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APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL PROFESSOR: WOLNER SUEYSON @wolnersueyson 
 
DIREITO PENAL 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
WOLNER SUEYSON 
 
 
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DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Aqui veremos como a Lei penal se comporta no Tempo e no Espaço. Mas, o que é 
Lei Penal? O próprio CP é uma lei penal. Resumindo, toda lei que possui matéria penal. 
Lei de Drogas, Estatuto do desarmamento, CTB, etc. 
Lei penal no Tempo 
 A lei penal quando passa a existir e possui eficácia, nós dizemos que ela está em 
vigor/vigência. Portanto, temos o artigo 121 (Homicídio) está em vigor e se você matar 
alguém hoje, será aplicado este artigo. Até aqui tudo bem, vamos seguir o raciocínio. 
 Isso se é devido ao artigo 1 do CP, que diz: 
 Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
 Perceba que só posso ter um crime se lei ANTERIOR tiver definindo? Assim, com 
isso você entenderá facilmente quando eu disser: A LEI PENAL NÃO RETROAGE, SALVO 
SE MAIS BENÉFICA. 
 Como assim, Retroagir? A lei penal não pode voltar ao passado e agir como se 
estivesse em vigor. Essa é a regra, porém, se for uma lei mais benéfica ela pode retroagir. 
Isso então é chamado de retroatividade de lei penal mais benéfica. Talvez você deve estar 
se perguntando: Mas e se eu já tiver sido julgado, uma sentença ou até mesmo já estou 
cumprindo pena em uma penitenciária? Vejamos o que o artigo 2 do CP diz: 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
 O artigo 2, no parágrafo único, vai trazer a figura da retroatividade de lei mais benéfica, 
mesmo havendo sentença. Já o CAPUT nos fala sobre a figura do ABOLITIO CRIMINIS 
(abolição do crime), onde uma lei posterior deixa de considerar certo fato como criminoso. É 
o que aconteceu com o crime de ADULTÉRIO (art. 240, do CP), uma lei em 2006 Revogou 
este crime (abolitio criminis). 
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 Veja que é uma lei mais benéfica, portanto ela vai retroagir. Então, tínhamos uma Lei 
(CP) definindo o crime de Adultério, João praticou Adultério em 2005, logo foi processado e 
julgado. Em 2006 uma nova lei, aboliu o crime de Adultério do CP e assim por ser mais 
benéfica ela RETROAGE. Agora, se surgi uma nova lei aumentando a pena para o Crime 
de Adultério, essa Lei não pode retroagir para punir João, pois ela não é mais benéfica. Essa 
nova lei só poderá ser aplicada para as pessoas que praticarem adultério depois de sua 
vigência. 
 Agora, imagine que João praticou um crime “x”, punido pela Lei A, antes da sentença 
entra uma nova lei, Lei B, revogando a Lei A e aumentando a Pena para o Crime “x”. O juiz 
deverá usar qual lei? Se você disse a Lei A acertou. 
 Como a Lei A é mais benéfica, o Juiz é obrigado a aplicada. Mas, professor ela foi 
revogada!!! Isso mesmo, dessa vez estamos diante da figura da ULTRA-ATIVIDADE da Lei 
penal mais benéfica. 
 Veja se por um lado a lei mais benéfica é POSTERIOR estamos diante da 
RETROATIVIDADE, se a lei mais benéfica é ANTERIOR estamos diante da ULTRA-
ATIVIDADE. 
 Isso é chamado de EXTRA-ATIVIDADE da Lei penal. Essa EXTRA-ATIVIDADE 
pode se dar de duas formas: RETROATIVIDADE E ULTRATIVIDADE. 
 Como será cobrado na sua prova esses pontos: 
01) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores desde que não tenha havido o trânsito em julgado da sentença 
condenatória. ERRADO 
02) ) A extra-atividade da lei penal constitui exceção à regra geral de aplicação da lei 
vigente à época dos fatos. CERTO 
03) Uma conduta é considerada crime se for criada norma nesse sentido a qualquer 
tempo. ERRADO 
 
 
 
