismo e migrações.
Saiba Mais
, Costumamos dividir o território grego em três partes: 
• Grécia Continental; 
• Grécia Peninsular; 
• Grécia Insular.
IDADE DAS TREVAS (XII A. C –VIII A.C.)
A Idade das Trevas refere-se a um período de escassez de documentação, seja material ou arqueológica. O que
sabemos é que houve um grande retrocesso cultural e organizacional.
Os gregos, nessa fase, viviam em habitações menores e mais distantes, o que indica uma signi�cativa redução
populacional.
Acredita-se que os poemas de Homero – a Ilíada e a Odisseia – sejam os maiores indicativos de como vivia a
população desse período, mais especi�camente a aristocracia. (glossário)
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Estátua de Aquiles, personagem de Ilíada, atingindo no calcanhar. Palácio Achilleion, em Corfu – Grécia. 
Panos Karas / Shutterstock
PERÍODO ARCAICO (VIII A.C. –VI A.C.)A unidade política básica da Grécia era a polis, traduzida como Cidade-Estado. As comunidades gregas eram
independentes umas das outras, rivalizando-se, inclusive. Assim, devemos lembrar que ao falarmos de Grécia Antiga,
não estamos nos referindo a um território possuidor de unidade geográ�ca e sim de comunidades “aparentadas” por
elementos culturais.
Canicula / Shutterstock
As comunidades gregas tinham nesse período apenas formas simples de organização política. Aos poucos e com
muita resistência, os aristocratas passaram a reconhecer a autoridade central de uma só família que detinha a realeza.
Os reis eram conhecidos pelo nome de basileus.
galeria/aula3/img/img05a.jpg
Para justi�car seu poder perante o restante da população, era comum os aristocratas criarem uma
genealogia divina ou heroica. Em Atenas, por exemplo, foi o herói Teseu (responsável pela morte do
Minotauro, entre outros feitos) quem, segundo a tradição, uni�cou a Ática e deu à cidade um Conselho
Central, o Areópago, no qual os aristocratas podiam reunir-se.
galeria/aula3/img/img05b.jpg
Por tradição, os sucessores de Teseu governavam em Atenas como basileus. No entanto, por volta do
século VII a.C, o rei (basileu) já não exercia grande poder. Era apenas um dentre um corpo de
funcionários nomeados anualmente, os nove arkhontes (arcontes).
galeria/aula3/img/img05c.jpg
Esses arkhontes tornavam-se membros vitalícios do Conselho que se reunia de vez em quando no
Areópago e decidia os destinos da comunidade. Os postos de basileu e arcontes não eram destinados
a todos os habitantes da pólis. A aristocracia mantinha o seu direito exclusivo aos cargos. Além de
aristoi, eles também eram conhecidos pelo nome de eupátridas (�lhos de bons pais).
Ao longo dos séculos seguintes, muitos homens iriam se ressentir de serem excluídos do poder e alguns passaram a
explorar os descontentamentos e o poderio militar dos cidadãos para conquistar poder pessoal.
Uma primeira alternativa para tentar atenuar as insatisfações internas foi a fundação de colônias, as apoikias
(colônias). A partir do século VIII a.C várias pólis gregas, entre elas Atenas, estabeleceram “colônias” na Jônia, costa da
Ásia Menor. Posteriormente, a partir de 750 a.C, comerciantes e agricultores descontentes, que desejavam uma vida
melhor, fundaram na Sicília, no sul da Itália, no sul da França, na Espanha, no norte da África e junto ao Mar Negro
outras apoikias.
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Internamente, aproveitando do clima de perturbação, alguns homens deram golpes e tomaram o poder. Esses
usurpadores eram conhecidos como tiranos – palavra de origem não grega que não tinha necessariamente conotação
de crueldade e opressão. (Muitos foram bons administradores, com aprovação popular). Os tiranos eram indivíduos
que centralizavam o poder em suas mãos. 
Fonte: Teatro grego de Taormina, na Sicília
Fonte: labrujulaverde.com
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Seu controle esteve longe de ser inquestionável. Foi derrubado do poder duas vezes por seus inimigos políticos.
Consolidou a tirania em Atenas anos mais tarde e, a partir de então, conseguiu permanecer no poder até sua morte, em
528-27.
Seu governo não pode ser reconhecido como realizador de mudanças radicais no âmbito da política. Garantiu apenas
que seus amigos estivessem entre os arcontes.
Em outras áreas, no entanto, obteve grandes êxitos: grandiosos projetos de edi�cações, a bela cerâmica de �guras
negras das o�cinas atenienses e a remodelação do festival das Grandes Panateneias.
Ânfora grega, do Museu Arqueológico Nacional de Atenas. Foto: Ricardo André Frantz 
Wikipedia
Fonte:
Pisístrato conseguiu deixar um sucessor, seu �lho, Hípias. O jovem enfrentou uma crescente oposição
aristocrática, mesmo por parte de homens que haviam colaborado com seu pai.
Em 514 a.C, dois amantes aristocratas, Harmódio e Aristogíton, tramaram o assassinato de Hiparco (irmão de Hípias).
Na procissão das Panateneias, os conspiradores entraram em pânico. Hiparco foi assassinado, mas Harmódio foi
morto no atentado e depois Aristogiton morreu sob tortura. Hípias sobreviveu e sua tirania tornou-se ainda mais
severa. Isso fez com que a oposição a seu governo crescesse e ele acabasse deposto. 
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Ele criou o conceito de isonomia. Todos os cidadãos passaram a ser considerados iguais perante a lei. Implantou ainda
a participação direta do povo, a partir do comparecimento na Assembleia - Eclésia, que votava nas leis preparadas pela
Bulé ou Conselho dos 500. A justiça era distribuída pela Heliae, formada por 12 tribunais e o comando do exército cabia
ao estrategos, em número de dez, escolhidos pela Eclésia para um mandato anual.
