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Kathlyn Póvoa Sangramento Uterino anormal As cicatrizes patológicas compreendem toda as formas de cicatrizes que, em algum momento do processo de cicatrização, evoluem de forma insatisfatória, seja por motivos intrínsecos (predisposição genética, fatores hormonais) ou por motivos extrínsecos (tabagismo, DM, cuidados inadequados ou técnica operatória não convencional). Avaliação correta e precoce é essencial para o diagnóstico e início de uma estratégia de tratamento. A decisão de tratar depende: 1- Tipo de cicatriz: hipertrófica, queloide, cicatriz alargada, cicatriz deprimida (atrófica) 2- Local da cicatriz: punho, cotovelo limitam a movimentação e são de difícil tratamento. 3- Sintomas: dor, vermelhidão, etc 4- Déficits funcionais (articulações) 5- Comprometimento estético: ponto subjetivo Histórico: Apesar dessas cicatrizes serem conhecidas e descritas há quase dois séculos, seu manejo e terapia apresentam, ainda hoje, aspectos controvertidos e resultados, muitas vezes, insuficientes. A evolução normal do processo cicatricial produz ao final, uma cicatriz de bom aspecto estético e funcional. Qualquer interferência nesse processo pode levar à formação de cicatrizes de má qualidade, alargadas e elevadas: cicatriz hipertrófica e o queloide. O papiro de Smith, em 1700AC já fazia menção a formação anormal de cicatrizes O queloide foi primeiramente descrito, em 1806, por Alibert. Naquela época, ele demonimou os mesmos de “les cacroides”, ou seja, lesões semelhantes ao câncer Mais tarde, em 1816, introduziu, então, o termo queloide. O termo tem origem do grego: khele (garra, pinça) e oeides (semelhante a). Conceitos Queloides e cicatrizes hipertróficas ocorrem a partir de hiperproliferacao de fibroblastos, com consequente acumulo de matriz extracelular, especialmente pela excessiva formação de colágeno Cicatriz Atrófica: Cicatriz que não produz colágeno, e fica com a aparência de depressão na pele (sequela de acne) por perda ou dano tecidual. Cicatrização patológica Cicatrização patológica Kathlyn Póvoa Kathlyn Póvoa O tratamento é por estimulação de colágeno através de uma agressão, ou inflamação local 1- Laser: 2- Peeling químico e mecânico 3- Preenchimento com ácido hialurônico 4- Bioestimuladores de colágeno Cicatriz Hipertrófica: ▪ Consiste em cicatrizes elevadas, tensas e confinadas às margens da lesão original. ▪ Com frequência tendem a regressão espontânea vários meses após o trauma. ▪ Confinada as margens da lesão original e regridem espontaneamente ▪ Queloide: ▪ Crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia de pele. ▪ É uma alteração benigna, portanto sem risco para a saúde, na qual ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos. ▪ É uma lesão elevada, brilhante, pruriginosa ou dolorosa, de localização dérmica e que ultrapassa os limites da ferida original, ou seja, invade a pele normal adjacente. ▪ Apresenta crescimento ao longo do tempo e não regride espontaneamente. ▪ Comumente evolui com recorrência após excisão. ] Epidemiologia: Queloide somente ocorre em seres humanos Preponderância em africanos, asiáticos e e indivíduos de pele escura em geral. Não há relatos em albinos (Pode ser que tenha uma dependência do melanócito) Acomete indivíduos de ambos os sexos, dentro de uma mesma faixa etária Pessoas acima de 65 anos dificilmente desenvolvem queloides. A maioria dos casos se dá na faixa etária entre 10 e 30 anos Maior ocorrência em alguns lugares do corpo: pré-esternal região cervical posterior, região de deltoide e pavilhão auricular. São raras em pálpebra, penia, regiões frontal, palmas e plantar. A doença pode ter características familiares, de mecanismo pouco esclarecido. Histopatologia: Alteração na derme reticular (mais profunda). As fibras colágenas se arranjam sob a forma de nódulos que aumentam de tamanho e se distribuem de maneira irregular. Nas cicatrizes hipertróficas, o colágeno não é nodular, sendo mais regular e mais delgado com as fibras dispostas paralelamente em relação a superfície. Kathlyn Póvoa A mucina excede na substancia amorfa de queloides e está praticamente ausente nas cicatrizes hipertróficas. O número de mastócitos está aumentado em relação à pele normal As fibras elásticas estão praticamente ausentes no queloide e encontradas na cicatriz hipertrófica A pele da lesão queloideana tem a epiderme achatada, além de ser desprovida de pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas. A ausência de anexos associada a tensão na superfície de lesão lhe confere o aspecto brilhante. Tratamento: Sempre tentar prevenir: ▪ Técnica cirúrgica adequada e atraumatica (evitar manipulação excessiva e traumatismo nos tecidos) ▪ Remoção de corpos estranhos ▪ Sutura por planos, diminuindo a tensão da cicatriz e diminuindo espaços mortos (prevenção de hematomas e abcessos) ▪ Diérese respeitando as linhas de tensão mínima da pele, que coincidem com as dobras naturais da pele. Na pratica, o tratamento e prevenção de queloides e cicatrizes hipertróficas são bem similares. O diagnóstico precoce de um distúrbio cicatricial é muito importante. O sucesso de tratamento não cirúrgico é maior quando se intervém sobre cicatrizes imaturas. Já o tratamento cirúrgico somente deve ser indicado após completado o período de maturação que vai de 6 a 12 meses Métodos não cirúrgicos: ▪ Comprimir cicatrizes para gerar isquemia e menor produção de colágeno; ▪ Silicone gel: são placas de silicone em gel que parecem atuar no controle cicatricial, aumentando a temperatura da cicatriz e consequentemente levando a uma maior atividade da colagenase, além de exercer compressão local. Se tornou medida de uso padrão no controle de cicatrizes. Deve ser utilizado após completa cicatrização; ▪ Terapia compressiva: é padrão de tratamento para cicatrizes hipertróficas de queimaduras. A pressão recomendade é de 24 a 30mmHg, sendo mantida continuamente por 6-12 meses, podendo ser exercida através do uso de malhas compressivas. A compressão deve ser iniciada logo após a retirada dos pontos. ▪ Injeção de corticoides: é uma injeção dentro da ferida de triancinolona. É 1ª linha em queloide e 2ª linha para hipertróficas. O corticoide age inibindo a alfa 1-macroglobulina que inibe a ação da colagenase. A resposta varia entre 50-100%. Melhor eficácia associado a cirurgia, crioterapia, compressão e silicone. ▪ Radioterapia: Usa-se pouco, é controversa; Taxa de redução boa, mas alta taxa de recorrência, além do elevado índice de complicações. Deve ser reservada aos afultos portadores de queloide em que houve falha no tratamento com outras modalidades. Mais eficaz para queloides graves. ▪ Crioterapia: Congela, necrosa o queloide, mas a chance de voltar é grande. Bons resultados para cicatrizes de acne grave. Método Cirúrgico: ▪ Retirar o excesso parcialmente, deixando sempre uma parte. ▪ Taxa de recorrência entre 45 a 100% ▪ Cirurgia + injeções de corticoide = redução da taxa de recorrência para menos de 50%. ▪ Cirurgia + radioterapia = redução da taxa de recorrência para menos de 10% ▪ Cicatrizes hipertróficas Kathlyn Póvoa Linhas de tensão mínima Queloide auricular: pode fazer uma incisão deixando um pouco de queloide e deixando a parte central A.Cicatriz normotrofica; B.Cicatriz hipertrófica; C.Queloide: extrapola o limite da ferida original
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