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O artigo 3 do código penal vem nos fala sobre as leis temporárias e excepcionais. 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. 
 Lei penal excepcional: é aquela criada para ter aplicação durante situações 
excepcionais. É uma CIRCUNSTÂNCIA. Circunstância é um acontecimento que 
terminará. EX; enchentes, catástrofes, etc. 
 Lei penal temporária: é um PERÍODO. Período é o horário certo em que começa e 
termina. É aquela criada para ter aplicação durante determinado período de tempo. 
Essas duas leis apresentam as seguintes características: 
a) Auto revogáveis: automaticamente se revogam ao término da circunstância ou do 
período. Não há nova lei para revogar a lei excepcional ou temporária. 
b) Ultratividade: mesmo após a sua revogação continua a produzir efeito. 
 Não é de se esperar, mas agora vamos ver algumas teorias no direito penal. Para a 
definição do momento/tempo do crime nós temos algumas teorias são elas: Atividade, 
Resultado e Ubiquidade ou mista. Imagine a seguinte Situação: 
 João, com 17 anos, 11 meses e 30 dias, desfere alguns disparos contra José, que só 
vem a óbito no dia seguinte, dia este em que João já era Maior de idade. Perceba que João 
não poderá responder por homicídio pois no momento da ação ou da omissão ele era menor 
de idade. É o que o artigo 4 nos diz: 
 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
Lembre-se na sua prova, o código adotou a teoria da ATIVIDADE para definir o 
momento/tempo do crime, não importando o momento do resultado. 
01) Quanto ao tempo do crime, é correto afirmar que o Código Penal brasileiro adotou 
a teoria do Resultado. ERRADO 
 
 
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LEI PENAL NO ESPAÇO 
Agora estudaremos como a Lei penal se comporta no espaço/lugar. Você já se 
perguntou o que acontece se uma pessoa matar a outra em um cruzeiro em alto-mar? É isso 
que veremos agora. Mas primeiro, temos que entender cada ponto. 
O código penal em seu artigo 5: 
 Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
 Foi adotado a TERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA. Assim, via de 
regra, acontecendo um crime em território brasileiro aplica-se a lei penal brasileira. 
Porém essa territorialidade não é absoluta e sim mitigada ou temperada, pois haverá 
hipóteses em que mesmo o crime acontecendo no Brasil, não aplicaremos a lei brasileira 
e sim estrangeira (INTRATERRITORIALIDADE). 
 E o que é Território brasileiro? O território brasileiro vai se dividir em território físico 
ou geográfico e território jurídico ou por expansão. 
 O território geográfico basta você imaginar o mapa do Brasil, composto por rios, terras 
e o ar correspondente, mais o mar-marítimo/territorial que são 12 milhas náuticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Esse mapa é ótimo para ilustrar nosso conteúdo. Isso que você está vendo é o 
território geográfico. Portanto, acontecendo um crime aqui nós teremos a aplicação da lei 
penal brasileira. 
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 DISCIPLINA: DIREITO PENAL PROFESSOR: WOLNER SUEYSON @wolnersueysonComo nós vimos, não é absoluto, existem algumas pessoas que devido a suas 
funções terão a aplicação da lei penal do seu país. Por exemplo, os diplomatas, chefe de 
estado e presidentes de outros países que estiverem no Brasil. 
 O território por expansão, são as aeronaves e embarcações públicas ou privadas. 
Para elas temos que conferir cada regra. 
 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro 
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, 
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo 
correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
 
 Veja que temos regra para cada tipo de embarcação ou aeronave: 
 Pública/a serviço do governo: Em qualquer lugar que se encontrarem. 
 Privada/mercantes brasileiras: Apenas no território nacional e ar correspondente ou 
em alto-mar (são águas que onde não há domínio de nenhum governo, os oceanos.) 
 Privada/mercantes estrangeiras: Apenas se estiverem em território nacional e ar 
correspondente. 
 
01) Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou de 
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ao território nacional ou em alto-
mar. CERTO 
02) Aplica-se a lei brasileira, afastando-se convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional. ERRADO 
03) Embarcação brasileira a serviço do governo brasileiro, para os efeitos penais, é 
considerada extensão do território nacional. CERTO 
Assim como nós vimos a teoria para definir o momento/tempo do crime, também temos 
uma teoria para definir o local/lugar do crime. As teorias são as mesmas: Atividade, 
Resultado e Ubiquidade ou mista. 
O artigo 6 diz: 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo 
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
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 O artigo 6 uniu duas teorias: atividade + resultado= ubiquidade. Assim, se você 
colocar uma bomba em um avião, aqui no Brasil, com destino aos EUA e essa bomba 
explodir enquanto sobrevoava o México. Os três países poderão ser local do crime. Se você 
quer saber quem será competente já é outra história kkkkk vamos continuar. 
 PARA A SUA PROVA VOCÊ VAI LEMBRAR DO LUTA = LU + TA – Lugar do crime 
teoria da Ubiquidade. Tempo do Crime teoria da Atividade. 
 Como nós vimos a territorialidade é quando o crime acontece no Brasil e aplica-se a 
lei penal brasileira. E quando o crime acontece no Exterior? É possível a aplicação da lei 
brasileira? A resposta é sim, é possível. Desta vez, estamos diante da 
EXTRATERRITORIALIDADE, prevista no artigo 7: 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída 
pelo Poder Público; 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço 
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. 
 II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 b) praticados por brasileiro; 
 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. 
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes 
condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
 b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena 
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 e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
 § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
 a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
 b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
Classificações: 
o Extraterritorialidade incondicionada, art. 7º, I CP – não importa qualquer 
condição, a lei brasileira será aplicada (art. 7º parágrafo 1º CP); 
o Extraterritorialidade condicionada, art. 7º II,– as condições estão previstas 
no art. 7° parágrafo 2º CP. 
o Extraterritorialidade hipercondicionada, art. 7, II, parágrafo 3º do CP. 
 