Com a �nalidade de preservar a cidade de Atenas, Clístenes instituiu o ostracismo, que consistia em um exílio forçado
dos maus cidadãos. Para isso, o nome do indivíduo era escrito em um pedaço de argila chamado ostrakon, Quando a
maioria votava pela expulsão, o cidadão perdia seus direitos políticos, sem perda dos bens. Depois de dez anos, a
pessoa banida podia voltar à cidade e recuperar todos os seus direitos de cidadão. Esse costume  prevaleceu até o
�nal do século V a.C.
Fonte: Wikipedia
Fonte: Eclésia em Atenas, na colina Pinx / Wikimedia
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Óstraco de Címon, estadista ateniense, onde se lê o seu nome (Κίμων ο Μιλτιάδου). Museu da Ágara antiga em Atenas 
Wikipedia
“Entenda que, para os atenienses, ser cidadão signi�cava ser homem, maior de 25 anos, �lho de pai e mãe atenienses e
livre. Dessa forma estavam excluídas mulheres, estrangeiros (METECOS) e escravos, além dos menores de 25 anos.
Isso não quer dizer que Atenas fosse uma democracia deformada. Não podemos esquecer que é equivocado comparar
sociedades antigas com valores atuais. Logo, dentro da lógica estabelecida, os cidadãos eram iguais perante as leis
sim.
Fonte:
Outro elemento importante da democracia ateniense é o modo de escolha de seus magistrados. Na
maioria das funções, a maneira de acesso é o sorteio do qual qualquer cidadão poderia participar.”
No decorrer da formação de seu amplo império, os persas tiveram o domínio sobre várias regiões. Em seu processo de
expansionismo, a partir do século V a.C, começaram a esbarrar nos interesses gregos, na Àsia Menor.
Os jônios, colonos gregos dessa região, solicitaram apoio militar das polieis de Erétria e Atenas contra seus inimigos e
o resultado foi o início dos con�itos genericamente conhecidos como Guerras Médicas. O que estava em jogo era o
controle marítimo-comercial na região.
Combate entre um guerreiro persa e um hoplita grego. Do Pintor de Triptólemo, aproximadamente 480 a.C. Museu
arqueológico nacional de Atenas 
Wikimedia
No primeiro confronto, surpreendentemente, 10 mil gregos, liderados pelo ateniense Milcíades, conseguiram impedir o
desembarque de 50 mil persas, vencendo-os na Batalha de Maratona, no ano de 490 a.C. 
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Diagramação da Batalha de Maratona 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Battle_of_Marathon_map-pt.svg (glossário)
Os persas, entretanto, não desistiram. Dez anos depois voltaram. As poleis gregas esqueceram suas divergências
internas e se uniram contra o inimigo comum.
Os persas foram vencidos em Salamina (480 a.C) e Plateia (479 a.C).Apesar doêxito, o temor de que houvesse um
novo ataque persa persistiu, o que levou as poleis a se unirem em uma confederação, a Liga de Delos. Cada pólis
deveria contribuir com navios, soldados e dinheiro. Atenas aproveitou sua liderança sobre a liga e passou a utilizar o
dinheiro em benefício da comunidade. Várias construções foram realizadas. Atenas entrou em uma fase de grande
prosperidade.
Nessa época, se destaca o governo de Péricles, responsável pelo aprimoramento da democracia ateniense. A ação dos
atenienses de utilizar os recursos da Liga de Delos e punir aquelas poleis que se rebelaram, logo motiva uma
articulação. 
Lideradas por Esparta, várias cidades da Grécia Antiga fundaram a Liga do Peloponeso. Tal associação visava
combater a hegemonia de Atenas e da Liga de Delos. Entre 431 e 417 a.C., as várias cidades-Estado gregas se
envolveram em um penoso con�ito que �cou conhecido como a Guerra do Peloponeso.
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Battle_of_Marathon_map-pt.svg
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Mundo Egeu em 431 a.C. A Liga do Peloponeso, em rosa 
Wikipedia
Fonte: Wikimedia
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Glossário
ARISTOCRACIA
Aristoi signi�ca - em grego – belo e bem-nascido, ou seja, a elite econômica e de nascimento.
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História Antiga Ocidental
Aula 4 - A História da História: discutindo a
Antiguidade
INTRODUÇÃO
Nesta aula, conheceremos os principais elementos da cultura grega. Essa civilização milenar, sobrevive não apenas
nos manuais de História, mas também em nosso cotidiano. Seu legado se manifesta em atividades prosaicas tais
como: uma ida ao teatro para nos divertirmos, uma lição de matemática a nossos �lhos e irmãos, ou ainda, quando nos
questionamos sobre o sentido da existência humana.
A importância de sua produção cultural já fora percebida pelos povos com quem conviveram. Esses se preocuparam
em preservar, enriquecer e difundir o chamado Helenismo. Mesmo a Igreja Católica, (instituição que você conhecerá
melhor em outra disciplina), embora tenha “selecionado” o que deveria ou não ser preservado durante a Idade Média, se
rendeu à grandiosidade de sua produção.
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OBJETIVOS
Identi�car a importância da produção cultural grega para a formação do universo mental de diversos povos antigos.
Enumerar as principais áreas de conhecimento desenvolvidas no mundo grego.
Determinar os principais componentes da religiosidade no mundo grego.
Apontar as diversas �nalidades do teatro para o homem grego.
Relacionar a origem da �loso�a e das ciências no mundo grego às suas tentativas de compreensão do universo em
que viviam.
Explicar por que os elementos da cultura grega foram absorvidos pelos povos que os subjugaram.
Detectar as permanências da cultura grega no mundo contemporâneo.
