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Doenças do aparelho locomotor em eqüinos Procedimentos Terapêuticos e Diagnósticos II Prof. Msc. Mariana Bueno Carvalho SISTEMA MÚSCULO- ESQUELÉTICO SISTEMA CÁRDIO-CÁRDIO- VASCULAR SISTEMA RESPIRATÓRIO Tipos de exercícios ANAERÓBICO: velocidade maior que 600 m/min (em torno de 36 km/h) Quarto de milha: chega a 70 km/h Quarto de milha: chega a 70 km/h Acionamento da via glicolítica - anaeróbica Grande produção de ácido lático Perdas hidro-eletrolíticas mínimas Tipos de exercícios AERÓBICO: velocidade menor que 600 m/min (em torno de 28 km/h) Grandes perdas hidro-eletrolíticas Grandes perdas hidro-eletrolíticas Pequena produção de ácido lático Produção de ATP na mitocôndria Acionamento do ciclo de Krebs 1. MIOPATIAS ASSOCIADAS AO EXERCÍCIOEXERCÍCIO Miopatias associadas ao exercício Exaustão: Cansaço ou flutter diagragmático sincrônico Rabdomiólise: Síndrome do cavalo atado ou Tying up ou Azotúria ou Mioglobinúria Paralítica ou Monday morning disease 1.1. Síndrome da Exaustão Síndrome do cavalo exausto; Ultrapassa limite de desempenho: Ultrapassa limite de desempenho: Cavalgadas Enduro CCE (“three day event”) Fisiopatologia Trabalho prolongado Temperatura e umidade elevadas Hiperidrose (sudorese excessiva) Perda de 10 a 15 L de suor/h em cavalgadas em dias quentesquentes Grandes perdas hidroeletrolíticas Grande perdas de água - desidratação Depleção das reservas de energia Fisiopatologia Suor: [hipertônico] em Na, K, Cl e proteína Cl rim reabsorve bicarbonato (HCO3 -) alcalose metabólica alcalose metabólica EXERCÍCIOS AERÓBICOS: TENDÊNCIA A DESENVOLVER ALCALOSE METABÓLICA Desidratação = função renal PERDA DE CLORO SUDORESESUDORESE ALCALOSE METABÓLICA Desequilíbrios ácido-básico + eletrolítico = Hipomotilidade intestinal = Cólica !!! Fisiopatologia Hipomotilidade intestinal = Cólica !!! Cãibras musculares (espasmos musculares) Nervos passam a despolarizar com facilidade Flutter diafragmático sincrônico Sintomatologia Pode durar vários dias; Depressão, apatia Desidratação, elasticidade cutânea Anorexia Anorexia Sede FC e FR Pulso fraco ou filiforme TPC Tº Sintomatologia Contrações abdominais espasmódicas; FR fica igual à FC; Respiração sincrônica à despolarização atrial “FLUTTER” diafragmático sincrônico – soluço !!! “FLUTTER” diafragmático sincrônico – soluço !!! - despolarização atrial (coração) estimula nervo frênico (diafragma) que faz com que o diafragma contraia Diagnóstico Recuperação cardíaca deficiente após o esforço Normal: 25 a 30 min = FC < 70 bpm Normal: 25 a 30 min = FC < 70 bpm FR < 40 mrpm Diagnóstico Avaliação sintomatologia Exames laboratoriais Exames Laboratoriais HT e pt; Manutenção ou de HCO3; Azotemia ( desidratação); CK, AST ( lesão muscular) Hipopotassemia, hiponatemia e hipocloremia; Alcalose metabolica ou ph normal. Tratamento Repouso (48h no mínimo) Controlar temperatura - Resfriamento Recompor volemia - Fluidoterapia VO ou IV Recompor volemia - Fluidoterapia VO ou IV restabelecer o volume sg corrigir déficits eletrolíticos recompor déficits energéticos sal, alimento e água Fluidoterapia Fornecer 20 a 50 L de solução hidro-eletrolítica (solução fisiológica ou Ringer Simples, IV) 5 a 20 L/h IV Adicionar KCl até começar a se alimentar (1 ampola a cada 4-5L de soro fisiológico) 50 a 100 g de glicose IV/h 250 a 500 mL Ca 