O que eu sugiro a você fazer é decorar apenas a primeira (incondicionada), é a mais 
cobrada nas provas sem contar que não há ligação com a condicionada e assim você marca 
por eliminação. 
 Princípio da Representação ou da Bandeira ou do PAVILHÃO 
Trata-se de um princípio subsidiário, e, quando houver deficiência legislativa ou 
desinteresse de quem deveria reprimir, aplica-se a lei do Estado em que está registrada a 
embarcação ou a aeronave ou cuja bandeira ostenta aos delito praticados em seu interior 
(art. 7º, II, c, do CP). 
 Princípio da Nacionalidade ou Personalidade Passiva (art. 7º, § 3º, CP) 
 A lei brasileira é aplicada ao crime praticado por estrangeiro contra brasileiro. Importa a 
nacionalidade do sujeito passivo; 
 Princípio da Defesa Real ou Proteção (art. 7º, I, a, b, c) 
 Importa à nacionalidade do bem jurídico. Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido 
fora do Brasil, que afete interesse nacional; 
 Princípio da Justiça Universal ou da Universalidade da Justiça Cosmopolita (art. 
7º, I, d, II, CP) 
Direito de todos os países em punir qualquer crime; 
 
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 PASSAGEM INOCENTE 
A doutrina afirma que se uma embarcação usa de passagem inocente decorrente da 
convenção de Montego Bay em 1982, onde uma embarcação ou aeronave pode atravessar 
o mar territorial de uma nação apenas como passagem, como prevê o artigo 3º da lei nº 
8.617, de 4 de janeiro de 1993: 
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente 
no mar territorial brasileiro. 
§ 1º A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa 
ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. 
 Assim, se o crime ocorre durante passagem inocente e não fere bem jurídico da nação, 
não se aplica a lei brasileira. Lembrando que é passagem inocente se o Brasil era o destino, 
sendo aplicada neste caso a lei nacional. 
OBSERVAÇÕES: 
 Pena cumprida no estrangeiro, art. 8º CP, na extraterritorialidade condicionada não 
pode, pois já tendo sido aplicada a lei estrangeira, não se aplica a lei brasileira, já na 
extraterritorialidade incondicionadapode. A pena cumprida no estrangeiro atenua 
a pena imposta no brasil pelo mesmo crime, quando diverso, ou nela é computada 
quando idênticos. 
 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando idênticas. 
 
 Homologação da sentença penal estrangeira, art. 9º CP, o órgão competente para 
homologar sentença estrangeira é o STJ para fins de reparação de dano e outros 
efeitos civis, além do cumprimento de medida de segurança. 
 Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas 
conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9
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 b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade 
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
CONJUGAÇÃO DE LEIS E LEI INTERMEDIÁRIA 
 
 Após estudarmos a aplicação da lei penal no tempo e entender como a lei penal se 
comporta com o passar do tempo encontramos algumas discussões dentro deste tema. 
 
CONJUGAÇÃO OU COMBINAÇÃO DE LEIS – lex tertia 
 De acordo com Rogério Sanches “A combinação de leis penais seria a faculdade 
conferida ao juiz para, na determinação da lei mais benéfica, tomar preceitos ou critérios 
mais favoráveis da lei anterior e, ao mesmo tempo, os da lei posterior, conjugando-os de 
forma a aplica-los ao caso concreto. 
 Assim temos uma terceira lei (lex tertia) que foi resultado da combinação de duas. 
Exemplo: 
 