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CONTRIBUIÇÕES CULTURAIS
Todas as sociedades antigas nos legaram contribuições culturais. No entanto, os gregos são sempre citados pois,
certamente, nenhuma dessas sociedades apresentou a diversidade por eles experimentada. Enquanto nos lembramos
dos egípcios por suas pirâmides e monumentos, podemos associar aos gregos conhecimentos de vários matizes.
A eles atribuímos a criação da �loso�a, do teatro, da história, além de descobertas no âmbito da matemática, das artes
plásticas, da literatura.
Para não sermos injustos, devemos considerar a problemática da conservação e difusão cultural. Isso signi�ca que
não sabemos muito sobre outros povos da Antiguidade porque, provavelmente, muita coisa se perdeu ao longo dos
séculos. No entanto, os gregos também passaram pelas intempéries temporais. Então, por que sabemos tanto sobre
sua cultura?
Bem, esse é o primeiro conceito com que você deve se familiarizar; conhecemos tanto sobre eles graças ao
HELENISMO.
, MAS O QUE É O HELENISMO?
Vejamos...
Alexandre, o grande, rei da Macedônia, conquistou vários territórios, 
dentre eles, a Grécia. Por admirar profundamente a cultura grega, 
em cada território dominado, criava centros de irradiação cultural 
que promoviam a divulgação do saber cientí�co e das formas 
artísticas e literárias do mundo grego. Houve, é claro, uma 
mistura com os valores culturais desses outros povos. 
O resultado é o HELENISMO.
Curioso / Shutterstock
A Grécia era conhecida pelo nome de Hélade, ou seja, terra dos  helenos. Seria uma referência a um personagem
mítico, Heleno, cujos �lhos seriam os primeiros ocupantes do território. A Macedônia de Alexandre era um território
imediatamente acima da Grécia, portanto, tinha traços culturais semelhantes. Por conta disso, o período de dominação
macedônia sobre os gregos, que durou de 336 a. C até a conquista romana, em 146 a. C é chamado de Período
Helenístico. Alexandre, que havia sido educado pelo �lósofo Aristóteles, como vimos, cuidou da difusão desse
conhecimento. Dessa forma, a religiosidade, os costumes, a literatura e a língua grega se transformaram no padrão
para as pessoas cultas de então).
Ao longo dos séculos, muitos componentes da cultura grega ainda serviram de referência. Nos séculos XIV-XV, por
exemplo, houve uma retomada dos padrões clássicos durante o Renascimento.
Renascimento foi um movimento cultural dos séculos XIV - XV e XVI, cujo berço foi a Itália, e que produziu nomes
como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, entre outros. Um dos princípios seguidos pelos artistas era o chamado
Classicismo, ou seja, valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido estético. Vamos
conhecer então essa cultura maravilhosa a partir de seus tópicos principais.
Fonte: Anastasios71 / Shutterstock, Kozlik / Shutterstock, Dr Project / Shutterstock e Ekaphon maneechot / Shutterstock
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RELIGIOSIDADE
Fonte: Patrick Poendl / Shutterstock
A religiosidade grega era baseada na MITOLOGIA.
Conjunto de narrativas dos antigos gregos sobre seus deuses e heróis, através dos quais eram explicados fatos do
cotidiano, ritos e até a criação do mundo. Essas narrativas, que durante séculos foram transmitidas oralmente,
apresentam variações e serviram de material para a as peças teatrais.
Politeísmo é a crença em vários deuses. Os deuses gregos eram homens superlativizados, ou seja, possuíam os
mesmos defeitos e qualidades dos humanos, no entanto, se distinguiam deles por serem ATHANATOI (imortais) e
poderosos. Devemos observar que sua de�nição é menos automática do que parece.
Temos exemplos que nos permitem notar o conceito de politeísmo associado ao monoteísmo de grupo, existem
muitos deuses, mas somente um nos representa. O politeísmo aparece bastante em estruturas sociais com múltiplas
origens, constituindo panteões especí�cos.
Exemplos
, 
O Panteão grego era formado por uma grande variedade de deuses, dentre os quais podemos citar:, ,
Zeus – Senhor do Olimpo. (Nome latino: Júpiter);, ,
Hera – esposa e irmã de Zeus, deusa da família e do matrimônio. (Nome latino: Juno);, ,
Ares – deus da guerra. (Nome latino: Marte);, ,
Afrodite – deusa do amor. (Nome latino: Vênus);, ,
Atená – deusa da sabedoria. (Nome latino: Minerva);, ,
Deméter – deusa da fertilidade. (Nome latino: Ceres);,,
Hermes – mensageiro dos deuses. (Nome latino: Mercúrio);, ,
Artémis – deusa da caça. (Nome latino: Diana);, ,
Hefaistos ou Hefestos: deus da metalurgia. (Nome latino: Vulcano);, ,
Hades – deus do mundo subterrâneo. (Nome latino: Plutão).
Além dos deuses, os gregos também acreditavam nos heróis ou semideuses, �lhos de deuses e deusas com humanos,
tais como: Herácles ou Hércules, Odysseus, Aquiles, Teseu e em entidades como faunos, musas e ninfas.
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A religiosidade dos gregos era vivenciada em público, ou seja, através de festivais, procissões. A base do
relacionamento entre homens e deuses era a permuta, ou seja, o mortal reconhece seu poder e consegue, por isso, ser
agraciado.
O templo era a morada dos deuses, não lugar de reunião entre os crentes. Em geral,  possuíam em seu interior uma
imagem do deus ali adorado ou algo que o simbolizasse. A adoração aos deuses era processada no exterior do templo,
ao leste. Essa é uma das razões para o exterior dos templos ser o lugar das decorações arquitetônicas mais
elaboradas - homenagem aos deuses.
wewawehan / Shutterstock
Na religiosidade grega, não havia culto estabelecido com rígidas regras, não havia verdade revelada, nem livro sagrado.
