RELATORIO 1 - Roberto Minozzo

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FACULDADE DE FARMÁCIA
(FAR01012) OPERAÇÕES UNITÁRIAS FARMACÊUTICAS
RELATÓRIO I:
Aulas práticas 1 e 2
Desintegração e Tamisação
Alunos: Cristine Falcão
Nilcéa de Souza
Fernanda Battisti
Roberto Minozzo
Turma: C
Porto Alegre, abril de 2011
Desintegração e Tamisação:
Situação problema: obtenção de pó fino a partir de matéria prima vegetal.
1. Cite todas as operações unitárias envolvidas para atender a situação problema:
Desintegração:
Moinho de bolas
Moinho de superfícies planares
Moinho de facas
Moinho coloidal
Tamisação:
Tamises de 710 µm, 250 µm e 180 µm.
2. Analise os equipamentos, justificando a obtenção dos produtos:
Moinho de bolas:
Este equipamento é muito utilizado na indústria de materiais para construção, indústria química e outros, sendo chave para processos de remoagem.
O moinho de bolas é constituído por um cilindro horizontal rotativo parcialmente preenchido com esferas. Estas são constituídas de aço ou porcelana, de dureza maior daquilo que se quer desintegrar e constituem as peças desintegradoras. 
O cilindro horizontal gira e provoca o cascalhamento das esferas e as ações combinadas de choque e cisalhamento provocam a desintegração da amostra e também o desgaste das bolas. Para se ter uma maior eficiência de moagem, a quantidade de esferas deve ocupar de 35 a 55% do volume útil.
O funcionamento do moinho de bolas utilizado em aula prática é descontínuo uma vez que a alimentação e a descarga deste equipamento se fazem lateralmente, pela mesma abertura, sendo necessária uma produção de pó em bateladas. As folhas colocadas no tambor junto com as bolas não foram trituradas pois a força aplicada (atrito e impacto) não é adequada para a moagem desse produto.
Moinho de superfícies planares:
O moinho de superfície planar é constituído de um rotor com disco sulcado, sua alimentação é superior e sua descarga é inferior.
O processo consiste no movimento de discos que aplicam uma força de compressão sobre a matéria-prima à medida que se manuseia o aparelho.
O processo de moagem é classificado como contínuo, visto que a sua alimentação é simultânea a sua descarga.
Concluiu-se que o moinho de superfícies planares utilizado em aula prática não foi eficiente na obtenção de pó fino, uma vez que o equipamento aplica força de compressão na matéria prima, o que é inadequado para a situação, pois as folhas de abacateiro precisam ser cortadas para sua desintegração.
Moinho de facas:
O funcionamento de equipamento se dá por um rotor de alta velocidade que gira no interior de uma capa cilíndrica. No exterior, o rotor é acoplado a uma série de peças desintegradoras - facas (lâminas afiadas)- nos pontos de articulação. O material é cortado ao entrar em contato com as facas e se pulveriza.
O equipamento padrão possui alimentação superior e descarga inferior. A força exercida nesse tipo de equipamento é a de corte e seu funcionamento é contínuo. O moinho de facas que vimos em aula prática tinha alimentação superior e descarga superior e seu funcionamento era descontínuo.
Dentre os equipamentos utilizados na aula prática, esse é o de melhor eficiência, pois exerce força de corte sobre a matéria prima, ideal para a produção do pó fino desejado. 
Moinho coloidal 
É utilizado geralmente pela indústria química, alimentícia e farmacêutica para a emulsificação, homogeneização, desaglomeração, mistura, umedecimento e moagem de produtos líquidos até altamente viscosos (materiais moles), baseado na movimentação das peças desintegradoras (rotor e estator). É arranjado de tal forma que, enquanto o moinho é alimentado, a emulsão ou suspensão já está sendo preparada e descarregada pela parte inferior, constituindo-se de um processo contínuo.
O moinho é composto pelas seguintes partes: alimentador, descarga, rotor, estator e motor. O material sofre alta rotação e grande força de cisalhamento (forças de corte e atrito) pela movimentação do rotor sobre o estator, que é fixo. Assim, a emulsão ou suspensão é formada e o produto é descarregado pela parte inferior. 