20% (“flutter”) Fluidoterapia Não utilizar bicarbonato!!!! (ALCALOSE) Fluido oral – só quando retornar a motilidade Soro oral: 20 L H2O + 150 g NaCl + 50 g KCl + 200 g de açúcar Administrar 5 a 8 L/a cada 30 min (exceto na hipomotilidade) Tratamento Eletrolíticos orais + acesso à água AINES em doses baixas flunixin meglumine - 0,5 mg/kg) Prevenção Administrar água rica em eletrólitos durante a competição Eletrólitos orais + água Nutrição adequada 1.2. Rabdomiólise Azotúria Mioglobinúria paralítica Mioglobinúria paralítica Monday Morning Disease Tying-up Cavalo atado 1.2. Rabdomiólise Excesso de exercício Esporádica Acúmulo de polissacarídeo Acúmulo anormal de glicogênio muscular Miopatia por acúmulo de polissacarídeo (MAP) Recorrente Defeito nos canais e bombas iônicas Rabdomiólise por Esforço Recidivante (RER) Causas da Rabdomiólise Exercício / Treinamento muito intenso; Hipóxia local; Sobrecarga de carboidratos: armazenamento de Sobrecarga de carboidratos: armazenamento de glicogênio; Deficiência de Vit. E e Se; Deficiência de Tiamina (Vit. B1); Causas da Rabdomiólise Desequilíbrio hormonal (hipotireoidismo) Baixas concentrações de T3 e T4 Deficiência de progesterona (fêmeas > machos) Deficiência de eletrólitos Canais iônicos anormais Anormalidades metabólicas (déficits de enzimas) Infecções (vírus da influenza equina) 1.2. Rabdomiólise Musculatura dos membros posteriores; Acúmulo de ácido lático; Ruptura de fibras musculares; Processo degenerativo não-inflamatório Aumento da glicólise com depleção do glicogênio ETIOPATOGENIA Aumento da glicólise com depleção do glicogênio muscular; Acúmulo de lactato; Degeneração hialina das fibras musculares; Fisiopatogenia Exercício intenso músculo trabalha em ANAEROBIOSE produção e acúmulo de ÁCIDO LÁTICO ÁCIDO LÁTICO necrose e ruptura das fibras musculares liberação de MIOGLOBINA musculares liberação de MIOGLOBINA mioglobinúria e lesão renal AZOTEMIA ÁCIDO LÁTICO reduz pH celular compromete funcionamento das BOMBAS CELULARES CÁLCIO não é retirado da actina-miosina FIBRA MUSCULAR fica CONTRAÍDA Fisiopatogenia Animais superalimentados + GLICOGÊNIO armazenado nos músculos produção excessiva de ÁCIDO LÁTICO ÁCIDO LÁTICO necrose e ruptura das fibras ÁCIDO LÁTICO necrose e ruptura das fibras musculares liberação de MIOGLOBINA mioglobinúria e lesão renal AZOTEMIA ÁCIDO LÁTICO reduz pH celular compromete funcionamento das BOMBAS CELULARES CÁLCIO não é retirado da actina-miosina FIBRA fica CONTRAÍDA ACÚMULO DE ÁCIDO LÁTICO ACIDOSE METABÓLICA !!! Quadro Agudo Exercícios exagerados Treinamento excessivo Excesso de carboidratos Quadro Recorrente Manifestações repetidas Tira o cavalo da baia e ele trava (azotúria) Ainda em estudo Defeito na retirada de Ca (bombas iônicas) Deficiência de vitamina E Deficiência de eletrólitos Temperatura ambiental elevada Sintomas Imediatos ao exercício ou na manhã seguinte Imediatos ao exercício ou na manhã seguinte Sintomas Leves: rigidez muscular – músculos contraídos Intolerância ao exercício velocidade velocidade Andar vacilante Fraqueza e relutância em andar Dor lombar e movimentos de cauda aumentados Sintomas Moderados a graves: movimentos respiratórios acelerados Dor e compensação acidose metabólica FR e FC , mucosas congestas Sudorese intensaSudorese intensa Fraqueza de membros pélvicos Impossibilidade de andar Músculos rígidos com tremores Mialgia