Os sacerdotes eram sorteados anualmente entre os cidadãos. Quando desejavam conhecer a vontade dos deuses, os
cidadãos iam a um vidente (Mânthis) ou aos oráculos. O mais famoso deles foi o Oráculo de Delfos.
Fonte: Derek Corbett / Shutterstock, smoxx / Shutterstock e I Wei Huang / Shutterstock
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A ideia de culpa, pecado, bem como a preocupação com a vida após a morte eram totalmente desconhecidos pelos
gregos. Apenas alguns grupos minoritários as utilizavam, tal como o Or�smo.
Fonte: Patrick Poendl / Shutterstock
Or�smo era uma crença criada a partir dos séculos VII e V a.C.
Seu fundador teria sido o poeta Orfeu que desceu ao Hades e retornou. 
Os mistérios ór�cos prometiam uma vida melhor após a morte.
Quando morriam, os gregos acreditavam que os indivíduos passavam 
a habitar o mundo subterrâneo, denominado Hades, cuja entrada era 
protegida pelo cão Cérbero. A entrada era separada do interior pelo rio Estige, 
cuja travessia era feita pelo barqueiro Caronte.
Os recém chegados tinham que pagar para fazer a travessia, por isso, 
os mortos eram enterrados ou cremados com moedas sobre os olhos 
para que tivessem com que pagar o barqueiro.
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Para agradar aos deuses, os gregos faziam sacrifícios, geralmente, os primeiros frutos de uma colheita ou uma novilha.
Oferecendo-se o melhor aos deuses, eles acreditavam que estabeleciam uma relação de reciprocidade e assim,
esperavam receber também o melhor.
Os festivais aumentaram em número e grandiosidade no século V a.C. Ocupavam grande parte do ano cívico de cada
pólis.
Fonte: leoks / Shutterstock
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Embora fosse prática cada comunidade ter seu deus protetor, eles costumavam homenagear outros deuses também.
O Teatro, que veremos à frente, surgiu desses festivais, ou seja, tinham uma função religiosa. Em geral, participavam
dos festivais todos os habitantes da pólis, mesmo os escravos e estrangeiros (metecos).
Em todas as sociedades, os indivíduos narram histórias, seja verídicas ou �ccionais. Os gregos não eram diferentes e,
no início de sua civilização, as transmitiam uns aos outros oralmente.
Os autores dessas narrativas eram chamados de rapsodos e, um dos mais conhecidos era HOMERO.
Homero é um personagem controverso. Alguns historiadores questionam, 
inclusive se existiu de fato. Como em seu tempo as obras 
eram transmitidas oralmente, muitos acreditam que os versos a ele atribuídos, 
na verdade, foram a condensação de contribuições de diferentes indivíduos).
Homero teria escrito duas obras que nos ajudam a remontar períodos 
bem remotos da História grega. O gênero literário por ele desenvolvido era 
chamado de EPOPÉIA.
Gênero narrativo em que são descritas as aventuras de heróis; poema épico 
em que são mesclados fatos históricos entrelaços com lendas) 
e as duas mais conhecidas foram a ILÍADA e a ODISSÉIA. 
Ambas descreviam fatos ligados à Guerra de Tróia.
Markus Gann / Shutterstock
A partir do século VIII a.C, os gregos desenvolveram seu próprio sistema de escrita, o primeiro totalmente fonético, ou
seja, com símbolos que representavam as consoantes e vogais. Isso facilitou signi�cativamente a materialização das
histórias anteriormente cantadas.
Outro autor digno de nota desse período é Hesíodo. Através de suas obras conhecemos um pouco mais sobre o
período arcaico.
Três poemas são, em geral a ele atribuídos: 
A TEOGONIA, O TRABALHO E OS DIAS e O ESCUDO DE HÉRCULES.
Para continuar lendo sobre Literatura Grega, clique aqui. (glossário)
TEATRO
Nos festivais cômicos, eram apresentadas cinco peças de cinco autores distintos. Nos festivais trágicos, três autores
encenavam quatro peças cada: três tragédias e um drama satírico. Os autores competiam nesses festivais.
Fonte: Radmila / Shutterstock
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Nas comédias, o principal nome é Aristófanes que, em suas peças, fazia críticas à sociedade, indivíduos e política
ateniense. As encenações eram custeadas por homens abastados e os atores eram sempre homens, que
representavam vários papéis na mesma peça. Eles usavam máscaras  que cobriam seus rostos e indicavam se
estavam felizes ou tristes. O público sabia o sexo do personagem pelas roupas e perucas que portavam.  As peças, a
partir do século IV a.C passaram a ser repetidas, sobretudo, após o domínio macedônio.
MATEMÁTICA
Pitágoras (525 a.C),  para escapar da tirania em sua terra, migrou para o sul da Itália, onde fundou uma escola em que
ensinava um novo mundo, um novo modo de vida. Lá, ele fez uma série de descobertas sobre a relação da natureza
com o mundo. Os pitagóricos sugeriram que o número está no centro da realidade. Uma das grandes contribuições de
Pitágoras foi seu teorema, que todos estudamos na escola até hoje: a soma do quadrado dos catetos é igual ao
quadrado da hipotenusa.
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Os gregos eram seduzidos pela Matemática por sua precisão e também eram fascinados pelo problema do in�nito. Um
outro matemático, Zenão de Eleia (490 a.C) a�rmou que se cortássemos uma linha ao meio, isso poderia ser feito
inde�nidamente. Outros estudiosos que podem ser citados: Tales de Mileto e Parmênides.
MEDICINA
Até onde sabemos, os gregos foram os primeiros a transformar a medicina em algo mais sistematizado.
O principal defensor dessa medicina racional foi Hipócrates. Ele fundou uma “escola” de medicina e escreveu alguns
tratados como SOBRE A DOENÇA SAGRADA. Seu juramento é proferido até hoje pelos formados em medicina.