 É possível conjugar a lei A com a Lei B para punir o réu com pena de 2 a 4 anos 
e sem multa (combinando as partes favoráveis de ambas as leis)? 
 A doutrina diverge quanto a isso. 
O único caso prático que tivemos no Brasil, foi com a lei de drogas lei 11.343/06 que 
revogou a lei 6.368/76. 
LEI A
Pena: 2 a 4 anos 
Multa
Lei B 
Pena: 4 a 8 anos 
sem multa
Lei A + B 
2 a 4 anos 
sem multa
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9
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A favor: “Se o juiz pode aplicar o todo de uma ou outra lei para favorecer o sujeito, 
não vemos por que não possa escolher parte de uma e de outra para o mesmo fim, aplicando 
o preceito constitucional”. 
Neste sentido o STF no RE 596152 – Julgado pelo Tribunal Pleno, este recurso 
Extraordinário resultou em empate, beneficiando o réu para possibilitar a combinação de leis 
penais. Não se trata, portanto, de entendimento consolidado do STF. Assim também foi o 
HC 95435/ STF e HC 111306/STJ. 
Contra: “Em nenhum caso será possível tomar de uma e outra lei as disposições que 
mais beneficiem o réu, aplicando ambas parcialmente”. 
Neste sentido temos a Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroativa da lei 
11.343/06, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais 
favorável ao réu do que o advindo da aplicação da lei 6.368/76, sendo vedada a combinação 
de Leis. 
Neste mesmo sentido também decidiu o Pleno do STF RE 600.817, HC 94687/STF, 
HC 103833/STF, Rcl 3.546/SP, HC 220.589/STJ E HC 179.915. 
LEI INTERMEDIÁRIA 
 
 A lei intermediária (ou intermédia) é aquela que deverá ser aplicada porque é benéfica 
ao réu, muito embora não fosse a lei vigente ao tempo do fato, tampouco seja a lei vigente 
no momento do julgamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pena: 2 a 4 anos 
Mais severa 
Vigente a época 
dos fatos 
Lei A Lei B 
intermediária
a 
Lei C 
Retroatividade + 
Ultra-atividade 
Pena: 1 a 2 anos 
Mais benéfica 
 
Pena: 4 a 6 anos 
Mais severa 
Vigente a época 
do julgamento 
Ultra-
ativa Retroativa 
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 Podemos notar que a lei penal intermediária é dotada de duplo efeito, possuindo a 
retroatividade em relação ao tempo da ação ou omissão e ultra-atividade em relação ao 
tempo do julgamento. 
 A aplicação da lei intermediária já foi decidida pelo STF, que assim entendeu: 
“Lei penal no tempo: Incidência da norma intermediária mais favorável. Dada a garantia 
constitucional de retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu, é consensual na doutrina 
que prevalece a norma mais favorável, que tenha tido vigência entre a data do fato e a da 
sentença: o contrário implicaria retroação da lei nova, mais severa, de modo a afastar a 
incidência da lei intermediária, cuja prevalência, sobre a do tempo do fato, o princípio da 
retroatividade in mellius já determinara”. 
 COMO É COBRADO: 
NO TEMA DE APLICAÇAO DA LEI PENAL NO TEMPO: 
A) havendo sucessão de leis penais no tempo é aplicável a lei intermediária se ela for a 
mais favorável; 
B) o Código Penal prevê a combinação de leis sucessivas sempre que a fusão possa 
beneficiar o réu; 
C) o Código Penal veda a lex tertia; 
D) verifica-se a maior favorabilidade da lei, no exame da norma em abstrato. 
Letra A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES – GABARITO AO FINAL 
 
01) Suponha que José praticou o crime de roubo a bordo de uma embarcação 
privada de bandeira inglesa, que estava atracada no porto de Santos, no Brasil. Com 
base nesse caso hipotético, assinale a alternativa correta: 
A) Não se aplica a lei brasileira, considerando-se o princípio da bandeira ou da 
representação. 
B) Não se aplica a lei brasileira, considerando-se que o navio privado estava atracado 
no porto de Santos, portanto, ostentando a bandeira inglesa em razão do respectivo registro. 
C) Aplica-se a lei brasileira, considerando-se o princípio da universalidade ou 
cosmopolita. 
D) Aplica-se a lei brasileira, considerando-se o princípio da nacionalidade passiva. 
E) Aplica-se a lei brasileira, considerando-se que o navio privado estava atracado no 
porto de Santos e, portanto, tornou-se extensão do território nacional por ficção jurídica. 
 