Temperatura pode elevar-se Mioglobinúria (24 h) – não é um achado frequente urina escura SINAIS CLÍNICOS Fonte: FV/UFPel,2008Fonte: Escola Superior de Elvas,2010 Diagnóstico Histórico de esforço Excesso de ração Sintomas Sintomas Dosagens de enzimas séricas: CPK, AST e LDH Mioglobinúria Acidose metabólica Diagnóstico Diferencial Laminite (dor, pulso digital, apoio no talão); Hiperparatireoidismo 2ª nutricional; Tétano. Tétano. Tratamento Aliviar dor; Reduzir rigidez muscular; Incrementar o fluxo renal Incrementar o fluxo renal (impedir que mioglobina se acumule nas células renais rim) Tratamento Reparar as células musculares Repousar animal Corrigir o desequilíbrio ácido-básico ??? Corrigir o desequilíbrio ácido-básico ??? Próprio animal já corrige Respiração e rim Tratamento Repouso 24 a 48 h Redução de carboidratos (GRÃOS) por 36 h Tratamento ANALGÉSICOS: AINES: só usar após repor volemia e corrigir desequilíbrio hidro-eletrolítico Perigo!!! AINE: inibe prostaglandinas vasoconstricção renal/muscular Fenilbutazona: 4,4 – 2,2 mg/kg IV ou PO, durante 5 a 10 dias ou Dose única de Predinisolona (AIE): 2-4 mg/kg Tratamento RELAXANTES MUSCULARES: ação relativa Tiocolchicosídeo 0,05 a 0,1 mg/kg IM, 5 a 7 d (COLTRAX, DROXOFLAX) Dantrolene 2 a 4 mg/kg VO, 5 a 10 d (impede morte celular) Metacarbamol 15 a 25 mg/kg, durante 5 a 8 dias, VO ou IV Tratamento VASODILATADORES: Acepromazina 0,05 mg/kg IV, BID ou 20 a 40 mg IV (dose total) ou Prometazina 0,5 a 1,0 mg/kg, IV ou IM Pouca ação – poucos vasos em fibras Tipo II Tratamento Complexo B (VIT B1 - 0,5 a 5 mg/kg IV, IM ou VO) Tratamento Selênio: 5,5 mg/450 kg, IM, 1X/SEMANA Vitamina E: 50 mg/450 kg, VO, BID ou 6000 a 9000 UI por animal/dia VO durante 10 a 20 dias Tratamento DMSO: 0,1 a 1 g/kg anti-oxidante, anti-inflamatório Fluidoterapia – reposição hidro-eletrolítica Fluidoterapia – reposição hidro-eletrolítica (RINGER LACTATO; solução fisiológica; ringer simples) Bicarbonato??? Prevenção Programa nutricional adequado ao tipo de trabalho físico; Condicionamento físico gradual (músculos, ossos, Condicionamento físico gradual (músculos, ossos, tendões, ligamentos); Administração semanal de Selênio e Vit. E; Administração de dantrolene durante o período de treinamento; Prevenção Nos verões úmidos adicionar 30 a 40 g de K+ à alimentação; Pequenas doses de Acepromazina- 0,01 mg/kg, 30 minutos antes do exercício; Prevenir o aparecimento de hipotireoidismo. Tendinite e Desmite TFDS Anatomia TFDP LIGAMENTO SUSPENSOR DO BOLETO Anatomia Tendão Flexor Digital Superficial Tendão Flexor Digital Profundo Tendão Flexor Digital Superficial Tendinite Quase 90% TFDS nos membros anteriores Fibras de colágeno tipo I: pouca elasticidade e muita resistência Estiramento ruptura das fibras de colágeno OU Microlesões que vão se acumulando até aparecer clinicamente *** Causas Excesso de trabalho Falta de condicionamento Mudanças súbitas de direção Esforço excessivo ou hiperextensão dos tendões inflamação local, lesão das fibras de colágeno, ruptura de vasos Resposta à lesão Ruptura fibrilarEsforço Repetitivo Hemorragia Exsudação Hematoma intratendíneo Aumento de volumeHematoma intratendíneo Aumento de volume I N F L A M A Ç Ã O !!! Macrófagos: proteases e colagenases Fibroblastos: distribuídos em fileiras longitudinais entre as fibras tendíneas acometidas Resposta à lesão Início da deposição