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HISTÓRIA
Os gregos consideravam o próprio passado e passaram a repensá-lo inventando a História (signi�ca pesquisa,
indagação). Quando os gregos passaram a colonizar outras regiões, houve a necessidade de criar uma espécie de guia
para os colonos onde eram informados os costumes locais, a descrição da geogra�a, en�m, narrativas sobre aquele
povo.
Assim, nasceu a História. Heródoto, que descreveu os fatos dasguerras médicas, era considerado o Pai da História.
Seu método de narrativa era totalmente inusitado. Ele introduziu perguntas:
Como? Por quê?
Em relação aos eventos sobre os quais dissertava. Além disso, integrou em sua obra os costumes, a cultura dos povos
que haviam entrado em contato com os gregos.
Ao introduzir esses elementos, ele estabeleceu uma “postura” histórica: os indícios devem ser, na medida do possível,
veri�cados por indagações e pesquisas.
Outro nome digno de menção é o de Tucídides, que narrou em sua História da Guerra do Peloponeso, todos os fatos
que cercaram essa luta fratricida.
Nessa obra, ele excluiu o “romance”, as conversas e priorizou os aspectos militares e políticos da guerra. Iniciou uma
tradição analítica, pois  considerou as mudanças ano a ano do con�ito.
FILOSOFIA
A palavra Filoso�a signi�ca amor à sabedoria. Muitos homens, desde os primórdios da História grega, passaram a
re�etir sobre a natureza humana, o universo e �zeram descobertas que permanecem até os nossos dias.
Fonte: NeydtStock / Shutterstock
A Filoso�a surgiu no período arcaico com a Escola de Mileto.
Para os seguidores dessa escola, todos os elementos da natureza vinham de um elemento básico (a água, o ar ou a
matéria). Nessa escola destacaram-se Anaxímenes e Anaximandro. Tales de Mileto e Pitágoras, já citados, eram
�lósofos matemáticos.
No século V a.C surgiram os so�stas, que se dedicavam ao ensino da retórica e os outros assuntos aos jovens
atenienses abastados. Muito os viam com maus olhos, mas o fato é que eles estiveram à frente de um movimento que
considerava o homem e não o mundo físico como centro do debate intelectual.
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Um dos grandes nomes do so�smo era Protágoras que a�rmava: “O homem é a medida de todas as coisas”. Eles não
acreditavam em verdades absolutas e defendiam que havia diferentes visões sobre o mundo e as coisas.
Para continuar lendo sobre Filoso�a, clique aqui. (glossário)
Glossário
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História Antiga Ocidental
Aula 5 - A Crise de sistema Políade e ascensão
dos Macedônios
INTRODUÇÃO
Nesta aula, começaremos discutindo um elemento que agride, mas encanta os historiadores: a guerra. A guerra do
Peloponeso é uma disputa intestina que vai mudando de maneira continua os centros de poder do mundo grego.
Veremos também o crescimento de Tebas como centro de poder no mundo grego e, principalmente, a expansão obtida
por Alexandre da Macedônica.
Em um primeiro momento, notamos a transformação do Bárbaro em principal representante da Hélade. Na busca de
sua a�rmação, Ptolomeu nos conta sobre a ascensão de Alexandre e a sua busca de expansão no Oriente, em especial
o mundo Persa.
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Neste sentido, Helenismo é a principal característica da expansão alexandrina, juntando aspectos do mundo grego e a
organização político-militar Persa. Uma nova forma de organização surge no mundo, expandindo-se desde o leste
Europeu até as fronteiras da China. Desde a África, até o extremo Oriente.
OBJETIVOS
Observar os aspectos da Guerra do Peloponeso.
Analisar as críticas de Aristóteles ao sistema democrático.
Identi�car os aspectos que permitiram entender o crescimento dos macedônios.
Analisar o governo de Alexandre e o helenismo.
Estudar a relação entre Grécia e Roma.
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GUERRA DO PELOPONESO
Antes de começarmos nossa aula, vamos re�etir sobre as perguntas a seguir?
Fonte:
Como conhecemos a história da Guerra do Peloponeso? 
Temos um cronista de guerra, alguém capaz de nos contar com detalhes das batalhas, dos feitos, realizados pelos
gregos. Será? 
Será que estudar a história é isso? Achar o relato de um contemporâneo e usar o que ele nos conta para sabermos com
detalhes o que aconteceu no passado?
Isso passa pela compreensão do que é história, de qual é o seu objetivo.
ESPARTA
Antes de passarmos para a Guerra propriamente dita, vamos conhecer um pouco a grande opositora de Atenas:
Esparta?
Esparta era uma pólis situada na região conhecida como Lacedemônia. Baseava seu modelo político em uma
oligarquia governada por dois reis. Após o século VI a.C, houve uma diminuição de sua produção cultural e
fortalecimento de um modelo militarista.
Fonte: Lev Levin / Shutterstock
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Os espartanos chamavam seus cidadãos de esparciatas. Sua educação iniciava-se por volta dos 7 anos, quando eram
obrigados a viver com os demais cidadãos da pólis em um regime de caserna. Eram �sicamente habilitados à luta,
aprendendo a sobreviver ao frio e à fome. As meninas também eram obrigadas à prática da atividade física para se
tornarem boas “parideiras”.
Ao nascerem, as crianças eram conduzidas aos éforos, que avaliavam suas características físicas. Caso possuíssem
algum tipo de deformidade, eram jogadas do Monte Taigeto por não servirem aos interesses da comunidade.
Para manter esse modelo, os espartanos submeteram populações vizinhas da Lacônia e constuitíram duas formas de
submissão: os periecos e os hilotas.
ATENAS
Atenas, como vimos na última aula, vem de um grande desenvolvimento cultural. A cidade (pólis) é construída em torno
da valorização da escrita.
Seus referenciais de poder passam necessariamente pelo desenvolvimento da �loso�a e do pensamento escrito. Esse
elemento é central dentro de Atenas.