O aparelho se mostrou eficiente visto que a emulsão formada em aula permaneceu em apenas uma fase e, portanto, estável. 
Tamises
A tamisação tem como objetivo separar uma mistura sólida de diferentes diâmetros em duas ou mais frações, através de superfícies peneirantes de material característico (tamises). Além da separação destas partículas, consegue-se classificar a granulometria das mesma, segundo critérios estabelecidos na Farmacopéia Brasileira.
Os tamises utilizados durante a aula prática, apresentaram malha de tamanhos diferentes, com aberturas nominais de 710 µm, 250 µm e 180 µm.
 Acoplam-se os tamises sobre recipientes coletores, que recebem a matéria prima peneirada e fecha-se o sistema com uma tampa adequada. Deve-se aplicar movimentos horizontais e verticais para o procedimento desta operação unitária, por tempo suficiente para a conclusão do processo. Os tamises utilizados demonstraram que a matéria prima em questão não pode ser considerada pó moderadamente grosso e nem mesmo pó fino, uma vez que a matéria prima não passou em sua totalidade através dos tamises com as três aberturas nominais diferentes.
3. Indique como padronizar o produto em pó fino:
O grau de divisão ou a granulometria de pós é expresso pela referência à abertura nominal da malha do tamis utilizado. Para ser considerado um pó fino, as partículas de matéria prima devem passar em sua totalidade pelo tamis com abertura nominal de malha de 180 µm.
4. Descreva o procedimento operacional padrão para a classificação do pó.
Pesar no máximo 25 g de matéria prima;
Escolher a malha adequada para obtenção de pó fino (180 µm);
Acoplar o tamis sobre o coletor;
Adicionar a amostra sobre o tamis de malha apropriada (180 µm);
Tampar o tamis e agitar o conjunto em movimentos horizontais rotativos e verticais por 30 min no mínimo ou até que a operação esteja completa;
Caso a matéria tenha passado em sua totalidade pela superfície do tamis, pesa-se o produto obtido;
Se uma fração de matéria prima ficar retida ainda sobre o tamis, deve-se retroceder ao processo inicial de moagem para a correta obtenção do pó fino desejado.
 5. Identifique a classe de riscos de cada equipamento e indique como minimizá-los:
Moinho de bolas:
Riscos fisicos: ruídos e vibrações produzidas pelo equipamento.
Riscos de acidentes: as peças desintegradoras (bolas) podem provocar acidentes se manuseadas inadequadamente.
O moinho de bolas deve ser mantido em uma sala com isolamento acústico e, preferencialmente, no térreo devido a vibração. As peças desintegradoras devem ser manuseadas com cuidado para não causarem danos ao manuseador.
Para operar o equipamento faz se necessária a utilização de protetores auriculares, luvas e jaleco. Uma vantagem do moinho de bolas é que ele não produz pó que possa ser aspirado durante o procedimento.
Moinho de facas:
Riscos físicos: ruído e vibração do equipamento.
Riscos químicos: poeira
Risco de acidente: as peças desintegradoras (facas) podem provocar acidentes se bloqueadas ou manuseadas erroneamente.
O moinho de facas deve ter barreiras de proteção nas peças desintegradoras para evitar acidentes e arranjos físicos adequados para suportar o ruído e a vibração (protetor auricular), bem como EPIS adequados para não aspirar a poeira (máscaras), além de luvas, touca, óculos de proteção e jaleco. E no ambiente deve ter EPC como exaustor para que a poeira não permaneça no ambiente.
Moinho de superfícies planares:
Riscos ergonômicos: repetitividade de movimento.
No moinho de superfícies planares deve-se considerar a troca de manuseador para evitar o mesmo de repetir por muito tempo o movimento da manivela.
Moinho coloidal:
Riscos físicos: ruído e vazamento.
Riscos de acidentes: montagem inadequada do equipamento.
O moinho coloidal deve ter um arranjo físico adequado bem como a sua montagem para evitar acidentes. Além disso, as instalações devem considerar o ruído produzidoe o risco de vazamento se as peças não estiverem bem encaixadas. Para a correta utilização do equipamento se faz necessário o uso de luvas, sapatos fechados, roupa protetora (jaleco), máscara e óculos de proteção.