de colágenoInício da deposição de colágeno Remoção do tecido lesado C I C A T R I Z Resposta à lesão Fase inflamatória: até 10 dias Fase reparo: 4-45 dias Fase maturação: 120 dias Recuperação: +/- 240 dias Avaliação clínica Dia 0 Dia 10 Causas Conformação inadequada Idade Tipo de atividade Tipo de casqueamento e ferrageamento Superfície de trabalho. Sinais Clínicos AGUDO: Edema e aumento de temperatura local Sensibilidade e dor Claudicação Claudicação Cronificação tecido cicatricial com colágeno tipo III, menos elástico e menos resistente Avaliação clínica Claudicação Sensibilidade Temperatura Volume Diagnóstico Sinais clínicos Avaliar a extensão: Ultrassonografia Ultrassonografia Termografia Avaliação ultra-sonográfica TFDS TFDS TFDP TFDP TFDP Imagem transversal zona 1A Avaliação ultra-sonográfica TFDS TFDP TFDS TFDP Imagem longitudinal zona 1A ** Observar alinhamento de fibras AA B Avaliação ultra-sonográfica Imagens transversal e longitudinal zona 1B Avaliação ultra-sonográfica TFDS TFDP TFDS Imagem transversal zona 2B Avaliação ultra-sonográfica Lesão central Imagem transversal zona 2B Tratamento Interrupção imediata do exercício !!!! Repouso em baia Tratamento FASE AGUDA (48 h) FISIOTERAPIA E REPOUSO ( mínimo 2 meses) crioterapia (10 a 20 min) e hidroterapia 20 a 30 min, a cada 2-3 h faixas e ligas (contenção) Gesso ??? Tratamento FASE AGUDA (48 h) Massagem tópica com pasta antiflogística Ice flex Ice flex Gelopan Calminex Dm Gel Dimesol Bandagem para dormir Tratamento FASE AGUDA (48 h) AIES: dexametasona 0,2 mg/kg SID ou BID IV ou IM AINES: fenilbutazona 4,4 mg/kg SID ou BID durante 5 dias; 2,2 mg/kg 4,4 mg/kg SID ou BID durante 5 dias; 2,2 mg/kg SID ou BID durante 5 dias; 1,1 mg/kg SID ou BID durante 5 dias; 0,5 mg/kg SID ou BID durante 5 dias... Ultrassom terapêutico, shock wave... Tratamento Administração intramuscular: - glicosaminoglicanos (polissulfatados) – ADEQUAN IM (Animal Health): 500 mg, a cada 4 dias, durante 28 dias; CONDROTON (Vetnil): aplicar 2 mL para cada 100 kg de peso CONDROTON (Vetnil): aplicar 2 mL para cada 100 kg de peso corporal, até a dose máxima de 10mL, a cada 5 ou 7 dias, num mínimo de 5 aplicações. LACRILON: 1 a 2 mg por kg de peso corporal. Por sua ampla margem de segurança, a dose prática recomendada é de 1 frasco- ampola de 5 mL via intramuscular. Tratamento Administração intratendínea: Glicosaminoglicanos polissulfatados: CONDROTON (Vetnil), Hialuronato sódico (glicosaminoglicano polianiônico não sulfatado): Hialuronato sódico (glicosaminoglicano polianiônico não sulfatado): HILARTIL (Pfiser); HIALURONATO DE SÓDIO (Vetnil) BAPN- F (fumarato de Beta-aminopropionitrila): BAPTEN (Boehringer Ingelheim) Tratamento FASE CRÔNICA REAGUDIZAR: Iodo 5% SPLIT (BISTURI; AGULHA) PONTA DE FOGO NITROGÊNIO (CRIOTERAPIA) então tratar como se fosse agudo Doenças do aparelho locomotor em eqüinos���Procedimentos Terapêuticos e Diagnósticos II �Prof. Msc. Mariana Bueno Carvalho�� Tipos de exercícios 1. MIOPATIAS ASSOCIADAS AO EXERCÍCIO 1.1. Síndrome da Exaustão Fisiopatologia Fisiopatologia Sintomatologia Diagnóstico Tratamento Fluidoterapia Prevenção 1.2. Rabdomiólise Causas da Rabdomiólise Fisiopatogenia Quadro Agudo Sintomas Diagnóstico Tratamento Tratamento Prevenção Tendinite Avaliação clínica Avaliação ultra-sonográfica Tratamento
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