Após as vitórias diante dos persas, Atenas passa a ser o centro do poder grego, 
a liderança da liga de Delos. Cobra impostos, o que garante sua posição 
de representante máxima dos exércitos.
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Esparta, tradicional potência militar da região do Peloponeso, inicia uma sistemática resistência ao crescimento
ateniense. O ponto crítico se dá quando os Coríntios se recusam a permanecer na liga de Delos e os espartanos
a�rmam que, se houvesse qualquer ataque a esses, a guerra começaria. E assim se fez. Certeza?
A guerra do Peloponeso é diferente de outras guerras da antiguidade, como a�rma Finley. Ela se torna famosa não
pelos seus efeitos de maneira direta, mas sim pelo fato de ser narrada por Tucídides.
Comentário
, 
Tucídides e os seus contemporâneos entendem que a história só pode ser escrita por aqueles que viveram a história, não existe
história pela observação do passado e o autor cumpre isso na prática. Seu trabalho, ao narrar os eventos da guerra do
Fonte: Irina-PITTORE / Shutterstock
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Peloponeso, era manter informados seus contemporâneos e deixar para a posteridade a verdade dos fatos., , Claro que devemos
relativizar, Tucídides era um ateniense relatando os eventos da guerra do Peloponeso, �nanciado por um dos principais líderes
atenienses, Péricles. Finley, em O Uso e o Abuso da História, mais especi�camente no artigo os gregos antigos e sua nação,
sinaliza para desconstruir a ideia de que a Guerra do Peloponeso foi uma guerra civil ou coisa que o valha. É essencial captar o
tom contextual exato. Todo grego antigo, vivendo numa sociedade complexa, pertencia a uma multiplicidade de grupos. Sabemos
que as poleis guardavam grandeproximidade cultural, mas isso não fazia dela uma nação no sentido moderno.
Após a perda da última frota no �nal do extenuante con�ito com Esparta, os atenienses concederam - num gesto sem
precedentes - a cidadania ática a Samos, o aliado mais �el, isto é, �zeram uma tardia e desesperada tentativa para se
duplicar como comunidade.
A efêmera medida foi revertida pela rendição de Atenas em abril de 404 e pela expulsão, uns meses depois, dos
democratas de Samos por parte do golpista ateniense, Lisandro. Pouco tempo depois, foi de novo posta em prática
pela democracia restaurada no arcontado de Euclides. Era uma maneira de honrar os democratas exilados de Samos.
Setenta anos mais tarde, quando Filipe da Macedônia derrotou, em Queroneia, a coligação che�ada por Atenas e
pareceu por momentos que o vencedor, famoso por ser capaz de arrasar totalmente as cidades vencidas, se dirigia
para uma Atenas praticamente indefesa, um político chamado Hipérides, democrático tão irregular na militância como
original na sua vida privada, propôs a libertação de cento e cinquenta mil escravos agrícola e mineiros. Todavia, acabou
por se julgado pela sua ilegal iniciativa, acusado de ser agitador.
Fonte:
Cânfora sinaliza que, no �nal do século V, mais precisamente no último trintênio, iniciara-se no mundo grego uma fase
de con�itos extremamente sangrenta: uma guerra que envolvera quase todas as cidades deixando pouco espaço aos
neutrais - uma guerra entre todos as cidades estado da Grécia antiga, isto transforma os espaços da Grécia antiga,
trabalha com a própria concepção do poder no mundo ateniense.
Péricles, naturalmente, conhecia bem as etapas e os truques de uma carreira. Quando Ésquilo pôs em cena Os Persas,
a tragédia que exaltava Temístocles, foi ele quem se responsabilizou pelas despesas de instrução do coro.
A imagem corrente é que Péricles corrompeu as massas introduzindo pagamentos estatais para a participação nos
espetáculos e para a participação nos júris do tribunal, além de outras remunerações públicas e festas. A adoção
sistemática destas formas de salário estatal moldou a democracia ateniense no período de seu maior �orescimento,
consolidando a imagem de liderança aristocrática.
Quando o Péricles de Tucídides descreve o sistema político ateniense, opõe democracia à liberdade: a falta de outro
termo - diz ele - costumamos atribuir a este regime a designação de democracia porque envolve a maioria na pleiteia:
trata-se, porém, de um sistema político livre.
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Fonte:
Em certo sentido, o orador estabelece uma antítese entre 
democracia e liberdade.
Então a própria guerra transforma e enfraquece a organização do mundo grego. As oligarquias estão ampliadas, a
relação com os estrangeiros será revista, uma vez que Macedônios, por exemplo, já estão incorporados à Hélade.
Mossé, em seu livro O Processo de Sócrates é bem dramático sobre esse momento:
Xenofontes, continuador do relato de Tucídides, comemora a vitória de Esparta como uma vitória da liberdade.
Não devemos entender que o domínio oligárquico espartano tenha sido melhor que o ateniense. No entanto, signi�cou
o distanciamento de Atenas do centro de poder.
Claude Mossé demonstra a substituição dos modelos políticos da Hélade por centros oligárquicos e pela ascensão
dos macedônios no mundo grego.
MACEDÔNIA
Os macedônios não eram estranhos no mundo ateniense. Eles participavam no século V das Olimpíadas e
participaram em alguns momentos de batalhas do mundo grego.
Acontece que a Macedônia era uma região maior que as principais cidades Estado, tinha uma economia e um sistema
de guerra. No entanto, o mundo grego era referência cultural mais importante, tinha sistemas complexos e construções
que geravam admiração dos grupos tratados como bárbaros, como os macedônios.
Alexandre da Macedônia ganha notoriedade durante o período tebano, ou seja, após a derrota de Esparta em novo
embate entre as poleis gregas.