Tamises:
Riscos químicos: pó liberado durante a agitação dos tamises.
Riscos ergonômicos: repetitividade de movimento. 
Durante a tamisação de matéria-prima, o operador deve estar munido de equipamentos de proteção individual: jaleco, máscara e óculos. 
 O ambiente deve ser iluminado, bem ventilado e limpo para que ofereça segurança para o operador e ainda não fique contaminado com a matéria-prima que se está trabalhando. Além disso, materiais em boas condições de uso são essenciais para que não ocorra acidentes e para que o operador não tenha lesões ao desempenhar a tarefa.
 6. Monte fluxograma indicando operações e equipamentos para
atender a situação problema:
7. Construa mapa de risco para sua produção:
Riscos Químicos: Contaminação com o pó que escapa dos tamises;
Riscos Físicos: Calor; Ventilação inadequada; Ruídos; Vibrações.
Riscos Ergonômicos: Movimentos repetitivos; Falta de treinamento;
Riscos Mecânicos: Malhas inadequadas ou defeituosas e sem a devida proteção; Arranjo físico inadequado.
O laboratório de operações unitárias é uma sala dividida em dois compartimentos pequenos. No primeiro compartimento continha o moinho de bolas, o moinho de superfícies planares e alguns tamises. O segundo compartimento, possuia uma capela onde se encontrava o moinho de facas, outra bancada com um moinho coloidal, além de outros tamises. 
Figura 1. Mapa de risco do laboratório de Operações Unitárias.
Referências:
PONTE, Cynthia Isabel Ramos Vivas. Apostila da disciplina de Operações Unitárias Farmacêuticas 2011/1. Editora da UFRGS, 2011.
http://www.uff.br/enfermagemdotrabalho/mapaderisco.htm. Acessado em 09/04/2011.
ANEXO 1:
	Equipamentos
	Matéria-prima utilizada
	Produto obtido
	Observação
	1. Moinho de bolas
	Folhas de abacateiro
	Folhas
	Pouca perda de material; ótimo aproveitamento energético, porém muito ruído. Não pode ser usado com materiais moles.
	2. Moinho de superfícies planares
	Folhas de abacateiro
	Folhas um pouco trituradas
	É um equipamento contínuo. Não pode ser usado para material fibroso
	3. Moinho de facas
	Folhas de abacateiro
	Pó
	Pode-se usar material fibroso, como as folhas de plantas. Muito ruído; libera poeira.
	4. Moinho coloidal
	Água e azeite
	Emulsão de água e azeite
	Pode produzir facilmente emulsões e suspensões. Difícil limpeza; não pode ser utilizado para material seco.
Tabela 1: Equipamentos desintegradores utilizados e o resultado da operação unitária realizada em cada um deles, a partir da matéria prima em questão. 
ANEXO 2 :
	 Equipamento
Características
	Moinho de bolas
	Moinho de superfícies planares
	Moinho de facas
	Moinho coloidal
	Partes que compõe
	Tambor, suporte de sustentação, manivela e bolas
	2 rotores sulcados, esmagador helicoidal e manivela
	Facas (lâminas), rotor, carcaça e motor
	Cone de alimentação, descarga, rotor, estator e motor
	Peças desintegradoras
	Bolas
	Rotores sulcados
	Facas (lâminas)
	Rotor e estator
	Força
	Abrasão / Impacto
	Compressão
	Corte
	Cisalhamento (corte + atrito)
	Alimentação
	Superior
	Superior
	Superior
	Superior
	Descarga
	Superior
	Inferior
	Inferior
	Inferior
	Funcionamento
	Descontínuo
	Contínuo
	Contínuo
	Contínuo
	Uso
	Processos de remoagem em indútrias de construção e química.
	Moagem de grãos
	Produção de pós
	Emulsificação de produtos químicos, farmacêuticos e alimentícios
Tabela 2: Equipamentos desintegradores e suas características.
Matéria prima vegetal
DESINTEGRAÇÃO
Moinho de facas
Sim
Não
Produto obtido está totalmente moído?
TAMISAÇÃO
Malha de 180 µm
Produto obtido passou totalmente pelo tamis ?
Não
Sim
Produto obtido: pó fino