02) Lei temporária estabelece que constitui delito a venda de bebidas alcoólicas 
no raio de dois quilômetros dos locais destinados à realização da Copa América 
no Brasil. Considerando hipoteticamente que João pratique tal delito no período 
de vigência da lei em comento, em suma, o juiz poderá condená-lo: 
A) após o prazo de vigência da lei temporária, dado que o delito ocorreu durante a 
vigência desta. 
B) se a prática do delito for anterior à vigência da referida lei temporária. 
C) somente até a datade término de vigência da referida lei temporária. 
D) se a prática do delito for posterior à vigência da referida lei temporária. 
E) se a venda de bebidas alcóolicas ocorreu no raio de cinco quilômetros, visto que o 
delito aconteceu durante a vigência da lei temporária. 
03) De acordo com as disposições do Código Penal (CP) brasileiro acerca da 
aplicação da lei penal no tempo e no espaço, marque a alternativa CORRETA: 
A. ( ) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores desde que não tenha havido o trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
B. ( ) Para efeito de aplicação da lei penal, considera-se praticado o crime no momento 
em que houve a produção do resultado. 
C. ( ) Os crimes cometidos no estrangeiro não estão sujeitos à aplicação da lei penal 
brasileira. 
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D. ( ) Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
de embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, 
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ao território nacional ou em alto-
mar. 
04) Assinale a alternativa INCORRETA considerando os preceitos normativos e 
doutrinários básicos sobre o aplicação da lei penal: 
A) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, ao crime cometido no 
território nacional 
B) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado 
C) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de tratados, ao crime cometido no território 
nacional 
D) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de regras de direito internacional, ao crime 
cometido no território nacional 
E) Aplica-se a lei brasileira, afastando-se convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional 
05) Assinale a alternativa correta considerando os preceitos normativos e doutrinários 
básicos sobre a aplicação da lei penal no tempo. 
A) Uma conduta só pode ser considerada crime se houver preceito legal anterior que assim 
a defina. 
B) Uma conduta é considerada crime se for criada norma nesse sentido antes do julgamento 
ainda que ao tempo da prática não existisse a citada lei. 
C) Uma conduta é considerada crime se for criada norma nesse sentido antes da prisão 
ainda que ao tempo da prática não existisse a citada lei. 
D) Uma conduta é considerada crime se for criada norma nesse sentido a qualquer tempo. 
E) Uma conduta é considerada crime se for criada norma nesse sentido mesmo após a 
declaração judicial de inexistência do tipo penal. 
06) Em relação ao direito penal, julgue os próximos itens. 
A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos penais, principais e secundários, 
subsistindo os efeitos civis. 
Certo Errado 
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 DISCIPLINA: DIREITO PENAL PROFESSOR: WOLNER SUEYSON @wolnersueyson 
 
07) Sobre a territorialidade e a extraterritorialidade da lei penal, previstas nos artigos 
5° e 7° do Código Penal, assinale a alternativa correta: 
A) Ao crime cometido no território nacional, aplica-se a lei brasileira, independentemente de 
qualquer convenção, tratado ou regra de direito internacional. 
B) Ao autor de crime praticado contra a liberdade do Presidente da República quando em 
viagem a país estrangeiro, aplica-se a lei do país em que os fatos ocorrerem. 
C) Embarcação brasileira a serviço do governo brasileiro, para os efeitos penais, é 
considerada extensão do território nacional. 
D) Crime cometido no estrangeiro, praticado por brasileiro, fica sujeito à lei brasileira 
independentemente da satisfação de qualquer condição. 
E) Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, 
independentemente da satisfação de qualquer condição. 
08) A extra-atividade da lei penal constitui exceção à regra geral de aplicação da lei 
vigente à época dos fatos 
CERTO ERRADO. 
09) No Código Penal brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o 
lugar do crime é o da ação ou da omissão, bem como o lugar onde se produziu ou 
deveria produzir-se o resultado. 
CERTO ERRADO. 
10) Quanto ao tempo do crime, é correto afirmar que o Código Penal brasileiro adotou 
a teoria do(a): 
A) atividade. 
B) resultado. 
C) ubiquidade. 
D) contemporaneidade. 
 
 
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QUESTÃO BÔNUS 
11) NO TEMA DE APLICAÇAO DA LEI PENAL NO TEMPO: 
A) havendo sucessão de leis penais no tempo é aplicável a lei intermediária se ela for 
a mais favorável; 
B) o Código Penal prevê a combinação de leis sucessivas sempre que a fusão possa 
beneficiar o réu; 
C) o Código Penal veda a lex tertia; 
D) verifica-se a maior favorabilidade da lei, no exame da norma em abstrato. 
 
GABARITO 
1- E 
2- A 
3- D 
4- E 
5- A 
6- CERTO 
7- C 
8- CERTO 
9- CERTO 
10- A 
11- A 
 
 
 
 
 
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