As tradicionais cidades-Estado estavam enfraquecidas, 
empobrecidas e precisavam do apoio militar de Felipe. 
Ele envia então, nobres para serem educados nos valores 
do mundo grego. Um deles é seu �lho, Alexandre.
Comentário
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, 
Felipe II da Macedônia apaixonou-se pela bela sacerdotisa tebana, a princesa Olímpia, no século IV. Boa parte da história sobre
Alexandre é escrita por Plutarco, grego do século II. A distância temporal em sua narrativa faz com que tenhamos cuidado em
apreciar seus relatos.
Alexandre, o Grande, é a �gura do marco decisivo entre o período chamado helenístico (até o século II d.C.) e o que o
precedeu.
O relacionamento entre macedônios e gregos é historicamente complexo. Embora as cidades-Estados gregas fossem
primeiramente democracias ou oligarquias, Macedônia era um reino composto por cantões separados governados por
líderes locais poderosos.
Ao iniciar seu relacionamento com os Macedônios, os gregos começaram a repensar seus padrões culturais. Os
gregos esperaram determinados comportamentos para demonstrar que você era grego: participação nos jogos e
consulta aos oráculos, por exemplo.
Os macedônios participavam nesses eventos, mas eram geralmente os reis macedônios que a�rmaram ser gregos.
Filipe II foi visto como o homem que transformou a Macedônia e fez dos macedônios, gregos.
Filipe certamente nunca esperou assentar ao trono de rei. Seu pai, Amyntas III (393-370 BC), tinha dois �lhos mais
 velhos que precederam Filipe II no trono.
Alexander II (370-368 BC), que foi assassinado por seu cunhado e  Perdiccas III, que governou entre 360-359.
O reinado de Alexandre foi marcado por guerras nas fronteiras, em especial contra as tribos do norte que paci�cou
usando técnicas bastante gregas: diplomacia, corrupção e aliança militar.
Após ter �xado as fronteiras do norte de seu reino, as ambições de Felipe se moveram para o sul e o leste. Uma vez
que tinha capturado as minas de ouro de Mt. Pangaion, a etapa seguinte era tratar das cidades do Chalcidice: Torone,
Olynthus, e Amphipolis.
Esse movimento acabou por envolvê-lo em um con�ito com Atenas que considerava Amphipolis como sua própria
colônia.
Filipe II expandiu seu território ora apoiando, ora atacando as poleis gregas, valendo-se de suas próprias disputas, até
os limites de Termópolis.
Filipe torna-se um dos poderes mais importantes do mundo grego, a ponto de no século IV, Demóstenes, um orador
ateniense, defender claramente na Ágora a aliança com Felipe.
Em  338, o último exército livre dos gregos foi destruído pelos macedônios, com o Felipe comandando diretamente o
exército com seu �lho de 16, Alexandre, na frente de batalha.
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Em Coríntios, Felipe estabelece a liga helênica, mas não reivindica um poder rela frente aos gregos. Dois anos mais
tarde, em 336, Felipe foi assassinado e sucedido por seu �lho, Alexandre.
Fonte:
A vitória macedônica iniciaria uma era nova, em que os exércitos de Alexandre levariam elementos da cultura grega de
Atenas a Afeganistão, mas não até a guerra da independência de encontro aos turcos, 2.100 anos mais tarde, os
gregos estariam livres.
A construção mítica trabalha a ideia de que na noite de núpcias, antes de Felipe possuir Olímpia �sicamente, Zeus
desce como um raio e a engravida.  Felipe, descon�ado, prende Olímpia em uma torre na �oresta até que seu �lho a
reconduz ao trono ao seu lado. Caros, não podemos pensar no mito de maneira dura, mas entender sua
representatividade.
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Nesse sentido, é que entendemos a legitimidade alcançada por Alexandre. Sem dúvida um domínio aristocrático nas póleis, que
não representavam uma monarquia, como a compreendemos, mas um reconhecimento aristocrático do poder macedônico em
torno de Alexandre.
Vejamos:
Primeiro combateu vitoriosamente os Trácios que se opunham ao poder de Alexandre. Em uma assembleia em 335 a.C. em
Coríntios é escolhido como o líder militar dos gregos para uma nova campanha conta os persas.
Reprimiu ainda revoltas como Ilírios a norte e em Tebas contra seu domínio.
As vitórias sobre os persas foram emblemáticas, nas imediações de onde provavelmente era Troia cumpriu-se oferendas aos
guerreiros que por ali passaram, Dário III depois de uma série de derrotas militares foi vencido.
Alexandre, e o modelo de governo macedônico, bebeu de maneira singular na organização persa. Suas vitórias sobre a
Babilônia e Egito fazem com que o próprio Alexandre assuma o título de rei da Pérsia. O conceito de rei dos reis é
reformulado.
Para marcar seu poder, Alexandre manda construir grandes cidades no Oriente, sempre com a visão de dialogar com as
duas culturas.
Comentário
, 
O helenismo sem dúvida nenhuma é a relação entre estes dois mundos. Existe muito de personi�cação neste momento, mas, por
favor, evitemos. Não é Alexandre capaz de tudo como Plutarco defendeu, nem tão pouco, outros heróis que a história inventa,
tenhamos sempre cuidado., , Vale a pena sinalizar que não devemos acreditar no discurso fílmico como verdade, é licença poética
e para o historiador ajuda a visualizar, pensar.  O discurso do �lme, por exemplo, é claramente a�rmar que a opção sexual não
invalida ninguém de ser um herói...  O que no mundo grego é uma prática bem diferente, uma leitura não sexualizada como
pensada na prática contemporânea.
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Glossário
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História Antiga 
Ocidental
Fernanda Mattos
Revisão 1
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Atividade 1
A Antiguidade é um período mais difícil de 
estudar que os outros? Quais as 
especificidades no estudo da História Antiga?
2
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Atividade 2
O processo de formação políade não é uniforme. 
Cada comunidade assume um modelo político 
distinto. Aristóteles, ao observar a diversidade 
surgida a partir do século VIII a.C identifica os 
chamados modelos perfeitos e imperfeitos. Dentre 
os perfeitos, podemos destacar:
a)monarquia, tirania, oligarquia.
b)aristocracia, oligarquia, tirania
c)aristocracia, monarquia, democracia.
d)oligarquia, tirania, demagogia.
3
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Atividade 3
Resultado de um longo processo de reformas a 
democracia surgiu em Atenas. Sobre ela podemos 
afirmar que:
a)Ocorreu a partir da ascensão de Clístenes ao 
poder, que aliado a ex-escravos derrotou os 
aristocratas.
b)serviu para atender aos interesses políticos da 
nova elite dos mercadores, e preservar certos 
privilégios da antiga aristocracia, como o latifúndio e 
a escravidão
c)serviu como forma de promover maior 
desenvolvimento da cidade, equiparando-se 
agricultura e comércio. 
d)foi criada devido às pretensões da elite agrária, em 
fazer de Atenas cidade hegemônica. 4
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Atividade 4
Ao pensarmos na educação ateniense em 
comparação com o modelo espartano, podemos 
afirmar que: 
a)Os atenienses davam ênfase à formação 
intelectual e física do homem, enquanto os 
espartanos, privilegiavam a formação militar.
b)Em Atenas desenvolveu-se o militarismo e em 
Esparta a xenofobia.
c)Os espartanos valorizavam o militarismo e o 
desenvolvimento da cidadania.
d)O desenvolvimento intelectual ateniense permitiu 
a instituição da democracia e o fim da escravidão. 
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Atividade 5
As diferenças políticas e econômicas entre 
espartanos e atenienses resultaram em um 
conflito armado denominado:
a)Guerras Médicas
b)Guerras Púnicas
c)Guerra do Peloponeso
d)invasão macedônica
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Atividade 6
A cultura no mundo grego nos deixou uma herança 
muito significativa. Dentre os elementos mais 
citados está a contribuição da Filosofia. Como era o 
método de obtenção de conhecimento criado por 
Sócrates? 
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História Antiga 
Ocidental
Fernanda Mattos
Aula 1
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Linha do Tempo Tradicional
• Idade Antiga – Invasões bárbaras
• Idade Média – Tomada de Constantinopla
• Idade Moderna – Revolução Francesa
• Idade Contemporânea
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O trabalho do historiador
• Fontes primárias (documento, objeto, 
imagem produzidos no período que está 
sendo estudado) 
• Fontes secundárias (documentos, objetos, 
imagens que citam ou referenciam as fontes 
originais)
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Dificuldades do historiador 
da Antiguidade
• Escassez de fontes primárias;
• Natureza da documentação (obras literárias, 
vestígios arqueológicos ...);
• Impossibilidade de trabalhar a História oral;
• Estado de conservação das fontes;
• Ausência de qualquer tipo de fonte.
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OCIDENTE versus ORIENTE 
Áreas do mundo grego versus Resto 
do mundo 
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http://greciaontemhoje.blogspot.com.br/2011/08/mapa-6-grecia-no-seculo-v.html
OCIDENTE versus ORIENTE 
Áreas do Império Romano versus 
Resto do mundo
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OCIDENTE versus ORIENTE 
Áreas cristãs versus Áreas islâmicas
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História Antiga 
Ocidental
Fernanda Mattos
Atividade 1
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Estudo de Caso
A História é uma ciência em construção...
Podemos conhecer a verdade histórica ou 
apenas possibilidades de verdade? 
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História Antiga 
Ocidental
Fernanda Mattos
Aula 2
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• A Grécia na Antiguidade nunca formou uma 
unidade política. Era formada por POLEIS 
(cidades-estado). 
• Os gregos se identificavam e criavam uma 
alteridade com os que não possuíam as 
mesmas características. Esses eram os 
BÁRBAROS. 
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O que era a Grécia na Antiguidade?
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Pré-Homérico
(2200 – 1200 a.C)
Período Homérico 
(1200 – 800 a.C)
Período Arcaico
(800 – 500 a.C)
Período Clássico
(500 – 400 a.C)
Divisão da História Grega
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Divisão do território grego
• Grécia Continental 
ou (Ática)
• Grécia Peninsular 
ou (Peloponeso)
• Grécia Insular
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Ocupação do território grego
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http://fazendohistorianova.blogspot.com.br/2014/04/civilizacao-grega.html
Período Pré - Homérico
• Civilização Minoica: (XX a.C – XV a.C) –
Baseada na Ilha de Creta. Seu nome deve-
se ao rei mítico, Minos que teria governado 
o local. Temos poucas informações sobre 
esse período. Começou a ser conhecida a 
partir das escavações do britânico Sir 
Arthur Evans.
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Período Pré - Homérico
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Período Micênico
• Civilização Micênica (XV a.C – XII a.C) –
Adotaram diversos aspectos da cultura 
minoica. 
• Nome dado pelo pesquisador Heinrich 
Schliemann com base nas pesquisas do 
sítio de Micenas, na região do Peloponeso.
• Nesse período teria ocorrido a Guerra de 
Troia. 
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Homero existiu?
• Ilíada e Odisseia – epopeias 
(séculos IX-VIII a.C)
• Homero ou Homeros ?
• Aedo – Rapsodo (intervalo entre a forma 
falada e escrita das epopeias)
• Presença de interpolações e elementos 
alheios ao período retratado. 
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História Antiga 
Ocidental
Fernanda Mattos
Atividade 2
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Estudo de Caso
• É possível a utilização de literatura para o 
estudo da História? É possível confiar em 
seus dados?
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História Antiga 
Ocidental
Fernanda Mattos
Aula 3
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• Unidade política básica da Grécia;

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